quarta-feira, outubro 30, 2013

Milagre!

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A escolha de Pires de Lima para ministro da Economia teve a sua razão de ser, na verdade não há grande diferença entre vender cervejas a quem está carente de álcool e vender milagres económicos aos deputados que se preparam para duplicar a austeridade aprovando o OE para 2014. A reacção dos deputados da maioria ao anúncio do milagre económico feito por Pires de Lima terá sido muito semelhante à do povo da Cova de Iria quando assistiu ao clarão no céu, de repente no meio das trevas da miséria económica e eis que os crentes assistiram ao milagre.

Ainda há meia dúzia de dias muitos daqueles deputados vociferavam contra um Paulo Portas que se demitia de forma irreversível pondo fim ao conforto económico daquela gente. Agora que Paulo Portas manda no governo e contratou Pires de Lima para inventar milagres já está tudo bem. Até porque temos de reconhecer que Pires de Lima é o único ministro que ainda é capaz de dar duas para a caixa, os restantes ministros ou são formados em direito ou tiraram um curso de gestão numa universidade com tanta credibilidade científica quanto a dos talhos do Pingo Doce.
 
O efeito milagreiro de Pires de Lima é tão forte que ele até faz milagres com efeito retroactivo, é por isso que quando referiu o milagre das exportações começou com dados desde 2009. Isto é, o ministro é tão bom que tomou posse em 2013 e começou  fazer milagres quando José Sócrates ainda era primeiro-ministro. Até as exportações da GALP, resultado de uma modernização decidida ainda durante a legislatura anterior foi obra milagrosa do ministro. Não admira que os deputados tivessem aplaudido tanto, finalmente alguém conseguia provar que o que de bom fez José Sócrates é, afinal, obra deste governo. Pires de Lima mais não fez do que já tinha feito Paulo Portas quando e mudou o nome ao Magalhães andou por aí a vendar a maravilha tecnológica criada pelo seu governo.
 

Ainda vamos descobrir que as jornadas parlamentares da maioria foram patrocinadas pelas cervejas da UNICER, o que explicaria o ambiente de alegria vivido pelos deputados e a facilidade com que estes viram clarões no céu e acreditaram no anúncio de milagres feito por Pires de Lima.