quarta-feira, julho 04, 2018

O DRAMA DO DESEMPREGO DE LONGA DURAÇÃO

Não deve ser fácil alguém deixar um dos cargos mais apetitosos do país pensando que chega a líder do partido e depois acaba, derrotado, a negociar lugares na liderança de Rui Rio para os afilhados de Passos Coelho, oferecendo por contrapartida um consenso que sabe que não vai ser de fácil digestão.
Não é a primeira vez que Santana Lopes tem destes “vipes” e larga tudo, já o fez para ser presidente do SCP e fê-lo de novo quando estava confortavelmente na liderança da Santa Casa, à beira de ser tornar numa espécie de banqueiro do povo.

EM menos de nada tudo mudou, ficou desempregado, teve de voltar ao exílio do escritório de advogado e, pelo meio, lá vai ganhando uns trocos nas conversas familiares com Carlos Costa. Na verdade, Pedro Santana Lopes, para além de ter uma espécie de bicho carpinteiro da política, que não o deixa estar quieto, está numa situação que pode ser designada por desempregado político de duração, ainda por cima sem subsídio de desemprego ou quaisquer apoios sociais.

E o que faz alguém quando está no desemprego e é ignorado pelos principais empregadores da sua profissão, neste caso o Rui Rio? Vai em busca de soluções e nos tempos que correm a moda está no empreendedorismo. Ora se para um jovem o empreendedorismo significa criar uma empresa, para um cota da política armado em criança terrível, o empreendedorismo implica criar um partido.

Sempre que Santana Lopes está na corda bamba dá-lhe para o mesmo, criar um partido. Depois começa a contar espingardas, telefona-se aos incondicionais como Rui Gomes da Silva, percebe que nem vai chegar a presidente de uma junta de freguesia e desiste.