sábado, outubro 14, 2023

O DAESH, O HAMAS E BENJAMIM NETNYAHU


Não tenho memória de qualquer posição por parte do agora primeiro-ministro israelita aquando dos ataques bárbaros do Daesh no Iraque e na Síria. A verdade é que os ataques do DAESH Nestes países até favoreciam estrategicamente Israel, já que ajudaram a destruir dois países considerados por Israel como seus inimigos, em particular a Síria.

Daí que soe a estranho a colagem do Hamas ao Daesh por parte de Benjamim Netnyahu, numa manobra de propaganda onde diz que foi o mundo que venceu o Daesh. É verdade que o Daesh foi derrotado, mas nem todos os países do mundo entram no clube dos vencedores dessa batalha e entre estes não está certamente Israel.

Se o Daesh estivesse na Palestina Israel nem precisaria de se preocupar, bastaria esperar que aquele movimento extremista se encarregasse de destruir o Hamas. O DAESH é um movimento extremista sunita apoiado por sunitas e, muito provavelmente por serviços secretos de potencias ocidentais interessados em destruir os regimes dos países de maioria xiita, como é o caso da Síria, do Iraque ou do Irão.

Se recuarmos no tempo, recordaremos que nem Israel, nem os países ocidentais, era a prioridade dos ataques por parte do DAES, os primeiros ataques foi aos xiitas, aos curos e os yazidis. Quando os yazidis foram chacinados ou quando o Daesh ocupou Mossul, poucos protestaram e nenhum país ocidental interveio no conflito ou apoiou as vítimas do terrorismo.


Os ataques americanos ao DAESH começaram quando a cidade síria de Kobani estava à beira de ser conquistada pelo Daesh, foi depois disso que começaram a ocorrer atentados terroristas no Ocidente e quando os curdos Sírios recuperaram parte do seu território que militares americanos ocuparam bases naquele território e ainda hoje lá estão, controlando zonas petrolíferas onde o petróleo é explorado.

Israel atacou sistematicamente a Síria, mas apenas tendo por objetivos alvos limitares do governo daquele país, não temos memória de nenhum ataque por parte de Israel a uma base do Daesh, da mesma foram que não nos recordamos de aquele movimento terrorista alguma vez ter atacado forças israelitas em territórios sírios ocupados por Israel, como os Montes Golan.

Há muito anos que não assistíamos a tantas tentativas de revisionismo histórico, sucedia há algumas décadas quando alguns ideólogos neonazis da Europa tentaram demonstrar que os campos de extermínio não existira. Mas, parece que a moda agora é rever a história, os que perseguiam e assassinavam judeus são agora heróis da 2.ª Guerra Mundial, a presidente da Comissão Europeia até foi a Tóquio deixar no ar que teriam sido os soviéticos a atacar o Japão com Bombas atómicas e, agora, é o primeiro-ministro de Israel a querer fazer parte dos que venceram o Daesh. Parece que o descaramento e a pouca-vergonha se estão a tornar regra na política internacional.