quarta-feira, outubro 31, 2012

O senhor Ulrich


O senhor Ulrich, um funcionário da banca da Linha de Cascais que chamou a si o triste papel de bombeiro ideológico do homem de Massamá teve mais uma das suas brilhantes ideias, desta vez para sugerir a Passos Coelho que proponha à senhora Merkel. Depois do país libertado pelos panzers da troika a senhora vem aos territórios libertados apresentar aos indígenas o equivalente ao plano Marshall.
 
O senhor Ulrich foi dos que mais ganharam graças a uma banca sem qualquer controlo que praticava juros pornográficos, que cobrava comissões abusivas, que empresatava dinheiro a rodos aos amigos, que não estava sujeita a qualquer controlo, que enriquecia com a fuga de capitais e o branqueamento de dinheiro sujo, que fugia aos impostos.

O senhor Ulrich ganhou muito dinheiro promovendo o crédito ao consumo, pagando ninharias pelas poupanças de uns portugueses para cobrar juros abusivos no consumo dos outros, desviando dinheiro da actividade empresarial porque o crédito ao consumo proporcionava juros muito superiores.
 
O senhor Ulrich ganhou e continua a ganhar muito e bom dinheiro comprando dinheiro no BCE a juros simbólicos para depois se aproveitar da desgraça do país vendendo dinheiro a juros muito acima dos que são regra nos mercados da dívida soberana.
 
Quando o senhor Ulrich ficou à rasca porque não tinha capital para cobrir o risco dos cre´ditos que concedeu por incompetência ou em negócios de amigos do banco foi pedir capital para se recapitalizar aos portugueses, o governo amigo já lhe prometeu o perdão dos juros e são os contribuintes portugueses a pagá-los à troika.
 
O senhor Ulrich vem agora insinuar que este povo de um país com quase um milénio de uma história feita de dignidade quer que sejam os alemães a pagarem-lhes as prestações sociais? Foi mais ou menos o que este alarve disse:
 
«para apresentar uma base de negociação para o futuro [com a Europa], mas não um programa de assistência social, não um programa para que os alemães paguem as prestações sociais dos portugueses, isso eles nunca farão.»
 
Que o senhor Ulrich seja de origem alemã e se sinta na necessidade de defender os seus ancestrais de Hamburgo é uma coisa, outra é ofender toda uma nação insinuando que há quem queira mendigar o que quer que seja aos alemães, como se o país da senhora Merkel alguma fez tenha feito sacrifícios para ajudar quem quer que fosse, não só não os fez como nunca pagou os estragos que provocou em dezenas de países do mundo.
 
Se o senhor Ulrich quer lamber as botas à senhora Merkel, que o faça, que lhe lambe as botas e mais o que lhe apetecer, talvez a senhora Merkel tenha um momento de generosidade e se lembres de ajudar os portugueses com ancestrais boches. Mas que insinue que há portugueses a querer que sejam os alemães a pagarem as prestações sociais é demais.
 
O senhor Ulrich não tem autoridade moral ou política e nem sequer representa capitais lusos (representa capital estrangeiro, algum dele manchado de sangue) para falar assim deste país. O mínimo que este povo pode e deve fazer é boicotar o seu banco porque com alarves destes boicotar o BPI não é um mero gesto de protesto, começa a ser um dever de cidadania, um gesto em defesa da dignidade de uma Nação.
  
PS: Ao contrário do que sucede nas televisões onde os jornalistas bajulam o sr. Ulrich tratando-o por dr, sem que o senhor esclareça que não o é, aqui será tratado apenas por sr, a menos que um dia destes nos apareça com um diploma da Lusófona. Não é por nada, é que neste capítulo somos rigorosos como os alemães, como os avozinhos do sr. Ulrich. Senhor com letra pequena.

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

Serpa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Belver [A. Cabral] 
 
Jumento do dia
  
Sr. Ulrich, banqueiro "angolano"
 
O Sr. Fernando Ulrich tem todo o direito de sugerir um plano Merkel, ainda que atendendo à nacionalidade dos seus patrões faria mais sentido um plano Eduardo dos Santos pois é imoral que sejam os portugueses a pagar os juros da recapitalização do seu banco.

O Sr. Ulrich sabe muito bem que até ao momento os os alemães nãoo pagaram qualquer prestação social dos portugueses, antes pelo contrário, tal como faz o Sr. Ulrich os alemães lucram com a dívida portuguesa, ainda que ganhem um pouco mais que o nossos ilustre banqueiro. O Sr. Ulrich vai ao BCP comprar dinheiro a um preço simbólico para o vender ao Estado a troco de juros de mais de 4%, ao mesmo tempo que recapitaliza o seu banco com dinheiro da troika cujos juros ser-lheão devolvidos enquanto os contribuintes asseguram o seu pagamento ao estrangeiro.

O Sr. Ulrich devia ter mais respeito pelos portugueses não os tratando como pedintes europeus e os portugueses deviam boicotar o BPI para que o país deixasse de ouvir as alarvidades do Sr. Ulrich.
 
«O presidente executivo do BPI, na sua intervenção na conferência organizada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e Diário Económico, afirmou que Portugal "tem feito um enorme caminho de recuperação de credibilidade" e que há que aproveitar essa credibilidade "para apresentar uma base de negociação para o futuro [com a Europa], mas não um programa de assistência social, não um programa para que os alemães paguem as prestações sociais dos portugueses, isso eles nunca farão".» [DN]

«Os contribuintes alemães "vão ter lucros" com o programa de compra de dívida do Banco Central Europeu (BCE) desde que os países do Sul continuem a fazer reformas estruturais, disse o presidente da instituição.
  
"Se os governos no Sul da Europa continuarem a implementar com sucesso as reformas estruturais como nos últimos meses, os contribuintes alemães vão ter lucros com as nossas aquisições”, disse Mario Draghi numa entrevista publicada à revista alemã Der Spiegel.» [i]
   
 Cântico Negro de José Régio (interpretado por João Villaret)
 
    

  
 Tudo vai mal
   
«1 - A IGREJA E A DOUTRINA SOCIAL CRISTÃ Num tempo tão difícil em que os desempregados são imensos - e há, pela primeira vez, miséria desde a Revolução dos Cravos -, a Igreja não pode estar calada. Sei que há muitos e bons sacerdotes que protestam e fazem tudo o que podem para ajudar os pobres e os desempregados, bem como as associações cristãs de caridade social.
  
Mas refiro-me à Conferência Episcopal e ao senhor cardeal-patriarca, que, talvez pela primeira vez, foi infeliz no que disse recentemente. Acredito que a Igreja no seu extenso património também esteja a sofrer cortes. Mas, se assim é, mais uma razão para protestar e não se pôr ao lado do Governo, que é responsável pelas políticas de austeridade, que, como é hoje evidente, nos conduzirão ao desastre total.
  
O senhor cardeal não gosta de manifestações, está no seu direito. Mas note que, por enquanto, se trata, felizmente, de manifestações pacíficas, de que os católicos se devem lembrar muito bem visto que foram bastante úteis à Igreja, quando, em tempos passados, foram necessárias... 
  
Permito-me dizer-lhe isto porque a doutrina social da Igreja faz-nos muita falta, neste momento tão difícil para Portugal. E não só para os portugueses, para a União Europeia - e para a moeda única -, que estão em perigo grave de desagregação. Como é que pessoas cultas e informadas não veem isto? 
O atual Governo, como a esmagadora maioria dos portugueses já percebeu com as políticas de austeridade, está a empobrecer terrivelmente os portugueses e a destruir Portugal, pondo em causa a nossa própria democracia e o nosso património. Dou o exemplo da privatização das águas de que agora se fala e várias outras. Lembrar-se-ão os católicos que Sua Santidade o atual Papa, quando a mesma questão foi posta, em Itália, condenou de imediato e indignado uma tal iniciativa, por a água ser um direito humano comum? 
  
É preciso que os católicos que acreditam sinceramente na doutrina social da Igreja se manifestem contra este Governo que só vê o dinheiro e quer destruir tudo quanto seja social. 
  
2 - A MINIRREMODELAÇÃO 
  
Foi uma farsa a remodelação tentada pelo primeiro-ministro do atual Governo. Mudou o secretário de estado da Cultura - que nunca teve dinheiro para fazer o que quer que fosse - e que, ao que parece, estava doente. O caso não era para menos. E alguns secretários de Estado inadaptados.  
  
Mas não mexeu, porque não lhe foi possível substituí-los, em alguns ministros que, pela sua incompetência ou inação, se esperava saíssem. Por exemplo - e só darei um exemplo - o falso doutor Miguel Relvas, amigo pessoal do primeiro-ministro, mas que tanto o compromete. Nem um só ministro teve, até agora, a hombridade de se demitir, apesar de todos os comentários e vaias públicas com que têm sido frequentemente brindados. 
Curiosamente, o ministro da Educação, Nuno Crato, abriu um inquérito à Universidade Lusófona, para analisar as licenciaturas que atribuiu aos alunos que, em vez de fazerem exames, os compravam. Parece terem sido algumas dezenas e entre eles o seu colega ministerial Miguel Relvas. Da parte do ministro Crato foi um gesto de coragem que se deve sublinhar. É indiscutível. Mas como é que aqueles dois ministros se podem entender no Conselho de Ministros? 
  
Já não basta a tensão que existe entre Paulo Portas e Vítor Gaspar (e, portanto, Passos Coelho) e individualmente entre os dois partidos da coligação? Apesar de muitos militantes dos dois partidos - os mais ilustres e conscientes - não se acanharem em dizer publicamente que o Governo está moribundo e deve demitir-se. Como respondem os ministros? Silêncio! O que é que esperam para ter a hombridade de se demitir? Interesses, vaidades, medo do que lhes possa acontecer? 
  
Será que se recusam a ouvir alguns dos seus mais ilustres correligionários que têm a coragem de os fustigar, dizendo o que deles pensam? Como Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, António Capucho, Pacheco Pereira, Mota Amaral, Lobo Xavier, Rui Rio, entre outros.
  
Nunca até hoje, desde o 25 de Abril, nenhum Governo aceitou sujeitar-se a um tal vexame...
  
3 - VEM AÍ O ORÇAMENTO PARA 2013
  
O Conselho Económico e Social, segundo o Expresso, vai dar um parecer negativo - como, aliás, os parceiros sociais -, reclamando uma renegociação imediata do memorando com a troika. Passos Coelho falou numa "refundação" - palavra horrível - da política até agora seguida. Convidou o PS para se associar. Como? Depois de o insultar? E antes ou depois de o Orçamento chumbar? O PS, disse o secretário-geral, António José Seguro, só vai debruçar-se sobre o Orçamento do Estado para 2013 depois de concluído o debate na generalidade. E vai votar contra.
  
Mas há quem considere este Orçamento como anticonstitucional, como disse, por exemplo, o ilustre constitucionalista Jorge Miranda, com boas razões, quanto a mim. E outros em virtude de as medidas de austeridade serem claramente antiprogressistas, portanto, contra o espírito da Constituição. Mas outros há que, pelo contrário, dizem que é preciso mudar a Constituição para lhe tirarem o espírito progressista que tem desde que foi votada, pela primeira vez, e que, felizmente, se manteve no essencial nas várias revisões. O que a maioria do povo português jamais permitiria.
  
É certo que o atual Presidente da República jurou a Constituição e tem, obviamente, de a manter como tal. O contrário daria uma guerra civil. Veremos o que a próxima semana nos vai revelar, com uma coligação ultradébil, em descrédito total, que mal se entende entre si e um Governo que ideologicamente se propõe cada vez mais e mais austeridade, sem pensar minimamente no sofrimento tremendo que está a provocar na maioria dos portugueses, só se ocupando dos números, que mal se entendem e vão sendo cada vez piores, até à desgraça final. Ninguém já nega que, se assim continuar, o ano de 2013 vai ser muito pior do que o de 2012.
  
4 - UM LIVRO MUITO OPORTUNO
  
O livro que vos recomendo é da autoria do Dr. Emanuel Augusto dos Santos, que foi secretário de Estado adjunto do Orçamento, entre 2005 e 2011, e tem o título muito significativo Sem Crescimento não Há Consolidação Orçamental. Não tenho o prazer, infelizmente, de conhecer pessoalmente o autor.
  
Com efeito, o livro que vos recomendo foi-me oferecido pelo meu amigo António Pinto Ribeiro, ex-ministro da Cultura, que o trazia na mão quando chegou ao restaurante em que almoçámos. O título, tão oportuno, despertou logo a minha curiosidade, mas sobretudo quando li o índice da temática versada e verifiquei que o prefácio é da autoria da minha amiga, que tanto estimo e admiro, Teodora Cardoso.
  
Pinto Ribeiro viu-me tão interessado que teve a amabilidade extrema (e irrecusável) de mo oferecer. Nos dias seguintes tive a oportunidade de o ler (tem 169 págs., incluindo índices, gráficos e anexos estatísticos) e termina com uma síntese, "Uma nova política económica para a Europa". É o que precisamos, para meter os mercados usurários na ordem e avançarmos para o crescimento económico, a diminuição acelerada do desemprego, num "quadro europeu de coesão social". Aliás, simbolicamente, na capa o livro ostenta o mapa de Portugal em fundo, com um pedregulho imenso em cima, com a palavra horrorosa de austeridade...
  
Caros leitores, trata-se de um livro de referência e de síntese, com muita informação, um projeto europeu para o futuro e que, por isso, vale muito a pena ler. Recomendo-o vivamente.» [DN]
   
Autor:
 
Mário Soares.   

 Veja as diferenças
   
«Vítor Gaspar voltará a invocar as exigências da troika para defender, no Parlamento, um Orçamento que, em matéria social, é uma verdadeira máquina do tempo: em poucos meses arrisca-se a transportar Portugal aos indicadores de pobreza de há trinta ou quarenta anos, antes da existência de um mínimo de "Estado social". Sabemos que os credores são sempre duros. Os alemães têm, nesse capítulo, muito para contar. Em 11 de janeiro de 1923, 100 000 soldados belgas e franceses entraram pela zona carbonífera do Ruhr, tentando assegurar, em géneros, o pagamento das dívidas que os alemães não conseguiam honrar. Há, todavia, duas diferenças capitais entre os devedores alemães de 1923 e os devedores portugueses de 2012. Em 1923, a Alemanha estava a pagar as dívidas de uma guerra que tinha iniciado, e que perdeu. A dívida dos vencedores não seria justa, mas a derrota alemã não inocentou a política imperialista do Kaiser. Os portugueses de 2012 pagam o erro de ter acreditado que a União Económica e Monetária seria um projecto de solidariedade política e não uma organização de prestamistas capazes de utilizar o terror social como técnica de cobrança contra os membros devedores. Segunda diferença: os governantes da República de Weimar, a começar pelo chanceler Wilhelm Cuno, apelaram à resistência contra as tropas de ocupação. Houve greves gerais e sabotagens. Centenas de civis foram mortos e feridos. Milhares encarcerados. Na Lisboa de 2012, reina o colaboracionismo, em duas versões: a entusiástica, de Passos Coelho ("ir para além da troika"), ou a variante fatalista, de Gaspar ("não há margem de manobra"). A Alemanha não só não pagou as suas dívidas como voltou, compulsivamente, a fazer compras no estrangeiro. Depois de 1939...» [DN]
   
Autor:
 
Viriato Soromenho-Marques.
      
 A escapatória
   
«O leitor já deve ter reparado. A ‘troika’, que de há muito nos controla e financia, é composta por elementos da Comissão Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
   
Mas este trio não faz um conjunto homogéneo. Enquanto a CE e o BCE são fanáticos pela austeridade, o FMI vai deixando mensagens no sentido de que a austeridade já é excessiva. Com uma excepção: o membro do FMI que integra a ‘troika' coloca-se ao lado dos europeus. Afinal, o que é que se passa?
   
O que se passa é que a Europa e o FMI fazem leituras diferentes do que deve ser um ataque à crise. Do lado da CE e do BCE, há uma postura obsessiva pelo controlo do défice orçamental, fazendo depender disso todos os apoios financeiros que nos concedem. E a cegueira é de tal ordem que nem sequer vêem o óbvio: o Governo promete tudo e não cumpre nada; o pouco que se ganha em défice perde-se em recessão; e a economia portuguesa, mais a sua legião de desempregados, vão a caminho do abismo.
   
Já o FMI, ao contrário, defende a tese do crescimento. E, para isso, considera que a melhor via é a do comércio externo, para o que devemos proceder a um corte brutal dos salários e com isso melhorar a competitividade. Sem o dizer expressamente, o que o FMI está a sugerir é que abandonemos o euro, para que o escudo seja depois objecto de uma profunda desvalorização. Mas há aqui um problema. Se desvalorizarmos, por hipótese, 50%, a dívida externa, que se mantém em euros, passa para o dobro: como é que se paga?
   
Como já se percebeu, da conjugação destes modelos resulta um beco sem saída. Precisamos de uma escapatória. Como a dívida pública anda pelos €200.000 milhões (120% do PIB), de todo ingerível, a solução passa por diferir o seu pagamento. O que eu proponho é amortizar metade, a um prazo de 20 anos - €5.000 milhões em média por ano -, com uma taxa de juro simbólica e o apoio do BCE. Mesmo não sendo fácil, esta solução permitiria um crescimento razoável, através do qual a própria dívida que resta se iria diluindo.
   
Adivinho o que estão a pensar: e se os credores recusarem? A resposta é simples: se recusarem, o problema não tem solução. Com a agravante de alguns destes credores serem bancos nacionais. Eu sei que os investidores têm direitos que devem ser respeitados. Mas insisto na minha tese: uma intransigência em receberem tudo pode levar esses investidores a não receberem nada. Não há ninguém no mundo que consiga extrair de um país aquilo que, objectivamente, esse país não lhe pode dar.

É agora ou nunca.» [DE]
   
Autor:
 
Daniel Amaral.
     
 O vocabulário de Passos Coelho de A a Z
   
«O léxico que Passos Coelho introduziu na Língua portuguesa, criando novas expressões e mudando a semântica de outras já existentes, ajuda a mostrar o rumo (ou a falta dele) do Governo desde que tomou posse. É altura de abrir o dicionário e traduzir o Passês para o Português.
   
Desvio colossal: Quando chegou ao Governo, Passos disse ter encontrado um desvio colossal nas contas públicas. Nunca se chegou a provar a existência do tal desvio. Mas à conta disso tirou aos portugueses metade do subsídio de Natal em 2011, o que mais tarde até viria a mostrar-se desnecessário já que acabou por transferir as pensões dos bancários para o défice. Desvio colossal passou a designar um desvio de existência duvidosa.
   
Malabarices: Quando preparava o Orçamento para 2012, Passos anunciou que o documento não teria "malabarices" como aconteceu no passado. A meta do défice de 2011 foi conseguida com o fundo de pensões da banca e a meta deste ano será atingida com a receita extraordinária da concessão da ANA. Malabarices passou a designar contabilidade orçamental criativa.
   
Custe o que custar: É o Governo a dizer ao que vinha. É uma adaptação idiomática do ‘mais papista do que o Papa' ou do ‘mais troikista do que a troika'.
   
Coiso: A política do ‘custe o que custar' fez disparar o desemprego, ou melhor, o coiso, usando o vernáculo do ministro Álvaro Santos Pereira.
   
Piegas: Quando as pessoas começaram a queixar-se do coiso, Passos mandou-os emigrar e pediu aos que cá ficassem que deixassem de ser piegas. Piegas é o indivíduo que se queixa de não ter trabalho.
   
Sair do lombo: Os sacrifícios "estão-nos a sair do lombo", disse então Passos Coelho. Lombo passou a designar a carteira dos portugueses, cada vez mais vazia com o aumento de impostos.
   
Porcaria na ventoinha: Em Julho, Passos garantia que o Governo não estava, na altura, "a preparar qualquer aumento de impostos" e que recusava "pôr porcaria na ventoinha para assustar os portugueses". Dois meses depois anunciou mais impostos. Em Passês, ‘porcaria na ventoinha' significa aumentar impostos.
   
Regabofe: "Ainda há quem pense que, passada a crise, o regabofe pode voltar. Enganam-se!". Era Passos Coelho a falar sobre a regra de ouro, ou seja, o limite ao défice na Constituição. Regabofe é sinónimo de políticas expansionistas.
   
Que se lixem as eleições: Quando os deputados do PSD se aperceberam da falta de Regabofe e do impacto da austeridade nas sondagens ficaram assustados. ‘Que se lixem as eleições' passou a designar uma mensagem de tranquilidade de um líder político.
   
Viragem económica: Mas era preciso dar ânimo ao partido. Passos anuncia então o fim da recessão para 2013. Mas a troika e Orçamento para 2013 mostram que vamos continuar em recessão. Viragem económica passou a designar um modelo macroeconómico concebido no calor da festa do Pontal.
   
Refundação: Com a economia a afundar, eis que Passos nos propõe um novo vocábulo: Refundar. Não se assuste que não vamos afundar de novo. No dicionário de Passos Refundação é tão só rever a Constituição: Trocar o conceito de tendencialmente gratuito na saúde e na educação por co-pagamentos (pagar em função dos rendimentos) e talvez dar aos cidadãos uma maior liberdade de escolha na gestão da sua pensão de velhice durante a idade activa. Não é uma ideia descabida e só peca por vir tarde. Mas esta é uma discussão que só fará sentido no dia em que o Governo, pela via fiscal, repuser todo o poder de compra que os portugueses perderam durante o programa da ‘troika'. Se o Estado fica com mais de metade do meu salário não posso autofinanciar a minha saúde, a educação dos meus filhos e a minha reforma. Até lá o melhor é mesmo o Governo continuar a inventar palavras, que é aquilo que até agora tem sabido fazer melhor. » [DE]
   
Autor:
 
Pedro Carvalho.
   
 No dia em que Merkel aterrar em Lisboa
   
  
«Creio que foi o grande escritor brasileiro Luís Fernando Veríssimo, homem que tive o privilégio de entrevistar, de uma grande timidez mas com um requintado sentido de humor, que deu um dia uma espécie de grito do Ipiranga numa coluna da imprensa brasileira: Veríssimo surpreendeu os leitores afirmando que a partir daquele dia iria escrever unicamente em inglês. Tinha percebido que quem mandava não estava no Palácio do Planalto em Brasília, mas em Washington e em Wall Street. Para quê escrever para capatazes quando se podia protestar directamente com os mandantes? Para quê esperar que os senhores tivessem traduzidos os textos de opinião de culturas exóticas como a brasileira, se podiam ler directamente na língua dos senhores? Veríssimo declarou a sua vontade de uma forma peremptória: “A partir de agora vou escrever todos os textos em inglês, deixando apenas sem tradução expressões intraduzíveis do português, como ‘marketing’, ‘cash-flow’ e outras equivalentes.”

Sinto que tenho a tarefa mais dificultada, sou um mero jornalista e o meu alemão é péssimo, mas proponho aos meus caros leitores aproveitar um expediente: no dia 12 de Novembro a chanceler Angela Merkel vai aterrar em Lisboa para uma visita- -relâmpago. Dará certamente um cubinho de açúcar na boca do Gaspar e do Coelho, picará o ponto em Belém e sairá rapidamente, como entrou, sem querer saber da vontade dos portugueses. Para os governos que servem os especuladores e o capital financeiro, a opinião dos cidadãos serve para embrulhar o peixe.

Basta nós querermos que as coisas podem ser vistas de outra maneira. No barco do euro está grande parte da Europa. Se os gregos ou os portugueses forem à falência, haverá uma reacção em cadeia, que levará à ruína muitas empresas e tornará incobráveis grande parte dos créditos. A moeda única implodirá. Nesse dia, os países do centro, cujos governos apenas pensam nos interesses dos grandes bancos, perderão uma fatia larga do seu rendimento. Um estudo de um banco suíço calculava perdas para a Alemanha superiores a 20% a 25% do seu PNB.

A política suicida que nos está a levar ao desastre baseia-se numa série de ilusões: a ilusão de que resulta, a ilusão de que não há alternativa e a suprema ilusão de que tem o apoio do voto democrático. É visível para todo o mundo, tirando Passos Coelho e Vítor Gaspar, que não resulta. É evidente que qualquer alternativa é melhor que o desastre a que esta nos está a levar. E, finalmente, este caminho está apenas sustentado na transformação dos nossos governos em cobradores do fraque dos nossos credores. Eles são o elo mais fraco: é preciso demonstrar que deixaram de ter o apoio dos seus povos para os fazer cair. Nada melhor que ser perante quem manda neles.

Há um colectivo de artistas com uma ideia que me parece poder expressar isso durante a visita-relâmpago da D. Merkel: nesse dia as praças das nossas cidades, as janelas das nossas casas, lojas, táxis e autocarros e todos nós termos algo de negro: negro pela pobreza, negro pelo desemprego, negro pelo futuro que nos querem roubar, mas sobretudo negro pela dignidade de quem não aceita comer e calar. Um povo dirá à chanceler Merkel, a todos os ministros e secretários de Estado que este país não é deles. Está nas nossas mãos tornar isto visível em todo o mundo: basta um pano negro. É mais fácil que falar alemão.» [i]
   
Autor:
 
Nuno Ramos de Almeida.
   
     
 Passos prepara-se para cortar mais um vencimento?
   
«Passos Coelho admitiu hoje no debate parlamentar do OE 2013 que o Governo poderá em 2013 adotar "medidas contingentes" na ordem dos 0,5% do PIB - ou seja, algo na ordem dos 850 milhões (um valor ligeiramente superior ao que o Executivo poupou cortando um subsídio à função pública e aos pensionistas este ano).
   
Em resposta a insistentes perguntas do PCP sobre um "plano B" para o caso das previsões do OE 2013 falharem, o primeiro-ministro não especificou se essas "medidas contingentes" virão do lado da receita (aumento de impostos) ou da despesa (mais cortes nos custos do Estado).» [DN]
   
Parecer:
 
Por este andar ainda se lembra de decretar a escravidão no Estado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Derrube-se o incompetente.»
      
 Só 830 milhões
   
«O Primeiro-ministro referiu hoje que os cortes adicionais de despesa que o governo terá que ter na manga para o caso das contas correrem mal valem 0,5% do PIB. Este plano B, imposto pela troika na quinta-avaliação do memorando, corresponde a cerca de 830 milhões de euros. É praticamente o dobro do que o governo espera poupar, em 2013, com o corte nas pensões acima de 1350 euros.  
   
No Orçamento do Estado para 2013 estão já previstas medidas de austeridade de 3,2% do PIB, ou seja, um montante de 5338 milhões. A maior parte vem do lado da receita, em particular do IRS, com a despesa a representar apenas 19%. Depois da derrapagem este ano, que levou à revisão da meta de défice para 5% e, mesmo assim, com receitas extraordinárias, a troika não quer corrrer riscos.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Basta olhar para o desvio verdadeiramente colossal das eceitas fiscais de 2012 paara se perceber que as contas de Vítor Gaspar, o governo vai falhar o que já falhou em 2012, mais o que falhar com o aumento do IRS para 2013 e o somatório é quase tanto quanto a despesa cujo corte a troika exige à Grécia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver o timoneiro Gaspar mandar o país contra as rochas.»
   
 O infalível Gaspar
   
«O ministro das Finanças voltou hoje a reafirmar que o défice sem medidas pontuais ficará nos 6% do Produto Interno Bruto no final deste ano, atribuindo as causas do desvio apenas a efeitos decorrentes da conjuntura económica.
   
"Em 2012, a evolução da economia portuguesa condicionou os resultados orçamentais. A procura interna caiu mais que o previsto, a massa salarial também, sendo assim verificou-se um desvio muito significativa nas receitas fiscais e contributivas, ao mesmo tempo verificou-se um aumento das prestações sociais. Deste modo, não obstante a forte contenção da despesa pública, irá verificar-se um défice orçamental superior ao limite do programa. O saldo global, excluindo medidas pontuais, ficará em 6% do PIB", afirmou o governante.
   
Vítor Gaspar, que falava no Parlamento durante a sua primeira intervenção no debate sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2013, explicou ainda que estes efeitos da conjuntura económica levaram ao funcionamento dos chamados estabilizadores automáticos (pagamento de subsídios de desemprego e prestações sociais de forma acrescida devido ao aumento do desemprego, por exemplo) e que o Governo teve de permitir esta despesa acrescida, caso contrário os efeitos sobre a economia seriam ainda mais nefastos.» [i]
   
Parecer:
 
A culpa do desvio colossal é da conjuntura diz o rapaz.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 E é mentira?
   
« O ministro de Estado e das Finanças considerou hoje "insultuosas" afirmações dos deputados João Galamba (PS) e Honório Novo (PCP) que o aproximaram ou da linguagem ou das teses ideológicas do regime do Estado Novo.» [i]
   
Parecer:
 
Salazar era mais directo naquilo que queria, não inventava falsos desvios colossais nem conduzia a economia à ruína para poder impor o seu modelo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se e sugira-se ao ministro que aqui s vítima não é ele, é o povo que é a sua vítima.»
   

 
No "Câmara Corporativa"
«1. Haveria de chegar o dia em que a gente poderia confrontar Passos Coelho com as suas patranhas. Sustentou o alegado primeiro-ministro no dia 25 de Março deste ano, no XXXIV Congresso do PSD:
   
“As PPP custarão ao país e contribuintes, se nada fizéssemos, mais de dois mil milhões de euros, todos os anos a partir de 2014, e por quase 35 anos”.

Folheando o Relatório do Orçamento do Estado para 2013 (OE-2013), verifica-se que estão nele previstos (pp. 56-57) encargos para as PPP rodoviárias, antes das renegociações, no valor de 9.218 milhões de euros (com IVA). Sem IVA, equivale a um encargo para o Estado de 7.494 milhões de euros, para os próximos 30 anos. Feitas as contas, representa, em termos médios, um encargo anual de 250 milhões de euros. 
   
Assim sendo, quem é que se enganou: Passos Coelho, quando anunciou que os encargos com as PPP seriam de mais de 2.000 milhões de euros, ou Vítor Gaspar, que inscreve no OE-2013 uma verba de 250 milhões de euros? 
   
2. Por outro lado, observa-se que no OE-2013 não há correspondência entre o texto (p. 55) e o quadro II.3.5 dos encargos das PPP rodoviárias. Com efeito, anuncia-se no texto uma redução mínima de 250 milhões de euros nos encargos das PPP e verifica-se que, no referido quadro, os encargos aumentam 10 milhões de euros, em 2013, e 140 milhões, em 2014, relativamente aos valores que foram inscritos no Relatório do Orçamento do Estado do ano anterior para os mesmos anos de 2013 e 2014. 

O que está certo, afinal? A anunciada redução de 250 milhões de euros ou o OE- 2013, que apresenta mais encargos — 150 milhões de euros, em 2013 e 2014 — por causa do cancelamento da construção de determinadas estradas e respectiva perda de receitas? 

3. O Governo pode falar em redução de encargos brutos, mas a verdade é que os encargos a pagar são a diferença entre os encargos brutos e as receitas obtidas. Como o cancelamento de estradas em construção vão implicar a diminuição das receitas, verifica-se que os encargos aumentam em 2013 e 2014. Veja-se:
  
→ Valores inscritos no OE-2012 de encargos plurianuais para os anos de 2013 e 2014 (p. 123):
  
• Encargos líquidos 2013 – 439 M€
• Encargos líquidos 2014 – 986 M€
  
→ Valores inscritos no OE-2013 de encargos plurianuais para os anos de 2013 e 2014 (p. 56):
  
• Encargos líquidos 2013 – 449 M€
• Encargos líquidos 2014 – 1132 M€

__________
¹ Texto oferecido pelo leitor Joaquim F.»
      

   
   

  

   

   

  

terça-feira, outubro 30, 2012

A culpa será do furacão Gasparina?


Que se saiba o governo não recuou nas grandiosas reformas estruturais desenvolvidas pelo sôr Álvaro e graças às quais as exportações portuguesas cresceram tanto que há quem se refira a Portugal como o pequeno tigre europeu. O 5 de Outubro é para festejar à noite, em casa, os mortos ficarão esquecidos porque o Dia de Todos os Santos é para bulir, certamente a competitividade externa das empresas portuguesas continua em alta.
  
Que se saiba ainda há pouco tempo o Gaspar participava num seminário promovido pelo ministro das Finanças da Alemanha para que o nosso brilhante governante explanasse as suas políticas que conduziram o ajustamento português como modelo de sucesso e prova de que a senhora Merkel tinha razão ao impor austeridade aos países mais frágeis da zona euro.
  
Que se saiba a troika ainda não deixou de dizer que o ajustamento português estava a ser um sucesso e que tinha resultados muito melhores do que os esperados. Graças a estas posições da troika governo e Presidente da República têm apresentado o país como um bom aluno, um país que ao contrário da Grécia faz tudo o que a senhor Merkel manda, sem manifestações violentas ou greves gerais.
  
Que se saiba o Sr. Ulrich, um conhecido banqueiro que até frequentou o curso de finanças, está cansado de elogiar os grandes cortes na despesa pública conseguidos pelo Governo, o Álvaro impôs grandes cortes nas famosas rendas excessivas da energia, o Relvas reduziu as autarquias a números pensados impossíveis e ainda ia acabando com as fundações. Até o Gaspar, que anda tem que ver com estas coisas mundanas fez uma reestruturação do fisco da qual disse ter resultado um corte de 10% na despesa.
  
Que se saiba desde que é ministro o Gaspar não cometeu o mais pequeno erro, as medidas que adoptou não tinham alternativa e o desfasamento entre a realidade e as previsões não são culpa destas que foram produzidas pela mente mais brilhante e inteligente das faculdades de economia portuguesa, a culpa é da própria realidade que sem motivo para isso se afastou das previsões.
  
Que se saiba este governo é de uma competência rara, nunca o país teve um ministro da Agricultura, do Ambiente ou do Ordenamento do Território tão competente como a Cristas, um ministro dos Negócios Estrangeiros tão charmoso como o Portas, um ministro das Finanças com o sex appeal do Gaspar, ou alguém tão bem disposto na Economia como o Gaspar. Até o Passos se revelou um verdadeiro timoneiro do país, ele por quem ninguém dava um tostão furado.  
  
Se tudo está a correr tão bem, então porque se explica que de um dia para o outro o país não vá lá sem despedimentos em massa de funcionários públicos ou o fim do Serviço Nacional de Saúde, o que aconteceu para que  de repente o Gaspar tenha atirado a toalha ao chão e desistido da sua promessa de crescimento e emprego no segundo semestre de 2013, promessa que consta do OE 2013 e de que o Gaspar desistiu a caminho das jornadas parlamentares da extrema-direita.
   
Será que o furacão Sandy mudou de direcção e em vez de se dirigir para a costa leste dos EUA, se dirige agora para a costa portuguesa? Só poder ser isso, nesse caso teremos de mudar o nome do Furacão Sandy para Gaspar, ou talvez Gasparina pois os furacões têm sempre nomes femininos.

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 
Castelo dos Mouros, Sintra
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Belmonte [A. Cabral]
 
Jumento do dia
   
Aguiar-Branco, um senhor que até chegou a ministro da Defesa
 
Aguiar Branco desconhece a regre não escrita segundo a qual quem não quer ser urso não lhe veste a pele. Ora, quando um político experiente na advocacia diz que o discurso de um comentador "É tão corrosivo, tão arriscado e tão perigoso para a segurança nacional como qualquer outra ameaça externa"  está a equiparar esse comentador em perigo ao de uma ameaça externa. É uma questão óbvia e se o ministro não estava em condições de saber o que dizia ficava calado, se mesmo assim falou deve pedir desculpa e se está arrependido de ter expresso em público opiniões que preferia esconder dos portugueses então que enrole o saco. Mas que aquilo que disse corresponde ao título usado pela agência Lusa não restam dúvidas.

Não haverá alguém de quem se possa dizer benza-te Deus neste governo? Talvez apenas o Dr. Macedo.
 
«Aguiar-Branco pediu apreciação de notícia pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

O Ministério da Defesa Nacional (MDN) anunciou no domingo que vai solicitar à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) a apreciação de uma notícia da Lusa sobre o discurso de José Pedro Aguiar-Branco no Dia do Exército.

Em causa está o título "Ministro da Defesa acusa comentadores de serem tão perigosos como qualquer ameaça externa" de uma notícia distribuída pela Lusa no domingo à tarde, depois do discurso de Aguiar-Branco nas comemorações do Dia do Exército, nas Caldas da Rainha.

Em comunicado, o MDN considerou que o título da notícia resulta de uma "interpretação totalmente abusiva e descabida" do discurso do ministro.

Ao falar às tropas, o ministro da Defesa afirmou: "O nosso maior adversário é o sentimento, inegavelmente crescente, de que as Forças Armadas, num contexto de carência geral, não são necessárias".

E acrescentou que a "visão simplista de que as despesas com a Defesa Nacional são um custo e não um investimento" tem sido defendida "por comentadores de fato cinzento e gravata azul".

"Comentadores de fato cinzento e gravata azul, que têm do Estado e da soberania uma visão contabilística. Que enchem as páginas dos jornais e os noticiários da televisão repetindo: para que servem as Forças Armadas?", insistiu Aguiar-Branco, considerando "perigosamente demagógico" o discurso destes comentadores.

Referindo-se a este "discurso da inutilidade das Forças Armadas" como o "maior adversário" dos militares, o ministro afirmou: "É tão corrosivo, tão arriscado e tão perigoso para a segurança nacional como qualquer outra ameaça externa".» [DE]
   
 Cusquice
 
  
No plano de estudos da Licenciatura em Ciência Política e Estudos Eleitorais da Universidade Lusófona, a tal de leva a que tratemos o Relvas por ilustre Dr. Relvas, faz parte uma cadeira de "Ética Política". Que nota terá tido o Relvas nesta cadeira? Terá feito um trabalho, um exame ou pediu equivalência ao quê? 
 
 Rever a Constituição com esta extrema-direita gasparista?

Nunca!

Primeiro falham e agora querem impor uma mudança de regime ao país. Demitam-se seus incompetentes!
 

  
 A grande conspiração
   
«O PSD e o CDS-PP realizaram as suas “jornadas parlamentares” em conjunto, procurando demonstrar uma “nova vida” da coligação que sustenta o governo. Só com uma grande dose de ingenuidade (ou de hipocrisia) se poderá pensar que estas jornadas parlamentares conjuntas relançaram a “coesão” entre os dois partidos. Esta iniciativa, cujos momentos mais visíveis se desenrolaram à volta da TSU e da apresentação do Orçamento de Estado para 2013, só por si não apaga o que ficou para trás; nem vai evitar futuras tensões, enredos e rupturas que resultarão da “refundação” que aí vem. Para já, Paulo Portas foi minimamente convincente: neste encontro dos dois grupos parlamentares, mostrou que decidiu seguir a velha fórmula “se não os podes vencer, junta-te a eles”. Neste momento, o alinhamento comedido patente no seu discurso nas “jornadas parlamentares”, em que, veladamente, procurou alguma diferenciação política com o PSD e com o abismo em que Vítor Gaspar e Passos Coelho vão atolar o país, não pode durar muito tempo sob pena do líder do CDS-PP esgotar definitivamente qualquer possibilidade de liderar o seu partido após a queda deste governo, senão mesmo reduzir o CDS-PP à insignificância eleitoral.
   
No seu discurso nas “jornadas parlamentares”, Passos Coelho sintetizou numa palavra o que vai acontecer a partir de Novembro, pela mão do seu governo, com a aprovação da proposta de Orçamento de Estado: a “refundação” do Estado. “Não é possível adiar uma reforma mais profunda do Estado” – disse. O que não constitui nenhuma surpresa. Dias antes, o inefável Vítor Gaspar tinha dado o mote, numa frase de antologia: “existe aparentemente um enorme desvio entre o que os portugueses acham que devem ter como funções do Estado e os impostos que estão dispostos a pagar”. Ou há mais impostos ou há menos Estado, disse o ministro das Finanças. Menos Estado para quem dele mais precisa, obviamente. Menos Estado na saúde, na educação, nas reformas, no desemprego, na protecção social. Nada disto é novo, apesar de muita gente andar distraída. Isto está tudo ligado pelo mesmo fio. Esta “refundação” do Estado foi anunciada por Passos Coelho, em Abril de 2010, no discurso de encerramento do congresso do PSD, no qual foi eleito, pela primeira vez, presidente do partido, ao assumir como principal prioridade política do seu mandato a revisão da Constituição. Um mês depois, explicitou melhor as suas preocupações: que fossem retiradas da Constituição as expressões “tendencialmente gratuito” nos capítulos da saúde e da educação e o conceito de “justa causa” na proibição dos despedimentos. Desde essa altura até hoje, há todo um programa executado deliberadamente para conseguir os objectivos sem que seja necessário fazer a pretendida revisão constitucional – um golpe de Estado permanente. Revisitar as declarações de Passos Coelho que fundamentaram o derrube do último governo ou as que proferiu durante a campanha eleitoral dão-nos a medida desta conspiração neoliberal em curso. O Orçamento do Estado para 2013, agora apresentado, é um dos últimos actos desta encenação. Vítor Gaspar não ignora as consequências para os portugueses, e para a economia, que irão resultar da execução do seu Orçamento para 2013. Ele conhece, melhor do que ninguém, os efeitos devastadores que irá provocar, inclusive no défice orçamental e no aumento da dívida pública. Mas, esse é o objectivo de Vítor Gaspar e Passos Coelho: criar as condições que “legitimem” a aplicação do seu programa ideológico, mesmo que atrás de si deixem um país de pobres, espoliados, endividados, famintos, desempregados, e sem liberdade.
   
PS – Passos Coelho convidou o PS a participar nesta grande conspiração contra a maioria dos portugueses. António José Seguro parece ter percebido o motivo desse convite, quando respondeu: “O PS não está disponível para nenhuma revisão constitucional que ponha em causa as funções sociais do Estado, que são instrumentos para o combate às desigualdades sociais, para a coesão social e para a solidariedade entre gerações”. No entanto, neste momento de violenta afronta à identidade e à coesão social dos portugueses é preciso ir mais além.» [i]
   
Autor:
 
Tomás Vasques.   

 Austeridade e privilégios
   
«Logo após surgir na Comunicação Social a informação de que as escutas de conversas telefónicas entre o primeiro-ministro e um banqueiro suspeito de envolvimento em graves crimes económicos tinham sido remetidas pelo Ministério Público ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça para validação processual a ministra da Justiça entrou em cena com a subtileza que lhe é peculiar. Primeiro declarou que era preciso mexer na legislação sobre o segredo de justiça (quando as vítimas das violações do segredo de justiça eram outras ela dizia que a impunidade acabou) e logo de seguida "solicitou" à Procuradoria-Geral da República que viesse ilibar publicamente o primeiro-ministro e líder do seu partido, o que a PGR prontamente fez garantindo não existir contra ele «quaisquer suspeitas da prática de ilícitos de natureza criminal».
   
Sublinhe-se que, nos termos da lei (artigo 87, n.0º 13 do CPP), "a prestação de esclarecimentos públicos pela autoridade judiciária" em processos cobertos pelo segredo de justiça só pode ocorrer a "pedido de pessoas publicamente postas em causa" ou então para "garantir a segurança de pessoas e bens ou a tranquilidade pública". Uma vez que nenhum dos escutados (PM e banqueiro) solicitou tais esclarecimentos, os mesmos só podem ter sido "solicitados" e prestados com o nobre intuito de garantir a "segurança" e a "tranquilidade" de todos nós. Mas a PGR foi mais longe e informou que também "foi instaurado o competente inquérito, tendo em vista a investigação do crime de violação de segredo de justiça". Não há como ser zeloso!...
    
Num segundo momento, a ministra da Justiça (que não chegou a vice--presidente do PSD pela cor dos olhos ou dos cabelos) tratou, no maior sigilo, de tomar outras medidas mais eficazes, prometendo aos magistrados que continuarão a usufruir do privilégio de poderem viajar gratuitamente nos transportes públicos, incluindo na primeira classe dos comboios Alfa. Para isso garantiu-lhes (sempre no maior segredo) que o Governo iria retirar da Lei do Orçamento a norma que punha fim a esse privilégio. O facto de o Orçamento já estar na Assembleia da República não constitui óbice, pois, para a ministra, a função do Parlamento é apenas a de acatar, submisso, as pretensões dos membros do Governo, incluindo os acordos estabelecidos à sorrelfa com castas de privilegiados.
   
Mas, mais escandaloso do que esse sigiloso acordo político-judicial é a manutenção para todos os magistrados de um estatuto de jubilação que faz com que, mesmo depois de aposentados, mantenham até morrer direitos e regalias próprios de quem está a trabalhar. E ainda mais vergonhoso do que tudo isso é a continuidade de privilégios remuneratórios absolutamente inconcebíveis num regime democrático, sobretudo em períodos de crise e de austeridade como o atual.
   
O primeiro-ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção, nos cheques-dentista para crianças e - pasme-se - no complemento solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem deslocar-se, alimentar- -se nem fazer a sua higiene pessoal.
   
O primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas, além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em que vão aos respetivos tribunais, ou seja, ao seus locais de trabalho.
   
Se o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar indulgências judiciais.» [JN]
   
Autor:
 
Marinho Pinto.
      
 Gaspar, o magnífico professor
   
«O leitor desculpará a insistência, mas a alegoria do ministro das Finanças sobre a maratona que estamos obrigados a percorrer até chegar ao ponto pintado a vermelho nos gráficos de Vítor Gaspar trouxe-me à memória mais uma genial fábula de Ambrose Bierce. O título da dita é, sintomaticamente, "Economia de forças". Diz a dita, com as devidas adaptações:
  
"Um dia, há muitos e muitos anos, ia o 'Magnífico Professor' a subir pensativamente a 'Montanha do Sucesso', quando se cruzou com um 'Homem Simples do Melhor Povo do Mundo', que ia a descer.
   
O 'Homem Simples do Melhor Povo do Mundo' suspendeu a sua caminhada e interpelou-o:
  
- Se sigo esta direção não é por ter gosto nisso, mas por não ter alternativa. Peço-lhe, 'Magnífico Professor', que me ajude a chegar ao topo.
  
- Com o maior prazer, respondeu lenta e pedagogicamente [num estilo muito idêntico ao do nosso estimável ministro das Finanças], o 'Magnífico Professor', cujo rosto se iluminou com a glória irradiante do seu pensamento.
  
Continuou o 'Magnífico Professor':
   
- Sempre considerei a minha força um dom sagrado, que devo conservar para socorrer os meus semelhantes. Fique, portanto, tranquilo, que eu assumo a responsabilidade de levá-lo comigo até ao topo. Ora ponha-se atrás de mim, e empurre".
   
Ambrose Bierce, nascido em 1842 nos Estados Unidos, foi mestre no uso da sátira, do cinismo e do humor negro. Nada escapava à verve às vezes histriónica, outras vezes a roçar o tétrico deste americano que, aos 71 anos, partiu para o México, onde terá sido morto às mãos do revolucionário exército então comandado pelo famoso Pancho Villa.
  
Não estarei longe de acertar se disser que a maioria dos portugueses adoraria mandar Vítor Gaspar de férias para o México (só com bilhete de ida). Imagens como a que utilizou nas jornadas parlamentares do PSD e do CDS/PP (ou tiradas cheias da mais pura demagogia, como aquela em que o ministro disse estar apenas a retribuir, com os seus préstimos, a aposta que o país nele fez) não revelam apenas falta de jeito para a política, revelam, sobretudo, uma absoluta incapacidade para perceber que o ponto de saturação dos portugueses foi há muito ultrapassado.
  
Vítor Gaspar é, hoje, parte integrante do problema: já não é parte da solução. Tal como o "Magnífico Professor", também o ministro das Finanças assume a responsabilidade de nos encaminhar até ao topo, desde que o povo, à beira do desmaio por exaustão fiscal, se coloque atrás dele e o empurre pela "Montanha do Sucesso" acima. Ocorre que faltam forças ao povo. E foi Gaspar que lhas tirou.
   
Dizia Manuel António Pina no primeiro verso de toda a sua obra: "Os tempos não estão bons para nós, os mortos". E, tragicamente, dizia bem.» [JN]
   
Autor:

Paulo Ferreira.
   
     
 Mais perto da Grécia
   
«O Conselho Económico e Social considera que as metas traçadas pelo Governo na proposta do Orçamento para 2013 são "demasiado ambiciosas", dificultando o regresso aos mercados e podendo conduzir Portugal ao "incumprimento" e a aproximar-se da situação grega. Estas considerações constam do projeto de parecer sobre o Orçamento para 2013 (OE2013), ao qual a Lusa teve acesso, e que será analisado hoje pela Comissão Especializada Permanente de Política Económica e Social (CEPES).
  
De acordo com o documento, elaborado pelo conselheiro Rui Leão Martinho, "a fixação das metas demasiado ambiciosas e com reduzida aderência à realidade, longe de permitir um mais rápido regresso aos mercados, coloca o país perante uma situação de incumprimento reiterado".
   
O CES receia que o país esteja a entrar "num círculo vicioso de recessão e aumento da dívida, aproximando-se da situação grega". O Conselho sublinha que a estratégia de consolidação orçamental se alterou "em seis meses no que respeita à contribuição relativa das medidas do lado da despesa e da receita, refletindo em grande medida a inclusão de um conjunto de medidas substitutivas das consideradas inaplicáveis a partir de 2013 pelo Tribunal Constitucional e visando maior equidade na distribuição do esforço de consolidação orçamental".» [DN]
   
Parecer:
 
O Gaspar não era o melhor aluno da turma?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o incompetente.»
      
 Mais arriscado investir na Grécia do que na Síria
   
«A Grécia apresenta mais risco para o investimento do que a Síria, segundo um relatório anual de diretores financeiros da multinacional de contabilidade e consultoria BDO, noticiou a Associated Press, AP.» [DN]
   
Parecer:
 
E um dia destes sucede o mesmo com Portugal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   
 Hoje vão morrer 5 mulheres com cancro da mama
   
«A cada dia que passa morrem cinco portuguesas vitimas de cancro da mama. São 1800 por ano. A cada dia que passa são diagnosticados 16 novos casos. São seis mil por ano. A prevenção continua a ser a aposta.» [DN]
   
Parecer:
 
Um flagelo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Não se pode fazer mais ou melhor?»
   
 Mourinho: investimento ou publicidade?
   
«A legislação que regula o mercado de capitais obriga a que a intenção manifestada em meados de Setembro por José Mourinho, de investir no aumento de capital do BCP, se tenha mesmo concretizado. Desde o comunicado emitido a 19 de Setembro pelo treinador de futebol que não foi tornada pública a concretização desse investimento.
  
Corria o período de subscrição de novas acções do BCP quando a ‘cara' das campanhas publicitárias do banco entendeu emitir um comunicado, através da empresa que representa o treinador do Real Madrid, em que fez saber a sua intenção de participar no aumento de capital do banco.
  
"José Mourinho vai subscrever o aumento de capital do banco português Millennium bcp", dizia a missiva. O treinador explicava que acreditava no Millennium e "no projecto do banco", não podendo, por isso, "deixar passar esta oportunidade". "Penso que vai ser um bom negócio, pois é um bom investimento", concluía.» [DE]
   
Parecer:
 
Quando o negócio mete esta gente do BCP tudo pode ser.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se a Mourinho que demonstre que investiu mesmo no banco em que este modesto Jumento só investiria se estivesse doido.»
   
 O ajustamento não estava a correr às mil maravilhas?
   
«A probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa num horizonte de cinco anos subiu ao final da manhã para 35,81%, segundo dados da CNA DataVision. Está a uma distância de menos de meio ponto percentual do risco da dívida ucraniana (36,25%). A Ucrânia encontra-se na 6ª posição e Portugal na 7ª no "clube" dos 10 países com alto risco de entrarem em bancarrota.
   
O risco subiu pois o custo dos credit default swaps - derivados financeiros que funcionam como seguro contra o risco de incumprimento - ultrapassou a barreira dos 500 pontos base, considerada uma linha vermelha. Ao final da manhã o custo dos cds está em 502,57 pontos base.
   
As yields das obrigações do Tesouro no mercado secundário continuam acima de 8%, estando ao final da manhã em 8,11%, segundo dados da Bloomberg. O chefe de Missão do FMI para Portugal estabeleceu o limiar dos 7% como o nível mínimo abaixo do qual se pode colocar a possibilidade de "regresso aos mercados".» [Expresso]
   
Parecer:
 
A mentira tem perna curta.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o ministro incapaz.»
   
 Sindicalistas dos TSD (PSD) aderem à greve geral?
   
«O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) anunciou hoje uma greve dos trabalhadores da Administração Pública a 14 de novembro, o mesmo dia da paralisação convocada pela CGTP contra as medidas de austeridade.
   
Em comunicado, o STE adianta que os seus associados se pronunciaram "por larga maioria" a favor de uma greve nacional, "porque não é possível continuar a assistir sem agir ao delírio de medidas penalizadoras de quem trabalha e, de modo especial, de quem trabalha na Administração Pública, com uma incompreensível sanha persecutória".» [Expresso]
   
Parecer:
 
A coisa está a ficar preta.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns por esta adesão ao presidente do PSD, o camarada Pedro Passos Coelho, o homem de Massamá.»
   
 Seguro faz um manguito a Passos
   
«Com o Orçamento do Estado (OE) para 2013 a ser discutido e votado na generalidade esta terça e quarta-feira, o secretário--geral socialista ensaiou já o que vai ser o discurso que vai dizer ao governo sobre o OE, mas também sobre a sexta revisão do Memorando de entendimento que obriga o executivo a preparar um plano de redução da despesa estrutural em quatro mil milhões de euros até 2014. “Fizeram as vossas escolhas, definiram as vossas estratégias, executaram-nas, juraram que iria dar certo e que não havia alternativa, fizeram cinco actualizações do Memorando sem terem em conta o PS, enviaram documentos para Bruxelas sem discussão prévia e nas nossas costas, não actuaram na Europa como deviam e quando deviam, desbarataram o consenso político e social e agora é que se lembram de nós?”, questiona Seguro na mensagem aos militantes do PS.
   
Ao contrário do que vinha a acontecer desde que foi eleito, ao repto lançado pelos vários ministros e pelo próprio primeiro-ministro para que o PS se junte ao governo na definição dos cortes na despesa que implica uma revisão do que são as funções do Estado, Seguro foi rápido a responder. O mesmo tinha aliás acontecido quando assumiu logo que os socialistas votariam contra o Orçamento do Estado para 2013. Depois de se libertar das amarras do Memorando – repete constantemente que o governo está a ir além do programa e na carta aos militantes lembra que Passos já fez cinco revisões ao documento e que em nenhuma contou com o PS –, Seguro sente-se mais livre para cortar com o governo. “Não peçam ao PS para dar a mão a este governo e a esta política”, diz. E explica porquê: “Não somos autores, nem seremos cúmplices desta política de austeridade”.» [i]
   
Parecer:
 
A resposta que Passos merecia, ele que se desenrasque, ele mais o incompetente que era um bom aluno.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se e acrescente-se à resposta um ruidoso "e vai à bardamerda!".»
   
 O Rabaça aconselhou o outro Rabaça
   
«Na hora da despedida da Assembleia da República, Francisco Louçã, fundador do Bloco de Esquerda, fez esta manhã algumas revelações aos microfones da TSF. Disse que há vinte anos que não estava com Vítor Gaspar, seu primo direito, mas que ainda o aconselhou a não aceitar o convite para ministro das Finanças porque o esperava uma "alhada monumental".
  
"Nos últimos 20 anos nunca me tinha cruzado com ele a não ser uma semana antes dele ser escolhido para o Governo, onde nos encontrámos no aniversário de um tio e falámos sobre isso, recomendei-lhe que se fosse convidado não se metesse nessa alhada monumental, agora é Portugal que está numa alhada monumental. Eu não vou misturar questões pessoais com questões políticas".» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Estes Rabaças são teimosos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 As coisas que o FMI conclui
   
«O aumento das contribuições sociais a pagar pelos trabalhadores e a subida dos impostos sobre o rendimento são prejudiciais para o crescimento no longo prazo, conclui um estudo de dois economistas publicado pelo departamento de assuntos orçamentais do FMI.
    
Um artigo preparado por dois economistas - Santiago Acosta-Ormaechea e Jiae Yoo - e publicado para discussão pelo Fundo Monetário Internacional, liderado por Christine Lagarde (com o tradicional aviso que se trata de um artigo para debate e que não representa necessariamente a visão do fundo), realizou uma análise abrangente sobre os efeitos da composição dos diferentes impostos e o seu impacto no crescimento.
   
As principais conclusões dos economistas são: aumentar os impostos sobre o rendimento enquanto se reduz a tributação sobre o consumo e a propriedade tem um impacto negativo no crescimento; em sentido inverso, um aumento da tributação sobre a propriedade e redução dos impostos sobre o rendimento têm uma "associação positiva e robusta com o crescimento".
   
Os autores fazem questão de destacar que, entre os impostos sobre o rendimento os que têm efeito mais negativo sobre o crescimento económico (a medida usada para comparação no estudo é o PIB per capita) são mesmo as contribuições para a Segurança Social e o IRS, tendo o IRC uma expressão mais reduzida.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Mas parece que insiste em que Portugal seja sujeito a experiências conduzidas por extremistas de direita.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»