Quem ouviu as críticas de Montenegro a Rui Rio a propósito da forma como o atual líder do PSD faz oposição ao governo de António Costa, não pode deixar de se lembrar que o atual líder do PSD foi eleito em meados de janeiro de 2017 e a sua direção foi escolhida no congresso realizado um mês depois. Isto significa que até Fevereiro de 2018 o líder do PSD foi Passos Coelho e durante mais de um ano, Monetenegro só abandonou o parlamento em fevereiro de 2018, tendo sido líder parlamentar do PSD durante até julho de 2017.
MAS qual foi o estilo de oposição de Passos Coelho com Montenegro e Hugo Soares como líderes parlamentares do PSD? Foram muito aguerridos, fizeram propostas, discutiram as soluções do Governo?
A resposta e as imagens que ficam desse período é a do trio maravilha rir até às lágrimas, numa sessão encenada para desvalorizar Mário Centeno na sua ida ao Parlamento, a recusa em debater o OE 2016 e a encenação da reunião das cortes de Albergaria-a-Velha onde foi apresentado o OE 2017 de uma espécie de governo no exílio e a invenção de vários mortos e feridos devido a suicídios e tentativas de suicídio durante os incêndios de Pedrógão Grande.
Quando as hostes do PSD estavam preocupadas com a ausência de oposição da liderança de Passos Coelho o agora destemido Montenegro não ficou nervoso e muito menos empertigado, bastou-lhe a promessa de que o diabo chegaria no mês de agosto., Só que o diabo não apareceu e o diabrete do Montenegro, que entretanto tinha abandonado a liderança parlamentar um mês antes da viagem agendada pelo mafarrico, ficou calado.
Montenegro, Hugo Soares, Paula Teixeira da Cruz, Luís Montenegro e muitos outros que agora estão preocupados com o PSD, andaram um ano a divertir-se contando que o diabo viesse, a oposição que fizeram foi apostar na desgraça do país, pelo que consideraram que o melhor era esperar pela vinda do belzebu que os levaria ao poder ao colo da Troika. Enfim, esta gente não vale mesmo nada e ainda bem que o país se livrou deles, agora é a vez do QUE resta do PSD liberto da extrema-direita chique acabar com o processo de higienização iniciado nas legislativas de 2015.
Por fim, vale a pena lembrar que Montenegro era contra as diretas, parece que mudou de opinião:
“Creio que o PSD não precisa de legitimar as suas lideranças por essa via. Não há no panorama político e partidário português essa tradição e a experiência que houve no Partido Socialista foi um perfeito fracasso”