A justiça portuguesa depois de esgotado o filão dos
políticos e perante o desastre que foi o arrastão no gabinete do ministro das
Finanças foi em busca de grandiosas primeiras páginas no meio do futebol.
Compreende-se, estando a justiça em ambiente de campanha eleitoral com a
escolha do futuro Procurador-Geral é natural que estejamos a assistir a muitos “comícios”
da justiça, tudo servindo para deter e prender a torto e a direito.
O problema é que mexer no mundo do futebol é como mexer na
caca, correndo um sério risco de entrar num domínio onde a isenção pode faltar.
Todos sabemos que anda por aí muita gente que prefere trair o conjugue a trair
o clube de futebol. É fácil escolher um magistrado para investigar um político,
basta fazer a escolha por sorteio, mas escolher um investigador para um caso de
futebol não deve ser fácil.
Há uns tempos o Bruno de Carvalho apelava à militância dos
sportinguistas e certamente não estava pedindo para orem ver os jogos já que o
estádio enchia. O que ele pedia era que cada sportinguista fosse militante do
seu clube no seu dia a dia e da mesma forma que proibia o vermelho em Alcochete
parecia querer desencadear uma guerra santa, numa ocasião em que a comunicação
social era abalada quase diariamente com novos processos judiciais.
A confusão instala-se e não faltam sugestões em relação a
quem terá conseguido os famosos e-mails. Daqui a um regabofe judicial foi um
passo, cada carta anónima deu lugar a mais uma grandiosa investigação e agora a
justiça está enterrada em processos para todos os gostos. Alguém queria lenha e
arrisca-se a sair queimado, o pior que se podia fazer era dar nas vistas
mexendo em caca.