sexta-feira, abril 10, 2020

AS EVIDÊNCIAS EVIDENTES DO BOM SENSO


Para a história local desta pandemia vai ficar o famoso parecer do Conselho Nacional de Saúde a propósito de um eventual enceramento das escolas, concluirão os sábios que "Só se justifica o encerramento total ou parcial de estabelecimento de ensino público ou privado com autorização expressa das autoridades de saúde", isto é, não defendiam tel decisão e que isso era matéria dos médicos de saúde pública da equipa de Graças Freitas e não do poder político.

Ainda bem que o governo decidiu contra os “cientistas” e para ofensa de alguns destes sábios, de que deu conta a comunicação social, optou pelo encerramento das escolas e logo de seguida por decretar o estado de emergência. Para a história ficará uma explicação tranquilizante dada pelo responsável da ARS de Lisboa, a propósito da contaminação de um professor. Do alto da ciência aquele responsável garantia que mesmo com um professor contaminado dificilmente os alunos seriam contagiados.

Ainda bem que o primeiro-ministro não deu ouvidos a esta sapiência, senão a esta hora Portugal estaria a viver o mesmo drama que vive a Espanha, a Itália ou os EUA. Só que se a Espanha e a Itália foram apanhados de surpresa pela chagada da pandemia à Europa e os EUA são vítimas da estupidez trumpiana que leva a que uma grande potência seja governada por arrotos, em Portugal desgraça teria a chancela de sábios e das suas evidências científicas.

Começa a ser óbvio que algumas das evidências políticas não passaram de asneiras, como a conclusão de que o vírus não se transmitiria entre humanos, quando na China a doença se propagava a um ritmo nunca vista. A evidência científica era tranquilizadora e apenas serviu para que nada fosse feito, enquanto os responsáveis da saúde se tornaram vedetas televisivas.

Quando surgiu a famosa gripe das aves o governo tomou medidas, enquanto os jornalistas andavam a ver os resultados das análises a cada cegonha encontrada, todos os serviços públicos eram equipados com numerosos dispensadores de gel desinfetante. Quando a doença chegou o país estava preparado. Desdá vez os responsáveis da saúde tranquilizaram-nos, garantira que aquilo não chegava aqui. Ironia do destino, nalguns serviços públicos o desinfetante que foi utilizado foi o que estava guardado desde a gripe das aves e com os casos a multiplicarem-se no país, nem sequer os funcionários da DG de Registos e Notariado, que estavam nos balcões de atendimento para a emissão de carões do cidadão dispunham de material desinfetante.

Ainda bem que António Costa mandou as evidência à fava e fechou as escolas e que o Presidente da República, que parece que em matéria de evidências dá mais atenção às evidências de bom sendo dos neto do que às evidências dos responsáveis da saúde, pressionou para que fosse decretado o estado de emergência, o que muito provavelmente salvou a vida a muitos portugueses.