quinta-feira, setembro 25, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Feira da Ladra, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Angel Díaz / EFE]

«Concurso de culos. Dos jóvenes participantes en el concurso mundial Top Culos 2008, en el que compiten 32 países, entre ellos España, y que se celebra en la capital bajo el lema "De Madrid al cielo con los ángeles sloggi".» [20 Minutos]

[Olga Labrador / EFE]

«La Reina Sofia besa al burro "Lluvia" después de bautizarlo hoy durante la visita que ha realizado a la Fundación Casa del Burro en la localidad cordobesa de Rute.» [20 Minutos]

«La Reina Sofía ha visitado este miércoles las instalaciones de la Fundación Casa del Burro en la localidad cordobesa de Rute, donde ha bautizado a 'Lluvia', un asno de raza andaluza que se encuentra en peligro de extinción.

Doña Sofía ha estado acompañada durante la ruta por el director de la Casa del Burro, Pascual Rovira, que ha mostrado a la reina las peculiaridades y los trabajos que lleva a cabo la Fundación en defensa del asno. » [20 Minutos]

PS: Por este andar ainda levo um abraço do Presidente.

JUMENTO DO DIA

José Sócrates

Em resposta às propostas dos Verdes e do BE a propósito dos casamentos gay José Sócrates afirmou que o PS não vai a reboque dos outros partidos. Ao mesmo tempo sabe-se que há quem queira assegurar a disciplina de voto nesta questão.

O discurso até parece coerente, mas pela forma como Sócrates actua até parece que o parlamento só faz o que o PS entende e os deputados deste partido representam a direcção do partido e não os seus eleitores. Ora, isto é reduzir o parlamento a uma orquestra da maioria absoluta.

É aceitável que o PS vote contra, até se percebe que os deputados mais carreiristas respeitem mais a vontade de Sócrates que a dos seus eleitores, estes só votam neles depois de Sócrates o escolher. Mas devia permitir que o parlamento funcionasse, não o limitando a uma monótona contagem de votos.

OS TROPEÇOS DO CAPITALISMO

«Anda por aí grande alvoroço sobre a crise do capitalismo. A falência estrondosa do que se considerava instituições financeiras inabaláveis encontrou cândidas justificações em comentários cuja leviandade destrói o sentido das coisas sérias. Enquanto "George Soros acusa os arautos do neoliberalismo financeiros de mentirosos e manipuladores e assegura, no seu livro The New Paradigm of Financial Market que o sistema actual está a chegar ao fim" [José Vidal-Beneyto, in El Pais], um comentador português garantiu que o acontecimento funcionava como revulsivo. Assim, o capitalismo saía mais forte porque limpo das escórias.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Baptista Bastos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

NÃO É DEFEITO, É FEITIO

«O cidadão informado poderia estar a par da bolha do imobiliário há, pelo menos, dois anos. Bastaria ler a imprensa. Uma capa já antiga da The Economist trazia uma casa em queda; a única questão era saber se o embate iria ser mais ou menos brutal.

E há economistas como Dean Baker, que escreveu sobre isto há seis anos; Nouriel Roubini, que acertou em todas as etapas da crise; ou o falecido Hyman Minsky, que descreveu teoricamente o que se está a passar. Então e os gestores dos bancos de investimentos - os cinco maiores dos quais faliram, foram vendidos ou mudaram de ramo nos últimos dias - não sabiam o que se estava a passar? Não me cheira. Além de serem pagos a peso de ouro, trata-se de gente inteligentíssima. A questão é que não tinham incentivo para agir de outra forma. Pior ainda: tinham incentivos para agir como agiram.

Não é defeito; é feitio. Agora é comum dizer que os lucros foram privados e os prejuízos vão ser do público. Mas isso não é uma novidade nem se restringe à economia. Passar o risco para a sociedade não é um exemplo do mau funcionamento da coisa; é um exemplo de como a coisa tem funcionado. O debate sobre a Guerra do Iraque foi assim; alguns enganaram-se, todos sofreram as consequências. Os que se tinham enganado, salvo honrosas excepções, não se deram por achados e passaram a exigir que se lhes fizesse a vontade no Irão.

Por isso há sempre este momento na dança - no Iraque, no Katrina, no imobiliário - em que se diz: "Ninguém podia prever o que se passou!". Poupem-nos.

A economia tem crescido na última geração mas os cidadãos comuns são tratados como enteados - nas pensões, na educação, e por aí adiante. Os outros são tratados como filhos a quem se pagam todas as dívidas depois de terem estourado o dinheiro da família no casino. E, verdade seja dita, parece não haver outro remédio.

Há maneiras melhores e piores de o fazer, porém, e enquanto a fasquia do risco não for distribuída de forma mais justa - se a compra de dívidas não tiver como contrapartida uma mudança de regras -, haverá responsabilidades a pedir. Afinal, não foi por milagre que coisas que não são bancos puderam passar a comportar-se como bancos sem darem as garantias que os bancos têm por lei de dar. Foi por acção legislativa de alguns dos nossos representantes eleitos.

Digo "nossos" porque isto não se limita aos EUA. A cultura de passar os riscos para o público foi comum e partilhada por Governos de direita e de esquerda, americanos e europeus. O mesmo Nouriel Roubini que passámos a ter de escutar com atenção nesta crise escreve no Financial Times que os bancos europeus estão em risco por terem comprado muitos dos "produtos tóxicos" financeiros que estiveram na origem disto tudo. Os economistas Daniel Gros e Stefano Micossi avisam que se os bancos americanos eram demasiado grandes para os deixarmos falhar, os bancos europeus são demasiado grandes para os conseguirmos salvar país a país.

Onde está Durão Barroso? Quando o conhecíamos, era um dos mais dogmáticos sacerdotes do mercado. Hoje está desaparecido em combate. Esta crise financeira global vai precisar de regulação global; mas antes que ela chegue precisamos de nova (e melhor) regulação europeia. Eu não estou optimista. Os americanos, ao menos, têm uma escolha entre mudar de defeitos e mudar de feitio nas próximas eleições.» [ Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

400 MILHÕES PARA A MODERNIZAÇÃO DAS ESCOLAS

«O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou esta quarta-feira que o Governo vai investir nos próximos meses 400 milhões de euros na modernização tecnológica das escolas.

“Queremos que as escola fiquem na linha da frente das mudanças tecnológicas. Por isso, este Governo tem apostado no plano tecnológico da educação”, afirmou o Chefe do Governo, respondendo a questões da bancada parlamentar do PS durante o debate quinzenal na Assembleia da República.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Só pecam pelo atraso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

AOS POUCOS A ASAE VAI REAPARECENDO

«A panificação é um dos ramos de actividade que recebem mais denúncias por parte dos consumidores. A ASAE reforça as inspecções ao sector. "Encontramos do melhor e do pior", diz António Nunes.

Das 885 operações feitas desde 2006 pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) no sector da panificação, resultaram 122 encerramentos de empresas (condicionados a rectificações e, portanto, eventualmente temporários) e foram instituídos 9 processos-crime. » [Jornal de Notícias]

Parecer:

Depois de quase ter desaparecido dos jornais, evidenciando uma mudança na sua estratégia de comunicação, a ASAE vai reaparecendo, agora com o discurso da protecção dos consumidores. Esperemos que o senhor António Sousa não se volte a animar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao António Sousa que se mantenha calado, há organismos de que não se esperam espectáculos.»

SANTANA ESPERA POR UMA CONVERSA COM MANUELA

«O ex-líder do PSD Pedro Santana Lopes admitiu esta sexta-feira que uma eventual candidatura sua à Câmara de Lisboa, em 2009, está dependente de «uma conversa» com a presidente do partido, Manuela Ferreira Leite, que será «decisiva», noticia a Lusa.» [Portugal Diário]

Parecer:

Ao ritmo que a líder do PSD fala Santana Lopes vai ter que esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se uma cadeira a Santana Lopes.»

ECONOMIA PARALELA NÃO DIMINUI

«Um grupo de trabalho nomeado pelo ministro das Finanças estima que, desde 1981 até 2005, o peso da economia informal em Portugal pouco variou, situando-se nos 22 por cento do Produto Interno Bruto, segundo um relatório solicitado pelo PÚBLICO. Composto por quadros da administração fiscal, o grupo foi nomeado em Abril de 2006, para criar um "mapa da fraude e evasão fiscal, a utilizar no âmbito da DGCI". Devia definir "os principais sectores, actividades e valores envolvidos na economia paralela", tal como acontece noutros países.» [Público assinantes]

Parecer:

Também é verdade que pouco se tem feito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se mais qualquer coisa.»

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O "Pátio das Conversas" sugere a leitura d'O Jumento do dia.
  2. O "Estou Farto!" passou a integrar a lista de links da coluna da direita.
  3. O "Blog do Estudante" gostou de saber quanto custava um disco rígido de 10 MB.
  4. O "Cu-Cu" e o "Não há mal que não se cure" gostaram da fotografia de Alex Prager.
  5. O "Catarse" gostou do artigo "Gestores de Pangloss", escrito por Rui Tavares.
  6. O "idias" provoi os biscoitos iPhone.
  7. O "Teorias da Cidade" completa a comparação entre a pedra e o iPhone.
  8. O "Câmara de Comuns" gostou de uma photochapada em Bush.

TRÁFEGO AÉREO MUNDIAL DURANTE 24 HORAS

PAVEL KISELEV

BECO DA BICHA

Alguém acrescentou uma personagem a uma fotografia do palheiro.

O QUE O ANDROIDE DA GOOGLE VAI DIZER AO IPHONE

PRAIA DE NUDISTAS NA ARÁBIA SAUDITA

SHAMPPO KUTU

ZEBRA MATCHES