sexta-feira, abril 26, 2024

UM PRESIDENTE DESTRAVADO, SEM TRAVÕES


Como se percebeu pelas últimas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, começa a ser difícil entender o que lhe vai na cabeça. Desde o caso da cunha das gêmeas, que agora se terá tornado num problema familiar, que Marcelo Rebelo de Sousa tem intervenção de forma errática.

Com António Costa tudo corria bem ao ponto de termos visto o governo adotar uma medida inconstitucional, enquanto o Presidente da República, a quem cabe cumprir e fazer cumprir a Constituição, divertindo-se que esclareceu que em vez de vetar essa medida optou pela sua homologação, porque mesmo que fosse questionada junto do Tribunal Constitucional, quando este adotasse um acórdão a medida já teria produzido os seus efeito, pela que a decisão do Tribunal seria irrelevante.

A palavra que define a relação entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa é cumplicidade. Essa cumplicidade era tanta que até as crises entre os dois mais pareciam arrufos de namorados e, não raras vezes, fiquei com a impressão que tinham sido combinadas, para dar ares de que haveria alguma conflitualidade.

Essa cumplicidade só não se verificou com a decisão de dissolver o Parlamento. Mesmo assim, António Costa parece estar muito feliz, enquanto Marcelo não se cansa de manifestar a sua pena pelo então primeiro-ministro ter pedido a demissão. Isto é, o que faria Marcelo se António Costa não tivesse pedido a demissão? Parece que nada.

Mas, com o fim da maioria absoluta e a vitória da AD, Marcelo Rebelo de Sousa parece estar nas “sete quintas”. Com um governo altamente vulnerável, que depende do Presidente da República para sobreviver cada dia, Marcelo tem o país nas mãos e pode dar largas à sua criatividade e em poucos dias já disse tantas baboseiras como durante os anos em que já foi Presidente da República.

Agora é ele o dono da bola, manda no país, diz o que lhe apetece e onde lhe apetece, fala em nome do país porque apesar do sistema parlamentarista ele se pode comportar como um presidente num regime presidencialista.

quarta-feira, abril 24, 2024

MARCELO ESTARÁ LÉLÉ DA CUCA?


Independentemente das apreciações que possam ser feitas sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, algo que farei nos próximos dias, há uma dúvida que se coloca: tal como um dia disse de Pinto Balsemão estará o próprio Marcelo lé-lé-da-cuca?

Todos conhecemos o que se está a passar com Biden, que cada vez que abre a boca ou entra mosca ou sai asneira, confunde países, baralha nomes de políticos e até se lembrou que um tipo cujo avião caiu no mar, foi comido por canibais.

Mas, se Marcelo não tem sinais de demência como o presidente americano, a verdade é que como sucede com toda a gente, tem vindo a mudar cada vez mais com a idade.

Algumas pessoas adquirem aquilo a que habitualmente se designa por sabedoria e seria de esperar que um professor universitário, político e comentador com tantos anos de atividade, se tornasse numa espécie de sábio.

O problema é que parece que o envelhecimento de Marcelo não vai no caminho da sabedoria, temos a sensação de que usa cada vez menos da sua inteligência e vai mais no sentido da patetice. DIgamos que Marcelo Rebelo de Sousa dá sinais de poder estar a ficar lélé-da-cuca. Ainda bem que o seu mandato caminha para o fim, esperemos que chegue ao seu termo com alguma credibilidade.

domingo, novembro 12, 2023

O PROXI DO ANTÓNIO COSTA

António Costa inventou um novo modelo de governação, para além de adjuntos, assessores, um chefe de gabinete cheio de envelopes, ministros e secretários de Estado, criou um proxi dele próprio.

Foi uma boa solução, o proxi era um primeiro-ministro virtual, que se relacionava com os membros do governo e, porventura, com os altos cargos da Administração pública como se fosse um primeiro-ministro virtual, com os poderes do António Costa.

Além disso, o proxi do primeiro-ministro poderia ser ainda proxi de empresas, o que significa que estamos perante uma modelo avançado de governação, uma espécie de simplex dos novos tempos.

O problema é que estamos perante uma aberração institucional que, como acabou por se confirmar com o processo judicial em curso. Foi uma boa solução para pular por cima da burocracia, a mesma burocracia que o Costa acha que deve acabar, mas que o fim de 7 anos pouco ou nada fez para modernizar os procedimentos administrativos.

Agora o proxi parece ter sido vítima do vírus do tráfico de influências e o António Costa optou por o desligar em direto numa conferência de imprensa absurda. Afinal a maior amizade de toda uma vida foi terminada na forma mais à Costa que poderíamos imaginar, em direto na TV e sem quaisquer contemplações.

Parece ser uma tradição de alguns políticos portugueses, aao longo das suas carreiras deixam atrás de si um longo cemitério de cadáveres, servidores usados enquanto deu jeito e executados na hora em nome da salvação dos líderes políticos. Já conhecíamos o cemitério privativo de Cavaco Silva, agora temos um segundo cemitério privativo, o de António Costa, onde ao lado de Vieira da Silva, de Sócrates, de Seguro e do Cabrita, foi juntar-se o Lacerda, a cusa incineração o país assistiu em direto, pela televisão e em hora de prime time.

E assim acaba a carreira de um político bem como de muitos que agora tentam sobreviver inventando outros proxis, veremos quem será o proxi dos costistas que apresentarão no congresso do Partido socialista.


quinta-feira, outubro 26, 2023

ISRAEL É UM ESTADO TERRORISTA?



Alguns dos atos cometidos pelo Hamas no seu ataque a israelitas que vivem nos territórios que no passado foram conquistados aos palestinos pela força e que ainda não mereceram a aprovação da ONU foram atentados terroristas.

Não podemos invocar o direito de lutar pelos seus direitos para justificar atos terroristas, ainda que todos sabemos que Israel é uma potência militar, que detém armas nucleares à margem das normas internacionais e que, portanto, qualquer luta convencional inverterá a situação. Mesmo assim foram atos terroristas que não se justificam.

Mas quando assistimos a um dos maiores bombardeamentos na história sobre populações civis não podemos esconder a sua natureza terrorista por detrás de um suposto direito de defesa. Porque Israel não está a defender-se, está a atacar e não ataca militares ataca civis, matas milhares de crianças e até já há notícia da morte de 50 cidadãos israelitas que eram reféns.

Os bombardeamentos de populações civis em Gaza em nada se distinguem aos bombardeamentos de Varsóvia, na sequência da sublevação polaca durante a ocupação civil. Na ocasião Hitler mandou destruir Varsóvia e bombardeou indiscriminadamente a população civil

Aquilo a que estamos a assistir de forma passiva e cobarde é muito provavelmente o maior atentado terrorista na história da humanidade, nunca foram usadas bombas tão poderosas para destruir prédios civis, nunca foram mortas tantas crianças em tão pouco dias em consequência de um bombardeamento premeditado a alvos civis cujos responsáveis sabem antecipadamente quem são as vítimas. Nunca foi bombardeado de forma premeditada um hospital cristão de Gaza, nem nunca vimos tantas vítimas num ataque desta natureza.

Aquilo que estamos a assistir é um atentado terrorista como a humanidade nunca tinha assistido. Não é conduzido por um grupo de terrorista com alguns milhares de militantes, é conduzido por um Estado, apoiado por aliados que lhe disponibilizam o apoio com três porta-aviões, muitos navios de combate e centenas de aviões estacionados em várias bases na zona.

E se um Estado organizado mobiliza uma das forças aéreas mais poderosas do mundo, apoiada com milhares de tanques e 350 mil soldados, para promover um atentado terrorista destas dimensões, esse Estado não é outra coisa senão um Estado terrorista. 

O EXERCÍCIO DO DIREITO DE ISRAEL A DEFENDER-SE

 

quarta-feira, outubro 25, 2023

O REGRESSO HÁ BARBÁRIE

Há muitas guerras que não se via tanta barbárie no mundo.

Desde A batalha de Somme que não víamos “assaltos de carne” como aqueles a que temos assistido na guerra na Ucrânia, onde os discursos e vídeos de Zelensky são alimentados por assaltos sucessivos de batalhões de soldados sem qualquer preparação, sabendo-se que o destino da maioria deles é a morte sem glória e sem resultados.

Nunca tínhamos visto assaltos suicidadas como aqueles que Zelensky manda fazer na Crimeia apenas com o objetivo de espetarem uma bandeira na praia e tirar uma fotografia, sabendo que a maioria dos soldados não regressarão a casa.

Desde os pilotos kamikaze japoneses e dos carros bomba e cintos de bombas do DAESH que não assistíamos a tantos ataques suicidas, na maioria dos casos sem quaisquer resultados para além da morte de centenas de soldados suicidas.

Desde Hiroxima e Nagasaki que não víamos ataques indiscriminados contra população civis, apenas com o objetivo de espalhar o terror e forçar uma rendição sem condições.

Desde o gueto de Varsóvia que não vimos tanta gente confinada, aterrorizada e atacada por uma potência militar que parece ter por objetivo expulsá-los da sua terra.

Desde os tempos em que Hitler, um velho cabo da primeira guerra que começou a carreira como pintor sem sucesso, que assumia o comando do exército, levando-o a manobras derrotadas, que não víamos alguém que nada sabe de guerra, armando-se em comediante em chefe, forçando a batalha de Bakhmut, onde teve mais de cem baixas e comprometeu a prometida contraofensiva.

Desde a Batalha de Kursk, onde a ofensiva foi atrasada por Hitler, para contar com novos tanques, que não víamos a destruição de tantos tanques sofisticados, em particular alemães e uma derrota tão expressiva como a que estamos a assistir em Zaporíjia.

Desde o lançamento de paraquedistas aliados sobre a Holanda, decidida pelo general inglês Bernard Montgomery, que não assistimos a uma ofensiva tão mal conduzida e suicida como a que está ocorrendo em Kherson.

E, pior do que tudo, em vez de vermos as potências ocidentais tentarem resolver os conflitos, vemos americanos, ingleses franceses e alguns galos-da-Índia, como o nosso ministro da Defesa a incitar ao conflito e à sua generalização, como se alguém tivesse alguma coisa a ganhar com uma guerra mundial ou com um conflito generalizado no Médio Oriente, que também pode levar a um conflito de dimensão mundial.

sexta-feira, outubro 20, 2023

BIDEN E ISRAEL


 

A ARTE DE BEM AUMENTAR OS IMPOSTOS

 


Quando um governo apresenta um orçamento sem défice, com um aumento da receita fiscal e alardeia uma suposta redução dos impostos, através de mexidas nas taxas do IRS temos de desconfiar, seguindo a máxima popular de que quando a esmola é grande até o pobre desconfia.

Não é fácil de imaginar que os governos contam com modelos econométricos que lhes permitem simular as receitas fiscais em função de alterações nas diversas taxas de impostos, considerando os diversos cenários de crescimento económico.

Se o objetivo é reduzir as receitas de IRS sem reduzir as receitas fiscais é uma questão de mexer noutros impostos, simular taxas de crescimento e taxas de inflação. Feitas todas as contas dá-se o milagre, anuncia-se a redução dos impostos sobre o rendimento, quando, feitas as contas, o cidadão paga um pouco menos de IRS e compensa este benefício pagando mais noutros impostos.

O aumento do IUC das viaturas mais antigas quase não se falou aquando da apresentação do orçamento, mas dias depois quase fez esquecer a tão falada redução do IRS. Não tanto pelos montantes que estão em causa, mas por se tratar de uma medida que atinge em cheio os mais pobres, porque é de pobres que falamos quando se aumentam os impostos sobre os carros velhos.

Está claro que a medida até é apresentada com uma boa intenção ambientalista, aliás este tem sido um argumento muito usado desde há alguns anos para aumentar alguns impostos. Nunca é a intenção de aumentar as receitas fiscais, é sempre a boa intenção de proteger a saúde, de proteger o ambiente ou proteger qualquer coisa.

É por isso que este aumento de impostos é uma medida fiscal cínica, pensada por gente que gosta se apresentar como muito bem intencionada, preocupada com as pessoas e o com o ambiente e que para isso não encontrar melhor solução do que penalizar precisamente as pessoas com menos recursos, que são os que compram carros velhos ou não conseguem substituir o seu carro a cair aos bocados por um novo ou mesmo por um menos velho.

FOTO DO DIA


 


Aldraba, Lisboa