quarta-feira, julho 25, 2018
terça-feira, julho 24, 2018
VOLTAR A FALAR DE INCÊNDIOS
Agora que até a Suécia arde talvez mereça a pena rebobinar o
nosso filme e regressar aos acontecimentos do ano passado, aos incêndios ocorridos
em junho e mais tarde em outubro. Será que na Suécia ou na Grécia os políticos
e jornalistas seguem o modelo a que assistimos em Portugal?
Porque acontece longe talvez a reflexão esteja menos
contaminada e seja mais séria, os políticos pensam em soluções e o cidadão
comum esqueça os velhos culpados do costume. Há um fenómeno que não é novo e
que se tem agravado ao longo das últimas décadas. No caso da Suécia poderemos
estar perante um acaso meteorológico, mas aquilo a que assistimos na Grécia não
difere muitos nas causas e características do que já vimos em Portugal e que
podemos ver a qualquer momento em países do sul da Europa.
Nas últimas décadas e principalmente a partir do momento em
que a União Europeia começou a desmantelar a Política Agrícola Comum, temos
vindo a assistir a profundas alterações na utilização dos solos. Muitos solos onde
a agricultura era rentável por força do sistema de preços agrícolas estão
abandonados ou convertidos em floresta. Tudo sucedeu sem critério e sem que o
desmantelamento da PAC tivesse dado lugar a políticas florestais.
A busca do conforto de segundas habitações rodeadas de árvores,
a falta de rentabilidade de muitas florestas que inviabilizam a sua limpeza e
as mudanças climáticas fizeram o resto. Há um problema no sul da Europa que só
será resolvido quando abordado com seriedade e sem oportunismos políticos.
Quando for alvo de uma reflexão séria, sem prazos ou agendas populistas.
sexta-feira, julho 20, 2018
MANHAS E BABOSEIRAS
Alguns partidos têm vindo a desenvolver truques para alimentaram
o seu próprio argumentário político, fazem propostas no parlamento sabendo que
não serão ou não podem ser aceites par depois usarem isso como acusação grave
contra o governo.
O primeiro partido a recorrer a este estratagema de autoalimentação
do seu próprio cardápio político acusatório foi a Assunção Cristas, faz
propostas orçamentais inviáveis para depois vir dizer que o governo não lhe
aceita uma única ideia. O PCP e o BE, que nestas coisas parece aprender depressa,
têm vindo a usar esta estratégia.
A última rasteira montada foi a proposta de eliminar as portagens
da Via do Infante e a rápida requalificação da EN125. Obviamente nada disto se
resolve desta forma e o objetivo do PCP não era resolver problemas mas sim conseguirem
um voto negativo para depois irem para o Algarve mostrar como resolviam os
problemas de uma penada, mas o governo não deixa.
Isto não é política séria, são truques e manhas de gente que
tem pouco respeito pela inteligência dos portugueses. Se os problemas do país
fossem resolvidos de uma penada, como votos da treta no parlamento que bom que
era. Fazia-se uma sessão parlamentar sem hora de encerramento e de uma única vez
resolviam-se os problemas, até se aprovava a criação de uma praia na Messejana
e outra na Amareleja.
O truque funciona, faz-se a proposta, um qualquer deputado
Sá corre para os jornais e depois centenas de militantes entopem o Facebook com
a denúncia dos que não querem o progresso. Como isto é um imenso Portugal dos
pequeninos, os militantes locais já estão a montar ratoeiras idênticas nas
assembleias municipais.
O debate político no país é cada vez menos sério e em vez de
servir para resolver os problemas das populações servem para o Jerónimo, a
Catarina Martins ou a Cristas terem antena para dizerem umas baboseiras eleitoralistas.
quinta-feira, julho 19, 2018
NÃO HÁ DINHEIRO
Quem quer saber qual o argumentário da direita vai ao Observador e lê os artigos dos ideólogos da extrema-direita chique, o prato da época é sugerir que não há dinheiro. Primeiro vinha o diabo, depois que havia austeridade, agora sugerem que não há dinheiro.
Confesso que começo a ter pouca paciência e a começar a ter vontade de chamar os bois pelos nomes. Mas há algum idiota que julgue que a não ser no tempo do Cavaco Silva, quando choviam ecus em Portugal, alguma vez houve fartura de dinheiro em Portugal? Que me recorde a única pessoa que tentou alegrar os portugueses anunciando a fartura foi uma rapariga que reparou na recuperação económica pelo aumento das filas de trânsito e que a determinada altura informou o país de que tinha os cofres cheios.
Quando um governo é mais rigoroso em termos orçamentais e reduz o défice tem necessariamente que ser mais rigoroso. É hipocrisia vir dizer que não há dinheiro ou, como outros que se dizem mais à esquerda, culpar a falta de meios nos hospitais porque um país paga o que deve. Isto chega a ser ridículo, aqueles que defendem que o Estado deve pedir emprestado para investir naquelas que arvoram como suas causas, acham que esse aumento da despesa deve ser financiado pelo não pagamento de dívidas que foram feitas com o mesmo objetivo. Sejamos sérios.
Quer a extrema-direita chique, quer a esquerda conservadora estão a perder o tino, produzindo argumentos que só merecem uma gargalhada.
Confesso que começo a ter pouca paciência e a começar a ter vontade de chamar os bois pelos nomes. Mas há algum idiota que julgue que a não ser no tempo do Cavaco Silva, quando choviam ecus em Portugal, alguma vez houve fartura de dinheiro em Portugal? Que me recorde a única pessoa que tentou alegrar os portugueses anunciando a fartura foi uma rapariga que reparou na recuperação económica pelo aumento das filas de trânsito e que a determinada altura informou o país de que tinha os cofres cheios.
Quando um governo é mais rigoroso em termos orçamentais e reduz o défice tem necessariamente que ser mais rigoroso. É hipocrisia vir dizer que não há dinheiro ou, como outros que se dizem mais à esquerda, culpar a falta de meios nos hospitais porque um país paga o que deve. Isto chega a ser ridículo, aqueles que defendem que o Estado deve pedir emprestado para investir naquelas que arvoram como suas causas, acham que esse aumento da despesa deve ser financiado pelo não pagamento de dívidas que foram feitas com o mesmo objetivo. Sejamos sérios.
Quer a extrema-direita chique, quer a esquerda conservadora estão a perder o tino, produzindo argumentos que só merecem uma gargalhada.
quarta-feira, julho 18, 2018
SER DESONESTO
«As redes sociais (sempre as redes sociais) inflamaram-se
quando alguém partilhou uma imagem do deputado comunista António Filipe na sala
de espera de um hospital privado. Como é costume, indignaram-se mal. O problema
não é um comunista ir a uma instituição privada, até porque ele terá
seguramente acordos com a ADSE, o sistema de saúde dos funcionários do Estado.
O problema é apenas uma pequena parte dos portugueses – esses que beneficiam da
ADSE – terem aquilo de que António Filipe poderia estar a tirar partido:
escolherem o médico a que vão. Os demais ou têm dinheiro para o pagar, ou estão
condenados ao SNS.» [Observador]
José Manuel Fernandes, um conhecido ideólogo da direita que
adquiriu os valores éticos na escola do Voz do Povo começa um dos seus artigos
no Observador com um parágrafo que só pode ter uma leitura, falta de
honestidade. Como é que o JMF sabe que um deputado do PCP só pode estar numa
sala de espera de um hospital privado, com base numa fotografia tirada de forma
insidiosa? Quem lhe garante que o deputado aguarda uma consulta? Quem lhe disse
que o deputado é ou não beneficiário da ADSE? Porque acha que o deputado não
pode ter um seguro de saúde.
A extrema-direita não se perde de amores pela honestidade intelectual,
prefere a insinuação e a manipulação, algo que não é muito grave pois os seus
admiradores pensam da mesma forma e darão por verdadeiras as suas insinuações. Como é comunista não devia estar num hosspital privado, mas como é um burguês consegue lá estar graças à ADSE que é paga pelos pobres que vão ao SNS. É esta a insinuação porca que este ideólogo pretende passar aos mais imbecis ou aos que são voluntariamente imbecis.
Outra insinuação que só revela falta de honestidade é o
chorrilho de asneiras que o JMF diz da ADSE, com base em pressupostos que ele
sabe serem falsos. Estará esta pobre criatura esquecida do que se disse e
escreveu sobre o aumento das comparticipações dos funcionários que aderiram à
ADSE? Desconhece esta criatura que foi notícia na comunicação social que a ADSE
tinha um balanço positivo? Ignora este senhor que quando um cidadão
beneficiário de um sistema privado de saúde, que paga do seu bolso, seja a ADSE
ou um seguro de saúde, na prática alivia o SNS dos custos dos seus tratamentos?
É óbvio que este ideólogo de uma certa extrema-direita
chique, que dá ares de grande categoria intelectual, sabe disto e muito mais.
Mas acima de tudo sabem usar a mentira, a insinuação e a manipulação.
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