domingo, agosto 26, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 
Ponte 25 de Abril, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Oeiras-Lagar de Azeite-Propriedade do Marques de Pombal Seculo XVIII [J. Ferreira]
 
Jumento do dia
  
Paulo Simões Júlio
 
Este senhor negociou longamente a Lei Eleitoral Autáruqica com o CDS, parceiro da coligação e partido sem qualquer expressão autárquica, ao que parece foi um processo penoso e ainda faltam arestas por limar. Já quanto ao PS o pobre homem diz que o maior partido da oposição vai assinar de cruz, são favas contadas.

Este senhor é tão palerminha que não percebe que ao colocar o problema desta forma até ofende o PS.Mas perceber isso é demais para gentre

«"Não quero crer que não se chegue a limar as pequenas diferenças que há [entre os dois partidos] e se possa chegar a um acordo final", disse hoje o governante à agência Lusa, em Pinhel, à margem da inauguração do novo edifício dos Paços do Concelho.
  
Paulo Simões Júlio referiu que a matéria da nova Lei Eleitoral Autárquica é de iniciativa parlamentar, estando nesta altura a ser "discutida" e "terminada" entre os dois partidos da coligação.
  
Após o "acordo final" entre PSD e CDS-PP e o projecto-lei ter entrado na Assembleia da República "é necessário o acordo do PS", apontou.
  
"Relativamente ao PS, como essa foi sempre uma reivindicação desde há 12 meses a esta parte, eu diria que essa é a parte mais fácil", declarou, admitindo que vai ser "fácil chegar ao acordo final com o PS para chegar a uma nova Lei Eleitoral Autárquica".» [CM]
   
 Coisas de Verão

Começa-se por vender o Pavilhão Atlântico a uns amigos, agora vende-se a RTP a outros amigos. Alguém viu por aí a árvore dos patacos?

 Privatizações e vendas de património público
 
Discutir se o Estado tem vocação para gerir salas de espectáculos, transportes públicos ou um canal de televisão de serviço público é um debate ideológico. Discutir vendas ao desbarato, a preços de amigo e para amigos não é um debate ideológico, é uma jurídica questão de direito criminal.

Vender ao melhor preço pode ser uma privatização e até se pode defender que se trata de uma reforma. Vender a amigos a preços de saldo ou aos chineses para fazer um frete aos alemães é um crime contra a Nação, é uma canalhice.

Se a Constituição da República pode e deve ser violada para sacrificar um grupo social ou profissional ao mesmo tempo que se enriquecem outros então também será legítimo violarr essa mesma Constituição da República para adoptar legislação que permita levar ao tribunal por crime económico quem governou à margem dos interesses da Nação.

Aquilo a que assistimos em Portugal já ultrapassa todos os limites do memorando ou do que é aceitável em política.
 
 First Moon Landing 1969


 Está explicada a crise

   


  
 Dr. Borges e Mr. Sachs
   
«Foi há pouco menos de três meses. António Borges, privatizador-geral da República (PGR), abriu a boca para falar da "urgência" em reduzir salários. Perante o clamor gerado por tamanha alarvidade, lá veio a terreiro dizer que não disse o que tinha dito e que jamais defenderia uma política de empobrecimento. O que é facto é que ela aí está.
  
Esta forma de intervenção, "em defesa da destruição do que existe para, a posteriori, criar riqueza para os amigos", é típica dos homens da Goldman Sachs, como muito bem descreve Marc Roche, o jornalista francês autor do livro O Banco: Como o Goldman Sachs Dirige o Mundo.
  
E aquilo a que assistimos quinta-feira passada foi, mais uma vez, a verbalização da doutrina messiânica de Lloyd Blankfein, o homem que dirige o banco que, dizem as más-línguas, estará por detrás da atual crise financeira que abala o mundo: "Eu faço o trabalho de Deus."
  
Bizarra e incompreensivelmente, coube ao consultor do primeiro-ministro ser porta-voz das intenções do Governo - ou será de Deus? - para a RTP. Disse o Dr. Borges, ou melhor, o Mr. Sachs, que o que está em cima da mesa é o encerramento do Canal 2 e a concessão de tudo o resto - televisão e rádios públicas - por um período de 15 a 20 anos, ao operador privado "que der mais dinheiro". Não importa quem, nem de onde vem, desde que pague bem.
  
O Governo, que declarou guerra às parcerias público-privadas (PPP), parece preparar-se agora para, ele próprio, criar uma espécie de PPP comprometendo o Estado com o pagamento, a quem adquira a concessão, de uma renda de 140 milhões de euros por ano resultantes da taxa do audiovisual cobrada a todos os portugueses na fatura de eletricidade.
  
Mas o Dr. Borges, ou melhor, o Mr. Sachs, que, ao que consta, ainda não faz parte do Governo, disse mais. Garantiu aos potenciais interessados que terão total liberdade para despedir se entenderem que a RTP tem trabalhadores a mais, lançando assim o sobressalto na televisão e rádios públicas.
  
O "atraente" plano, na boca do Dr. Borges e de uma fonte do gabinete do ministro que tutela a RTP, é, antes de mais, uma flagrante violação do Programa Eleitoral do PSD e do Programa de Governo. O que neste capítulo foi prometido e está sufragado pelos eleitores é, concorde-se ou não, a alienação de um dos canais da RTP. Mas, já estamos habituados, que se lixem as promessas.
  
  Em Portugal, existe uma cultura de que todos os governos são culpados, de que pelo facto de se tratar de uma empresa pública não tem de ser bem gerida. Esta é uma premissa absolutamente inaceitável. E este é o paradigma que é urgente alterar. Se se considera que a RTP custa dinheiro a mais - e admito que assim possa ser -, pois que se imponha uma gestão austera e profissional. Nunca esquecendo que quem escolhe as administrações da RTP e da RDP são os governos.
  
O que está em causa em tudo isto é saber se queremos manter um Serviço Público de rádio e televisão, em sinal aberto, ou se, pelo contrário, queremos ser pioneiros na Europa na aberração de acabar com este património que é, antes de tudo o mais, uma obrigação de qualquer Estado civilizado.
  
O Serviço Público de televisão existe, entre outras coisas, para garantir o pluralismo, os equilíbrios regionais, a difusão e preservação da língua, a divulgação cultural, a própria democracia. Isto para já não falar na memória coletiva de mais de 50 anos contida no arquivo histórico de valor incalculável que é propriedade de todos nós. Tudo isto é, naturalmente, da responsabilidade dos Estados.
  
Por definição, o Serviço Público não deve ser concorrencial e, por consequência, não pode reger-se por critérios de audiências mas sim de interesse público. O que contraria, naturalmente, a justificação do Dr. Borges, ou melhor, do Mr. Sachs, para encerrar a RTP 2 porque "é um serviço muito caro com uma audiência muito pequena". Por exemplo, o que a RTP fez nos últimos Jogos Olímpicos foi verdadeiro Serviço Público e de qualidade. Goste-se ou não, o que a RTP faz todos os anos com o Natal dos Hospitais é Serviço Público. Por mais desinteressantes que possam ser, a transmissão integral dos debates quinzenais na Assembleia da República é Serviço Público. Os programas infantis, todos os dias de manhã, são Serviço Público. A informação séria, rigorosa e de qualidade - não que a dos outros canais não o seja - é Serviço Público. E por aí adiante.
  
Como é óbvio, nenhum concessionário ficará com a RTP se não for para ter lucro, ficando refém de um contrato de Serviço Público. E o lucro só existe se houver audiências. Se este modelo avançar, que ninguém tenha dúvidas: jamais assistiremos a partidas vibrantes de ténis de mesa, a finais entusiasmantes de K-2, a teatro português na televisão e a tantas outras manifestações que não são de massas e, por isso, não geram audiências.
  
Resta pois saber o que motivou mais esta intervenção do Dr. Borges. Se foi apenas para testar a ideia na opinião pública, é grave; se se tratou de um anúncio formal feito por um funcionário que não faz parte do Governo, é muito grave; se a ideia era retirar do debate público os números assustadores da execução orçamental, é ainda pior, porque não se brinca com coisas sérias. Seja porque for, só resta parafrasear Almada Negreiros: cale-se o Borges, cale-se Pim!» [DN]
   
Autor:
 
Nuno Saraiva.   
    
  
     
 Aguiar-Branco vai esclarecer
   
«O ministro da Defesa reafirmou-se hoje "disponível" para esclarecer o Ministério Público sobre a compra de dois submarinos pelo Estado português a um consórcio alemão, mas diz não saber ainda "o que pretende" aquele organismo.
   
"Ainda antes de a Procuradoria [Geral da República] ter dito que vinha pedir esclarecimentos, já tinha dito que estava disponível para os dar e para colaborar em tudo o que fosse necessário para a clarificação dessa matéria", afirmou José Pedro Aguiar Branco à margem da inauguração da 39.º edição da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.» [DN]
   
Parecer:
 
os fretes a que um ministro de um coligação é obrigado, dar uma ajudinha logo à besta negra do PSD.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
      
 Pobre António Borges
   
«O ministro da Defesa Nacional, Aguiar Branco, recusou hoje reabrir o debate em torno da privatização da RTP, decidida desde a eleição do atual Governo, e garantiu que o anúncio do modelo escolhido será feito "na hora certa pelo ministro da tutela".
  
"Não aceito que se vá agora enviesar uma discussão para saber se se deve ou não privatizar a RTP, que é o que vejo no debate público. Essa linha de orientação estratégica foi apresentada aos portugueses no programa de Governo apresentado nas eleições, os portugueses disseram 'sim' e este Governo, têm que se habituar, cumpre as promessas que faz", afirmou José Pedro Aguiar Branco, em nome do Governo,  à margem da inauguração oficial da 39.ª edição da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.
  
Garantindo que haverá "seguramente privatização da RTP" e sustentando haver "muitos exemplos no próprio país" de que "o serviço público pode ser exercido por uma empresa que não seja pública", o ministro assegurou que o modelo de privatização da televisão pública "será anunciado, no momento certo, pelo ministro responsável da tutela".
  
"Esse debate não pode é ser enviesado agora para se saber se deve ou não deve haver a privatização, porque a privatização foi sufragada pelos portugueses no ato eleitoral, ao darem a maioria ao atual Governo", sustentou.» [Expresso]
   
Parecer:
 
O governo do equiparado a licenciado desautorizou o senhor professor.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Não foi necessária a Wikileaks
   
«A polícia britânica permitiu acidentalmente que os seus planos para a detenção de Julian Assange fossem fotografados, tendo hoje sido publicadas as notas de um agente na imprensa local.
  
Um fotógrafo da Press Association capturou na sexta-feira imagens de um documento que um polícia, que estava à porta da embaixada do Equador em Londres, onde Assange, de 41 anos, procurou asilo, tinha na mão e em que era possível ler “confidencial” e “decisões”.
  
O documento referia que a polícia britânica pretende deter o fundador do WikiLeaks “sob todas as circunstâncias” quando este sair da embaixada no centro de Londres.» [i]