A comparação feita por Rui Rio entre o vencimento de um
professor no topo da carreira com um juiz em início de carreira, que conclui
que o filho vai ganhar mais do que o pais revela o verdadeiro Rui Rio. Alguém a
dar para o provinciano no pior sentido, um desconhecimento total do mundo de
hoje, uma forma velhaca de debater política e um populismo saloio.
Na cabecinha do Rui Rio licenciado é licenciado, não importam
as responsabilidades, não importa o estatuto constitucional, não importa o nível
de qualificação exigido e um professor de trabalhos manuais deve ganhar mais do
que qualquer magistrado em início de carreira. Isto é, para a cabecinha deste
imbecil não importa que um ensine crianças a brincar com plasticina e o outro
decida o destino da vida de muita gente, se é pai deve ganhar mais?
É triste ver comentadores televisivos dizer que assim se
ganha um debate, como se o argumento nada dissesse sobre a natureza ética do candidato.
Até parece que os portugueses não querem que as qualificações dos seus filhos
sejam reconhecidas e fiquem com inveja do que ganham os filhos, como se os
portugueses fossem umas bestas tão invejosas que até dos vencimentos dos filhos
bem sucedidos sintam inveja.
Compreende-se a postura de um António Costa que ficou
boquiaberto com o argumento, não deve ser fácil responder a uma bestialidade
destas quando a besta que o disse é amigo pessoal e não lhe podemos dar a
resposta merecida.
Alguém que usa a inveja fazendo comparações entre profissões ou entre pais e filhos não tem dimensão moral, ética, humana ou política para estar à frente do governo de um país, o mais longe que deveria poder ir é presidente de junta de freguesia de uma pequena aldeia.