terça-feira, novembro 30, 2021

UM PRESIDENTE POUCO CORAJOSO



Quando questionado sobre um eventual perdão judicial a Rendeiro, o Presidente da República esquivou-se a dizer um “sim” ou um “não”, escondeu-se atrás de prazos e formalismo.

Agora, devolveu mais uma vez um diploma ao Parlamento, evitando a frontalidade de um veto pessoal, escondendo a sua opinião atrás de formalismos.

É uma pena que o Presidente da República não seja um pouco mais corajoso, no seu cargo precisamos de um capitão da equipa e não de um bom jogador que sempre que pode quer ficar no banco para evitar lesões.

segunda-feira, novembro 29, 2021

O MAFARRICO OMICRON


 

No ano passado foi dito aos portugueses que se fossemos bem comportadinhos levaríamos como prenda de Natal a liberdade de o gozar sem restrições. Fizemos umas aneiritas, mas mesmo assim fomos premiados com uma imensa bondade por parte dos responsáveis políticos e não nos enfartámos de filhoses, como andámos quilómetros no famoso “quando o comboio apita”.

O problema é que se as filhoses não resultaram em caganeira, por causa do mafarrico muitos fomos parar aos hospitais, que tiveram de usar as ambulâncias como quartos covid. A explicação oficial foi a de que a culpa foi da variante delta do mafarrico, a tal variante que nos levou a reagir aos ingleses, que nos fecharam as portas, ao estilo do mapa-cor-de-rosa. Que não fazIa sentido, que o mafarrico delta ainda não estava por cá.

Parece que agora a história se repete, graças à vacinação já podemos a empanturrar-nos em filhoses e a embarcar nos famosos comboios da meia-noite. E desta vez já há um culpado, o mafarrico omicron.

quarta-feira, novembro 24, 2021

PATACOADAS


A ministra da Saúde tem toda. Razão, se os médicos do SNS fossem tão resilientes como o ministro Eduardo Cabrita, formar-se-iam filas de médicos à entrada da Caixa Geral de Aposentações a exigir que a idade limite para se trabalhar no Estado passasse a ser de 90 anos.

Quando as coisas correram bem e os profissionais de saúde deram o seu melhor a ministra desdobrou-se em homenagens, mas agora que não pode proibir os médicos de saírem do Estado recorrendo aos poderes o Estado de Emergência e é confrontada com uma realidade que nos obriga a questionar a competência dos responsáveis políticos pela saúde, a ministra comete uma asneira colossal.

Sugerir que um profissional que muda de emprego saindo do Estado é pouco resiliente, o que linguagem comum quer dizer que são cobardes é algo que não se esperaria de alguém com responsabilidades políticas.

Agora sabemos que o modelo de profissional e de político é o resiliente Eduardo Cabrita, para não referir alguns ministros que deveriam criar uma AMA, Associação dos Ministros Anónimos. É o caso, por exemplo, da ministra da Saúde, desde que nos primeiros dias da pandemia que declarou que a pandemia seria um bom negócio para Portugal, porque iríamos exportar muitos suínos para a China, que esta senhora nunca mais foi vista.

Com patacoadas destas o PS arrisca-se a ter uma grande surpresa nas próximas eleições legislativas.

sexta-feira, novembro 12, 2021

PAULO RANGEL

 


Há políticos de que gosto e políticos de que não gosto, Rangel está numa categoria diferente, não passou nos psicotécnicos para ser avaliado como politico. Desde que esta criatura apareceu na política, uma espécie de almondega vinha do CDS, nunca consegui levá-lo a sério.

Felizmente o homem tem-se em maior conta do que a que resulta da minha avaliação e nunca desistiu de chegar ao topo da vida política. Por isso, chegada a hora e empurrado por aqueles que sabem que não é o momento apropriado para o assalto ao poder, vulgo pote, decidiu avançar. 

É um daqueles ciclistas que fogem do pelotão ms ninguém leva a sério, Rangel sente-se neste papel e encetou a sua fuga, apostou num golpe de sorte. Melhor, em dois golpes de sorte, já que se conseguir descolar de Rio ainda terá de ultrapassar Costa, que já vai a meio da montanha.

Em tempos alguém que conhecia bem um dos mais vaidosos ministros de Cavaco Silva, contou-me que o homem fazia belos discursos com base em artigos de revistas estrangeiras, de onde ia retirando ideias, dados e citações. Quando ouço Rangel discursar imagino-o, na note anterior, a folhear revistas estrangeiras, documentos do Parlamento Europeu e livros de notas, de lápis enfiado na orelha.

Por mais que este canário cante irei sempre desconfiar que debaixo da gaiola está um gravador. 

quinta-feira, novembro 11, 2021

NOTAS BREVES, OU NEM TANTO...


 


Apesar da pouca vontade de comentar a nossa vida politica, não resisto à tentação de fazer alguns comentários ao que vou vendo por aí.

Antes de mais, valeria a pena recuperar o velho aviso das televisões: “Pedimos desculpa por esta interrupção, o programa segue dentro de momentos”. Aplica-se a muito do que temos visto estes dias.

Foi do que me lembrei quando vi a CGTP fazer uma espera ao ministro da Economia, recuperando o estilo sindical do incansável Mário Nogueira, de quem todos temos saudades. Mal o PCP decidiu atirar para a sucata uma geringonça que há muito estava desengonçada, que recuámos um bom par de anos. Nada mudou, o PCP volta a ter a maioria absoluta nas ruas, para usar a expressão em tempos inventada por Jerónimo de Sousa.

No domínio da saúde também poderíamos usar o aviso, com a partida do vice-almirante assistimos ao regresso em força das libelinhas, besouros e outros bichos com que a diretora-geral de Saúde se gosta de embelezar quando vais às televisões. O problema é que não foram só as libelinhas a aparecerem com o frio, foi também a quinta vaga, a confusão nas vacinas.

Ali para os lados da tropa as coisas estão a ficar divertidas , parece que um negócio de contrabando de diamantes de sangue feito graças aos controlos ineficazes ou mesmo ausentes nas chegadas de aviões militares. O exército português é notícia à escala mundial e, por cá, desde políticos a militares, todos concordam que a tropa saiu prestigiada!

Bem, depois de termos inventado heroínas porque Portugal é dos países do mundo onde a pandemia matou mais gente por 100.000 habitantes, ainda alguém se vai lembrar de propor uma condecoração para o ex-sargento pois graças ao seu contrabando ficámos bem vistos.

Para acabar, dou conta de uma dúvida que me tem assaltado. Se das eleições legislativas resultar um cenário parlamentar idêntico ao atual, o que vai acontecer? Costa vai apresentar o orçamento B? Jerónimo de Sousa vai dizer a CGTP para deixar de chamar nomes aos ministros e aceita uma reparação da geringonça? A Catarina Martins vai exigir que a Mariana Mortágua seja ministra das Finanças como previu o eterno Louçã, o nosso cardeal do trotskismo?

Desconfio que tudo ficará na mesma, ou Jerónimo ceita a geringonça, ou o PS descobre que o PSD de Rio é mais próximo do OS do que este do PCP, ou o inimitável Marcelo dissolve outra vez o paramento e pede desculpa por mais esta interrupção.

Livres do Passos Coelho, da troika e com ageringonça atirada para o caixote dos aparelhos avariados, no super mais próximo, regressámos ao Portugal do costume.