António Costa inventou um novo
modelo de governação, para além de adjuntos, assessores, um chefe de gabinete
cheio de envelopes, ministros e secretários de Estado, criou um proxi dele
próprio.
Foi
uma boa solução, o proxi era um primeiro-ministro virtual, que se relacionava
com os membros do governo e, porventura, com os altos cargos da Administração
pública como se fosse um primeiro-ministro virtual, com os poderes do António
Costa.
Além
disso, o proxi do primeiro-ministro poderia ser ainda proxi de empresas, o que
significa que estamos perante uma modelo avançado de governação, uma espécie de
simplex dos novos tempos.
O
problema é que estamos perante uma aberração institucional que, como acabou por
se confirmar com o processo judicial em curso. Foi uma boa solução para pular
por cima da burocracia, a mesma burocracia que o Costa acha que deve acabar,
mas que o fim de 7 anos pouco ou nada fez para modernizar os procedimentos
administrativos.
Agora
o proxi parece ter sido vítima do vírus do tráfico de influências e o António
Costa optou por o desligar em direto numa conferência de imprensa absurda.
Afinal a maior amizade de toda uma vida foi terminada na forma mais à Costa que
poderíamos imaginar, em direto na TV e sem quaisquer contemplações.
Parece
ser uma tradição de alguns políticos portugueses, aao longo das suas carreiras
deixam atrás de si um longo cemitério de cadáveres, servidores usados enquanto
deu jeito e executados na hora em nome da salvação dos líderes políticos. Já conhecíamos
o cemitério privativo de Cavaco Silva, agora temos um segundo cemitério
privativo, o de António Costa, onde ao lado de Vieira da Silva, de Sócrates, de
Seguro e do Cabrita, foi juntar-se o Lacerda, a cusa incineração o país
assistiu em direto, pela televisão e em hora de prime time.
E
assim acaba a carreira de um político bem como de muitos que agora tentam
sobreviver inventando outros proxis, veremos quem será o proxi dos costistas
que apresentarão no congresso do Partido socialista.