A melhor forma de fazer eleger um qualquer Bolsonaro, pouco importando se é cabo ou capitão, é difamando a democracia e os seus políticos, algo a que assistimos diariamente no nosso país. E na liderança dos que difamam a democracia são os que usam a justiça para meter o país a ferro e fogo, com o objetivo de se promoverem a nossos heróis e forçar o país a adotar os governos que querem fazer eleger.
Vimos isso no Brasil com o juiz Moro a destruir políticos, ajudando a extrema-direita para depois se fazer escolher a si próprio como ministro todo poderoso. Não deixa de ser curioso como nos últimos anos temos assistido a laços cada vez mais íntimos entre algumas personagens da nossa justiça e gente da justiça brasileira. Aliás, os nossos não se têm cansado de elogiar os mecanismos de investigação e de condenação adotados pela justiça portuguesa, propondo a sua adoção em Portugal.
Todos os dias recebemos mensagens falando mal dos nossos políticos, apresentando-os como parasitas, ricos e corruptos. É comum a ideia de que a nossa classe política é constituída por políticos e corruptos, todos eles ganhando muito mais na política do que ganhariam nas suas profissões. A verdade é que os casos de corrupção em 40 anos de democracia são muito eduzidos se comparados com as dezenas de milhares de cidadãos que participaram ativamente na vida política, desde o modesto membro de uma Assembleia da República aos Presidentes da República.
Quem promove esta imagem dos políticos? A resposta é óbvia e basta ler os jornais dos últimos meses para percebermos que no topo da hierarquia do Estado só Marcelo Rebelo de Sousa se escapou à máquina trituradora dos processos judiciais difamatórios. Antes de se primeiro-ministro, António Costa foi alvo de supostas investigações por causa de uma casa. O seu ministro mais importante e presidente do Eurogrupo esteve sob ameaça da justiça e viu o seu gabinete invadido por polícias e magistrados, o presidente da principal autarquia do país também foi alvo de uma suspeita envolvendo a compra de uma casa.
Se recuarmos no tempo lemos dezenas de notícias de processos abertos para investigar políticos, chegando o processo difamatório ao ponto de uma associação de juízes ter recolhido os dados dos cartões VISA na condição de cidadãos para verificarem se podiam tramar alguns governante, o que fizeram em relação a dois porque supostamente terão comprados livros ou revistas. Qual era o objetivo da associação de juízes, combater a corrupção ou difamar a classe política?
A ideia de que a democracia está sendo destruída nas redes sociais com a participação de gente sem formação é mentira, quem mais tem contribuído para destruir a democracia é gente que está entre os funcionários que mais ganham em cuja formação o Estado mais investiu. Aliás, quem mais ajudou o Bolsonaro a chegar ao poder não foram os grupos no WhatsApp, mas sim o juiz moro que descredibilizou os candidatos que importava descredibilizar. Lá como cá é gente manipuladora, ambiciosa e com poder que está ajudando a extrema-direita. Lá como cá são os que deviam ser os primeiros a defender a democracia que parece que tudo fazem para a destruir.