Quando os portugueses estavam entretidos a esvaziar as caixas multibanco exorcizando o diabo da crise foi surpreendido ao saber que Pedro Passos Coelho não daria prendas às filhas mais velhas porque não queria endividar-se. Ficámos portanto a saber que não é só Teixeira dos Santos a não fazer contas, se alguém que foi administrador de um grande grupo económico e que agora ganha tanto como o primeiro ministro precisa de se endividar para comprar prendas de Natal é porque a sua situação financeira não é brilhante. Passos Coelho tem sorte, as agências de rating ainda não avaliam a situação financeira dos líderes políticos, de qualquer das formas os portugueses que acompanham a situação financeira do país com receio da vinda do FMI têm agora um motivo de preocupação adicional, saber quando é que Pedro Passos Coelho é obrigado a pedir ajuda ao Banco Alimentar contra a Fome!
Compreende-se perfeitamente as dificuldades financeiras de Pedro Passos Coelho e de muitos pobretanas portugueses, quando ainda nem estamos a digerir as medidas de austeridade que teremos como acompanhamento para o primeiro espumante de 2011 ficamos a saber que o custo das medidas de combate à crise e que levaram o défice quase aos dois dígitos foram se deve à solidariedade com o sistema financeiro, que levou dois terços do bolo. Imaginem agora um trabalhador que ganha o ordenado mínimo a pagar mais impostos como gesto nacionalista de solidariedade para pagar a consoada do Ricardo Salgado.
Quando se esperava um Cavaco bonacheirão a lembrar o Avô Boca Doce ou o Pai Natal eis que os debates televisivos mostraram um candidato raivoso que só diz disparates como estar acima dos portugueses ou que era necessário nascer duas vezes para serem mais honestos do que ele. Em tempo de prendas natalícias não gostou que recordassem a prenda de Natal que em tempos recebeu de um Pai Natal chamado Oliveira e Costa.
Talvez imbuído de tiques natalícios Cavaco achou que devia usar as vestes natalícias de presidente e usar o Facebook onde em troca de mensagens com a criançada prometeu-lhes encher o sapatinho com um veto presidencial aos cortes nos subsídios aos colégios privados.
Tanto quanto se sabe Manuel Alegre ainda é candidato a Presidente da República, não parece mas é, quanto mais não seja porque António Arnaut apelou a Mário Soares para apoiar Manuel Alegre. Tem a sua graça ver Alegre vir agora dizer que ser militante do PS também constitui um exercício de cidadania enquanto os seus apoiantes apela à compreensão e generosidade de Mário Soares.