quarta-feira, janeiro 13, 2016

Campanha

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Duas conhecidas personalidades da esquerda da direita, apoiantes de Marcelo


Marcelo Rebelo de Sousa

O candidato da direita tem vindo a desiludir, geriu a sua pré-candidatura de forma a maximizar a sua vantagem televisiva sobre os outros candidatos e foi para os debates convencido da vitória e com uma postura de alguma sobranceria. Estava convencido de que a campanha seria um mero passeio e errou, não preparou os debates e perdeu-os, não investiu na campanha e arrisca-se a apelar à ajuda financeira caso vá a uma segunda volta e passeia pelo país dizendo banalidades.

Tem dado uma imagem muito pouco digna de um futuro presidente ao fugir dos partidos que o apoiam e ao adoptar uma postura de camaleão político, chegando ao ridículo de dizer que é a esquerda da direita. A estratégia velhaca de roubar votos aos candidatos à sua esquerda fazendo passar a mentira de que também é de esquerda não convence ninguém e se para uns é um embuste par outro cheira a traição. Marcelo arrisca-se a perder os votos que tinha à esquerda e ver muitos dos seus eleitores da direita optarem pela constituição.

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Encontro da ala esquerda da direita

Maria de Belém

A candidata do segurismo começou mal a sua candidatura ao lança-lo num contexto em que só poderia ser entendida com o o aproveitamento das presidenciais para efeitos de lutas internas no PS. Lançou-se como candidata presidencial num momento em que havia um sério risco de a direita se manter e sabendo que o candidato preferido da liderança do PS era Sampaio da Nóvoa.
  
A imagem que tem dado não a favorece nada, nos debates não hesitou em recorrer a golpes mais ou menos manhosos e a sua candura deu lugar a uma política que pareceu sonsa e manhosa. Tem feito uma campanha que mais parece ser a de Paulo Portas no tempo em que o CDS era o partido dos pensionistas, apoia-se nesse submundo da economia social e todos os dias recorrer a uma santa casa para levar um banho de idosos manipulados por gente sem escrúpulos. Ao encostar-se e beneficiando do apoio de alguma direita Maria de Belém tira mais votos a um Marcelo falsamente esquerdista e perde os eleitores do PS para Sampaio da Nóvoa.

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A candidatura de MAria de Belém é a sobremesa do jantar dos leitões, na Mealhada
  
A dúvida neste momento não está em saber se Maria de Belém vai à segunda volta mas sim em saber se consegue dividir o seu partido para dar ânimo ao segurismo ou ao pessoal dos leitões no próximo congresso. Mesmo que passe a uma segunda volta Maria de Belém nunca conseguirá o pleno da esquerda, não basta deixar as santas casas da primeira volta e ir para os mercados na segunda volta para ser de esquerda, isso já Paulo Portas fez no passado e não foi para obter os votos da esquerda.

Sampaio da Nóvoa

Perdeu demasiado tempo à espera do apoio de António Costa que acabou por não aparecer de uma forma explícita e isso levou a uma queda nas expectativas dos seus apoiantes. A candidatura renasceu e ganhou fôlego com a ajuda de Cavaco que mostrou ao país o que pode significar ter um presidente de direita empenhado em desrespeitar a vontade dos eleitores e em desvalorizar o parlamento.
  
Recuperou graças aos debates onde foi o único candidato a exibir uma dimensão de presidente, já que Maria de Belém foi o que se viu e Marcelo escorregou, algo que é um hábito nos debates em que ele não pode combinar as perguntas. Todavia, ainda não se percebeu bem o eu é essa coisa de tempo novo em pleno século XXI.

Maria Matias

Começou mal com a escolha de um lema muito sugestivo, o dizer “uma por todos” motivou muitas brincadeiras maldosas. É uma candidata de faz de conta e os eleitores já perceberam que o BE tenta nestas eleições o que os especuladores da bolsa fazem quando esta está em alta, confirmar as mais-valias. Para Marisa Matias se o país ficar com o Marcelo e o BE tiver mais 1% isso será uma gloriosa vitória para o seu partido.

Edgar Silva

Tem feito uma campanha certinha na perspectiva do que deve ser uma candidatura do PCP, ainda que a substituição do velho sotaque de Praga por uma entoação de voz adquirida nos longos treinos feitos no seminário a ler as escrituras não o favorece muito. O seu ar cândido não e em a imagem do comunista e usá-lo para defender a Coreia do Norte não foi a sua melhor ideia.

O PCP concorre para evitar perda de votos paras o BE e a dúvida vai permanecer até ao dia das eleições, um abandono a favor de outro candidato vai parecer um abandono da luta eleitoral com a extrema-esquerda chique e é pouco provável que isso suceda.

Outros candidatos

As candidaturas dos Tinos quase despareceram.