terça-feira, setembro 17, 2019

O FILHO DO PROFESSOR


A comparação feita por Rui Rio entre o vencimento de um professor no topo da carreira com um juiz em início de carreira, que conclui que o filho vai ganhar mais do que o pais revela o verdadeiro Rui Rio. Alguém a dar para o provinciano no pior sentido, um desconhecimento total do mundo de hoje, uma forma velhaca de debater política e um populismo saloio.

Na cabecinha do Rui Rio licenciado é licenciado, não importam as responsabilidades, não importa o estatuto constitucional, não importa o nível de qualificação exigido e um professor de trabalhos manuais deve ganhar mais do que qualquer magistrado em início de carreira. Isto é, para a cabecinha deste imbecil não importa que um ensine crianças a brincar com plasticina e o outro decida o destino da vida de muita gente, se é pai deve ganhar mais?

É triste ver comentadores televisivos dizer que assim se ganha um debate, como se o argumento nada dissesse sobre a natureza ética do candidato. Até parece que os portugueses não querem que as qualificações dos seus filhos sejam reconhecidas e fiquem com inveja do que ganham os filhos, como se os portugueses fossem umas bestas tão invejosas que até dos vencimentos dos filhos bem sucedidos sintam inveja.

Compreende-se a postura de um António Costa que ficou boquiaberto com o argumento, não deve ser fácil responder a uma bestialidade destas quando a besta que o disse é amigo pessoal e não lhe podemos dar a resposta merecida.

Alguém que usa a inveja fazendo comparações entre profissões ou entre pais e filhos não tem dimensão moral, ética, humana ou política para estar à frente do governo de um país, o mais longe que deveria poder ir é presidente de junta de freguesia de uma pequena aldeia.