terça-feira, dezembro 03, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Marcelo Rebelo de Sousa


O Presidente da República explicou que não esteve com Greta Thunberg porque não queria que o acusassem de aproveitamento político. Qual aproveitamento político? Não se percebe bem, até porque a Suécia é uma monarquia e Marcelo não iria ganhar muitos votos por aquelas bandas.

A verdade é a presença de Greta Thunberg não é bem recebida por muita gente e por grandes interesses económicos do nosso país. Neste caso era mais a causa que ganhava com Marcelo, do que Marcelo a ganhar com mais uma selfie, desta vez ao lado de uma jovem que é tão atacada por certos meios.

Bem esperemos que Marcelo seja coerente e isso significa que só o voltaremos a ver na mensagem de Natal e, depois disso, no dia 25 de abril.

domingo, dezembro 01, 2019

CONFUSÕES NOS PARTIDOS




A não ser no BE onde a luta pelo poder não se faz sentir, no LIVRE porque havendo só um militante não há divergências e no PCP porque por definição há menos divisões do que na Conferência Episcopal há sinais mais ou menos óbvios de que os diretórios partidários andam muito agitados, uns porque o cheiro a palha anima as hormonas e noutros porque o medo de perderem, a palha dá-lhes para darem coices.

Até mesmo no PCP as coisas nem sempre são claras pois se o putativo candidato nas suas amenas cavaqueiras com o Mendes e o Pires descuidou-se a defender uma Gerigonça, logo na Assembleia Municipal seguinte o Zé Cruz pôs ordem na casa, usou o órgão municipal como sala de imprensa da sede (perdão, do centro de trabalho) do partido e fez uma daquelas declarações políticas que faz dele um mini Jerónimo de Sousa. Afinal o PCP quer a presidência da autarquia e os outros que os apoiem se quiserem.

No PSD começa-se a prever que o cantor deve estar a dar-se mal com o negócio da música e apesar de arruinada a autarquia ainda tem uns trocos, como podemos ver pelas fotos das viagens de turismo institucional que vamos vendo na rede, ainda hoje o Luís Romão fez fotografar junto de duas raparigas jeitosas, enfim, esperemos que não comecem a mandar cartas anónimas, porque alguém vai sugerir que é obra do LdF. Tudo o que em VRSA é anónimo, com exceção dos donos do Grand House é do LdF.

A dúvida está em saber que o Luís consegue passar por cima dos muitos quilos dos Ciprianos e é candidato pelo PSD ou se optar por pedir boleia ao Chega, como muita gente sugere, já que é visível a relação simpática entre o Mendes e o traste da extrema-direita oportunista.

No PS o espetáculo começa a ser divertido, agora que o Eng Murta parecia ter desaparecido e estavam a estender a passadeira rosa para o putativo candidato eis que surge a Super Sónia e quem assiste às reuniões da Assembleia Municipal fica a pensa que a senhora é a presidente do PS. Até se diria que depois de ter falhado em, Castro Marim e em faro, a senhora lá conseguiu oq eu quer em VRSA e há um sério risco de o PS passar a ser a sigla de Partido da Sónia.

Enfim, enquanto seria de esperar que esta gente procurasse soluções ou governasse com competência eis que os que governam governam-se e os da oposição fazem oposição à oposição.

POUCA SORTE




Não sendo a terra maravilhosa que é para os mais afortunados, Vila Real de Santo António não deixa de ser graças ao clima e à sua posição geográfica uma das terras que oferece melhores condições para viver. E se é fácil viver melhor seria se a terra tivesse tido sorte com as suas elites, sejam económicas ou políticas.

A sorte que tivemos com a geografia não tivemos com os dirigentes, exceção feita para o seu fundador e para os investidores que asseguraram ao concelho uma imagem de progresso que durou até finais de anos 70. Desde então temos assistido a uma decadência que não foi travada pelo crescimento do turismo ou por alguns negócios de ocasião gerados pelas vantagens comparativas em relação a Espanha, que geram numerosas oportunidades de negócios.

A última geração de industriais das conservas ou não conseguiram renovar as ambições industriais do concelho ou preferiram fazê-lo noutras paragens. O turismo que nasceu sob o signo da ambição, com a construção do Hotel Vasco da Gama, acabou por ir perdendo qualidade e agora surgem empreendedores anónimos promovidos por concursos camarários a que concorre um único interessado com um capital de 15.000!

Mas se as elites industriais e comerciais não estiveram à altura das possibilidades oferecidas pelo concelho, a verdade é que os vila-realenses não foram exigentes para com os diretórios políticos locais, capítulo em que o concelho nunca teve grande sorte. Os vila-realenses escolheram sucessivas lideranças autárquicas sem grande visão na última década e meia escolheram mesmo alguém que pada e meia escolheram mesmo alguém que quase destruiu a terra e parece querer voltar para destruir o que ainda está de pé.

Vila Real de Santo António merecia melhores industriais, melhores comerciantes melhores políticos locais, mas também merecia que os seus eleitores fossem mais criteriosos e em vez de fazerem como alguns políticos que governam segundo interesses, votassem sem pensar em benesses e envelopes. A margem para mudar este estado de coisas é cada vez mais pequena e mais uma escolha desastrosa e as consequências não apenas ainda mais ruína, o mais provável é que4 o concelho deixe de se é que o concelho deixe de se viável.

quarta-feira, novembro 27, 2019

JUMENTO DO DIA


   
João Pedro Matos Fernandes, ministro da moral pública


Desde que a senhora do Banco Alimentar Contra a Fome disse da sua justiça sobre o comportamento dos pobres, dando o exemplo  do rigor que colocava na educação dos seus filhos, que não se ouvia uma personalidade pública dar lições ao povo, como sucedeu com a intervenção do ministro do Ambiente a propósito do Black Friday.

Como o comércio não é um dossier do seu ministério, parece que o ministro sente que por pertencer a um governo está em posição de dar lições paternalistas ao país em matéria de consumo. Não sabemos que a criatura está concorrendo com o seu colega que tem o dossier do comércio ou mesmo com Marcelo Rebelo de Sousa que tem sido uma espécie de mestre-escola da Nação, dando lições dos mais diversos tipos ao país a um ritmo quase diário.

Depois da senhora do Banco Alimentar e do Professor Marcelo,  só nos faltava que viesse o senhor ministro do Ambiente dizer-nos o que podemos comprar ou deixar de comprar no Black Friday. Daqui a uns tempos vai pronunciar-se sobres os saldos e não me admiraria se começasse a dedicar uma intervenção semanal às promoções dos diversos supermercados.

terça-feira, novembro 26, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna

Desde que um senhor a quem deram o nome de Adalberto chegou a ministro e decidiu atirar o odioso de tudo o que se passava no Sistema Nacional de Saúde para as costas do ministro das Finanças, que Mário Centeno passeou a ser o saco de boxe. A culpa não era da incompetência de nenhum ministro, o culpado de todos os males era o Centeno.

Isto não deixa de ser irónico, um dos poucos ministros competentes do governo e a quem todos os outros incluindo António Costa devem o lugar, passou a pagar por todos os pecados governamentais. A forma mais fácil de atirar as culas para as costas dos outros é dizer aos jornalistas e partidos da oposição que tudo está parado no gabinete de Mário Centeno.

É evidente que nenhum ministro dá cara pelas informações relativas a processos que correm os seus trâmites governamentais, há sempre uma quebra de sigilo oportuna da qual sai um ministro desculpado e outro, o Mário Centeno, condenado. Desta vez o Mário Centeno é culpado de não serem admitidos novos soldados da GNR e, portanto, tudo o que de mau possa suceder em matéria de segurança é responsabilidade do Centeno. Neste caso o ministro que não é culpado e será a vítima das maldades de Mário Centeno, é, mais uma vez, um dos ministros fraquinhos do governo, uma personagem que só Deus saberá porque não foi fazer companhia à esposa.

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segunda-feira, novembro 11, 2019

O XARABANECO




Quem tivesse distraído e ligasse a televisão neste fim de semana pensaria que estava a festejar-se uma espécie de Halloween político dedicado ao governo de Passos Coelho. Primeiro foi o morto vivo dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, a aparecer a dar uma entrevista, uma forma de tornar público que acabava de ressuscitar. No domingo abriram as portas do cemitério do governo de Passos Coelho e foi o que se viu na apresentação do Monte de negro, só lá faltava o Cavaco Silva.

Nunca a apresentação de um candidato à liderança do PSD foi tão claro quanto às ideias, propostas e gente para governar, aliás, tudo aquilo foi perda de tempo e de dinheiro, o candidato não passa de um xarabaneco. Tudo aquilo não passou de uma peça de um teatro de xarabanecos e até lá estava o próprio Passos Coelho, mas como era ele a manipular os xarabanecos não era visível, por estar atrás da cortina.

Estava lá o xarabaneco do grupo paralemntar, a xarabenca das finanças e vários outros xarabanecos do governo de Coelhos, defuntos da nossa vida política ressente, que ganharam vida neste Halloween fora de época, graças a esta encenação de xarabanecos.

Mas se tudo aquilo foi ridículo não deixa de ter alguma utilidade, os portugueses sabem agora que há um PSD que quer acabar a obra inacabada de Passos Coelho, quer voltar a cortar nas pensões, voltar a cortar nos vencimentos do Estado e aplicar o mesmo corte dos trabalhadores do privado. Voltou a ladainha das duas legislaturas e são não disseram o que defendem porque todos os sabemos.

Este regresso de Passos Coelho escondido atrás do xarabaneco que era líder parlamentar tem muito de positivo e se Rui Rio for derrotado o governo de António Costa tem muito a ganhar. Desde logo porque o PCP e o BE percebem que ainda não é tempo de derrubar um governo do PS e que o cenário do passado se repete, se o derrubarem terão de enfrentar a política de Passos Coelho. E o Presidente da República dificilmente sonhará com a hipótese de usar o segundo mandato para ajudar o PSD a regressar ao poder.



sexta-feira, novembro 08, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República


O triste espetáculo proporcionado por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, a proposto da criança recolhida no contentor de papel justifica o relançamento da rubrica do Jumento do Dia. Desta vez o populismo, o surf nas notícias, o aproveitamento da miséria social pelo político Marcelo Rebelo de Sousa foi longe demais e só pode ser entendido se o Presidente da República imagina ser possível ter mais votos numa democracia que os monarcas da dinastia Kim conseguem na Coreia do Norte.

O PR interrompeu a sua agenda para aparecer ao Aldo do sem abrigo e com a jornalista da CMTV a recolher imagens implica montar a situação. Alguém procurou o sem abrigo, disse-lhe que o PR ia vê-lo e de seguida combinou com pelo menos uma televisão para lá estar. Estava tudo bem enquadrado e iluminado, o sem abrigo de um lado, o PR do outro, o buraco amarelo do contentor no meio, mais o micro da CMTV e uma jornalista que o agarrava em silêncio ao mesmo tempo que ouvia um diálogo, que mais parecia uma entrevista do comentador Marcelo armado em jornalista, fazendo perguntas e quase sugerindo as respostas.

Foi deprimente demais para ser verdade, uma péssima atuação presidencial, um jornalismo bacoco e uma exposição miserável de um sem abrigo como que a apelar á generosidade nacional e à cunha no SNS para que o senhor seja operado com urgência. Não é difícil de adivinhar que na segunda-feira já a ministra da Saúde terá posto um assessor em contacto com a Presidência da República para saber o telefone do sem abrigo, a fim de combinar a cirurgia.

E a jovem mãe de 22 anos que fez o parto no chão de uma rua, a meio de uma noite fria e húmida, muito provavelmente sem a ajuda de alguém, quase de certeza cortando o cordão umbilical com uma faca suja? Será que o Presidente que se preocupa tanto com os sem abrigos se preocupou com ela?

O que terá levado uma jovem de 22 anos a ser sem abrigo, a partir só no chão de uma rua de Lisboa no santo ano de 2019? Será uma mera assassina como a tratou um Ministério Público que a prendeu a meio do dia e o juiz que a mandou logo para a cadeia?

Pois é, perguntar o que levou uma jovem portuguesa a este extremo não dá votos nos tempos que correm, nisto não parece haver grande diferença em relação ao Chega, o populismo tem destas coisas. Mas a seguir à criança não há mais nenhuma vítima, apenas há um herói útil para engrandecer a imagem presidencial?

Obrigado senhor presidente, a assassina está presa, o herói tem casa e vai ser brevemente operado, a criança será entregue ao cuidado de uma família cheio de amor e todos podemos começar a preparar as filhoses para o natal, o país nunca foi tão feliz e graça ao Marcelo podemos voltar a viver tranquilos.

segunda-feira, outubro 28, 2019

ESTÃO BEM UNS PARA OS OUTROS


Não há qualquer diferença entre ir à Assembleia da República fazendo-se acompanhar de um homem vestindo saias ou defender a redução de deputados, são duas formas, uma mais original do que outra, de chamar a atenção. É-me tão indiferente o que diz um ou o que vestem os outros, são formas populistas de fazer palhaçada.

Neste momento os amigos do senhor que usa saias vociferam contra a entrada da extrema-direita no parlamento, enquanto os do Chega brincam com piadas sobre a utilização das saias. À esquerda multiplicam-se os se mostram indiferentes às saias e vomitam contra a entrada da extrema-direita no Parlamento, enquanto na direita já se esqueceram do PAN e agora diabolizam o Livre.

O populismo é assim, nem o país fica rico de diminuírem os deputados, nem fica mais democrático se todos acharmos normal os homens desatarem a andar de saias, desde que não seja o Castelo Branco a fazê-lo é algo de democrático, senão mesmo de revolucionários. Um 25 de Abril na indumentária.

E em vez de estarmos a discutir os problemas do país parece que o tema é a altura das saias ou se os sapatos combinavam bem com o resto ou se para se sentar o deputado do Chega tem ou não de se roçar na sua colega do CDS que até bem mais gira vestindo fato de macaco do que o assessor do Livre, mesmo que se apresente de bikini.

Estão bem  uns para os outros, a extrema-esquerda e a extrema-direita promovem o circo, chamando a atenção para os seus e em vez de discutirmos problemas importantes que deviam ser resultado do trabalho parlamentar, discutimos o acesso dos deputados aos lugares ou as majorações de tempo com que se deve compensar a gaguez.

quarta-feira, outubro 23, 2019

SEM O BOMBO DA FESTA NÃO HÁ FESTA


Desde os tempos em que Miguel Cadilhe informou o país de que haviam 150.000 funcionários públicos a mais e Cavaco Silva criou listas de disponíveis com vista ao seu despedimento que todos os males dos país são provocados pelos funcionários públicos. De vez em quando andam distraídos, com ciganos, africanos, gays, gagos e obstetras mas rapidamente voltam ao mesmo, o bombo da festa é sempre o funcionário público.

Não há nada em Portugal que não desague no Estado e todos os incidentes e crises, sejam financeiras ou da saúde, depressa alguém prova por dois e dois que a responsabilidade é do Estado e não tarda um qualquer político descobre logo que tudo se resolve com mais umas pancadas no bombo.

Ganham demasiado, a média salarial de médicos e de engenheiros é maior do que a média se salários na fábrica de parafusos? Cortam-se nos vencimentos, congelam-se aumentos e promoções. É preciso mais dinheiro para a Saúde? A solução é óbvia, aumentam-se os horários de trabalho, exigem-se mais consultas por hora, multiplicam-se os truques para aumentar a produtividade.

O modelo deu resultado, mas está sucedendo ao Estado o mesmo que sucedeu ao burro que se habituou a viver sem comer. Descobre-se que o vencimento de um professor não dá para pagar duas rendas de casa mais os transportes para as deslocações, que os médicos estão cansados com tantas horas e urgências, que os enfermeiros estão a ir-se embora, que em muitos serviços do Estado a maioria dos funcionários estão à beira da reforma.

Depois de quase trinta anos de festa em que se entretiveram a bater no bombo chega-se à conclusão que o bombo está à beira de rebentar e sem bombo deixa de haver festa. Mais um par de anos deste oportunismo político, deste processo de difamação dos funcionários públicos e iremos ver muita gente pagar com língua de palmo o ter andando a encontrar falsos culpados e falsas soluções.

Os serviços de urgências fecham porque faltam médicos jovens, os pais manifestam-se nas escolas por falta de polícias ou de funcionários auxiliares, os alunos estão sem aulas por falta de professores, os emigrantes não se legalizam por falta de recursos humanos no SEF, é impossível renovar o cartão do cidadão porque nos registo não há quem o faça. Um pouco por todo o lado o Estado rebenta. Afinal o burro precisava mesmo de comer.

terça-feira, outubro 22, 2019

PERCEBERAM OU É PRECISO FAZER UM DESENHO?


Depois de alguns comentários de amigos decidi ir ver o programa “Sexta às 9”. Tenho de confessar que não vi o programa até ao fim, antes da entrevista propriamente dita não vi nada de ilegal ou qualquer fato relevante que se pudesse acrescentar ao que já se tinha divulgado e que não passavam de insinuações.

Mas valeu a pena ver a primeira parte, onde o ex-presidente da autarquia Nuno Cardoso fez de conta que recebeu um telefonema que não estava à espera, dando uma entrevista telefónica dizendo coisas que certamente a jornalista ouvia pela primeira vez. A entrevista deu para perceber alguns pormenores que desconhecia e deu para perceber o que estava em causa.

A tal empresa que tinha sido criada era afinal o resultado de uma divisão entre sócios e o que estava em causa era uma tentativa de impedir uma decisão governamental com argumentos que habitualmente cabe aos tribunais dirimir. E onde entra essa personagem de nome Nuno Cardoso? É um homem bondoso, amigo do seu amigo e tendo de um lado um amigo empresário e do outro um amigo político decidiu, num gesto de generosidade, ajudar os dois. No meios de tantos milhões eis que temos uma alma bondosa que acorreu a Lisboa mais o seu amigo empresário, numa tentativa de salvar o seu amigo político e ex-aluno. Tanta bondade é coisa rara no nosso meio político.

A própria jornalista foi sensível ao gesto pois repara que o governo tomou uma decisão a favor de um sócio que se fazia acompanhar de alguém do PS, mas não reparou que estava produzindo uma notícia tentando favorecer o outro sócio que também se fazia acompanhar de alguém do PS, igualmente um ex qualquer coisa do poder. Tem os de um lado uma empresa perigosa e um político oportunista, do outro lado um sócio bom e um senhor cheio de generosidade, no meio e quase a afogar-se nos muitos milhões estava uma jornalista generosa que decidiu quem tinha razão e colocou a televisão ao serviço do sócio bom.

Temos portanto um sócio malandro, um político oportunista, uma jornalista justa, um sócio bom e um senhor movido a generosidade ilimitada para com os seus amigos.
Perceberam?

Um conhecido político e governante do PSD, já retirado da vida política, costumava dizer que há os amigos, os inimigos e os gajos do partido que são os piores. Este caso ilustra bem essa opinião. Apenas acrescentaria que com gente bondosa como vimos neste processo quase fico a admirar os mais velhacos.

Agora conto-vos outra história: um empresário que perdeu um litígio num negócio sabendo que o governo é de um determinado partido procurou alguém influente que conhecesse bem o ministro. Depois foi combinar a estratégia, marcou-se uma reunião com o ministro muito à pressa, sabiam que a decisão que queriam contraria estava por dias e era preciso impedir. Qual o argumento: cuidado porque há aí confusão entre sócios zangados. Falhada a tentativa havia uma única esperança, impedir a nomeação do secretário de Estado promovendo um escândalo. Isso era trabalho para um jornalista de investigação, lançava-se a suspeita de corrupção num primeiro programa, se não fosse suficiente fazia-se um segundo programa, já com a personagem mistério, que para justificar o serviço teria de dar a cara.

Pronto, o desenho está feito para o caso de não terem entendido. E assim se faz política, negócios e jornalismo em Portugal.

segunda-feira, outubro 21, 2019

O FRETE


Apesar da simpatia e confiança que deposito em João Galamba confesso que não me dei ao trabalho de me inteirar sobre o conteúdo do suposto caso que foi criado. Houve quem se tivesse queixado de que a interrupção do programa da RTP foi intencional e para proteger o Governo, mas a verdade é que a questão não existe e na campanha eleitoral já os magistrados do MP se tinham antecipado.

Pelo pouco que sei do processo este não tem substância e foi lançado apenas com um intuito, o de reverter uma decisão em que a intervenção de um governante recém nomeado foi diminuta. É óbvio que há grandes interesses envolvidos e isso significa que os muitos milhões que uns ganharão, foram perdidos por outros. Estando tantos milhões em causa e não havendo fórmula jurídica para reverter o processo, importaria lançar uma campanha para criar um caso político.

A intenção era clara, criando um escândalo que impedisse a recondução de João Galamba no cargo de secretário de Estado poder-se-ia inverter o processo, com o sucessor a revogar as decisões anteriores, dando esperança aos até aqui. O esquema é fácil de montar, há governantes anteriores envolvidos no processo, diretores-gerais ansiosos por se vingarem da destituição e até funcionários a fazer de toupeiras.

É fácil recolher matéria insidiosa capaz de fundamentar notícias e como em Portugal não há vacinas contra a corrupção, tanto de pode comprar políticos como jornalistas, aliás, estes até são mais baratos pois ganham mal e são menos vigiado. Estando muitos milhões em causa é possível comprar políticos para falarem mal de outros políticos, advogados e informadores.

Agora que os secretários de Estado já foram propostos ao Presidente da República veremos se há mais matéria ou se a Felgueiras dá o caso por encerrado se se dedica a um qualquer outro frete que lhe tenha sido encomendado.

quinta-feira, outubro 17, 2019

ERA DE ESPERAR


“Ministra do Mar fora do Governo? Não percebo nada disto! Afinal quem 'faz acontecer' e apresenta resultados é retirado do jogo? O mais importante devia ser a competência e o trabalho apresentado e não as relações familiares. Da nossa parte, um agradecimento muito especial à Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, pelo empenho na defesa da nossa causa e pela responsabilidade a nós atribuída. Vamos fazer tudo para levar o barco a bom porto."

Este é o texto de um post colocado esta quarta-feira no Facebook por uma ativista ambiental da ilha da Culatra (Algarve). Um texto em que se crítica o primeiro-ministro pelo facto de não ter reconduzido Ana Paula Vitorino no cargo de ministra do Mar. E que, cerca de uma hora depois de ter sido colocado online (em modo aberto), foi partilhado na mesma rede social (e também em modo acessível a todos) por Eduardo Cabrita, marido de Ana Paula Vitorino - e que Costa reconduziu como ministro da Administração Interna.” [DN]

Como era de esperar a ex-ministra do Mar não gostou nada de ser substituída e logo apareceram apoiantes, curiosamente de Olhão, reino do seu file escudeiro José Apolinário, fazendo comentários em defesa da sua grandiosa obra, que o seu querido e doce marido se apressou a partilhar no Facebook.

A pobre senhora não percebe porque motivo foi dispensada e reage com bazófia, dizendo que com ela a economia do mar duplicou o peso. Isto é, sem lhe conhecermos grandes medidas eis que por sua obra e graça a economia do mar duplicou. Não foi a globalização que favoreceu o porto de Sines, não foi o crescimento das exportações que aumentaram o m0vimento de todos os postos, não foram os investimentos públicos e privados, que se realizariam mesmo sem ela, que promoveram o crescimento económico do setor, foi o seu brilhantismo.

Se calhar este crescimento resultou de obras como a sua visita técnica ao farolim do molho do Guadiana ou os estudos da treta pagos a peso de ouro pelo seu amigo Luís Gomes, o autarca que mais arruinou uma autarquia do nosso país, e um dos maiores velhacos da política autárquica do PSD que o país conheceu.

É pena que esta senhora não tivesse sido demitida no dia em que o Público divulgou os seus negócios em VRSA, talvez agora estivesse caladinha. É uma pena que a justiça não tenha investigado este negócio, para ver se o seu marido partilhava as notícias no Facebook.

segunda-feira, outubro 14, 2019

TRÊS GOVERNANTES QUE DEVEM DEIXAR DE O SER

Aquilo que se passa em VRSA em matéria de relações entre um ex-autarca do PSD e ex-líder distrital do PSD e alguns membros deste governo aconselham a que António Costa tenha algum cuidado na formação do próximo governo:

https://largodaforca.blogspot.com/2019/10/vrsa-e-o-proximo-governo.html


"Deverão ser muito poucos os municípios a quem interessa saber quem serão os ministros do próximo governo. Infelizmente tendo em consideração o passado recente, a formação do governo não é indiferente a VRSA. Não porque o governo tome decisões especialmente dirigidas a este município, mas em consequência da teia de relações que o ex-autarca que arruinou as contas da autarquia soube tecer.

No centro dos relacionamentos de Luís Gomes com membros deste Governo estão duas personagens: a ministra do Mar Ana Paula Vitorino e o secretário de Estado das Pescas José Apolinário. Por via conjugal há uma terceira personagem que não pode ser esquecido, o marido de Ana Paula Vitorino e ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita.

Há muito que parece haver uma espécie de relação de entreajuda entre Luís Gomes e Ana Paula Vitorino, quando a agora ministra estava na oposição era Luís Gomes que lhe encomendava estudos da treta pagos a peso de ouro, como denunciou o jornal Público. EM compensação, quando a política do PS está no governo desdobra-se em viagens de apoio político ao PSD de VRSA e o Luís Gomes coleciona assessorias no dossier das frentes ribeirinhas, área tutelada precisamente por Ana Paula Vitorino.

A segunda personagem desta teia é José Apolinário, um rapaz de poucos recursos profissionais que quando estava na mó de baixo chega a presidente da DOICAPESCA pela mão de Passos Coelho, precisamente quando o Luís Gomes era vice-rei do Algarve. Pouco depois aparece um megaprojeto de hotel na Muralha, projeto abandonado pela DOCAPESCA poucos dias depois da notícia do Público sobre os negócios de uma empresa da ministra em VRSA.

A primeira pessoa a vir em defesa da ministra quando esta foi denunciada no Público foi precisamente o seu fiel escudeiro da pasta das Pescas, numa carta que metia nojo quase elogiou a vitória do PSD nas últimas autárquicas usando-a para justificar uma suposta vingança, que levou à notícia.

Aparentemente o ministro Eduardo Cabrita nada tem que ver com VRSA, mas não é bem assim. Para ganhar as eleições de 2017 o PSD de VRSA teve de gastar dinheiro à tripa forra e isso só foi possível usando o balão de oxigénio dado pelo FAM. O mesmo FAM que no relatório relativo a 2017 concluiu pelo incumprimento dos compromissos assumidos, mas, estranhamente, ignorou a sua própria lei, não cumprindo com o que ela determinava. Coincidência das coincidências, Eduardo Cabrita, marido da Ana Paula Vitorino, tem a tutela do FAM!

É por isso que não só consideramos que os negócios da ministra Ana Paula Vitorino, os negócios imobiliários da DOCAPESCA e o desrespeito da lei do FAM pela sua direção devem ser averiguados por quem de direito, como achamos que estas três personalidades não têm condições para fazerem parte do próximo governo. "

domingo, outubro 13, 2019

UM GOVERNO FRAQUINHO


Não vale a pena procurar desculpas para a fraca vitória do PS nas legislativa, o governo da geringonça era uma engenhoca onde quase todos os ministros viveram à sombra do trabalho de Mário Centeno. Tirando Vieira da Silva e Augusto Santos Silva poucos serão os ministros do governo da geringonça de que nos iremos lembrar daqui a um par de meses a não ser por razões negativas.

O ministro da Defesa foi um desastre tão grande como a Constança Urbano de Sousa na pasta da Administração Interna. Mas os maus ministros não se ficam por aqui, o Adalberto foi um desastre, foi ele que quando sentiu a corda ao pescoço atirou o odioso contra Mário Centeno, para a história da sua passagem pelo governo fica ainda a decisão absurda de mandar o INFARMED para o Porto.

E o que dizer do Eduardo Cabrita, um homem que não consegui9mos imaginar o que sabe fazer, mas que parece que ser uma espécie de ORH+ governamental, uma espécie de ministro capaz de qualquer pasta. A sua passagem pela Administração Interna foi um desastre tão grande como o da antecessora, foi ele que trouxe a padaria de Arouca para o Governo, com as consequências que vimos.

E por falar em Cabrita vale a pena referir que neste caso não se estraga uma casa de família, se o marido apanhou uma indigestão com o pão de Arouca, a esposa parece ter uma relação estranha no Algarve, com um dos mais perigosos autarcas do PSD, um rapazola que lhe deu de ganhar muito dinheiro no passado.

É uma pena que com uma nova geração de gente no PS, como não se via há muitos anos, António Costa tenha recolhido ao depósito da tralha, com as consequências eleitorais que vimos. Esperemos que perceba que sem um governo competente e com amigos em Arouca o próximo governo mais ter muitas dificuldades.

É verdade que o caso de Tancos teve consequência, mas com um ministro da Defesa teria tido as mesmas consequências? O caso das golas teve consequências, mas o que se esperava quando se um padeiro é assessor de um secretário de Estado da Proteção Civil?

sábado, outubro 05, 2019

FARTO DE CRISES


Estou farto de crises financeiras cíclicas, de perder a cada dez anos mais de metade do que se melhorou na década anterior, de ver gente a defender soluções autoritárias como garantia de equilíbrio financeiro, de ver elogiar provincianos autoritários como Salazar, Cavaco ou Gaspar, chega deste ciclo interminável que em mais de um século tem trazido ditaduras e atraso ao país.

Foi possível desmontar as mentiras e Salazar, de Cavaco e de Gaspar, austeridade não implica ditadura, medias inconstitucionais, a acusar as instituições de serem forças de obstrução, de tentar governar com medidas inconstitucionais, de defender que a única forma de desenvolvimento implica a pobreza dos que trabalham.

E nem foi preciso nenhum ministro das Finanças com cara de pau, de um provinciano fichado num forte virado para o Tejo, de um netinho da Dona Prazeres, mulher com os valores da serra, de um montanheiro complexado do barrocal algarvio.

Agora dizem que são contra uma maioria absoluta, a que dizia que era preciso suspender a democracia para fazer reformas aparece ao lado do Rio com receio de uma maioria absoluta, o mesmo Rio que não esconde tiques autoritários e que pertence ao partido que mais abusou dos poderes em maioria absoluta receia uma maioria absoluta, os defensores do marxismo-leninismo, do maoismo ou do trotskismo são contra a maioria absoluta.

Pois eu espero que continuemos em democracia, que as crises não sirvam para justificar as tentações autoritárias ou para promover políticos autoritários, sem crises financeiras que impeçam o enriquecimento do país e com um sistema estável para que se acabe com políticos fracos e incompetentes que costumam ter sucesso em ambientes de constante instabilidade política.

sexta-feira, outubro 04, 2019

TENHAM VERGONHA

Num dos momentos mais miseráveis, entre muitos outros, da sua carreira política, Cavaco Silva deixou Freitas do Amaral a suportar sozinho o pagamento de uma campanha presidencial apoiada pelo PSD e pelo CDS. Freitas do Amaral não se queixou e honrou os seus compromisso e pagou as dívidas. Agora que Freitas faleceu o mínimo que se esperava do velho acionista sortudo do BPN era que se mantivesse escondido na sua Quinta da Coelha. Mas não foi isso que o homem fez, foi o primeiro a vir a público chorar lágrimas de crocodilo.

Assunção Cristas chegou ao poder pela mão de outro traste do lado miserável da nossa direita, Paulo Portas, agora comentador político e gestor de influências. Foi com Portas, o mesmo Portas que "pariu" a Cristas, que o CDS teve uma das iniciativas mais miseráveis por parte de um partido político, não se limitaram a tirar a moldura de Freitas da galeria dos presidentes do CDS, ainda a mandaram por correio para a sede do PS, num gesto miserável digno dos fascistaszecos de Paulo Portas. 

Para se justificar depois de ter declarado que não sentia qualquer apetência por ser deputado Rui Rio, um dos mais fraquinhos líderes partidários que o país conheceu decidiu apoucar os deputados, para passar a imagem de um ser superior que nunca foi, não é e nunca conseguirá ser, disse que na época em que foi deputado o parlamento tinha gente muito fraquinha. Agora que Freitas faleceu tentou dar ares de gente recordando que foi deputado  com ele e recordou aquele que foi o melhor discurso que ouviu.

Freitas foi sempre um homem de direita, de uma direita que não tinha complexos em relação ao passado como evidenciam Portas, sem traumas do passado como é evidente em Portas e de uma classe que Cavaco e Rio nunca conseguirão ter. Mas acima de ser de direita e um democrata e um português, como democrata sempre veio em defesa dos seus valores e como português sempre fez as opções que entendia serem as que melhor servia o seu país.

Mas muita gente ainda não consegue ser de direita sem os velhos fantasmas e os velhos valores. É por isso que Cristas tentou recordar um ou dois episódios com quarenta anos para transformar Freitas em mais uma das suas pedras com que anda á pedrada com “as esquerdas". Cavaco sentiu a grandeza de Freitas e achou que o engrandeci um comunicado oportunistas e Rio até se lembrou de um deputado maior do que ele.

Enfim, um bocadinho de vergonha na cara não lhes faria mal nenhum.

quinta-feira, outubro 03, 2019

FREITAS DO AMARAL

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São HOMENS GRANDES como Freitas do Amaral que reduzem outros à insignificância a que estão limitados.

Aqui fica o tributo a um daqueles a quem devemos a democracia que ainda sofre ataques por parte daqueles que são generosamente remunerados para a defenderem.

segunda-feira, setembro 30, 2019

É ÓBVIO


É óbvio que num país onde as investigações se arrastam por meses e anos a divulgação da acusação no caso de Tancos durante a primeira semana de uma campanha eleitoral para as eleições legislativas não foi uma mera coincidência, quem o decidiu não só o fez intencionalmente como pode ter escolhido o momento em que teria mais impacto e condicionaria mais o debate. A notícia foi anunciada uma semana antes e a acusação foi tornada pública de forma a inquinar o debate eleitoral a partir de meados da primeira semana, ganhando maior amplitude com os semanários do fim de semana.

É óbvio que quem assim decidiu intervir sabe que não vai impedir o PS de ganhar as eleições, o que significa que o intuito não é levar o PSD ao governo ou impedir o PS de governar, que se desiludam os que julgam que fazem surf neste caso porque ninguém os levará ao colo e muito menos depois de Rui Rio ter defendido uma alteração na lógica de funcionamento do Conselho Superior de Magistratura. O que pretendem é algo mais perverso, manter a instabilidade para fragilizar os governos e promover a imagem dos políticos incompetentes e corruptos.

É óbvio que há magistrados que não merecem a confiança dos portugueses e que tudo fazem para destruir a democracia, atingindo descaradamente os partidos, os seus pilares, passando a imagem dos magistrados honestos face aos políticos incompetentes e corruptos. Estamos perante uma estratégia típica da extrema-direita.

É óbvio que a calendarização destes processos para saírem sempre em momentos eleitorais configura um desrespeito do princípio da separação de poderes, com os magistrados a usarem os códigos como tanques de guerra num qualquer golpe de estado, onde os coronéis fardados são substituídos por viúvas negras vestidas de toga.

Resta esperar pelo próximo domingo para sabermos se os portugueses ainda alinha em golpes e são tão influenciáveis por jogadas sujas ou se mandam à bardamerda dos seus autores, escolhendo livremente aqueles que querem ver no governo. É óbvio que o vão fazer. Rui Rio acaba por ter razão no único ponto em que mudou de ideias de forma oportunista, em relação à justiça e ao comportamento de alguns magistrados.

sábado, setembro 28, 2019

POR UM PARTIDO DOS MAGISTRADOS


Há muito que os grupos corporativos querem o país refém dos seus interesses, em vez de constituírem os seus partidos optam por usar os poderes que têm à mão para tentarem influenciar o curso da vida política., Cada grupo corporativo considera que a causa de todos os nossos problemas são os políticos, para uns o problema resolve-se com advogados, os enfermeiros resolvem com greves que visam provocar mortes, cada um socorre-se da arma que os contribuintes lhes pagam.

No caso dos magistrados do Ministério Público há muito que tentam gerir os destinos do país chamando a si a escolha dos governantes, fazendo-o pela negativa, usam os poderes ao seu dispor para destruírem os políticos que detestam. Todos sabemos que o Mário Nogueira faz greve aos exames, que as laranjas aparecem no inverno, que as melancias são a fruta do verão e que os processos com maior impacto político são tornados públicos em vésperas de eleições.

E os processos contra políticos são como as colheitas da uva para a produção de vinho, há nãos bons e anos maus, no caso do Vinho do Porto os anos muitos bons são eleitos para vintage. Para o nosso Ministério Público anos de boas colheitas costumam ser aqueles em que o PS pode renovar-se no governo ou em eleições e se o alvo for um ministro ou mesmo um primeiro-ministro, então teremos um ano vintage. Isto é, a vindima de 2019 tinha todas as condições para ser vintage e com as primeiras uvas já apanhadas tudo aponta para um bom vinho com o rótulo do Ministério Público.

Até porque mal o MP disse que estava aberta a época da colheita o pessoal da vindima, neste caso o Rio, a Cristas e não só, não resistiram à tentação de se atirarem as uvas, finalmente estavam maduras. O problema é que o vinho do MP não serve para nada, serve apenas para embebedar e está para a sociedade portuguesa como o medronheiro está para o vinho português, é uma zurrapa, vinho a martelo.

A não ser que nos digam que podem transformar a Zezinha num milagroso Centeno, um partidos do MP nada tem para nos oferecer a não ser para os políticos que lhes desagradem.

Está na hora de os nossos magistrados deixarem a clandestinidade e criarem o seu próprio partido.

sexta-feira, setembro 27, 2019

QUEM TEM MEDO DA MAIORIA ABSOLUTA?


Anda por aí tanto medo por cauda da maioria absolutas que é motivo de regozijo, porque quando vemos os que não prescindem ou os que escondem a solução ditatorial dos seus programas são agora contra o autoritarismo, ou quando vemos aqueles que  em privado admiram Salazar converterem-se ao parlamentarismo, só nos podemos sentir felizes e agradecer a Costa por ter conseguido o que mais de um século de debate e de luta política, com muitas guerras e mortes pelo meio, não conseguiram.

Mas deixando para trás tanta hipocrisia, vale a pena perguntar: quem tem medo da maioria absoluta?

Serão aqueles que estiveram no governo de Passos Coelho e aprovaram sucessivos orçamentos assentes em cortes que o Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais e que fizeram chantagem com os juízes acenando com o segundo resgate? Estará Cristas esquecida de que o seu Portas teve a coordenação económica do governo desde a saída do Vítor Gaspar? Ou serão os muitos jornalistas que elogiaram os cortes e outras medidas inconstitucionais?

Portugal é uma democracia com mais de 40 anos e, apesar de termos conhecidos alguns governantes com tiques autoritários, a verdade é que com ou sem maiorias absolutas, a democracia nunca  esteve em causa e todos os que abusaram do poder adotando medidas inconstitucionais acabaram por pagar por isso nas urnas.

Como se viu esta semana, com o MP a fazer a sua própria arruada a meio da campanha eleitoral, os governantes sempre respeitaram a separação dos poderes, ainda que alguns tenham chamado forças de obstrução aos tribunais e outras instituições da democracia, da mesma forma que sempre respeitaram o Parlamento, os Tribunais e ã Presidência da República. Nesta legislatura apenas uma norma foi considerada inconstitucional e mesmo essa foi aprovada no Parlamento.

Então porquê tanto medo da maioria absoluta?

Porque os lóbis ligados às corporações perdem a sua capacidade de fazer chantagem sobre um governo democrático e democraticamente eleito, porque os pequenos partidos passam a ter a influência correspondente a esse peso, porque os comentadores profissionais perdem influência, porque os que receiam estar na oposição perdem o apoio dos que precisam desse poder para aceder a favores.

Não são as maiorias absolutas e a democracia que conduziram a regimes autoritários em Portugal, o que conduz ao autoritarismo e à ditadura é a instabilidade política, os governos vulneráveis a todas as influências e chantagens e as sucessivas crises financeiras resultantes de governos limitados na sua capacidade de adotar as políticas adequadas.

Infelizmente há muita gente empenhada em sportinguizar a democracia transpondo para os eleitores o seu medo de perder influência e o dinheiro que conseguem mais facilmente com essa influência. O perigo não está nos governos que respeitam a democracia, está na instabilidade, na pobreza e nas crises económicas ou financeiras.

quarta-feira, setembro 25, 2019

RUI RIO PERDEU A NOÇÃO DO RIDÍCULO


Quando se esperava que Rio encerrasse o ciclo de disparates eis que ele decide subir a parada, agora acha que as campanha eleitoral é decidida por uma luta de galos e que ganha o que tiver o melhor galo para a luta das finanças. Todos os dias desata a exigir a Costa um debate entre os dois Centenos, o dele e o do Costa. Mas como já percebeu que colocou o seu em situação de inferioridade, alterou os nomes, agora exige um debate entre o seu Sarmento e o Sarmento do Costa.

Rui Rio não percebeu a mensagem que está passando de forma subliminar aos seus próprio eleitores, sentindo que não está à altura das circunstâncias socorre-se numa tentativa desesperada de usar um dos seus apoiantes num debate contra um apoiante de Costa. É uma medida kamikaze já que é sabido que Mário Centeno não estará disponível para tal espetáculo degradante, o de ser exibido num debate para que o povo decida qual é o melhor economista.

E se o debate correr mal ao Sarmento do Rui Rio? A seguir vai dizer que tem um Eduardo Cabrita e que exige que o Eduardo Cabrita do Costa faça um debate com o seu. Se tudo correr mal é só ir à lista de membros do governo e escolher o seguinte. Por este andar vamos ter uma espécie da Taça Davis da política, em que os tenistas do Rui vão jogando com os tenistas do Costa, para que seja o que somou mais vitórias a levar a taça do governo.

É pena que Rui Rio não tenha a noção da patetice que está sugerindo, é lamentável que com tantas democracias e tantas eleições já realizadas em Portugal não tenha percebido que a ideia só terna surgido agora graças ao seu brilhantismo eleitoral, mas sim porque o seu nível de patetice é diretamente proporcional ao seu desespero.

Um dia destes vamos ver o Rio exigir a Costa a mais diversas comparações, quem comem mais Big Macs, quem consegue comer mais sardinhas assadas, quem consegue engolir mais cerveja de uma vez, quem consegue mandar uma escarreta mais longe, enfim, são os argumentos que poderão favorecer Rui Rio na sua luta por chegar a primeiro-ministro e evitar a seca de ser deputado num hemiciclo onde o único deputado com classe é ele.

terça-feira, setembro 24, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Joaquim Sarmento, Centeno do Rio

Isto começa a ser ridículo demais para poder ser verdade, o Rui Rio diz que tem um Centeno e desafia o Centeno do Costa a debater com ele, como se as eleições fossem apostas numa luta de galos. O mais grave é que o Centeno do Rio aceita o desafio do seu apoderado para discutir com o outro Centeno. Estamos perante uma anedota ou de gente imbecil.

Mas os Centenmos do PSD não eram o Vítor Gaspar e a Maria Luís?

«Joaquim Sarmento aceitou o desafio para um debate sobre finanças públicas com Mário Centeno, revelou a página do PSD. Sob uma perspetiva do que foi dito no frente-a-frente realizado ontem entre os líderes do PSD e do PS, o mesmo é dizer que o Centeno de Rui Rio aceita trocar argumentos com o Centeno de António Costa sobre a situação das contas nacionais.» [Lusa]

segunda-feira, setembro 23, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Rui Rio, líder sem Centeno

Parece que o líder do PSD tem um grande argumento para que os eleitores não votem no PS, diz ele que o ministro das Finanças vai abandonar o governo daqui a um ano. É uma argumento velhaco, mas é um pau de dois bicos, ao usá-lo está implicitamente passar uma mensagem de admiração, sugerindo que com Mário Centeno os portugueses devem votar no PS.


Tem alguma razão, desconhecendo-se quem é o seu Centeno e depois de termos conhecido os Centenos do anterior governo do PSD o melhor é mesmo votar neste Centeno.

domingo, setembro 22, 2019

A GLOBALIZAÇÃO DA MUDANÇA CLIMÁTICA


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Há muito que os países ocidentais se preocupam com o ambiente, o problema é que apenas se preocupavam com o ambiente nos seus próprios países, mesmo aqui na Península Ibérica a Espanha escolheu o Tejo para instalar a sua central nuclear, em caso de acidente o impacto seria minimizado, o rio levaria a poluição para Portugal. Por todo o mundo os países ricos deslocalizaram as suas indústrias poluente e a atração desses investimento até ganhou a forma de estratégia de desenvolvimento. Até que um dia, lá longe, na Índia, numa cidade chamada Bhopal...

É óbvio que a cada momento deixamos a nossa marca, quando comemos, quando nos vestimos, quando escrevemos uma carta de amor numa folha da Renova, quando defecamos, quando respiramos, quando nos deitamos numa bela cama em madeira que os nosso avós trouxeram das colónias. A toda a hora tratamos mal o clima, ajudamos os exploradores de países longínquos onde crianças esfomeadas partem as pedras da nossa bela calçada, plantam o algodão das nossas camisas de marca ou colhem as belas bananas que nos são vendidas a bons preços numa promoção.

É óbvio que não podemos deixar de respirar, comer, vestir, viajar, defecar ou dormir. É óbvio que se deixarmos de comer carne de vaca pouco compensamos a multiplicação das low costa que nos enchem as ruas de turistas e nos ajudam a sair da crise. É óbvio que não podemos deixar de comer proteínas e substituir a carne por algumas variedade de peixe pode dar igual ao litro, o mesmo sucedendo com legumes que importamos do norte de África ou de outras paragens.

Mas também é óbvio que se continuarmos com desculpas um dia destes acordamos numa casa sem telhado ou quando formos aliviar a bexiga ficamos com a água até aos tornozelos senão até às cruzes. É óbvio que nos empaturramos em comida que só nos traz problemas, que abusamos da moda graças ao baixo preço dessa maravilhosa globalização que faz o milagre de transformar a fome de crianças asiáticas ou egípcias na beleza das nossas top models.

Podemos estar descansados, para muitos de nós o prazo de validade do planeta ainda dá para estarmos tranquilos, porque quando o vaso cair já passamos. Mas é uma pena aquilo que estamos fazendo aos que vierem a seguir e se muito do mundo que conhecemos na infância já não existe, muitas das próximas gerações irão ver o nosso mundo em formato digital.

JUMENTO DO DIA


   
Rui Rio


Durante quatro anos a direita ou confiou na vinda do diabo ou esperou que as geringonça não resistisse, tudo servindo de motivo para ter a esperança de regressar ao poder. Agora, que seria de esperar que Rui Rio estivesse apostado em apresentar o seu programa, surpreende-nos por eleger as relações entre o BE e o PS para tentar ganhar votos.

O raciocínio é simples, Rio receia que os eleitores tradicionais do seu partido votem no PS para evitar uma maioria absoluta, animando pelos ataques do BE a António Costa. É mau que um líder do PSD sinta necessidade de dizer aos seus eleitores para desconfiarem do PS, é piro ainda que em vez de dizer algo sobre as suas ideias prefira a intriga.

“O líder do PSD alertou hoje para o distanciamento do PS em relação ao BE, porque “dá jeito para as eleições”, notando ser uma tentativa de “limpar” a proximidade dos últimos quatro anos e eventuais aproximações futuras.

“A distância do PS que tenho notado não é nas sondagens, é a distância relativamente ao BE, que é uma coisa que custa a entender. Enquanto foi útil para o PS, o PS andou quatro anos com o BE ao colo, e o BE com o PS ao colo. Agora, como dá jeito nas eleições fazer uma demarcação do BE, [o PS] faz a demarcação. A 06 de outubro [data das legislativas], se precisar, volta a chegar-se ao BE”, criticou Rui Rio no Porto, em declarações aos jornalistas após um percurso de bicicleta e antes de uma caminhada para assinalar o Dia Europeu Sem Carros.” [Lusa]

sábado, setembro 21, 2019

ONDE É QUE EU JÁ VI ISTO?


Há uns tempos atrás a Organização Mundial de Saúde desaconselhou o consumo de carne e foi o que se viu, uma imensa campanha contra as conclusões daquelas organizações com o apoio da indústria, da direita que apoia toda e qualquer indústria e de um certo marialvismo idiota muito típico da nossa terra.

A nossa direita, da mais trauliteira à mais fina do programa “O Último Apaga a Luz”  do canal 3, tem um marialvismo cultural que identifica todas as causas sociais e ambientais que sejam incómodas para as suas empresas ou instituições como imbecis. Não admira que a mesma direita que tanto defende a família fique em silêncio quando a notícia é a morte de uma mulher. Tudo o que cheire a mudança é para combater.

Não admira que um suposto intelectual da direita diga na 3 que se a ideia é comermos ervinhas em vez  de carne de vaca teremos de desbastar a Amazónia. Isto é, o alarve em causa, que sabe muito bem que o desbaste da Amazónia se destina a prados ou a produzir soja para produzir rações, acusa tudo o que cheira a ambientalista das culpa da destruição da Amazónia. Isto é, dentro de muita gente fina da nossa direita há um Bolsonaro.

Agora que o Reitor da Universidade de Coimbra deu um passo que merece ser discutido aqueles que combateram o relatório da OMS questionam agora o reitor sobre as questões de nutrição. Esqueceram-se das evidências científicas divulgadas pela OMS.


Curiosamente ninguém perguntou qual a qualidade da carne de vaca servida nos refeitórios das universidades, ninguém questionou sobre que quantidades estão em causa, que peças são consumidas, que quantidade é servida em cada dose. Por aquilo que dizem até parece que aos estudantes de Coimbra  são servidos bifes do lombo

Até vemos uma senhora que para sabermos que é fina e viajada fala mais de países estrangeiros que visitou do que uma vendedora de uma agência de viagens comparar uma posta mirandesa com um frango de aviário, para concluir que a posta faz mais bem à saúde do que o frango. Talvez tenha razão, a senhora que vá sugerir posta mirandesa aos ingleses que sofrem de cancro do cólon ou do reto, uma doença que no Reino Unido bate todos os recordes. Ela que lhes dê lições sobre nutrição.

A verdade é que sempre que se combateu um problema o argumentário foi sempre o mesmo, fosse com o tabaco, com o açúcar, com o sal ou com a carne de vaca as críticas são sempre as mesmas, que não há evidências científicas, que faz falta ao organismo, que sem proteínas ou açúcar não se vive, que vamos perder a liberdade. Pelo meio tenta-se ridicularizar as medidas ou quem a defende, como estão fazendo ao reitor de Coimbra.


sexta-feira, setembro 20, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Teixeira da Mota, advogado

Todos os criminosos, sejam homicidas ou pilha-galinhas, têm direito a um julgamento justo e isso so e possível com um advogado, que tanto pode ser pago pelo EstAdo como pode ser um dos mais caros da capital. Não podemos questionar que um advogado aceite a defesa de alguém acusado de ser criminoso ou perguntar como é que um arguido de poucos recursos consegue pagar a um escritório luxuoso.

Mas não é aceitável que um advogado tente manipular a opinião pública como estratégia de defesa. É um jogo inaceitável que valida a estratégia criminosa dos que usam as violações do segredo de justiça para que as condenações transitem da praça pública para os tribunais.


MAS ouvir dizer que mais de 300 intrusões nos servidores da PGR serviam para ser uma espécie de justiceiro independente só merecer uma gargalhada, ainda que também tenhamos de nos sentir preocupados quando um advogado diz alarvidades como esta.

quinta-feira, setembro 19, 2019

AS GOLAS


Independentemente do que se possa opinar sobre o  caso das golas compradas a uma empresa recomendada pelo padeiro de Arouca, a verdade é que este processo surpreendeu tanta gente como surpreendem os incêndios de verão. É fruta da época, os figos em Agosto, as laranjas no inverno, as sardinhas em junho e os processos judiciais contra políticos duas ou três semanas antes das eleições.

A situação é tão recorrente que já nem surpreendeu ninguém, ainda que quando se sabe que o Ministério Público e a PJ têm recursos tão escassos não tenha deixado de ser surpreendente uma tão grande operação. Centenas de inspetores da PJ e um rebanho de magistrados por causa de meia dúzia de golas? Enfim, desde as famosas buscas ao gabinete do Mário Centeno que não se via nada parecido.

Mas deixemos a justiça seguir o seu curso até porque é sabido que quando se aproximam atos eleitorais o curso da justiça entra numa zona de rápidos e redemoinhos. Agora o que importa é analisar a situação e aceita-se desde já a demissão do secretário de Estado, até porque não lembra ao diabo contratar o padeiro para assessor e ser este a escolher a empresa que iria vender as golas. Antes de se concluir sobre se houve ou não corrupção é óbvio que houve estupidez a mais e um secretário de Estado estúpido deve ser demitido.

Quanto ao impacto deste espalhafato conduzido pelo incansável Alexandre lamento dizer mas desta vez o juiz de turno não deverá ter direito a entrevistas à SIC no quinta de Mação. Convenhamos que as golas dão menos sainete do que um ex-primeiro-ministro. Além disso o assunto são favas depois de almoço, já estava mais do que esgotado e aquilo que se tem visto não é mais do que imagens de arquivo.

O país tem mais para discutir do que golas, padarias e juízes de Mação, pelo que o assunto não vai ter as consequências que alguns imaginaram. Digamos que os portugueses já estão imunizados contra esta manobras.

quarta-feira, setembro 18, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna

Políticos como Mário Centeno e outros membros deste como de outros governos singram na carreira pela competência técnica. Mas há outros que singram nas carreira com um estatuto de multiúsos, são uma espécie de luminárias a quem não conhecemos grandes habilidades, mas depois damos com eles no topo.

São políticos que se promovem e asseguram a sua posição dentro dos partidos apoiando-se nos caíques dos aparelhos. O negócio é simples, os caciques investem nestes senhores promissores, que quando chegam ao governo retribuem com lugares de secretário de Estado. A ministra do Mar tem em Apolinário, um cacique algarvio, o seu fiel escudeiro e o marido, ministro da Administração Interna, apressou-se a trazer para Lisboa o homem de Arouca.

Mas quando a coisa deu para o torto a culpa foi do padeiro, o desgraçado lá deu a cara e imolou-se em público a bem do chefe. A demissão do secretário de Estado devia ter ocorrido com a primeira fornada de papo-secos e o ministro da Administração Interna tinha que assumir a responsabilidade política pela escolha,. Porque o grande responsável pela situação é ele.


Andam uns a prestigiar o governo, enquanto outros aproveitam o trabalho alheio para promoverem os seus amigos caciques.

terça-feira, setembro 17, 2019

O FILHO DO PROFESSOR


A comparação feita por Rui Rio entre o vencimento de um professor no topo da carreira com um juiz em início de carreira, que conclui que o filho vai ganhar mais do que o pais revela o verdadeiro Rui Rio. Alguém a dar para o provinciano no pior sentido, um desconhecimento total do mundo de hoje, uma forma velhaca de debater política e um populismo saloio.

Na cabecinha do Rui Rio licenciado é licenciado, não importam as responsabilidades, não importa o estatuto constitucional, não importa o nível de qualificação exigido e um professor de trabalhos manuais deve ganhar mais do que qualquer magistrado em início de carreira. Isto é, para a cabecinha deste imbecil não importa que um ensine crianças a brincar com plasticina e o outro decida o destino da vida de muita gente, se é pai deve ganhar mais?

É triste ver comentadores televisivos dizer que assim se ganha um debate, como se o argumento nada dissesse sobre a natureza ética do candidato. Até parece que os portugueses não querem que as qualificações dos seus filhos sejam reconhecidas e fiquem com inveja do que ganham os filhos, como se os portugueses fossem umas bestas tão invejosas que até dos vencimentos dos filhos bem sucedidos sintam inveja.

Compreende-se a postura de um António Costa que ficou boquiaberto com o argumento, não deve ser fácil responder a uma bestialidade destas quando a besta que o disse é amigo pessoal e não lhe podemos dar a resposta merecida.

Alguém que usa a inveja fazendo comparações entre profissões ou entre pais e filhos não tem dimensão moral, ética, humana ou política para estar à frente do governo de um país, o mais longe que deveria poder ir é presidente de junta de freguesia de uma pequena aldeia.

segunda-feira, setembro 16, 2019

A CRISTAS TEM UM LOMBO MUITO CARO



Há limites para a estupidez, como os há igualmente para a falta de honestidade e no debate da líder do CDS com o rapazola dos canitos a Assunção Cristas ou foi estúpida ou revelou uma falta de honestidade intelectual que para os seus padrões religiosos dá lugar à obrigação da confeção como condição para aceder à comunhão e consequente perdão de todos os seus pecados.

O argumento de que sem ajudas o lombo de porco em vez de 5€ passaria a custar 15€ é falso e vindo de alguém que teve a pasta da agricultura durante quatro anos permite concluir que a senhora ou é estúpida ao ponto de ainda não ter percebido a politica agrícola comum ou é profundamente desonesta e usa o seu estatuto de ex-ministra para falar de cátedra e dessa forma enganar as pessoas.

No centro da PAC estava um regime de preços que subia artificialmente os preços agrícolas para assegurar rendimentos altos aos agricultores. Definiam-se os preços e para os manter complementava-se com um regime de intervenção (particularmente forte nos setores das carnes) e com um regime de trocas que consistia em ajudas elevadíssimas às exportações (para tornar os produtos competitivos num mercado com preços muito baixos) e direitos de importação elevadíssimos. Complementarmente e nalguns setores existiam ajudas.

Noutros países em cujos mercados os produtos apresentam preços próximos dos do mercado mundial a sustentação dos rendimentos é conseguido com ajudas diretas ao rendimento dos produtores. Era o caso, por exemplo, do modelo adotado no Reino Unido antes de ter aderido à então CEE.

Portanto os sistemas de proteção na UE sempre resultaram em preços mais elevados do que os do mercado mundial. Basta ver os preços das carnes de vitela de alta qualidade importadas ao abrigo de contingentes com direitos nulos, para se perceber que com os 15€ de que a líder do CDS fala os portugueses em vez de lombo de porco poderiam comprar lombo de vitela importado da Argentina, do Brasil, do Uruguai, do Botswana ou de outras origem que beneficiam deste contingente vulgarmente designado por carne Hilton.

Na verdade os preços da carne de porco praticados no mercado interno europeia seriam aproximadamente metade do preço do mercado mundial. Hoje a relação já não é desta grandeza pois depois de sucessivos rounds de negociações no Âmbito da OMC a Europa tem vindo a desmantelar o seu sistema de proteção na agricultura e, em consequência disso, os preços tendem a baixar.

Já agora vale a pena esclarecer a ex-ministra incompetente que o lombo que no passado era um produto caro, hoje é alvo de sucessivas promoções pois com o desenvolvimento da industrialização da carne de suíno há cada vez mais excedentes desta peça de carne.

É de lamentar tanta estupidez ou desonestidade na líder do CDS, uma ex-ministra não pode falar como uma taberneira esclarecida.

JUMENTO DO DIA


   
Catarina Martins Líder do BE

Parece que os líderes do PSD e do CDS andam num despique para ver quem é que diz o pior disparate. Rui Rio decidiu testar um novo estilo de haraquiri político ao declarar com o ar mais sério deste mundo que não o entusiasma ser deputado, aoq ue muito portugueses terão respondido em surdina "então porque te candidataste?#. Agora foi a vez de Assunção Cristas sugerir que os eleitores estão dormindo e só isso é que justifica as más sondagens do PSD e CDS, por outras palavras, esteve a milímetros de lhes chamar parvos.

Com estes líderes políticos o estranho é que o PSD ainda esteja acima dos 20% e o CDS ainda não tenha sido ultrapassado pelo PAN.

"Em entrevista à agência Lusa, Catarina Martins reitera as críticas que tem feito ao programa eleitoral do partido liderado por António Costa naquilo que diz respeito às “contas certas” que considera não serem apresentadas pelo PS. A líder BE insiste ainda na ideia de que “uma maioria absoluta é perigosa”, até “pelas experiências passadas” que Portugal teve com este tipo de resultado eleitoral, um perigo que “toda a gente reconhece”, incluindo o primeiro-ministro, António Costa. E diz até que se há um voto útil dos socialistas que não querem maioria absoluta nestas eleições é no Bloco de Esquerda”.] [Observador]

domingo, setembro 15, 2019

JUMENTO DO DIA


   
Assunção Cristas, líder do CDS

Parece que os líderes do PSD e do CDS andam num despique para ver quem é que diz o pior disparate. Rui Rio decidiu testar um novo estilo de haraquiri político ao declarar com o ar mais sério deste mundo que não o entusiasma ser deputado, aoq ue muito portugueses terão respondido em surdina "então porque te candidataste?#. Agora foi a vez de Assunção Cristas sugerir que os eleitores estão dormindo e só isso é que justifica as más sondagens do PSD e CDS, por outras palavras, esteve a milímetros de lhes chamar parvos.

Com estes líderes políticos o estranho é que o PSD ainda esteja acima dos 20% e o CDS ainda não tenha sido ultrapassado pelo PAN.

"Lisboa, 14 set 2019 (Lusa) – A líder do CDS-PP dramatizou hoje uma maioria de esquerda saída das legislativas de outubro e pediu aos eleitores do centro-direita que “acordem” e não desperdicem o voto no PS.

“É preciso que as pessoas despertem, que as pessoas acordem. Nenhum voto do centro direita pode ser desperdiçado”, afirmou Assunção Cristas, a meio de uma ação de campanha no mercado de Alvalade, em Lisboa, onde explicou quais são, no seu entender, os problemas de um país “muito inclinado à esquerda”.

Para a líder centrista, “um país à esquerda, muito inclinado à esquerda não dá esperanças às pessoas” e significa um “Estado cada vez mais presente e cada vez mais a asfixiar” os portugueses com “impostos, burocracias e exigências”.

E contrariou a ideia de que um voto no PS, entre o eleitorado do centro e da direita, pode ser "um mal menor"."

quinta-feira, setembro 12, 2019

O COPIANÇO




Esta de o Rui Rio andar armado em puto fazendo queixinhas ao professor de que o puto da fila detrás lhe copiou as respostas do teste começa a ser um bocadinho deprimente. Quando esperamos grandeza e ideias de um político acabamos a ver um palerma a sugerir que é melhor do que os outros porque lhe copiam ideias, isto quando sabemos que serão muito poucas as propostas que possam constar num programa eleitoral que possam ser consideradas originais.

É lamentável que um Rui Rio de quem se esperava uma mudança no PSD acaba por cair numa teia de palermices dando a imagem de um líder partidário demasiado pequenino para que seja candidato a primeiro-ministro. É lamentável que o homem se deixe enredar neste tipo de troicas e  que ele próprio não perceba a má imagem que dá de si próprio. Não há na sua equipa um único membro da liderança do PSD ou um qualquer assessor de imagem que lhe explique que anda de asneira em asneira?

Há alguns dias, em mais uma manobra de puro oportunismo político a líder de um partido que não passa de uma marca branca da extrema-esquerda pura e dura veio enganar os mais distraídos dizendo que o BE é quase social-democrata. Uma afirmação destas vinda de alguém que lidera um partido formado pela extrema-esquerda, por alguns militantes dissidentes do PCP e por trotskistas cheira quase a traição ideológica, é como se a velhinhas UDP e LCI se tivessem convertido à corrente social-democrata do marxismo e estivessem à beira de integrar o PS, lembrando o MÊS de Jorge Sampaio. A esta hora andam o Lenine, o Marx, o Gen. Soares Carneiro e muitos outros às voltas na cova...

Mas quando poderíamos estar perante um debate ideológico interessante eis que o líder parlamentar que integra a direita europeia graças a uma cunha do CDS vem fazer queixinhas ao professor, dizendo que aqui o social-democrata é ele. Isto é, a extrema esquerda criou uma marca branca e tenta vender a imagem da social-democracia e eis que aparece o Rui, dono de outra marca branca que se armou em social-democrata, a exigir direitos exclusivos da representação social-democrata na vida política portuguesa.

Ficamos a saber que Rui Rio não só é um bocado apalermado a fazer política como ao fim de trinta anos ainda não percebeu que a designação social-democrata adotada a partir de determinada altura pelo PPD não passa de mais uma patranha ideológica de um partido que de social-democrata nada tem. Será que Rui Rio acredita mesmo que é social-democrata ou sabe o que isso é? Não parece.

quarta-feira, setembro 11, 2019

E O POPULISMO NÃO SE EVAPORA?




Quem ouve a líder do BE e nada sabe das matérias de que ela fala é bem capaz de achar que a senhora sabe mais do que qualquer outro político pois falsa de todo e qualquer tema de forma douta e segura. O problema é que Catarina Martins, tal como qualquer líder partidário, à exceção de Rui Rio sabe pensar, articular e falar, mas quase tudo o que diz alguém lhe disse ou escreveu um memorando. De qualquer das formas costuma ter a arte de simplificar as ideias e propostas transformando todas as ideias populistas da extrema esquerda seja exibida como soluções mágicas para todos os males.

Todavia, na questão das barragens estendeu-se ao comprido, primeiro porque desta vez não se mostrou segura e em segundo lugar porque foi incapaz de sustentar o que disse, passando a ideia de que o problema das barragens era a perda de água por evaporação. As consequências foram as que vimos, foi gozada por toda a direita, enquanto a esquerda ficou em silêncio porque a Geringonça a isso obriga. Como era de esperar, queixar-se da evaporação de água a meio de uma seca é como o Rui Rio aprovar o caderno reivindicativo do Mário Nogueira.

Este incidentes mostrou que a Catarina Martins é uma boa mistura de patuá com populismo e algumas pitadas de cabeça, uma fórmula que tem dado mais resultados do que as tentativas do PCP de passar as suas ideias e projetos. Aliás, seria interessante saber õ que pensará o PCP, o grande defensor das gloriosas reformas agrárias e das grandes produções agrícolas sobre esta abordagem ambientalista das barragens e do regadio.

A líder do BE tentou falar do que não sabe e com ares de quem sabe muito e os resultado foi uma gargalhada da direita e alguma vergonha da esquerda. É lamentável que a líder do BE tenha agarrado um tem tão sério de forma tão leviandade, destruindo posições ambientais e de política agrícola que merecem reflexão e uma abordagem séria e nada oportunista ou populista.

Mas este incidente teve a vantagem de evidenciar o modelo de atuação política do BE, mostrando o porquê do BE da Catarina Martins e da Mariana Mortágua ter mais sucesso eleitoral do que o do Louçã e do Fazenda. Este BE esconde melhor os seus valores ideológicos e vende o que tem graça vender com artes de caixeiro-viajante com formação em teatro. Fala o que por ser óbvio será o que um eleitor que pensa pouco quer ouvir, por outras palavras é um BE pouco ideológico e muito populista.
Mas desta vez a receita falhou e a Catarina foi gozada, provavelmente terá sido uma das poucas vezes em que não terá merecido ser gozada.