Andamos há muitos meses a assistir a uma novela que poderia
chamar-se “O Robin dos Bosques da Justiça portuguesa”, um assaltante justiceiro
muito original já que enquanto o inglês era o inimigo número um do Xerife de Nottingham,
o nosso Robinzinho parecia ser muito apreciado pela justiça.
Nalgumas estações de televisão, onde muitos advogados optam
por acompanhar os processos já que dá mais trabalho ir aos departamentos da
justiça. Principalmente quando ainda estão em segredo de justiça, o Robin dos
computadores era muito apreciado. Muitos jornalistas deste país não se cansavam
de justificar a impunidade do seu Robin, já que graças a ele se podia apanhar
tudo o que era criminoso.
Já que em democracia há limites aos poderes policiais e
estes são condicionados e controlados para evitar abusos, dava muito jeito
haver alguém que não respeitasse quaisquer regras ou direitos constitucionais,
obtendo provas que depois caberia à justiça ir verificar. Foi assim que foram
abertos vários inquéritos, com base nos quais se promoveu a técnica do
arrastão, daí resultando mais processos.
Na hora de justificar a ineficácia nas supostas tentativa de
acabar com a carreira criminosa do Robin os nossos xerifes justificavam que
entrar em computadores alheios era um crime menor. Mas parece que, afinal, há
crimes maiores e lá prenderam o rapazola. Enfim, coincidência ou não parece que
a invasão da PMLJ levou ao fim da carreira do mariola.