Durante quatro anos a direita ou confiou na vinda do diabo
ou esperou que as geringonça não resistisse, tudo servindo de motivo para ter a
esperança de regressar ao poder. Agora, que seria de esperar que Rui Rio
estivesse apostado em apresentar o seu programa, surpreende-nos por eleger as
relações entre o BE e o PS para tentar ganhar votos.
O raciocínio é simples, Rio receia que os eleitores tradicionais
do seu partido votem no PS para evitar uma maioria absoluta, animando pelos ataques
do BE a António Costa. É mau que um líder do PSD sinta necessidade de dizer aos
seus eleitores para desconfiarem do PS, é piro ainda que em vez de dizer algo
sobre as suas ideias prefira a intriga.
“O líder do PSD alertou hoje para o distanciamento do PS
em relação ao BE, porque “dá jeito para as eleições”, notando ser uma tentativa
de “limpar” a proximidade dos últimos quatro anos e eventuais aproximações
futuras.
“A distância do PS que tenho notado não é nas sondagens,
é a distância relativamente ao BE, que é uma coisa que custa a entender.
Enquanto foi útil para o PS, o PS andou quatro anos com o BE ao colo, e o BE
com o PS ao colo. Agora, como dá jeito nas eleições fazer uma demarcação do BE,
[o PS] faz a demarcação. A 06 de outubro [data das legislativas], se precisar,
volta a chegar-se ao BE”, criticou Rui Rio no Porto, em declarações aos
jornalistas após um percurso de bicicleta e antes de uma caminhada para assinalar
o Dia Europeu Sem Carros.” [Lusa]