quinta-feira, janeiro 31, 2019

OS BONS E OS MAUS


Desde que consta que a extrema-direita se infiltrou nas forças de segurança que há quem queira transformar as polícias em modelos de virtudes, sendo uma manifestação antinacional a mais pequena crítica à atuação das forças policiais. Se um ministro questiona a colocação se fotos nas redes sociais tiradas por agentes policiais em desrespeito dos direitos de um qualquer detido, como sucedeu recentemente, insinua-se que o ministro está do lado dos bandidos, em vez de estar do lado dos bons.

Esta separação entre os bons, os que combatem o crime, e os maus os que cometem o crime, está a ganhar uma nova dimensão, nos bons estão todos os polícias independentemente dos métodos e todos os que de forma militante e incondicional os apoiam, do lado dos maus estão todos os criminosos mais os que ousem questionar se um criminosos perde acesso a qualquer tipo de direitos, pouco importando se são direitos humanos ou constitucionais.

Macis grave ainda, quem critique as polícias ou proteste contra os seus abusos perde o direito à segurança porque não pode pedir ajuda aos mesmos polícias que criticou, como se as polícias fossem associações sem fins lucrativos financiadas por cidadãos bons e que apoiam incondicionalmente aquilo que eles consideram estar do lado dos bons. Quem for bom tem direito aos serviços prestados pelas polícias, quem estiver do lado dos maus perde esse e muitos mais direitos.

Segundo esta lógica quem ouse criticar o SNS deverá ser proibido de entrar num centro de saúde ou de ser consultado numa urgência, em caso de acidente grave terá de pedir uma ambulância privada e seguir para um hospital privado. Quem criticar a competência da corporação de bombeiros da sua localidade já sabe, em caso de incêndio esqueça o telefone e agarre-se ao balde.

O país está a ficar idiota e o mais grave é que são muitos os poucos que se batem contra esta idiotice coletiva que está transformando maus políticas, maus juízes, maus políticos em modelos de virtudes.

segunda-feira, janeiro 28, 2019

FILHOS DA PUTA


É impossível que a CGD tenha concedido créditos de centenas de milhões de euros sem quaisquer garantias e que isso apenas fosse do conhecimento dos administradores de honestidade duvidosa que os concederam. Nem quadros do interior do banco, nem auditores externos, nem os ministros das Finanças, nem sequer o Banco de Portugal? Ninguém acredita que um grande banco público tenha sido conduzido à beira da falência depois de esbanjar milhares de milhões de euros sem que ninguém tivesse reparado.

O que é evidente em relação à CGD também é evidente em relação a todos os bancos que foram à falências ou estiveram à beira disso. Ninguém viu por uma razão muitos simples, a banca deu de ganhar a muita gente, altos quadros do Estado tinham na banca o emprego seguro para os filhos, os políticos tinham na banca promessas de carreiras bem remuneradas quando deixassem a política.

Enquanto empresas e cidadãos eram espremidos pela banca sempre que precisavam de um crédito ou da prestação de serviços, havia umas centenas de pessoas que tinham todas as facilidades e beneficiavam das vantagens do acesso fácil ao dinheiro barato do BCE. Os bancos tinham lucros e todos os seus quadros recebiam prémios, os amigos tinham facilidades, havia milhões para jogos na bolsa e compras de casas de luxo no Algarve.

Na hora da verdade todos desapareceram, eram como o Carlos Costa que no BCP tinha o pelouro das relações internacionais mas não sabia de nada, até foi promovido a governador do Banco de Portugal, tal como um outro distraído, um tal Vítor Constâncio, foi enriquecer para o BCE.

O que se passou na banca foi uma pilhagem coletiva onde desde os chefes das agências aos altos responsáveis do regulador estiveram envolvidos. Esta pilhagem foi um dos maiores atentados à economia do país em toda a sua história e lamentavelmente vai ficar impune.

sexta-feira, janeiro 25, 2019

E SE NÃO TIVESSE OCORRIDO A CRISE DAS DÍVIDAS SOBERANAS

Se não tivesse ocorrido a crise das dívidas soberanas que levou o país a pedir ajuda Às instituições financeiras internacionais, é muito provável que neste momento a situação do país seria bem mais trágica do que aquela que resultou dos efeitos do memorando com a Troika, efeito largamente agravados por gente irresponsável, como Vítor Gaspar, Passos Coelho ou Maria Luís Albuquerque.

Hoje é óbvio que os grandes bancos portugueses estavam à beira da falência e que sem qualquer ajuda pública iriam cair um a seguir ao outro, como se fossem peças de dominó, nem mesmo a CGD escaparia ao desastre pois o país não estaria em condições para um resgaste de um banco das suas dimensões. 

Foi o resgate da Troika que permitiu antecipar a situação dos bancos, dando-lhes balões de oxigénio que evitaram uma desgraça maior. Mesmo assim vimos desaparecer o BES, o BPP e o BANIF. Sem esta intervenção era uma questão de tempo para que o BES, o BCP ou a CGD entrassem em rota de falência, provocando a falência de todo o sistema financeiro.

Uma falência generalizada dos bancos teria consequências bem mais graves do que as dificuldades de acesso ao mercado financeiro por parte doo Estado. Daqui resultam dificuldades para o Estado, o que obrigou a um corte nas suas despesas. Mas uma situação de bancarrota de todo o sistema financeiro a desgraça teria dimensões catastróficas.

De um dia para o outros cidadãos e empresas perderiam os seus depósitos, a maioria das empresas não teria capacidade de sobreviver dada a sua dependência da banca, os exportadores deixariam de ter capacidade para financiarem as exportações, o crédito ao consumo paralisaria. Seria o colapso de toda a economia.

Dedicaremos o próximo post aos responsáveis por este atentado contra Portugal, gente responsável por mais de duas décadas perdidas, que transformaram a banca numa imensa máquina de enriquecimento pessoal. Como é lógico esse post terá por título “Os filhos da puta” pois não há outro nome que consiga caracterizar tão bem o caráter dessa gente.

quarta-feira, janeiro 23, 2019

DO POLITICAMENTE CORRETO AO IDEOLÓGICAMEENTE CERTO


O politicamente correto tornou-se numa ditadura interior vivida e imposta a si próprio por cada cidadão, passamos a viver numa bipolaridade de pensamento, divididos entre o que pensamos e o que podemos expressar em público depois de aplicar um filtro daquilo que alguns consideram inaceitável. Deixámos de ser em público aquilo que somos e queremos ser, para sermos aquilo que alguns títeres esclarecidos consideram que podemos ou devemos ser.

Jornalistas, opinion makers, supostos intelectuais e outra gente da melhor igualha da nossa sociedade transformaram-se numa espécie associação secreta do lápis azul. Tal como Pinochet, Salazar, Franco e muitos outros ditadores, definiram aquilo que deve ser o padrão de pensamento a que devemos obedecer sob pena de sermos olhados de lado ou mesmo achincalhados em público.

Ao politicamente correto que nos controla a vida a título individual, parece juntar-se uma espécie de ideologicamente correto que parametriza o debate político e os processos de decisão a nível nacional. Deixamos de avaliar ideias segundo os nossos valores, na perspetiva da viabilidade e sustentabilidade, com preocupações em relação ao seu impacto no futuro. Tudo é filtrado pelo ideologicamente correto e deixamos de ter direito ao pensamento político.

Os grandes pensadores deste ideologicamente correto são personalidades como Loução, um trotskista que adotou poses de bispo e fala como se fosse o cardeal patriarca da política e da economia portuguesa, o que sai da sua boca cheira a “palavra do Senhor”. Catarina Martins, Mariana Mortágua e outros, seguem-lhe as pisadas. Mas não é um exclusivo da esquerda, também a direita tem o seu ideologicamente correto, basta lembrar muitas das medidas decididas por Passos Coelho para se perceber que uma boa parte deles resultava mais dos seus valores ideológicos do que da situação financeira.

Não podemos discutir o problema da violência e da marginalidade porque é racismo, devemos aumentar as pensões dos que nunca descontaram e cortar nas pensões mais altas que muito provavelmente são as únicas sustentáveis, devemos aumentar os ordenados mais baixos à custa dos médios ou mais alto pouco importando que estejamos a convidar os mais qualificados a emigrar, o SNS deve ser absolutamente gratuito e tão bom como os melhores não importando que os que mais pagam em impostos acabem por serem os que a ele menos recorrem.

Uma boa parte das decisões debatidas em público assentam em preconceitos ideológicos, para a direita são boas porque são medidas de direita, para a esquerda não melhores porque são medidas de esquerda. Para a direita há chavões como o do mercado, na esquerda há quem fale em “política nacional de esquerda”.

quinta-feira, janeiro 17, 2019

PRENDERAM O ROBIN DOS BOSQUES DA JUSTIÇA


Andamos há muitos meses a assistir a uma novela que poderia chamar-se “O Robin dos Bosques da Justiça portuguesa”, um assaltante justiceiro muito original já que enquanto o inglês era o inimigo número um do Xerife de Nottingham, o nosso Robinzinho parecia ser muito apreciado pela justiça.

Nalgumas estações de televisão, onde muitos advogados optam por acompanhar os processos já que dá mais trabalho ir aos departamentos da justiça. Principalmente quando ainda estão em segredo de justiça, o Robin dos computadores era muito apreciado. Muitos jornalistas deste país não se cansavam de justificar a impunidade do seu Robin, já que graças a ele se podia apanhar tudo o que era criminoso.

Já que em democracia há limites aos poderes policiais e estes são condicionados e controlados para evitar abusos, dava muito jeito haver alguém que não respeitasse quaisquer regras ou direitos constitucionais, obtendo provas que depois caberia à justiça ir verificar. Foi assim que foram abertos vários inquéritos, com base nos quais se promoveu a técnica do arrastão, daí resultando mais processos.

Na hora de justificar a ineficácia nas supostas tentativa de acabar com a carreira criminosa do Robin os nossos xerifes justificavam que entrar em computadores alheios era um crime menor. Mas parece que, afinal, há crimes maiores e lá prenderam o rapazola. Enfim, coincidência ou não parece que a invasão da PMLJ levou ao fim da carreira do mariola.

terça-feira, janeiro 15, 2019

MAS QUE GRANDES OPOSITORES!



Quem ouviu as críticas de Montenegro a Rui Rio a propósito da forma como o atual líder do PSD faz oposição ao governo de António Costa, não pode deixar de se lembrar que o atual líder do PSD foi eleito em meados de janeiro de 2017 e a sua direção foi escolhida no congresso realizado um mês depois. Isto significa que até Fevereiro de 2018 o líder do PSD foi Passos Coelho e durante mais de um ano, Monetenegro só abandonou o parlamento em fevereiro de 2018, tendo sido líder parlamentar do PSD durante até julho de 2017.

MAS qual foi o estilo de oposição de Passos Coelho com Montenegro e Hugo Soares como líderes parlamentares do PSD? Foram muito aguerridos, fizeram propostas, discutiram as soluções do Governo?

A resposta e as imagens que ficam desse período é a do trio maravilha rir até às lágrimas, numa sessão encenada para desvalorizar Mário Centeno na sua ida ao Parlamento, a recusa em debater o OE 2016 e a encenação da reunião das cortes de Albergaria-a-Velha onde foi apresentado o OE 2017 de uma espécie de governo no exílio e a invenção de vários mortos e feridos devido a suicídios e tentativas de suicídio durante os incêndios de Pedrógão Grande.

Quando as hostes do PSD estavam preocupadas com a ausência de oposição da liderança de Passos Coelho o agora destemido Montenegro não ficou nervoso e muito menos empertigado, bastou-lhe a promessa de que o diabo chegaria no mês de agosto., Só que o diabo não apareceu e o diabrete do Montenegro, que entretanto tinha abandonado a liderança parlamentar um mês antes da viagem agendada pelo mafarrico, ficou calado.

Montenegro, Hugo Soares, Paula Teixeira da Cruz, Luís Montenegro e muitos outros que agora estão preocupados com o PSD, andaram um ano a divertir-se contando que o diabo viesse, a oposição que fizeram foi apostar na desgraça do país, pelo que consideraram que o melhor era esperar pela vinda do belzebu que os levaria ao poder ao colo da Troika. Enfim, esta gente não vale mesmo nada e ainda bem que o país se livrou deles, agora é a vez do QUE resta do PSD liberto da extrema-direita chique acabar com o processo de higienização iniciado nas legislativas de 2015.

Por fim, vale a pena lembrar que Montenegro era contra as diretas, parece que mudou de opinião:

“Creio que o PSD não precisa de legitimar as suas lideranças por essa via. Não há no panorama político e partidário português essa tradição e a experiência que houve no Partido Socialista foi um perfeito fracasso”

segunda-feira, janeiro 14, 2019

OS COLETES LARANJAS SAÍRAM À RUA

Depois do fracasso da manifestação da extrema-direita rasca que foram ao Marquês com coletes amarelos, foi a vez da extrema-direita chique se manifestar com os seus coletes laranja, só que sendo gente mais fina em vez de terem escolhido a rua optaram por se manifestar na São Caetano à Lapa e no Palácio de Belém.

A verdade é que o líder dos coletes laranjas só não ficou a falar sozinho porque o Marcelo achou que um pedido de audiência do advogado das autarquias de Espinho e Vagos merecia prioridade, merecendo o líder dos coletes laranja um tratamento protocolar ao nível do líder do maior partido da oposição.

Não sabemos o que o colete laranja a Marcelo, sabemos apenas o que com ares de galo-da-Índia disse aos portugueses que não fizeram zapping por distração ou porque tiveram pachorra para o ouvir. O que a pobre personagem veio dizer corresponde a um dito popular muito conhecido, que quem não chora não mama. Montenegro veio chorar porque há muita gente da extrema-direita chique de Passos Coelho que anda a passar mal.

Nunca imaginaram que Costa conseguiria aquilo a que julgando ser uma brincadeira designara de geringonça, os que não tinha lugar parlamentar ficaram a ver navios, até o pobre Passos Coelho teve de desenrascar a dar umas aulinhas a título de favor, porque desta vez nem o Ângelo Correia se chegou à frente. Com as eleições europeias à porta era a ocasião para se manifestarem, até porque num cenário de uma maioria absoluta do PS ficarão condenados a ter de mudar de ramo.

Tal com a manifestação dos amarelos a dos laranjas foi um falhanço, não têm ideias, não têm projeto, apenas querem derrubar quem está no governo ou no PSD.

sexta-feira, janeiro 11, 2019

UM MONTE DE CACA

Enquanto Passos Coelho permaneceu na liderança do PSD este partido foi caindo nas sondagens, o ex-líder, tal como o Montenegro e montes de apoiantes da liderança da extrema chique, andou um ano a aguardar a vinda do diabo. O diabo não veio e de forma cobarde os apoiantes de Passos Coelho preferiram retirar-se.

Fosse qual fosse o resultado eleitoral da liderança de Rui Rio seria sempre desastroso para um PSD cujos militantes se habituaram às mordomias do poder. A seguir às legislativas a extrema-direita chique estaria de regresso para derrubar Rui Rio. Um governo minoritário ou uma nova geringonça seria sempre um governo vulnerável e havia a esperança de regressarem ao poder segundo a fórmula habitual do PSD desde Durão Barroso, em situação de crise política e com a ajuda da esquerda conservadora.

Mas um cenário de maioria absoluta do PS deitaria por terra todas as esperanças, mais cinco anos de estabilidade política, de relações normais e cooperantes entre órgãos institucionais seriam um desastre, até porque em Portugal o crescimento económico e a estabilidade andam de mãos dadas, seriam demais para esta geração. Por este andar Passos Coelho ainda chega a reitor sem ter a oportunidade de voltar ao governo.

É necessário impedir uma maioria absoluta do PS a qualquer custo e é isso que obrigou Montenegro a sair do conforto da sua toca, ele sabe que é um morto vivo da política portuguesa que será devidamente cremado no dia em que o PS tiver uma maioria absoluta. A sua decisão de tentar derrubar Rui Rio nada tem que ver com os interesses do país ou do PSD, é o desespero de quem vê na instabilidade política e na desgraça coletiva a única forma de ter valor.

Compreende-se o desespero, esta gente da extrema-direita fina não passa de um monte de caca e precisam do acesso ao poder para viverem à custa do dinheiro dos contribuintes. Estamos perante um verdadeiro monte de desespero.

segunda-feira, janeiro 07, 2019

AGORA É FÁCIL


Quem ouve os políticos e economistas da direita fica com a sensação de que os seus governos foram modelos de rigor e equilíbrio orçamental. Há uns meses atrás foi o Rui Rio que defendeu excedentes orçamentais, desde então umas décimas de défice é estar muito aquém do desejável. A última voz a defender excedentes orçamentais como algo de absolutamente normal foi a do diretor da escola de gestão da Universidade Católica.

É bom lembrar que Passos Coelho fez o que fez e nunca conseguiu cumprir as metas orçamentais. A ideia de que terá cumprido as metas em 2015 é falsa pois fê-lo à custa de artimanhas que deveriam ter conduzido à vinda do diabo em 2016, já que promoveu uma antecipação brutal de receitas fiscais de 2016, designadamente, através da retenção dos reembolsos do IVA e da adoção de taxas elevadas de retenção de IRS.

Mas Passos Coelho não é um caso único de falhanço nas contas públicas, Manuela Ferreira Leite cometeu o mesmo pecado com Cavaco Silva e com Durão Barroso. Com Cavaco o governo foi obrigado a pagar vencimentos com títulos do Tesouro e a preparar um mega despedimento de funcionários que não chegou a ser concretizado. Com Durão Barroso a então ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite vendeu muitas dívidas fiscais quem eram incobráveis, obrigando o governo que a sucedeu a substituir dívida má por dívida boa, isto é, a então ministra sacou receitas futuras para ajeitar as suas contas e mesmo assim deixou o país à beira da crise financeira.

Pela forma como agora falam fica-se com a ideia de que os bons em contas públicas são eles e o mau é o Mário Centeno. Não só conseguiriam ter excedentes, como promoveriam o investimento público, dariam tudo o que os enfermeiros querem, financiariam o SNS, construiriam todas as alas pediátricas, aumentariam os rendimentos.

Nada mais fácil, faziam tudo isso e ainda sobrava dinheiro.

sexta-feira, janeiro 04, 2019

VAI UMA APOSTINHA?

Não vou ter sorte nenhuma, mas deixo aqui uma aposta para os amigos: querem apostar como nenhum dos nossos santos padroeiros do combate à corrupção, a começar no líder do sindicato que tinha patrocínios do BES à ex-Procuradora-Geral vão fazer qualquer comentário sobre a sentença dos vistos gold?

Vão esquecer-se dos muitos comentários que fizeram sobre tudo e mais alguma coisa, mas agora, se algum jornalista lhes quiser tirar uma opinião vão dizer que não comentam sentenças. 

O que terá a ex-Procuradora-Geral a dizer do processo de difamação e destruição da carreira a que foi sujeito o ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras? O que dirá a ex-Procuradora-geral da forma abrupta como acabou a carreira de alguém agora que ainda não digeriu não ter chegado aos 7º anos como Procuradora-Geral? O que acharão essas santidades da prisão preventiva a que o homem foi sujeito?

O mais cínico disto tudo é que esta gente, que certamente dorme descansada todos os dias, ainda terão a distinta lata de argumentarem que ao ser ilibado Jarmela Palos e Miguel Macedo fez-se justiça. Mas será feita justiça em relação aos que gastaram centenas de milhares de euros e que destruíram a vida de dois altos quadros da política e do Estado. Quem vai reparar a imagem de um país corrupto que este e outros processos promovem, talvez para que um dia destes tenhamos um qualquer Bolsonaro de Mação no poder?

Não apostem porque vão perder, nenhum dos responsáveis da nossa justiça, essa justiça que gasta os recursos a destruir pessoas, vai dar a cara, desta vez a ex-Procuradora de Lisboa vai dar entrevistas, a ex-Procuradora-Geral não vai festejar a sentença com champanhe e o sindicalista não convocará os jornalistas para desancar nos partidos. Ficarão todos caladinhos.


PS: Só mais uma apostinha:

Alguém quer apostar em como o Marques Mendes vai passar por esta sentença como raposa por vinha vindimada?

quarta-feira, janeiro 02, 2019

OS NOSSOS BOLSONARISTAS

A melhor forma de fazer eleger um qualquer Bolsonaro, pouco importando se é cabo ou capitão, é difamando a democracia e os seus políticos, algo a que assistimos diariamente no nosso país. E na liderança dos que difamam a democracia são os que usam a justiça para meter o país a ferro e fogo, com o objetivo de se promoverem a nossos heróis e forçar o país a adotar os governos que querem fazer eleger.

Vimos isso no Brasil com o juiz Moro a destruir políticos, ajudando a extrema-direita para depois se fazer escolher a si próprio como ministro todo poderoso. Não deixa de ser curioso como nos últimos anos temos assistido a laços cada vez mais íntimos entre algumas personagens da nossa justiça e gente da justiça brasileira. Aliás, os nossos não se têm cansado de elogiar os mecanismos de investigação e de condenação adotados pela justiça portuguesa, propondo a sua adoção em Portugal.

Todos os dias recebemos mensagens falando mal dos nossos políticos, apresentando-os como parasitas, ricos e corruptos. É comum a ideia de que a nossa classe política é constituída por políticos e corruptos, todos eles ganhando muito mais na política do que ganhariam nas suas profissões. A verdade é que os casos de corrupção em 40 anos de democracia são muito eduzidos se comparados com as dezenas de milhares de cidadãos que participaram ativamente na vida política, desde o modesto membro de uma Assembleia da República aos Presidentes da República.

Quem promove esta imagem dos políticos? A resposta é óbvia e basta ler os jornais dos últimos meses para percebermos que no topo da hierarquia do Estado só Marcelo Rebelo de Sousa se escapou à máquina trituradora dos processos judiciais difamatórios. Antes de se primeiro-ministro, António Costa foi alvo de supostas investigações por causa de uma casa. O seu ministro mais importante e presidente do Eurogrupo esteve sob ameaça da justiça e viu o seu gabinete invadido por polícias e magistrados, o presidente da principal autarquia do país também foi alvo de uma suspeita envolvendo a compra de uma casa.

Se recuarmos no tempo lemos dezenas de notícias de processos abertos para investigar políticos, chegando o processo difamatório ao ponto de uma associação de juízes ter recolhido os dados dos cartões VISA na condição de cidadãos para verificarem se podiam tramar alguns governante, o que fizeram em relação a dois porque supostamente terão comprados livros ou revistas. Qual era o objetivo da associação de juízes, combater a corrupção ou difamar a classe política?

A ideia de que a democracia está sendo destruída nas redes sociais com a participação de gente sem formação é mentira, quem mais tem contribuído para destruir a democracia é gente que está entre os funcionários que mais ganham em cuja formação o Estado mais investiu. Aliás, quem mais ajudou o Bolsonaro a chegar ao poder não foram os grupos no WhatsApp, mas sim o juiz moro que descredibilizou os candidatos que importava descredibilizar. Lá como cá é gente manipuladora, ambiciosa e com poder que está ajudando a extrema-direita. Lá como cá são os que deviam ser os primeiros a defender a democracia que parece que tudo fazem para a destruir.