sexta-feira, fevereiro 22, 2019

OS LODEN ESTÃO DE VOLTA



Toda a direita estava animada, falhada a tentativa de eleger Soares Carneiro renasceu a esperança com a candidatura de Freitas do Amaral, PSD e CDS estavam de novo unidos unidos e assim se mantiveram até Cavaco ter deixado o Freitas a pagar as dívidas da campanha com os seus pareceres maçados pelos pingos de suor. 

A direita unida seguiu os velhos tiques portugueses, desataram a imitar o chefe. Na Igreja a voz das homilias parece ser sempre a mesma, no PCP todos tinham o sotaque da Checoslováquia e na direita portuguesa a identidade foi conseguida usando o loden, um hábito de Freitas do Amaral. De um dia para todo não havia gato pingado do PSD ou do CDS que não enfrentasse o frio com um lod verde. Freitas perdeu e austríacos ainda hoje de se devem estar a interrogar sobre a razão de terem vendido tantos a Portugal naquele anho e porque nunca mais os venderam.

Os loden acabaram por ficar fora de moda, aqui ou acolá aparece alguém que os usa, uns mais novos e outros com ar coçado. Quando vi as primeiras imagens do enfermeiro que em direto e inspirado na linguagem do DAESH declarou que estava ali um mártir, ainda que nada nos levasse a crer que o pneu abdominal fosse um cinto explosivo, foi-me impossível não reparar que o homem  enfrentava o frio no jardim de Belém com um velho loden, com ar de já ter feito muitas campanhas.

Esperemos que a onda de solidariedade não se alargue e da mesma forma que nos passado todos compraram um loden, agora ainda corremos um sério de risco de vermos todos os que têm pneus abdominais decidirem juntar-se ao enfermeiro para se martirizarem durante uns tempos, fazendo explodir os quilinhos de gordura em excesso. Algo que não seria má ideia para o Carlos Silva, líder da UGT. Até pode ser que Marcelo, que prometeu oferecer acompanhamento médio, se lembre de contratar o Talon ou mesmo a camarada Isabel do Carmo que pode usar os seus conhecimentos de explosões e de nutricionismo para melhor lhes fazer explodir o toucinhito em excesso. 


Será que Marcelo ainda tem o seu velho lod e um dia destes veste-o para ir fazer companhia ao sem abrigo de Belém, num banco de pedra, do lado oposto da rotunda onde está um com a inscrição “aqui nasceu o Belenenses”? Agora teremos de fazer uma inscrição no banco informando que “aqui morreu um mártir que vestia um loden”.