quinta-feira, dezembro 11, 2008

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Aves de Lisboa : Pilrito-pequeno [Calidris minuta] com plumagem de Inverto
Fotografado junto ao Cais das Colunas, Praça do Comércio Lisboa

IMAGEM DO DIA

[AP]

«A wall that will hold the cremated remains of America's armed forces is dedicated at Arlington National Cemetery» [Telegraph]

JUMENTO DO DIA

Mário Nogueira, sindicalista

Se alguém pensa que Mário Nogueira quer negociar ou chegar a algum acordo que vá de encontro aos interesses dos professores vai iludir-se, o que o conhecido militante do PCP pretende é o confronto político, de preferência com Sócrates. Agora que conseguiu um aparente impasse começou a provocar Sócrates na esperança de este se envolver.

Esta estratégia de Mário Nogueira é suicida para os professores e para o seu partido, a maioria dos portugueses olha com indiferença o que se está a passar e são poucos os que apoiam os professores.

DEPUTADOS BURROS E TRAFULHAS

Que os nossos deputados não são muito dados ao trabalho não é novidade nenhuma, a política é a profissão que proporciona maior sucesso sem exigir grande valor ou esforço, é natural que seja atractiva para alguns gandulos. Mas além de serem trafulhas os nossos deputados são burros ao ponto de viciarem o livro de ponto quando ia ocorrer uma votação cujo resultado iria denunciar o seu comportamento.

A cuidar destes trafulhas está um líder da bancada parlamentar do PSD escolhido por Manuela Ferreira Leite que neste episódio acabou por mostrar que a sua líder é incapaz de tomar conta de um partido que parece ter entrado em degradação acelerada.

O MELHOR EXEMPLO DE TRABALHO POLÍTICO DE UM DEPUTADO

Um jantar do Boavista que se prolongou com um leilão. Só não percebi o que há aqui de político para que um destacado deputado do PSD invocasse esse motivo. Será que o jantar serviu para o Bovaista recolher fundos para pagar as dívidas ao fisco?

CONTRA VENTOS E MARÉS

«Com razão, José António Saraiva vê uma aliança objectiva entre os interesses do Partido Socialista e os desígnios inconfessáveis dos adversários internos de Manuela Ferreira Leite no Partido Social-Democrata, aliança a que poderíamos acrescentar as sucessivas perversões do jornalismo português a que se têm referido tão expressivamente João César das Neves e José Pacheco Pereira. (...)

Nesse enjoativo cenário, Manuela Ferreira Leite tem de se aguentar, imperturbada e imperturbável, contra ventos e marés. Não só ela tem muito mais categoria do que José Sócrates & Cia., como está na linha dos líderes mais notáveis do Partido Social-Democrata, de Cavaco Silva e de Marcelo Rebelo de Sousa, de Durão Barroso e de Marques Mendes. Tem gabarito para ficar colocada à altura deles e dos desafios que Portugal enfrenta neste momento. Tem convicções, saber, competência e energia. Tem ideias e projectos. Tem, diga-se o que se disser, uma equipa competente. E dispõe de um trunfo muito importante: tem com ela todo o PSD não videirinho. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Só mesmo Vasco Graça Moura conseguiria descobrir uma aliança entre a oposição interna do PSD e Sócrates para impedir Manuela Ferreira Leite de vingar na política,

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se na secção de humor político.»

DEPOIS DELES, O DILÚVIO

«Os professores portugueses não se cansam de nos surpreender. Há uns meses, descobrimos que já não estão à altura de impedir um aluno de usar o telemóvel durante a aula. Nas últimas semanas, porém, ei-los na rua a provar que ainda chegam para fazer recuar um governo. A questão é inevitável: que pensar de um sistema de ensino onde os professores têm aparentemente mais força para submeter um ministério do que para manter a disciplina nas salas de aula? Que talvez não sirva para aquilo que deveria servir, mas que serve certamente para outras coisas.

Entre o telemóvel de Março e a greve de Dezembro, o actual sistema de ensino deu-se a conhecer em todo o seu esplendor. Os alunos não respeitam os professores porque sabem que, numa escola que se quer "inclusiva" a todo o custo, nada de sério lhes pode acontecer, por pior que seja o seu comportamento. Os professores, pelo seu lado, não respeitam o ministério porque percebem que o objectivo da actual equipa governamental não é transformar o sistema, mas apenas obter mais com o mesmo - e que portanto lhes basta não preencher as fichas, para tudo parar. O presente regime de ensino faz a fraqueza subir pelo sistema acima: os alunos têm a força que falta aos professores, e os professores a força que falta ao ministério.

Como já toda a gente compreendeu, porque os representantes dos professores fizeram questão de explicar, a questão não é esta avaliação, mas qualquer avaliação, seja qual for o modelo, que tenha como princípio diferenciar os professores. Os líderes da resistência à avaliação têm uma ideia do que deve ser a classe profissional que dizem representar: uma massa igualitária e anónima, onde ninguém se distingue e ninguém é responsabilizado pelo resultado do seu trabalho.

Os alunos abandonam a escola, falham nos exames nacionais e deixam péssima impressão nos testes internacionais? Segundo os delegados da classe docente, nada disso tem a ver com as escolas e os professores, mas com a "sociedade". É uma tese curiosa. O país, através do Estado, gasta o que tem e o que não tem no ensino. E os agentes desse ensino vêm agora confessar, na cara dos contribuintes, sem complexos, que quase não faz diferença: quem tem de aprender, aprende; e quem não tem, não aprende. As estatísticas confirmam: para se garantir êxito escolar, convém ter pais da classe média, viver nas urbanizações do litoral, e frequentar uma escola privada.

Para que serve então esse sistema que, conforme nos prometeram, ia distribuir oportunidades a todos e transformar-nos numa Finlândia com sardinha assada? Para diminuir as desigualdades, não. Para fazer crescer a riqueza, também não. Serve para isto, segundo os porta-vozes dos professores: para ajudar mais de 100.000 portugueses a fazer uma experiência sociológica única - uma vida profissional sem hierarquias, sem obrigação de sucesso, e que seria talvez perfeita, não fossem os alunos e os seus telemóveis.

Durante anos, os licenciados da Europa de leste que empregámos como serventes de pedreiro deveriam ter-nos provado que as credenciais académicas, só por si, não salvam ninguém. Os nossos licenciados, porém, só ultimamente começaram a rimar com desempregados. É que, durante muito tempo, o Estado lá os foi encaixando: a uma parte, aliás, como professores. A classe docente, numerosa e relativamente bem paga, é provavelmente ela própria o principal produto do investimento na educação em Portugal: antigos estudantes dos cursos de apontamentos e fotocópias, que o engenho nacional fez multiplicar, e a quem por via do Orçamento do Estado se deu um lugar à mesa da classe média. Subitamente, eis que os Governos diminuem os lugares e o actual ministério vem com exigências que não constavam do contrato original. A tribo, como é compreensível, saiu à rua para zelar pelas suas prerrogativas ancestrais. O sistema é uma grande pescada de rabo na boca, em que a pescada tentou dar ultimamente uma dentada em si própria.

A intransigência professoral expressa uma grande tentação: a tentação de todos os instalados nos "sistemas" estatais ou protegidos pelo Estado resistirem a quaisquer mudanças, na esperança de que o regime actual aguente, na forma em que o conheceram, pelo menos até ao momento de poderem escapar-se com a devida pensão de reforma. A maioria, na meia-idade, nem precisa de muito tempo. Depois, que venha tudo, até o dilúvio: já hão-de ser as gerações mais jovens a penar. No caso dos professores, ficarão assim vingados dos alunos que agora os atormentam nas aulas. No que não deixará de haver uma certa justiça.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Ramos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DEPUTADOS VIGARISTAS

«Continua a polémica em torno das faltas à sessão parlamentar de sexta-feira, que vão ter consequências no grupo parlamentar do PSD. A situação mais "delicada" prende-se com o facto de existirem dez deputados do PSD que, apesar de terem assinado o livro, não estavam presentes à hora regimental de votação. Paulo Rangel convocou para hoje uma reunião da direcção da bancada do PSD e para amanhã uma de todo o grupo parlamentar por forma a que sexta-feira Manuela Ferreira Leite possa ter uma "radiografia" geral das causas que levaram cada um dos deputados a faltar. Mas não foram só os 10 deputados do PSD a assinar o livro e a sair antes do meio-dia, hora das votações: um do PS, um do PEV, dois do CDS usaram o mesmo expediente.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Pior ainda que faltar é viciar o ponto, algo que em qualquer empresa ou serviço da Administração Pública dá lugar a um processo disciplinar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuela Ferreira Leite se vai sujeitar os deputados trafulhas a um processo disciplinar.»

NEM DÁ PARA ACREDITAR EM CONSTÂNCIO

«Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, pediu ontem ao Executivo para aumentar o défice orçamental em 2009 e implementar "programas adicionais" para "estimular a economia", mas voltou a rejeitar um cenário de baixa de impostos. Portugal, admite Constâncio, entra em recessão técnica já nos últimos três meses do ano, após ontem o INE divulgar uma quebra de 0,1% da economia entre Julho e Setembro deste ano, o que corresponde a uma redução de 40 milhões de euros na riqueza gerada (PIB). "Tem que ser utilizada toda a flexibilidade que o Pacto de Estabilidade permite", realçou Constâncio, ontem em Lisboa, num encontro promovido pela Câmara do Comércio Luso-espanhola. "Espero que esta flexibilidade venha ser consagrada oficialmente", por Bruxelas, afirmou perante uma plateia de dezenas de empresários portugueses e espanhóis. É que, diz o governador, referindo-se às facilidades de crédito à banca europeia e baixa nas taxas de juro no espaço europeu, a "política monetária tem os seus limites".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Terei lido bem?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Constâncio de que o défice poderá aumentar por via da queda na receita fiscal.»

BPP FALHA COM DEPOSITANTES

«Os clientes do Banco Privado Português (BPP) não estão a conseguir levantar o dinheiro que têm aplicado em depósitos e produtos de investimento da instituição, apesar das notícias que apontavam nesse sentido. Um dos clientes é o treinador de futebol do Sporting de Braga, Jorge Jesus, que confessou ao DN estar "preocupado" com a situação, já que estão em causa "as economias da minha carreira desportiva". E mostra-se agastado com o facto de "me ter sido garantido que eram depósitos sem risco e, afinal, estão em risco". » [Diário de Notícias]

Parecer:

Querem ver que a intervenção foi para salvar os accionistas e não para proteger os depositantes?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

NOGUEIRA ATACA SÓCRATES

«O porta-voz da Plataforma dos Sindicatos da Educação, Mário Nogueira, considera que o primeiro-ministro, ao contrário do que afirma, está sempre em desacordo com as soluções apresentadas pelos sindicatos para a Educação. Acusa, ainda, Sócrates de não ouvir ninguém, agindo de forma arrogante, o que contribuiu para que "o ensino tenha piorado".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Há muito que Mário Nogueira provoca Sócrates numa tentativa de alargar a luta dos professores a um confronto político, é esse o objectivo que lhe foi superiormente fixado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se frente a Nogueira.»

SOARES ELOGIA A MINISTRA DA EDUCAÇÃO

«O ex-Presidente da República Mário Soares elogiou hoje a "coragem invulgar" da ministra da Educação, considerando que a determinada altura dos protestos contra o sistema de avaliação dos professores houve "um esticar de corda" por parte dos sindicatos.

"Acho que a ministra, que tem sido muito criticada, é uma pessoa que tem uma orientação e tem um sentido de responsabilidade e até uma coragem que é invulgar. E eu aprecio as pessoas de coragem", afirmou Mário Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento, à saída da cerimónia de entrega do Prémio Direitos Humanos.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Soares não seguiu o caminho mais fácil.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «prove-se o gesto.»

PORTUGAL DISPONÍVEL PARA RECEBER PRISIONEIROS DE GUATÁNAMO

«O chefe da diplomacia portuguesa afirmou esta quarta-feira que Portugal está disponível para acolher prisioneiros de Guantánamo no âmbito de uma iniciativa da União Europeia para ajudar os Estados Unidos a encerrar o centro de detenção de suspeitos de terrorismo.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

A dúvida está em saber se eles não preferirão continuar em Guantánamo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esperemos.»

UNEMPLOYMENTALITY

«Tania Khadder and John Henion, both unemployed online journalists, hold signs announcing a new blog called unemploymentality.com along Market Street in San Francisco» [Reuters][Telegraph]

ABUSOS DO FISCO

Vale a pena ler o post do "Fliscorno" em que me conta a actuação abusiva do fisco:

«Há dias o fisco escreveu-me no cordial tom da arrogante ameaça. Parece que deram como provado que eu não tinha pago uma coima por atraso na entrega do IRS de 2003. Acontece que, meros detalhes, eu tinha o recibo que provava ter pago essa multa. Tinha também a declaração de IRS e a correspondente nota de liquidação. Com o estado de espírito de quem tira um doce a uma criancinha, dirigi-me às finanças. "Ah, o senhor não pagou a coima." Saco do papel e depois de alguma algazarra típica de quem tem mais do que fazer do que aturar incompetências, lá me foi explicado que até 2003 não havia registo informático do pagamento de coimas e, portanto, não sabiam quem tinha pago e que não tinha pago.

Apresentado o enredo, vamos aos pormenores. As finanças deram como provado um ilícito que não existiu e, como me foi dito, nem tinham registos que sustentassem tal acusação. Estamos perante um lamentável acto de bluff por parte do estado. De seguida, dão-me 10 dias úteis para contestar, sublinhando que a notificação "se considera efectuada na data da presente notificação", o que, em português mal escrito, é uma forma de dizer que sou considerado como notificado na data em que a carta foi escrita. Acontece que a carta apenas foi colocada no correio 8 dias depois de ter sido escrita e que, segundo os CTT, uma carta de correio não prioritário pode levar até 3 dias úteis para ser entregue, coincidindo assim a data de entrega da carta com o último dia para me defender. Nas finanças disseram-me que os 10 dias úteis contam a partir da data de recepção da carta, como diz a lei, de resto. Mas não é isso que lá está escrito. Seria necessário "notificar-me" com urgência, face a algum prazo que estivesse a expirar, como por exemplo 5 anos decorridos sobre a ocorrência dos factos e eventual prescrição?

Esta carta é toda ela um monumento de má-fé e arrogância por parte da máquina fiscal. Má-fé porque dão como provados factos que não são verdadeiros e sobre os quais nem têm sustentação documental. Má-fé, ainda, porque passaram por cima de prazos para eventual cumprimento de questões processuais, mesmo que depois informalmente tenha sido reposta a legalidade. Arrogância pela forma como se assumiu que eu estaria em incumprimento, quando a falha teve origem na máquina fiscal.

Quantas pessoas terão recebido uma carta como esta? Possivelmente, todos os que não entregaram o IRS de 2003 dentro do prazo. E destes, quantos terão pago a coima em duplicado, no valor mínimo de 100€ acrescidos de metade das custas processuais, por não conseguirem provar que não estavam em ilícito?

Esta carta do fisco teve como objectivo específico sacar-me dinheiro. Devem achar que sou o Pai Natal.»

O NASCIMENTO DE UMA GALÁXIA [imagem]

"WINGSUIT BASE JUMPING"

MANUEL LIBRES LIBRODO

I FOUND HIM!

OS NOVOS LOGOTIPOS EM TEMPOS DE CRISE [Link]

TV 8