quarta-feira, setembro 11, 2019

E O POPULISMO NÃO SE EVAPORA?




Quem ouve a líder do BE e nada sabe das matérias de que ela fala é bem capaz de achar que a senhora sabe mais do que qualquer outro político pois falsa de todo e qualquer tema de forma douta e segura. O problema é que Catarina Martins, tal como qualquer líder partidário, à exceção de Rui Rio sabe pensar, articular e falar, mas quase tudo o que diz alguém lhe disse ou escreveu um memorando. De qualquer das formas costuma ter a arte de simplificar as ideias e propostas transformando todas as ideias populistas da extrema esquerda seja exibida como soluções mágicas para todos os males.

Todavia, na questão das barragens estendeu-se ao comprido, primeiro porque desta vez não se mostrou segura e em segundo lugar porque foi incapaz de sustentar o que disse, passando a ideia de que o problema das barragens era a perda de água por evaporação. As consequências foram as que vimos, foi gozada por toda a direita, enquanto a esquerda ficou em silêncio porque a Geringonça a isso obriga. Como era de esperar, queixar-se da evaporação de água a meio de uma seca é como o Rui Rio aprovar o caderno reivindicativo do Mário Nogueira.

Este incidentes mostrou que a Catarina Martins é uma boa mistura de patuá com populismo e algumas pitadas de cabeça, uma fórmula que tem dado mais resultados do que as tentativas do PCP de passar as suas ideias e projetos. Aliás, seria interessante saber õ que pensará o PCP, o grande defensor das gloriosas reformas agrárias e das grandes produções agrícolas sobre esta abordagem ambientalista das barragens e do regadio.

A líder do BE tentou falar do que não sabe e com ares de quem sabe muito e os resultado foi uma gargalhada da direita e alguma vergonha da esquerda. É lamentável que a líder do BE tenha agarrado um tem tão sério de forma tão leviandade, destruindo posições ambientais e de política agrícola que merecem reflexão e uma abordagem séria e nada oportunista ou populista.

Mas este incidente teve a vantagem de evidenciar o modelo de atuação política do BE, mostrando o porquê do BE da Catarina Martins e da Mariana Mortágua ter mais sucesso eleitoral do que o do Louçã e do Fazenda. Este BE esconde melhor os seus valores ideológicos e vende o que tem graça vender com artes de caixeiro-viajante com formação em teatro. Fala o que por ser óbvio será o que um eleitor que pensa pouco quer ouvir, por outras palavras é um BE pouco ideológico e muito populista.
Mas desta vez a receita falhou e a Catarina foi gozada, provavelmente terá sido uma das poucas vezes em que não terá merecido ser gozada.