Falou-se muito da corrupção na Ucrânia, ainda que o assunto tenha sido tão abafado na nossa comunicação social que é melhor recorrer aos Telegram ucranianos para se ter a dimensão real desse fenómeno. Há muito que se sabia do desvio de armas ocidentais para o mercado negro, já foram vistas armas antitanque suecas nas mãos do traficantes mexicanos, agora sabe-se que muitas das armas do Hamas vieram da Ucrânia, veremos quanto tempo passará para vermos essas armas nas mãos do Estado Islâmico.
Um governante israelita considerou os palestinianos da Faixa de Gaza como animais e aquilo que vemos é que os bombardeamentos israelitas são de uma brutalidade que nem os defensores dos animais aceitariam como legítimos.
Até há poucos dias falava-se muito dos bombardeamentos de alvos civis e da morte de crianças como prova de crimes de guerra. De um dia para o outro deixou de se ouvir falar de tal conceito ou então, os até há pouco defensores dos direitos humanos, da Carta da Nações Unidas, da Convenção de Genebra e das convenções que proíbem a utilização de armas como as bombas de fósforo. Provavelmente consideram que esses princípios não se aplicam a animais.
Israel está destruindo milhares de habitações civis na Faixa de Gaza, sem qualquer aviso humanitário e sabendo que o Hamas não está nesses prédios. O objetivo desses bombardeamentos, onde também estão sendo usadas bombas de fósforo é matar civis, principalmente mulheres e crianças.
A super Mossad falhou ou alguém achou conveniente que isso sucedesse, trocando centenas de vidas de israelitas, por uma oportunidade de salvar um governo dirigido por um político extremista, acusado de corrupção e que enfrentava uma grave crise política.
Israel já teve quase tantas baixas (civis e militares) como as que teve durante a Guerra dos Seis Dias (menos de 1000 baixas). Os super brinquedos militares do Ocidente voltaram a ser destruídos por armas baratas, como drones e RPG. Sinal de que a guerra está a mudar e os exércitos só são invencíveis se recorrerem à brutalidade e ao uso massivo de bombardeamento de populações civis. Os EUA fugiram de pastores de cabras no Afeganistão e agora vemos aviadores de pé descalço destruindo os melhores tanques israelitas, o que até aqui nunca tinha sucedido.
Os EUA descolocaram um dos seus mais poderosos porta-aviões para ajudar o mais poderoso exército do mundo na luta contra pastores de cabras, usando armas pessoais compradas no mercado negro, em particular, no florescente mercado de armas de Kiev.
O que pretende Israel, acabar com o Hamas ou conseguir fazer mais uma conquista territorial, pondo fim à incómoda e preciosa faixa de Gaza?