domingo, novembro 12, 2023

O PROXI DO ANTÓNIO COSTA

António Costa inventou um novo modelo de governação, para além de adjuntos, assessores, um chefe de gabinete cheio de envelopes, ministros e secretários de Estado, criou um proxi dele próprio.

Foi uma boa solução, o proxi era um primeiro-ministro virtual, que se relacionava com os membros do governo e, porventura, com os altos cargos da Administração pública como se fosse um primeiro-ministro virtual, com os poderes do António Costa.

Além disso, o proxi do primeiro-ministro poderia ser ainda proxi de empresas, o que significa que estamos perante uma modelo avançado de governação, uma espécie de simplex dos novos tempos.

O problema é que estamos perante uma aberração institucional que, como acabou por se confirmar com o processo judicial em curso. Foi uma boa solução para pular por cima da burocracia, a mesma burocracia que o Costa acha que deve acabar, mas que o fim de 7 anos pouco ou nada fez para modernizar os procedimentos administrativos.

Agora o proxi parece ter sido vítima do vírus do tráfico de influências e o António Costa optou por o desligar em direto numa conferência de imprensa absurda. Afinal a maior amizade de toda uma vida foi terminada na forma mais à Costa que poderíamos imaginar, em direto na TV e sem quaisquer contemplações.

Parece ser uma tradição de alguns políticos portugueses, aao longo das suas carreiras deixam atrás de si um longo cemitério de cadáveres, servidores usados enquanto deu jeito e executados na hora em nome da salvação dos líderes políticos. Já conhecíamos o cemitério privativo de Cavaco Silva, agora temos um segundo cemitério privativo, o de António Costa, onde ao lado de Vieira da Silva, de Sócrates, de Seguro e do Cabrita, foi juntar-se o Lacerda, a cusa incineração o país assistiu em direto, pela televisão e em hora de prime time.

E assim acaba a carreira de um político bem como de muitos que agora tentam sobreviver inventando outros proxis, veremos quem será o proxi dos costistas que apresentarão no congresso do Partido socialista.


quinta-feira, outubro 26, 2023

ISRAEL É UM ESTADO TERRORISTA?



Alguns dos atos cometidos pelo Hamas no seu ataque a israelitas que vivem nos territórios que no passado foram conquistados aos palestinos pela força e que ainda não mereceram a aprovação da ONU foram atentados terroristas.

Não podemos invocar o direito de lutar pelos seus direitos para justificar atos terroristas, ainda que todos sabemos que Israel é uma potência militar, que detém armas nucleares à margem das normas internacionais e que, portanto, qualquer luta convencional inverterá a situação. Mesmo assim foram atos terroristas que não se justificam.

Mas quando assistimos a um dos maiores bombardeamentos na história sobre populações civis não podemos esconder a sua natureza terrorista por detrás de um suposto direito de defesa. Porque Israel não está a defender-se, está a atacar e não ataca militares ataca civis, matas milhares de crianças e até já há notícia da morte de 50 cidadãos israelitas que eram reféns.

Os bombardeamentos de populações civis em Gaza em nada se distinguem aos bombardeamentos de Varsóvia, na sequência da sublevação polaca durante a ocupação civil. Na ocasião Hitler mandou destruir Varsóvia e bombardeou indiscriminadamente a população civil

Aquilo a que estamos a assistir de forma passiva e cobarde é muito provavelmente o maior atentado terrorista na história da humanidade, nunca foram usadas bombas tão poderosas para destruir prédios civis, nunca foram mortas tantas crianças em tão pouco dias em consequência de um bombardeamento premeditado a alvos civis cujos responsáveis sabem antecipadamente quem são as vítimas. Nunca foi bombardeado de forma premeditada um hospital cristão de Gaza, nem nunca vimos tantas vítimas num ataque desta natureza.

Aquilo que estamos a assistir é um atentado terrorista como a humanidade nunca tinha assistido. Não é conduzido por um grupo de terrorista com alguns milhares de militantes, é conduzido por um Estado, apoiado por aliados que lhe disponibilizam o apoio com três porta-aviões, muitos navios de combate e centenas de aviões estacionados em várias bases na zona.

E se um Estado organizado mobiliza uma das forças aéreas mais poderosas do mundo, apoiada com milhares de tanques e 350 mil soldados, para promover um atentado terrorista destas dimensões, esse Estado não é outra coisa senão um Estado terrorista. 

O EXERCÍCIO DO DIREITO DE ISRAEL A DEFENDER-SE

 

quarta-feira, outubro 25, 2023

O REGRESSO HÁ BARBÁRIE

Há muitas guerras que não se via tanta barbárie no mundo.

Desde A batalha de Somme que não víamos “assaltos de carne” como aqueles a que temos assistido na guerra na Ucrânia, onde os discursos e vídeos de Zelensky são alimentados por assaltos sucessivos de batalhões de soldados sem qualquer preparação, sabendo-se que o destino da maioria deles é a morte sem glória e sem resultados.

Nunca tínhamos visto assaltos suicidadas como aqueles que Zelensky manda fazer na Crimeia apenas com o objetivo de espetarem uma bandeira na praia e tirar uma fotografia, sabendo que a maioria dos soldados não regressarão a casa.

Desde os pilotos kamikaze japoneses e dos carros bomba e cintos de bombas do DAESH que não assistíamos a tantos ataques suicidas, na maioria dos casos sem quaisquer resultados para além da morte de centenas de soldados suicidas.

Desde Hiroxima e Nagasaki que não víamos ataques indiscriminados contra população civis, apenas com o objetivo de espalhar o terror e forçar uma rendição sem condições.

Desde o gueto de Varsóvia que não vimos tanta gente confinada, aterrorizada e atacada por uma potência militar que parece ter por objetivo expulsá-los da sua terra.

Desde os tempos em que Hitler, um velho cabo da primeira guerra que começou a carreira como pintor sem sucesso, que assumia o comando do exército, levando-o a manobras derrotadas, que não víamos alguém que nada sabe de guerra, armando-se em comediante em chefe, forçando a batalha de Bakhmut, onde teve mais de cem baixas e comprometeu a prometida contraofensiva.

Desde a Batalha de Kursk, onde a ofensiva foi atrasada por Hitler, para contar com novos tanques, que não víamos a destruição de tantos tanques sofisticados, em particular alemães e uma derrota tão expressiva como a que estamos a assistir em Zaporíjia.

Desde o lançamento de paraquedistas aliados sobre a Holanda, decidida pelo general inglês Bernard Montgomery, que não assistimos a uma ofensiva tão mal conduzida e suicida como a que está ocorrendo em Kherson.

E, pior do que tudo, em vez de vermos as potências ocidentais tentarem resolver os conflitos, vemos americanos, ingleses franceses e alguns galos-da-Índia, como o nosso ministro da Defesa a incitar ao conflito e à sua generalização, como se alguém tivesse alguma coisa a ganhar com uma guerra mundial ou com um conflito generalizado no Médio Oriente, que também pode levar a um conflito de dimensão mundial.

sexta-feira, outubro 20, 2023

BIDEN E ISRAEL


 

A ARTE DE BEM AUMENTAR OS IMPOSTOS

 


Quando um governo apresenta um orçamento sem défice, com um aumento da receita fiscal e alardeia uma suposta redução dos impostos, através de mexidas nas taxas do IRS temos de desconfiar, seguindo a máxima popular de que quando a esmola é grande até o pobre desconfia.

Não é fácil de imaginar que os governos contam com modelos econométricos que lhes permitem simular as receitas fiscais em função de alterações nas diversas taxas de impostos, considerando os diversos cenários de crescimento económico.

Se o objetivo é reduzir as receitas de IRS sem reduzir as receitas fiscais é uma questão de mexer noutros impostos, simular taxas de crescimento e taxas de inflação. Feitas todas as contas dá-se o milagre, anuncia-se a redução dos impostos sobre o rendimento, quando, feitas as contas, o cidadão paga um pouco menos de IRS e compensa este benefício pagando mais noutros impostos.

O aumento do IUC das viaturas mais antigas quase não se falou aquando da apresentação do orçamento, mas dias depois quase fez esquecer a tão falada redução do IRS. Não tanto pelos montantes que estão em causa, mas por se tratar de uma medida que atinge em cheio os mais pobres, porque é de pobres que falamos quando se aumentam os impostos sobre os carros velhos.

Está claro que a medida até é apresentada com uma boa intenção ambientalista, aliás este tem sido um argumento muito usado desde há alguns anos para aumentar alguns impostos. Nunca é a intenção de aumentar as receitas fiscais, é sempre a boa intenção de proteger a saúde, de proteger o ambiente ou proteger qualquer coisa.

É por isso que este aumento de impostos é uma medida fiscal cínica, pensada por gente que gosta se apresentar como muito bem intencionada, preocupada com as pessoas e o com o ambiente e que para isso não encontrar melhor solução do que penalizar precisamente as pessoas com menos recursos, que são os que compram carros velhos ou não conseguem substituir o seu carro a cair aos bocados por um novo ou mesmo por um menos velho.

FOTO DO DIA


 


Aldraba, Lisboa

quinta-feira, outubro 19, 2023

FOTO DO DIA

 


Arte no Jardim Gulbenkian, Lisboa


QUEM ATINGIU UM HOSPITAL EM GAZA?

Depois do hospital de Gaza, um hospital da Igreja Baptista, perante a acusação de crime de guerra o governo israelita responde usando o argumento mais fácil, que tinha sido um míssil dos terroristas islâmicos, acrescentando que uma elevadas percentagens destes mísseis caem no próprio território da Faixa de Gaza. 

Coloca-se, portanto, a questão: a morte de mais de 400 civis foi responsabilidade do terrorismo islâmico ou do terrorismo sionista?

Até agora dizia-se que o Hamas lança rockets e que a maioria destes são destruídos pela cúpula de ferro, perante o incidente estes rockets artesanais, feitos com tubos de canalizações de água, foram promovidos a "mísseis" e uma boa parte deles, afinal, caem na Faixa de Gaza, antes de serem derrubados pela cúpula de ferro e apenas uma pequena percentagem ultrapassa o sistema defensivo.




A promoção de rockets a mísseis não é ingénua, sugere-se uma grande carga explosiva. Só uma carga explosiva de grande potência afeta um edifício sólido, matando mais de 400 pessoas. Mas, os terroristas sionistas não acrescentaram que modelo de míssil foi lançado pelos terrorista do Hamas.





As imagem documentam os estragos resultantes de edifícios em Siderot, Israel, que foram atingidos por rockes lançados pelo Hamas. A imagem seguinte documenta os estragos feitos num edifício atingido por um rocket, em Ashkelon, Israel:



Até agora não não há imagens de edifícios em Israel que mostrem estragos da dimensão dos que foram feitos num edifício que permitissem fazer 400 vítimas.

Até aqui sabia-se que uma munição de 155 mm dos sofisticados tanques israelistas tem um poder destrutivo vem superior ao dos rockets dos terrrosristas do Hamas:




Se até aqui não vimos grandes estrados feitos por mísseis dos terroristas do Hamas, o mesmo não se pode dizer das bombas lançadas pela aviação dos terroristas sionistas, todos já vimos vídeos e fotografias que documentam a dimensão do poder das bombas com grandes cargas explosivas lançadas sobre a Faixa de Gaza:





Se os terroristas sionistas não documentarem estragos provocados pelos supostos "mísseis" dos terroristas do Hamas em território Israelita, que provem que podem impactar num edifício com um  poder explosivo do quase resulta um nível de destruição que justifique as 400 mortes ocorridas no hospital baptista da Faixa de Gaza, teremos de concluir que se tratou de um muito grave e vergonhoso crime de guerra cometido por terroristas sionistas.

Infelizmente a esmagadora maioria das vítimas desta guerra entre terroristas são civis e especialmente as crianças e com uma única bomba foram feitas mais vítimas e morreram mais crianças do que no ataque inicial dos terroristas do Hamas.

Se o governo israelita não provar a justificação que fez teremos de concluir que o este ataque não foi da responsabilidade dos terroristas do lado da Faixa de Gaza mas sim pelos terroristas que atuam do outro lado. Por uma razão muito simples, porque os terroristas do Hamas ainda não usaram bombas com tal efeito destrutivo e não há qualquer prova de que as possuam.








quarta-feira, outubro 18, 2023

terça-feira, outubro 17, 2023

PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA

 


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
André Ventura, Limpa-fundos da vida política portuguesa


André Ventura está para a vida política portuguesa tal como os limpa-fundos estão para os aquários. Os adeptos de aquários não prescindem de contar com estes peixinhos nos seus aquários, como se alimentam da caca dos outros peixes ajudam a manter os aquários limpos.

André Ventura não tem argumentos para valer por si próprio ou pelo seu projeto, não é um peixinho exótico, não atrai pela sua beleza, nem sequer tem valor de coleção, o seu papel na vida política portuguesa é reciclar a caquinha que encontram transformando-o num suposto discurso político.

A generalidade dos movimentos de extrema-direita europeia assentam em fundamentos ideológicos e, mais ou menos populistas no discurso, têm um programa definido. Por exemplo, o VOX da vizinha Espanha é uma emanação do franquismo, encontrando as suas raízes no que resta da ditadura de Franco, a Falange e o Movimiento.

Ao contrário do VOX que assume os seus valores o André Ventura chafurda no salazarismo para captar votos, xafurda na sociedade em busca de lixo para o usar como argumento, num dia associa-se aos movimentos fascistas estrangeiros, no outro faz queixinhas, porque é um democrata que foi a uma manifestação e lhe atiraram um copo de água.

Quem gosta de Ventura admira-o não pelo que vale, mas porque o considera representante dos que não se sentem bem em democracia, porque não gosta de democracia e preferem o autoritarismo, porque foram fascistas no passado e detestam a democracia desde que foi implantada, porque se sentem mais confortados em apoiar alguém que lhes dá voz do que intervindo no debate político, por incapacidade ou por falta de argumentos.

A maneira de fazer política é chafurdar no lixo em busca de algo que possa reciclar em argumentos que vão de encontro aos seus eleitores.


«O Chega anunciou hoje que vai requerer as audições do ministro da Administração Interna e dos serviços de informações para que prestem esclarecimentos sobre as medidas para evitar "ataques como os que aconteceram em França e na Bélgica".

Numa declaração aos jornalistas no parlamento, André Ventura disse que formalizará hoje a entrega desses requerimentos e, ressalvando que não quer "levantar alarmismos", considerou que ataques como os recentes em França e na Bélgica se podem "rapidamente espalhar por todos os países da Europa".

Ventura disse que pretende perguntar à secretária-geral do SIRP, Graça Mira-Gomes, "que trabalhos estão os serviços de informações a fazer neste momento e que recolha está a ser feita para garantir que Portugal está a salvo de ataques como os que ocorreram na Bélgica e em França".

Quanto ao ministro José Luís Carneiro, Ventura defendeu que deve prestar esclarecimentos sobre a "a proteção específica da comunidade israelita" e sobre os esforços que estão a ser feitos no âmbito da segurança pública, para acautelar evitar que se manifestem em Portugal atos motivados pelo fundamentalismo islâmico.» [Notícias ao Minuto]

A ÚLTIMA GUERRA ISRAELO-ÁRABE?


Por ter interesse na cultura do povo judeu, uma cultura que de certa forma está impregnada na nossa própria cultura, costumo acompanhar  alguns youtubers israelitas. Nestes dias, este youtubers, que habitualmente se dedicavam a questões relacionadas com a cultura e religiões de Israel, transformaram-se em soldados sionistas.

Um deles, um youtuber de origem argentina, com filhos mobilizados para esta guerra, chegou a prever a criação de colonatos na faixa de Gaza, após a ocupação deste território por parte do exército israelita. Não me surpreendeu, sempre que ocorreu uma guerra entre árabes e israelitas, os mais sionistas aproveitaram para conquistar novos territórios, sucedeu com a Península do Sinai, que foi devolvida depois do acordo de paz com o Egipto, bem como uma parte substancial do território palestiniano e com os Montes Golan, território reconhecido internacionalmente como sírio.

Falta pouco para reduzir a palestina a dois guetos, depois de uma boa parte dos palestinianos terem sido empurrados para a diáspora restam 4,5 milhões, repartidos entre o que resta da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Na Cisjordânia a arma para confinar os palestinianos aí residentes num gueto tem sido obra dos colunatos. Agora chegou a vez de reduzir a Faixa de Gaza a metade, senão expulsar os palestinianos aí residentes para o Egipto ou para a Cisjordânia, um pequeno gueto que teria maior densidade populacional do que o execrável gueto de Varsóvia.

Tudo isto tem sucedido com o acordo e proteção dos EUA e o beneplácito da União Europeia, que tentam compensar a forma como ignoram o respeito de muitas resoluções da ONU e a violação sistemática da Carta das Nações Unidas e de todas as leis internacionais, com ajudas a territórios onde só se entra ou sai com a autorização de Israel. Cinicamente a UE, uma decisão vergonhosa, apressou-se a suspender todas as ajudas à Palestina, Cisjordânia incluída, logo a seguir aos ataques bárbaros por parte do Hamas. 

Só que em poucos dias Israel comportou-se de forma tão bárbara quanto o Hamas e se o mundo ficou indignado com as imagens de ataques extremistas, bem como com mentiras como a dos 40 bebés degolados, agora reage da mesma forma à barbárie dos bombardeamentos israelitas, que mais do que combater o Hamas visa criar um clima de terror, expulsando os palestinianos de metade da Faixa de Gaza, para a fronteira do Egipto, provavelmente na intenção de expulsar os palestinianos para este país, da mesma forma como no passado foram expulsos para países vizinhos como o Líbano ou a Jordânia.

Só que hoje já não há exércitos invencíveis nem tanques blindados indestrutíveis e poucas horas depois dos ataques israelitas, os EUA foram forçados a enviar aviões carregados de munições, a deslocar um porta-aviões acompanhado da sua força de ataque e vai um segundo a caminha, ainda não se sabe se para se juntar ao primeiro ou para o substituir, já que este está há quase 8 meses no mar, excedendo o tempo normal. Além disso, deslocaram muitos aviões de combate para a zona e preparam-se para deslocar mais 2.000 marines, para ajudar Israel se for necessário.

Isto é, os EUA sabem que se for desencadeada uma nova guerra Israelo-árabe, envolvendo os países árabes da região, bem como os turcos e iranianos, dificilmente Israel sairia vencedor. O Egipto, com os seus 109 milhões de habitantes já não tem um exército como no tempo de Nasser, A Arábia Saudita com 36 milhões de habitantes tem uma das forças armadas mais poderosas da região, o Irão que conta com 88 milhões de habitantes é hoje uma potência militar regional, superada em muito por uma Turquia com 85 milhões de habitantes é o segundo exército mais poderoso da NATO.

Se Israel começar uma guerra nunca saberá quando a mesma vai terminar, e se de início terá apenas o Hamas, também não sabe quantos países árabes e muçulmanos se juntarão ao conflito. Além disso também ninguém sabe quais as repercussões ao nível mundial, quer pela reação de outros países muçulmanos de todo o mudo, quer pelo risco de os países árabes voltarem a desencadear uma crise petrolífera, como sucedeu com o choque petrolífero de 1973.

Com as potências ocidentais a gastarem uma boa parte dos recursos no financiamento da guerra contra a Rússia, e com os seus arsenais quase vazios, depois de municiarem a ofensiva falhada de Zelensky, o Ocidente não está em condições económicas e militares para suportar uma nova guerra. Os países europeus dispõem de soldados e munições apenas para brincarem à guerra em exercícios militares que os generais de aviário tanto adoram. Depois de sucessivas crises financeiras internacionais, seguiu-se a pandemia de Covid-19 e pouco tempo depois a guerra na Ucrânia.

Mal comece uma guerra no Médio oriente o mundo entrará numa crise económica global, aprofundada por uma crise petrolífera, num momento em que a Europa já não suporta mais aumentos de preços de crude ou de gás natural, já que em consequência do fim do recurso ao gás russo uma boa parte da indústria alemã está à beira de uma crise.

E como se tudo isto não bastasse e. os problemas fossem poucos os EUA e a União Europeia tiveram a infeliz e inoportuna ideia de desencadear uma guerra económica com a China, de que dependem no que se refere a algumas matérias-primas estratégicas, como de bens manufaturados, como vimos durante a pandemia do Covid-19 e os problemas de abastecimento de material eletrónico que se lhe seguiu, por falta de contentores.

Os EUA sabem muito bem, ao contrário da pateta da senhora Ursula Von der Leyen, que se tem comportado nesta crise, iniciada com a guerra na Ucrânia, como uma galinha choca, que esta guerra envolve grandes riscos e num contexto de crise na Ucrânia, onde muitos desejam desencadear uma guerra mundial para derrotar os russos, o mundo pode estar à beira de um colapso.

Alguns líderes europeus, como o nosso António Costa, dera carta branca para matar por conta de um “direito a defender-se” quando o que está em causa é um direito a atacar e bombardear indiscriminadamente alvos civis, sabendo-se que os terroristas são os menos indefesos e por estarem em bunkers e túneis não serão os mais atingidos. Matar significa que serão mulheres e crianças as vítimas, já que os terroristas estão escondidos em túneis e bunkers. Parece que os EUA têm mais bom senso e foram os primeiros a pressionar Israel, sugerindo que está fora de questão ocupar a faixa de Gaza e tudo fazem para impedir ou retardar uma invasão, de consequências cada vez menos imprevisíveis.

Benjamim Netanyahu, que ignorou muitos dos avisos que recebeu, levando a crer que esperava e desejaria este ataque do Hamas, ainda que não tivesse previsto a dimensão de que veio a revestir-se, usando o argumento da defesa para acabar de vez com a Faixa de Gaza e segurar um Governo em crise e esquivar-se às perseguições da justiça israelita por acusações de corrupção, parece ter tido mais olhos do que barriga.

Agora o mundo pode estar à beira de uma nova guerra israelo-árabe de dimensões nunca vista e isso põe em perigo, primeiro do que tudo, a própria existência do Estado de Israel.





FOTO DO DIA


 Festa do Avante, 2005


segunda-feira, outubro 16, 2023

 


  


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA

Paulo Rangel, Deputado Euro-endinheirado do PSD


Quem viu o eurodeputado Paulo Rangel questionar a legitimidade "política da geringonça", ignorando a sua constitucionalidade o que obrigou Cavaco Silva, então presidente da República a "engolir" a contragosto a alternativa política apresentada por António Costa, não pode deixar de dar uma gargalhada ao vê-lo agora exultar com a possibilidade de uma geringonça polaca que vai de encontro Às suas expectativas políticas.

«Para o deputado europeu, o resultado dá uma "grande esperança" à Europa, uma vez que a Plataforma Cívica de Donald Tusk e os seus parceiros obtiveram "uma maioria confortável" que pode vir a por fora do poder os conservadores populistas do Lei e Justiça (PiS).


"Uma viragem fundamental para a União Europeia e para a democracia liberal", salientou o vice-presidente do PSD.

As palavras de Rangel foram, contudo, criticadas por José Gusmão, deputado europeu do Bloco de Esquerda (BE) que recordou que o PSD, que agora vê com bons olhos uma "geringonça polaca", viu como um "golpe" a geringonça formada pelo PS, PCP e BE, em Portugal, em 2015.» [Notícias ao Minuto]


GALINHIROS EM ISRAEL

 



Quando os tanques russos apareceram na Ucrânia cobertos por armações que lembram galinheiros não faltaram piadas, sugerindo qu isso eram um sinal da fraqueza dos blindados russos que dessa forma evitavam ataques de armas antitanque drones, evitando o seu impacto na parte superior, onde a blindagem é mais frágil.

Até nas nosas televisões vimos os nossos generais na reserva, agora comentadores televisivos, brincarem com a situação, enquanto que garantiam que os brinquedos fornecidos pelo Ocidente iriam mudar o curso da vitória. Aliás os nossos generais, que nunca ouviram uma munição explodir a não ser nas carreiras de tiro, anunciaram a vitória sempre que era enviado um brinquedo novo.

Agora parece que não só os ucranianos usam esses galinheiros, além de terem reforçado as blindagens dos Leopard com velhas proteções herdadas da URSS, como também em Israel os blindados estão a ser equipados com galinheiros em cima. Esperemos por ver os poderoso e prometedores tanques M1 Abrams enviados para a Ucrânia, para confirmarmos se não imitam os russos, ainda que há muito que os tanques ocidentais tenham sido retirados da linha da frente, para não estragarem a imagem da indústria de armamento europeu.

Agora, a dúvida está em saber se os poderoso tanques Merkava de Israel são tão indestrutíveis como diziam dos Leopard alemães ou dos Chalenger ingleses.

Parece que a "arte" da guerra mudou e que deixaram de existir tanques invencíveis e os próprios russos perceberam isso ao não enviarem os seus melhores tanques, os Armata, para o campo de batalho.

FOTO DO DIA



Porto visto de Vila Nova de Gaia

domingo, outubro 15, 2023

  


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA

António Guterres, Secretário-Geral da ONU


Quando Israel tiver conquistado o território ou quase todo o território de Gaza e tudo estiver "tranquilo" é certo e sabido que Guterres fará uma das suas viagens de turismo institucional, vertaerá um par de lágrimas pela vítimas, dará uns guinchinos em defesa dos diretos dos palestinianos e segue viagem tranquilo.

Se a ONU não tem meios para intervir, como Guterres deixou de ter boca para falar.

«A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinianos ocupados lamenta que ninguém, nem sequer o secretário-geral da ONU, António Guterres, peça às Nações Unidas um cessar-fogo no Médio Oriente.

"Não tenho qualquer indicação de que esteja a ser considerado nem ao nível do secretário-geral", disse a relatora especial para os territórios palestinianos ocupados, Francesca Albanese, em declarações à rede Al-Jazeera, lamentando que além dela, ninguém pediu um cessar-fogo no Médio Oriente.

"Preocupa-me porque (...) há autoridades israelitas a quererem eliminar o movimento islamita Hamas, mas o que vemos na realidade é que milhares de pessoas, incluindo crianças, são mortas ou feridas", referiu.» [Notícias ao Minuto]



 

FOTO DO DIA


Fotografando no Jardim da Estrela

sábado, outubro 14, 2023

PERSONALIDADE "O JUMENTO" DO DIA

  


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
ANTÓNIO COSTA, JOGADOR DE PUZZLE


Pelas palavras do primeiro-ministro o SNS é um puzzle que, pelos vistos, tem algumas peças no sítio errado, mas o país pode estar descansado porque em janeiro esse conjunto de peças mal colocadas estarão "devidamente montadas". Bem se as peças não estando montadas o brinquedo certo não será um puzzle mas sim um Lego, mas deixemos isso de lado.

Dizer que o problema do SNS é um problema de peças mal colocadas num puzzle é ignorar que esse puzzle vai continuar com muitos buracos. Teremos buracos pela falta de médicos que já se regista, pelo elevado número de médicos que, entretanto, se aposentarão e pelas horas extraordinárias dos médicos que tem iludido a realidade de um puzzle que tem cada vez mais peças a menos.

Mas das declarações de António Costa resulta uma outra questão, pois ao sugerir que foi a nomeação de um administrador nacional para diretor do SNS e que são as medidas deste que salvam a situação, teremos de sugerir que de forma implícita António Costa está a admitir que os seus ministros da Saúde eram incompetentes, afinal um único administrador hospitalar terá conseguido em poucos meses o que os seus ministros não resolveram em sete anos.

Enfim, além de obrigar os candidatos a ministro a preencher o famoso formulário das trinta e tal perguntas, António Costa deverá obrigá-los a fazer um exame de capacidade para montarem puzzles. Por exemplo, todos os ministros dos transportes deveriam ter feito puzzles envolvendo a TAP e o aeroporto de Lisboa, os ministros da Educação puzzles de preenchimento de vagas de professores e por aí adiante.


«"Ocalendário que está fixado é que em janeiro temos o conjunto das peças do puzzle devidamente montadas. Se me pergunta se no dia 2 de janeiro passamos a viver no país das maravilhas, não passamos a viver no país das maravilhas", disse António Costa no final de uma reunião com a Direção Executiva do SNS e o ministro e secretários de Estado da Saúde que decorreu, esta tarde, no Porto.

Depois do encontro, que durou cerca de quatro horas, o governante explicou que as "peças do puzzle" a que se refere são as três grandes reformas do SNS que, em 2024, vão entrar em vigor, nomeadamente a organização do país em Unidades Locais de Saúde (ULS), a generalização da passagem das Unidades de Saúde Familiares para o modelo B e a reorganização dos serviços de urgências.

As declarações de António Costa surgem dois dias depois de o Presidente da República ter insistido na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sob pena de começarem "a rebentar peças do puzzle".» [Notícias ao Minuto]

O DAESH, O HAMAS E BENJAMIM NETNYAHU


Não tenho memória de qualquer posição por parte do agora primeiro-ministro israelita aquando dos ataques bárbaros do Daesh no Iraque e na Síria. A verdade é que os ataques do DAESH Nestes países até favoreciam estrategicamente Israel, já que ajudaram a destruir dois países considerados por Israel como seus inimigos, em particular a Síria.

Daí que soe a estranho a colagem do Hamas ao Daesh por parte de Benjamim Netnyahu, numa manobra de propaganda onde diz que foi o mundo que venceu o Daesh. É verdade que o Daesh foi derrotado, mas nem todos os países do mundo entram no clube dos vencedores dessa batalha e entre estes não está certamente Israel.

Se o Daesh estivesse na Palestina Israel nem precisaria de se preocupar, bastaria esperar que aquele movimento extremista se encarregasse de destruir o Hamas. O DAESH é um movimento extremista sunita apoiado por sunitas e, muito provavelmente por serviços secretos de potencias ocidentais interessados em destruir os regimes dos países de maioria xiita, como é o caso da Síria, do Iraque ou do Irão.

Se recuarmos no tempo, recordaremos que nem Israel, nem os países ocidentais, era a prioridade dos ataques por parte do DAES, os primeiros ataques foi aos xiitas, aos curos e os yazidis. Quando os yazidis foram chacinados ou quando o Daesh ocupou Mossul, poucos protestaram e nenhum país ocidental interveio no conflito ou apoiou as vítimas do terrorismo.


Os ataques americanos ao DAESH começaram quando a cidade síria de Kobani estava à beira de ser conquistada pelo Daesh, foi depois disso que começaram a ocorrer atentados terroristas no Ocidente e quando os curdos Sírios recuperaram parte do seu território que militares americanos ocuparam bases naquele território e ainda hoje lá estão, controlando zonas petrolíferas onde o petróleo é explorado.

Israel atacou sistematicamente a Síria, mas apenas tendo por objetivos alvos limitares do governo daquele país, não temos memória de nenhum ataque por parte de Israel a uma base do Daesh, da mesma foram que não nos recordamos de aquele movimento terrorista alguma vez ter atacado forças israelitas em territórios sírios ocupados por Israel, como os Montes Golan.

Há muito anos que não assistíamos a tantas tentativas de revisionismo histórico, sucedia há algumas décadas quando alguns ideólogos neonazis da Europa tentaram demonstrar que os campos de extermínio não existira. Mas, parece que a moda agora é rever a história, os que perseguiam e assassinavam judeus são agora heróis da 2.ª Guerra Mundial, a presidente da Comissão Europeia até foi a Tóquio deixar no ar que teriam sido os soviéticos a atacar o Japão com Bombas atómicas e, agora, é o primeiro-ministro de Israel a querer fazer parte dos que venceram o Daesh. Parece que o descaramento e a pouca-vergonha se estão a tornar regra na política internacional.

FOTO DO DIA

 


Arraiolos

sexta-feira, outubro 13, 2023

PERSONALIDADE "O JUMENTO" DO DIA

 


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
AMÉRICO AGUIAR, CARDEAL


Agora que chegou a cardeal Américo Aguiar já comenta temas internacionais, mas é penas que em vez de o fazer com a grandeza de alguém que parece ambicionar grandes voos celestiais, o faz de forma rasteira, insinuando sem provas e colando-se aos argumentos de Zelensky, que sugeriu o envolvimento da Rússia para chamar a atenção para os seus pedidos de dinheiro, tentando também colar a Putin e à Rússia os crimes bárbaros cometidos nos primeiros dias de guerra.

É pena que um clérigo com tão rápida ascensão, sendo alguém reconhecidamente inteligente, em vez de entrar em jogos de política, não tenha apelado à paz e condenado os sucessivos crimes de guerra e a pura barbárie a que temos assistido e a que continuaremos a assistir se a guerra não terminar.

Américo Aguiar não deu importância aos civis mortos de ambos os lados, aos bombardeamentos brutais de alvos civis, a tentativa de retirar uma boa parte da população recorrendo a bombeamentos como forma de provocar o terror. A Américo aguiar não é a morte de homem, mulheres e crianças que não empunham armas, os civis queimados pelas bombas de fósforo, a tentativa óbvia de expulsar populações palestinianos das suas terras.

O que Américo Amorim achou adequado não foi denunciar a barbárie e exigir o respeito pelas regras internacionais pelas duas partes, preferiu juntar a sua voz a uma tese oportunista que visa apenas generalizar a guerra, provavelmente transformando-a numa guerra mundial.

Curiosamente, Américo Aguiar até fala de uma guerra mundial aos bocadinhos, o que nos faz recordar a teses de líderes ucranianos, como o chefe de gabinete de Zelensky, que defendia que se vai ocorrer uma guerra mundial então que fosse agora, que lhe dava jeito. Esperemos que Américo Aguiar não venha a defender que já que a guerra é aos bocadinhos, o melhor talvez seja resolver o problema de uma vez.

Em Fátima a Nossa Senhora revelou o seu terceiro segredo:

«Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida,[3] sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo pelos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.»

Depois de a guerra começar uma réplica da Nossa Senhora de Fátima foi enviada para Leviv.

Agora Américo Aguiar escolhe Fátima para fazer estas declarações. Enfim, Fátima no centro do conflito e sempre contra os russos. Acho que vou rezar pela alma de Américo Aguiar, pois a dizer alarvidades destas bem precisa.


«O cardeal Américo Aguiar manifestou hoje, em Fátima, a convicção de que o conflito em Israel "não foi ocasional", mas que "alguma coisa motivou para que acontecesse neste contexto e nestas circunstâncias".

Depois de, na noite de quinta-feira, ter deixado a certeza de que a guerra é uma preocupação "de todos", e perguntado "a quem faz jeito esta nova guerra, quem fica a ganhar com esta nova guerra, com este calendário, com esta coincidência?", hoje Américo Aguiar reforçou que, quando o conflito reacendeu, o que lhe "saltou imediatamente à vista foi o 'fait divers' para mudar os olhares, os corações e as preocupações" que têm sido vividas nos últimos tempos.

"Infelizmente, e volto a citar o Papa Francisco, nós temos uma terceira guerra mundial aos bocadinhos em muitas geografias. Eu, cidadão, eu bispo, eu cardeal, eu filho de Deus, qualquer coisa fez um clique que o calendário, a oportunidade, a circunstância não foi ocasional, alguma coisa motivou para que acontecesse neste contexto e nestas circunstâncias", acrescentou Américo Aguiar aos jornalistas, no final da missa internacional que encerrou a peregrinação de 12 e 13 de outubro ao Santuário de Fátima.» [Notícias ao Minuto]

FOTO DO DIA

 

Bica do Bairro da Bica, Lisboa



quinta-feira, outubro 12, 2023

  


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
MARCELO REBELO DE SOUSA, PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Depois de ter ouvido a opinião do Presidente da República sobe o Orçamento de Estado conclui que muito deve ter mudado no domínio da política económica. Estava convencido de que os Estados injetam dinheiro da economia através dos défices públicos, o que implica o aumento de moeda em circulação, por via da emissão de dívida. Mas estava enganado, agora consegue-se injetar dinheiro da economia com orçamentos equilibrados ou mesmo com excedentes. Enfim, estamos sempre a aparecer e sendo o Presidente da República professor catedrático nem questionamos esta nova revisão dos princípios.

Nos meus tempos diríamos que não há injeção de dinheiro na economia, mas sim uma redução dos impostos sobre o rendimento do trabalho que, em princípio se traduz num aumento do consumo, que por sua vez pelo mecanismo do multiplicador keynesiano se traduzirá em mais atividade económica e, consequentemente, em mais emprego e rendimentos. 

"Segundo o chefe de Estado, o que o Governo faz no Orçamento do Estado para 2024 é "injetar dinheiro, tentando fazer subir a chamada procura interna, os gastos internos, para equilibrar aquilo que deixa de ser recebido do exterior". (Sic Notícias)



O RACISMO IMPLÍCITO NA COMUNICAÇÃO SOCIAL


Por vezes interrogo-me se um dos instrumentos de propagação do racismo ou da ideologia da supremacia dos povos do ocidente não será a comunicação social.

Em todas as guerras as crianças são as primeiras vítimas e em guerras onde os alvos principais são os alvos civis morrem centenas e milhares de crianças. No Ocidente explica-se que nas guerras envolvendo países com menos recurso ou onde os inimigos são forças de guerrilha estes escondem-se em alvos civis.

A verdade é que no Iraque ou no Afeganistão as crianças mortas em grande número nunca foram notícia e se isso aconteceu na guerra da Síria foi para notícia a morte de crianças do lado das fações apoiadas pelo Ocidente. Essas crianças são tratadas sumariamente como danos colaterais e nunca entram em estatísticas e, pior do que isso, são ignoradas por entidades internacionais, como o Secretário-Geral da ONU. 

FOTO DO DIA


 
Alfama


quarta-feira, outubro 11, 2023

 


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
CARLOS MOEDAS, PRESIDENTE DA CM DE LISBOA

Se é propondo o nome de um bispo para a ponte sobre o Rio Trancão ou tentando elevar o dia 25 de Novembro ao estatuto do dia 25 de Abril que Carlos Moedas tenta afirmar o seu nome a pensar numa candidatura à liderança do PSD e , consequentemente, a primeiro-ministro, está a cometer mais um dos seus erros.

Usar esta bandeira numa questão que sempre foi pacífica parece unir a direita em torno das reivindicações patéticas, mas o que acaba por fazer é transformar o PSD num CHEGA cor de laranja, disputando ao André Ventura as simpatias do eleitorado mais à direita.

Não é uma manobra digna de alguém inteligente, mas sim de um político que se julga espertalhão e usa as datas históricas da pior forma. Por cada voto eu conquista ao CHEGA perde muito mais ao centro e à esquerda.




PS: 

"Nunca na minha vida pensei que um dia fosse ver um partido político, na Europa, justificar o massacre de crianças judias", começa por declarar o embaixador de Israel em Portugal, ao condenar, esta segunda-feira, a posição do PCP face ao ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano Hamas contra Israel.” (Diário de Notícias

Está no direito do embaixador de Israel defender como bem entende as políticas do seu governo, ainda que se esperasse   u, no mínimo, que fosse rigoroso, intelectualmente honesto e não recorrendo ao populismo, usando as crianças de Israel que foram vítimas dos ataques do Hamas, que todos consideramos deplorável, como são deploráveis tudo o que seja desrespeito dos direitos humanos.

Mas o embaixador não se limitou ao seu Twitter, também fez as mesmas declarações, participando numa manifestação em Lisboa. E aí parece que o embaixador se excedeu, tendo confundido uma praça de Lisboa com a Praça de Maidan.. Manifestar-se numa manifestação pública para atacar um partido português é inaceitável e deve ser condenado, seja qual for a posição do partido de ue ele discorda.

Se o embaixador de Israel discordasse de uma posição do Partido Republicano ou do Partido Democrata, dos EUA, também ia para uma praça de Nova Iorque comportar-se da mesma forma? Claro que não, ele faz isso em Portugal porque acha ue somos uma república das bananas.

A propósito, basta ler o comunicado do PCP que ele refere para se perceber que nada do que ele acusa consta nesse comunicado, que, afinal, toma uma posição que muitos europeus e israelitas partilham.





BARDAMERDA PARA O GOVERNO DO REINO UNIDO


 

Ao hastear a bandeira da Palestina não se apoia qualquer forma de barbárie, que  nos dias de hoje não falta dos dois lados do conflito em Israel, onde os beligerantes apenas se distinguem pelo poder militar de que dispõem para a cometer.

Esta bandeira não representa o Hamas, representa um povo, uma nação e um Estado reconhecido pela grande maioria dos governos de todo o mundo.

O governo do Reino Unido bateu no fundo no plano dos princípios ao mandar perseguir judicialmente os que exibem bandeiras da Palestina equiparando-as a bandeiras nazis.

"Braverman ha instado a la Policía a que tenga "la misma consideración ante la presencia de esvásticas en manifestaciones anti-Israel" y que actúe si contemplaciones ante cánticos como "From the river to sea, Palestine will be free" ("Desde el río hasta el mar, Palestina será libre") por estimar que puede entenderse como "la expresión de un violento deseo de ver a Israel borrada del mundo".

La secretaria de Interior, conocida por su retórica anti-inmigración, ha sido criticada directamente por Shami Chakrabarti, miembro de la Cámara de los Lores y abogada especializada en derechos humanos: "Los jefes de Policía saben cuáles son sus poderes y sus deberes, y la politización de su labor en estos tiempos peligrosos no sirve para dar más seguridad a las comunidades vulnerables"." (El Mundo)

Isto é uma vergonha para o Reino Unido, enquanto o parlamento do Canadá,,,, onde reina o Rei Carlos III, presta homenagem a um soldado das Waffen SS, o governo do Reino Unido designa como nazi todo um povo, toda uma nação e um país reconhecido internacionalmente.




FOTO DO DIA

 


Ayamonte

Trata-se de uma imagem banal, mas foi assim ou um pouco mais ao longe que se via Ayamonte desde Vila Real de Santo António. Mas é uma imagem que tem um significado maior para quem teve mãe e avó nascidas em Espanha e ainda maior se disser que estas duas espanholas só puderam ir a Espanha em 1976, depois da morte de Francisco Franco.

Não imagino o que é ver a sua terra desde a porta de casa sem poder lá voltar de 1938 a 1976, sabendo que do outro lado do Guadiana, em Isla Cristina, vila de que ainda se conseguia ver o topo da igreja, estavam irmãos, tios e primos. 

A minha mãe tinha nacionalidade portuguesa, ainda que lhe tenham aportuguesado o nome, alterando o apelido de de Gonzales para Gonçalves e colocando-o antes do apelido do pai, quando em Espanha o último apelido é o materno. No caso da minha avó a situação foi pior, durante 78 anos viveu em Portugal sem um único documento, isto é, sem quaisquer direitos, nunca foi a um centro da saúde e só beneficiou de uma pensão concedida pelo Estado espanhol.

É por estas e por outras, por ser uma espécie de trans, neste caso um transnacional, que detesto o nacionalismo enquanto ideologia, seja o nacionalismo de franco ou qualquer outra forma de nacionalismo extremista, que vai muito além do sentido de nação, sentimento que todos temos ou podemos ter, ainda que isso seja negado a vários povos do mundo, como o palestiniano ou o curdo, para não referir muitos outros que são perseguidos só por se afirmarem serem de nações que outros negam a sua existência.

Infelizmente, essa forma nefasta de nacionalismo egoísta está de regresso e se na Catalunha se ficou por uma crise política, noutras está dando lugar a guerras onde não há regras, onde, como declarou recentemente o ministro da Defesa israelita, povos que são referidos como meros animais, sem direito a qualquer Carta das Nações Unidas, ao respeito de qualquer convenção internacional, nem sequer a queixarem-se de ser vítimas de crimes de guerra. Muito pior do que isso, a comunicação social do nosso país segue este pensamento execrável e não noticia estes crimes de guerra, pior justifica-os como uma vingança legítima.

Este mundo vai de mal a pior, não foi só na Espanha de 1938, o país com mais valas comuns em todo o mundo, infelizmente, as vítimas destas guerras inspiradas num nacionalismo levado a ideologia continuam por todo o lado, em pleno século XXI.

terça-feira, outubro 10, 2023

 

 


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
LUÍS MONTENEGRO, LÍDER DO PSD



É muito mau sinal quando um líder partidário sinta a necessidade de afirmar com muitos meses de antecedência que volta a ser candidato à liderança do seu partido, significa que ele próprio sente que a sua competência no exercício do cargo é questionável.

Montenegro não é novo nestas andanças, não só foi o líder parlamentar do PSD durante a liderança de Passos Coelho, como já teve tempo mais do que suficiente para se afirmar como alternativa a António Costa. Muito provavelmente é o líder da oposição que beneficiou de mais erros por parte de um primeiro-ministro, multiplicaram-se os casos judiciais, trapalhadas como o anúncio da localização do novo aeroporto por Pedro Nuno Santos ou a peixeirada ocorrida no Ministério das Infraestruturas.

Nos últimos tempos as situações enfrentadas por António Costa, como o problema da habitação ou o desmoronar das urgências do SNS, poderiam ser suficientes para obter ganhos políticos, já que poem em causa a competência de um governo que foi incapaz de resolver problemas que não só já existiam e estavam diagnosticados e que teve tempo suficiente para antecipar as consequências e adotar medidas que assegurassem um mínimo de resultados em quase oito anos de governação.

Algo está errado, ou é Luís Montenegro que não conseguiu convencer os portugueses de que pode ser uma alternativa de governo ou as suas propostas não convencem os eleitores.





NOTAS BREVES SOBRE O CONFLITO ENTRE ISRAEL E A PALESTINA/FAIXA DE GAZA

Falou-se muito da corrupção na Ucrânia, ainda que o assunto tenha sido tão abafado na nossa comunicação social que é melhor recorrer aos Telegram ucranianos para se ter a dimensão real desse fenómeno. Há muito que se sabia do desvio de armas ocidentais para o mercado negro, já foram vistas armas antitanque suecas nas mãos do traficantes mexicanos, agora sabe-se que muitas das armas do Hamas vieram da Ucrânia, veremos quanto tempo passará para vermos essas armas nas mãos do Estado Islâmico.

Um governante israelita considerou os palestinianos da Faixa de Gaza como animais e aquilo que vemos é que os bombardeamentos israelitas são de uma brutalidade que nem os defensores dos animais aceitariam como legítimos.

Até há poucos dias falava-se muito dos bombardeamentos de alvos civis e da morte de crianças como prova de crimes de guerra. De um dia para o outro deixou de se ouvir falar de tal conceito ou então, os até há pouco defensores dos direitos humanos, da Carta da Nações Unidas, da Convenção de Genebra e das convenções que proíbem a utilização de armas como as bombas de fósforo. Provavelmente consideram que esses princípios não se aplicam a animais.

Israel está destruindo milhares de habitações civis na Faixa de Gaza, sem qualquer aviso humanitário e sabendo que o Hamas não está nesses prédios. O objetivo desses bombardeamentos, onde também estão sendo usadas bombas de fósforo é matar civis, principalmente mulheres e crianças.

A super Mossad falhou ou alguém achou conveniente que isso sucedesse, trocando centenas de vidas de israelitas, por uma oportunidade de salvar um governo dirigido por um político extremista, acusado de corrupção e que enfrentava uma grave crise política.

Israel já teve quase tantas baixas (civis e militares) como as que teve durante a Guerra dos Seis Dias (menos de 1000 baixas). Os super brinquedos militares do Ocidente voltaram a ser destruídos por armas baratas, como drones e RPG. Sinal de que a guerra está a mudar e os exércitos só são invencíveis se recorrerem à brutalidade e ao uso massivo de bombardeamento de populações civis. Os EUA fugiram de pastores de cabras no Afeganistão e agora vemos aviadores de pé descalço destruindo os melhores tanques israelitas, o que até aqui nunca tinha sucedido.

Os EUA descolocaram um dos seus mais poderosos porta-aviões para ajudar o mais poderoso exército do mundo na luta contra pastores de cabras, usando armas pessoais compradas no mercado negro, em particular, no florescente mercado de armas de Kiev.

O que pretende Israel, acabar com o Hamas ou conseguir fazer mais uma conquista territorial, pondo fim à incómoda e preciosa faixa de Gaza? 

FOTO DO DIA

 

"QUE SE LIXE A TROIKA"


Foi no dia 2 de março de 2013 que ocorreu em Lisboa e em muitas cidades a manifestação “que se lixe a Troika”. Depois de muitos portugueses terem visto os seus vencimentos cortados enquanto o horário de trabalho era aumentado arbitrariamente sem qualquer compensação ou negociação, sempre com a Troika a ser usada como espantalho ameaçador.

Curiosamente, a reação só surgiu depois de muita austeridade imposta aos funcionários públicos, quando se deu o golpe da TSU, perante a recusa da redução da TSU para os patrões enquanto era aumentada para os trabalhadores, o que equivalia a impor aos salários do setor privado os cortes já impostos no Estado.

Foi então que Vítor Gaspar, ministro das Finanças de Passos Coelho, que era apresentado como uma versão democrática do Salazar ministro das Finanças do Estado Novo, até tinha uma avozinha na Covilhã o que lhe dava um ar de ruralista, se lembrou de um golpe de magia, já que não aceitavam o golpe na TSU, levam com um corte nas pensões.

Uma medida que nos lembrava um velho anúncio da aguardente da Aldeia Vela, já que não há Aldeia Nova então sirva um pastel de bacalhau.

Os protestos serviram par uma explosão coletiva de sentimentos e na imagem vemos um cartaz em que se grita “não estamos a estudar para emigrar”.

Passaram 10 anos, a Geringonça foi aproveitando a continuação da austeridade e António Costa só não a prolongou mis porque os parceiros de governo se opuseram à devolução dos salários em pequenas prestações disso. A verdade é que a austeridade foi mantida e neste último ano até foi repostas de forma sub-reptícia, com a ajuda da inflação, que se traduziu num aumento de receitas ficais sem se ter de aumentar qualquer taxa de impostos.

Passados dez anos o cartaz faria sentido? Desconfio que agora o cartaz seria outro “Estamos a estudar porque queremos emigrar”.

segunda-feira, outubro 09, 2023

 

 


PERSONALIDADE 'O JUMENTO' DO DIA
AUGUSTO SANTOS SILVA, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

O presidente da Assembleia da República, ainda que nunca o tenha assumido, foi o primeiro pré-candidato às próximas eleições, tirando partido do estatuto institucional. A forma como procurou criar currículo político de anti-extrema-direita, com os seus conflitos parlamentares com um CHEGA em busca de protagonismo, a presença ativa na comunicação social e a colagem ao Presidente da República dar-lhe-iam uma vantagem em relação a outros candidatos.

Só que, a crer nas sondagens Augusto Santos Silva tem um valor eleitoral que o coloca mais como candidato a uma junta de freguesia da capital, do que à Presidência da República. Apesar das oportunidades que lhe foram dadas pelo André Ventura para brilhar à esquerda e da colagem ao Presidente da República e a presença nas cerimónias institucionais ou o acesso ao protagonismo na comunicação social permitir-lhe-iam conseguir simpatias à direita.

Mas algo parece ter corrido mal e a crer na sondagem do Expresso Augusto Santos Silva é uma “carta fora do baralho”, quase nem parece, se a corrida presidencial fosse a Volta a Portugal em bicicleta pode dizer-se que o presidente da Assembleia da República estaria a entrar no famoso carro vassoura.

Trata-se de um fenómeno político interessantes, porque razão um político com um currículo relativamente grande, com muitos anos em altos cargos, que  nunca foi machado por acusações de incompetência ou de corrupção não consegue a simpatia e confiança dos eleitores? Há um claro problema de empatia com os eleitores e a sua estratégia de autopromoção no cargo de Presidente da Assembleia da República falhou.


«Nomes fora do pódio

Catarina Martins, Mário Centeno, Ana Gomes, Pedro Passos Coelho e Durão Barroso fecham a lista dos eventuais candidatos com mais de 3 pontos. Para encontrarmos o Presidente da Assembleia da República temos que descer à 11ª posição: Augusto Santos Silva tem 2.8 pontos, o que o coloca uma décima abaixo de Rui Rio. Francisco Louçã, André Ventura, Santana Lopes, Paulo Portas, João Cotrim de Figueiredo e João Ferreira são os que parecem ter menos hipóteses de ganhar as eleições presidenciais, que devem ser marcadas para o início de 2026.» [NOTÍCIAS AO MINUTO]



NÃO ESTAVAM À ESPERA?

 




Quando observo a nossa vida política é frequente vir-me à memória a anedota do Ti Zé, que foi convidado para fazer um voo acrobático. Quando aterrou o piloto perguntou-lhe o que tinha a dizer, a que o Ti Zé respondeu:

“Quando o avião subiu já sabia que me ia mijar pelas pernas abaixo. Quando desceu fiquei todo borrado, mas o que não esperava era que a seguir desse a volta e a caca e o xixi me caíssem em cima da cabeça”.

Há alguns anos os governantes e os autarcas, em particular, o de Lisboa, estavam eufóricos com o aumento cada vez maior da afluência de turistas. Com a economia portuguesa a marcar passo as receitas do turismo foram uma benesse inesperada e permitiam apresentar taxas de crescimento económico inesperadas, que seriam usadas no discurso político.

Uma boa parte desta “invasão” de turistas foi alimentada pelo crescimento exponencial dos alojamentos locais, que até nas vendas da churrasqueira do meio bairro se fizeram sentir.

Outro grupo especial de residentes estrangeiros, que afluíram ao nosso país, desta vez graças à política fiscal do governo, foram os idosos de países ricos da Europa que optaram por residir no país, beneficiando de impostos mais baixos, de um clima ameno e dos preços da alimentação mais baixos.

O negócio foi aparentemente tão bom para Portugal que teve impacto nas receitas fiscais de outros países, já que os seus nacionais deixavam de pagar impostos nos países de origem ao abrigo dos acordos de dupla tributação, já que beneficiavam de condições favoráveis em Portugal. Esta situação levou mesmo à revogação do acordo de dupla tributação por parte da Suécia.

Mas, os mesmos governos que esfregaram as mãos de contente, já que as receitas do turismo ajudaram a iludir a realidade da economia portuguesa, dando uma falsa sensação de aumento da competitividade externa, ignoraram o impacto que estes “negócios” teriam noutros domínios da economia e da sociedade, designadamente, na habitação.

Em cidades como Lisboa o mercado de arrendamento foi em grande parte absorvido pelos alojamentos locais, ainda que a estes se deve a recuperação de uma boa parte do parque habitacional degradado. Por outro lado, como sucedeu em muitas localidades do Algarve, os residentes estrangeiros, com melhores rendimentos acabaram por absorver uma boa parte das habitações disponíveis para arrendamento. Ao mesmo tempo, podendo pagar rendas muito superiores, acabaram por inflacionar os preços da habitação.

Estes e outros fenómenos, que os governos se esqueceram de prever, apesar de serem mais do que óbvios, como sucede com a imigração, tiveram como consequência acelerar e ampliar a crise da habitação. Agora o governo reage com espanto à crise na habitação, como se fossem o Ti Zé a dar a voltinha no avião acrobático.

Reagiram de forma desastrada, tentaram asfixiar o mercado dos alojamentos locais e em relação aos residentes estrangeiros ficaram em silêncio, porque sendo estrangeiros uma medida idêntica à adotada para os alojamentos locais teriam repercussões a outros níveis, o que não convém, porque Portugal tem desde Cavaco Silva o complexo do melhor aluno da Europa.

Infelizmente muitos dos nossos governantes são apanhados desprevenidos como o Ti Zé, e passamos a vida a levar com caca e xixi em cima da cabeça.