sexta-feira, setembro 30, 2022

ÓH SENHOR PRESIDENTE...



Agora que pensava que tínhamos um presidente todo chique que até vai à missa com motorista, vestido com fato e gravata e com direito a lugar reservado porque porque por inerência de funções deve ser o munícipe que fica mais perto d Deus, até já começava a ter alguma simpatia por si. Já sentia falta de um presidente com camisa GANT e bem penteado.
Mas confesso que fiquei desiludido, se ainda aceito que se apresente em fotografias oficias agarrado à colega vereadora vestido de ceroulas brancas já não entendo como é que um progenitor orgulhoso vai a um juramento de bandeira na Escola Naval, instituição que bem conheço e que se reveste de uma grande dignidade, se apresenta de forma tão desastrada.
Todos percebemos que se farte de jantar no passadiço, em sucessivos almoços sociais, correndo o risco de um dia não conseguirmos ver o Babitão atrás dele. Mas talvez seja boa ideia mandar alargar os casacos, pois na foto ate parece uma grávia de seis meses a usar um blazer anterior à gravidez.
Deve ser chique ir a uma cerimónia solene na Escola Naval vestido informalmente, como se fosse o Dia da Espiga, mas francamente ... já que não levou uns sapatinhos mais bem composto ao mesmo podia ter usado um paninho e um pouco de graxa, já que com aqueles sapatos descuidados e a barriga a sair do blazer mais parece um caga milhões da feira da praia.
Já que paga uma fortuna ao Xolim para lhe escrever os discursos, bem podia alargar as competências do seu assessor, tornando-o conselheiro no vestuário, já que a Paula Bobone já se reformou. Olhe que o rapaz até se veste a rigor.

quinta-feira, setembro 29, 2022

AUTOS DE FÉ DEMOCRÁTICOS



Nunca fui simpatizante ou admirador de Duarte Lima, não gostei dele como político e do pouco que sei dele como pessoa nunca o teria como amigo e até evitaria tê-lo como mero conhecido. Se cometeu crimes deve assumir a responsabilidade por eles e coo político que teve no topo do poder nos tempos de Cavaco Silva não deve ter perdão, porque os políticos em quem confiamos e a quem atribuímos poderes que um cidadão comum não tem, devem responder exemplarmente pelos crimes que cometem.

Mas não me move qualquer ódio pelo ser humano e não sinto qualquer prazer por o ver preso, da mesmo forma que  não sinto qualquer dor por saber que está preso. Cumpre aquilo que a lei prevê e ponto final. Mas a lei não permite a pena do achincalhamento público e desde o tempo em que acabaram os pelourinhos ou os autos de fé que a humilhação e o espetáculo público deixaram de ser instrumentos da justiça.Por isso senti vergonha ao assistir ao espetáculo da “reprisão” de Duarte Lima. Se a lei impede que a detenção seja feita num local privado e tem que ser uma detenção à porta da prisão, como vi há poucos minutos na TV e em direto, não posso aceitar que seja detido com microfones junto da boca do agente da autoridade que está a executar o mandato de detenção, o que sugere a presença de jornalistas junto dos agentes da autoridade, junto à porta da orta do estabelecimento prisional, por onde iria sair o político.

Como democrata e defensor de uma sociedade moderna senti repulsa por aquilo que vi e sinto alguma vergonha por isto suceder na democracia que tanto custou a muitos conquistar. Se é assim que lei determina, então que se mude a lei porque nenhum preso, nem ser for alguém que detesto , deve perder o seu direito a ser tratado com dignidade.

segunda-feira, setembro 19, 2022

TIRAR UMA SELFIE DE PERNAS PARA O AR

 


Se há tema que merece um debate sério e com o envolvimento dos portugueses, para que os partidos sintam que o que propõem e votam tem em com sideração a opiniões dos seus eleitores, é o regime de pensões.
Não entendo, pois, por que motivo o primeiro-ministro decidiu dispensar-nos de pensar sobre o nosso futuro, transformando aquilo que parece ser uma reforma encapotado do regime de pensões num falso pacote de caridade institucional, para compensar o aumento brutal do custo de vida, transformando uma pequena parte do aumento das receitas fiscais em gorjeta social.
Este é um bom exemplo de como neste país a política desapareceu, dando lugar a selfies e a golpes de comunicação. Só que desta vez as coisas correram mal ao “rei das selfies” e ao primeiro-ministro, Um prometeu antes do verão que em setembro apresentaria um pacote de medidas sociais, o outro não perdeu tempo a elogiar as medidas.
Depois foi a cacofonia comunicacional a que assistimos, primeiro era um aumento, depois era preciso assegurar a sustentabilidade do sistema de pensões, a seguir multiplicaram-se as entrevistas para sugerir que ninguém perdia. Só ninguém explicou se com este momento de generosidade do primeiro-ministro o rendimento anual dos pensionistas ia aumentar ou diminuir ao longo dos próximos anos.
Não custaria nada ao primeiro-ministro em vez de se desdobrar em comícios encenados ou em entrevistas combinadas, apresentar as contas com um exemplo numérico. As tais contas que o o Presidente da República diz que precisa de ver. Coitado, primeiro aprovou e depois deu uma cambalhota e tirou uma selfie de pernas para o ar.

Enfim, começa a parecer-me que Passos Coelho e António Costa são mesmo muito diferentes. O primeiro tirava uma chouriça e prometia que um dia todos receberíamos um porco. O segundo dá-nos um chouriço mas esquece-se de dizer que depois teremos de lhe dar um porco.

sexta-feira, setembro 09, 2022

A MORTE DA POLÍTICA




A política morreu, aquilo a que se assiste hoje não já é política, não há qualquer debate sério sobre o assunto que diz respeito aos portugueses. Dantes, os responsáveis políticos procuravam afirmar-se pela defesa das suas propostas, por menos importante que fosse o assunto as decisões eram discutidas antes ou depois de serem tomadas com debates políticos.

Agora, em vez de debate política assistimos a truques de comunicação, os políticos vendem as suas propostas como se estivessem a vender manteiga, em vez de provarem que a manteiga é feita segundo as mais rigorosas medidas de qualidade, tentam convencer-nos que é um produto maravilhoso e se for necessário até nos convencem que podemos barrar o pão à vontade, porque não só a sua manteiga é uma maravilha como não tem gordura e ainda consegue eliminar os hidratos de carbono da farinha de trigo com que foi amassado o pão.

Não importa o pensamento politico ou que este não passe do cantar de um galo de um catavento, se os portugueses preferirem o político porque tiram muitas selfies ao lado dele, então em vez de propormos soluções, tiramos fotos a toda a gente. O português comum adora tirar selfies ao lado do Presidente e este não perde a oportunidade de tirar selfies ao lado de todos os que ganham notoriedade com medalhas ou de qualquer forma que conquiste a simpatia dos eleitores.

O que importa já não é a qualidade das políticas, se for necessário recorre-se à manipulação de forma a que um corte de rendimento seja apresentado como uma medida tão caridosa que convenças os eleitores menos incautos. É óbvio que nem todos são assim tão descuidados mas a verdade é que entre os votos dos ignorantes e os votos dos enganados ganham-se as maiorias.

Não se diz o que se pensa ou o que na verdade se decide, mas sim aquilo que vai de encontro ao que a maioria quer ouvir. É aqui que reside esta nova forma de fazer política, em vez de debates sérios assistimos a golpes de comunicação, não admirando que se contratam jornalistas ao preço dos presidentes da República.

A política está a ser substituída por mensagens mais ou menos manhosa, ninguém diz a verdade mas sim o que se julga que os portugueses gostam de ouvir. É o reino do populismo, ainda que haja por aí quem só consiga ver populismo no discurso do lide do Chega. Esperemos que um diz destes não se arrependam pois ao eliminar a seriedade na política estão a escancarar as portas à extrema-direita. E se este populismo fino destruir qualquer forma de oposição democrática, conduzindo o debate à bipolarização entre quem parece querer a mexicanização do poder e a extrema-direita, quando os portugueses perceberem que, afinal, nem tudo está bem, será o André Ventura o grande beneficiário desta forma sinistra de fazer política.

quinta-feira, setembro 08, 2022

[DE VOLTA]

 




Depois de algum tempo a "andar por aí" estou de volta à intervenção no debate político, agora com ainda mais independência.

Quando digo com "ainda mais independência" isso significa que colocarei aqui as minhas opiniões e quem quiser que não leia. Quem espera ler aqui uma versão asinina de posições partidárias, sejam as do poder ou dos partidos da oposição, está enganado. Quem procura ler aquilo que corresponde ao que pensa sugiro que procure o conforto político e ideológico do Portugal Socialista, do Povo Livre, do Avante, do Luta Popular, ou de qualquer uma das muitas "vozes do povo".

Aqui escrever-se-á o que se pensa sem albardas ou cangas de qualquer tipo.

Nem não ficar agradado pode recorrer à piada que mais li nesta página, aproveitem o nome do blogue e não precisarão de muito esforço na busca de adjetivos.