sexta-feira, fevereiro 19, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Luís Montenegro, peão de brega do primeiro-ministro no exílio

Enquanto passos Coelho foi para Bruxelas desempenhar o seu papel de primeiro-ministro exilado em Massamá, por cá o seu líder parlamentar pratica o desporto preferido da direita, agendar eleições antecipadas. Os palpites são tanto que não admiraria que Montenegro sugerisse a Santana Lopes um novo jogo da Santa casa, o Placard Eleitoral.

«Na abertura das jornadas parlamentares do PSD, em Santarém, Luís Montenegro sustentou que o executivo chefiado por António Costa "entrou em campanha eleitoral" desde que tomou posse, porque, "embora esteja a iniciar funções, já está a vislumbrar a cessação dessas funções e a preparar-se para o embate eleitoral".
  Mais à frente, a propósito do Orçamento para 2016, acrescentou: "Eu nunca tinha assistido a um Orçamento em primeiro ano de legislatura que fosse tão eleitoralista. Quase me apetece dizer que quem fez este Orçamento não está a contar fazer um segundo Orçamento - ou pelo menos para um segundo ano, se calhar vai ter de fazer um segundo, mas é dentro do mesmo ano. Todos os indícios apontam nesse sentido".» [Notícias ao Minuto]

 A hipocrisia não paga imposto

Como aprendemos nos últimos anos é mais fácil usar o OE para promover a in justiça social do que para a devolver, quando cortaram os vencimentos era uma medida para um ano destinada a compensar um desvio global, passados quatro anos há quem agora se esqueça do que foi dito e feito falando agora de um aumento dos funcionários.

É por isso que o debate sobre se este governo aumentou ou não os impostos é pura hipocrisia. Aplicar uma sobretaxa ao IRS para retirar 3% dos rendimentos dos trabalhadores por conta de outrem que pagam IRS é um imposto. Mas tirar 30% do rendimento aos trabalhadores por conta de outrem que trabalham para o Estado já não é um imposto, é reduzir a despesa.

 Sugestão

É uma injustiça que Passos Coelho ande por aí a desempenhar o papel de primeiro-ministro sem governo, deixando D. Duarte em casa. Seria mais engraçado que o primeiro-ministro sem governo se fizesse acompanhar do rei sem trono. Até poderiam convidar o rei do Carnaval de Torres a acompanhá-los enquanto não fosse entrudo, seria uma espécie de Trio Maravilha.

      
 E dura, dura, dura...
   
«O Banco de Portugal (BdP) anunciou nesta quinta-feira que se realizará ainda esta semana uma reunião sobre os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo, comercializado pelo BES.

A reunião será realizada entre o BdP, a CMVM e o representante designado pelo Governo para esta matéria, refere uma nota de esclarecimento do BdP.

“A propósito de recentes notícias sobre a posição do Banco de Portugal em relação à situação dos investidores em títulos das sociedades Espírito Santo International e Rioforte, o Banco de Portugal informa que, ainda antes das referidas notícias, e na sequência de contactos estabelecidos com o representante designado pelo Governo, foi aceite e marcada, a pedido deste último, uma reunião entre o Banco de Portugal, a CMVM e o representante do Governo, a realizar esta semana”, refere o regulador no comunicado.

Este esclarecimento surge após as críticas do primeiro-ministro António Costa à actuação do BdP em relação aos lesados do papel comercial comercializado pelo BES. O primeiro-ministro acusou na quarta-feira o BdP de estar "a arrastar uma decisão" sobre os lesados do BES.» [Público]
   
Parecer:

Carlos Costa ainda não reparou que fazia parte de um filme onde os artistas principais eram o Passos e a Maria Luís, cabendo-lhe um papel secundário onde fechava bancos, empregava o filho do Durão e contratava o amigo da outra para vender o Novo Banco.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Carlos Costa se usa pilhas Duracell.»
  
 Isto vai acabar mal
   
«O anúncio do voo de ligação da TAP entre Lisboa e Vigo está a causar tensão entre a Câmara do Porto e a da cidade galega, após uma entrevista de Rui Moreira em que o presidente da Câmara chamou "miserável" ao aeroporto de Vigo.

O presidente da Câmara de Vigo, Abel Caballero, não poupou palavras quando reagiu às declarações do seu homólogo na Invicta, afirmando que as suas declarações, tanto em entrevista à revista Visão na sua edição desta quinta-feira como mais tarde na sua reunião com o primeiro-ministro António Costa, eram "um insulto para Vigo".

Caballero afirmou detestar os presidentes da Câmara que insultam a sua cidade, considerando as palavras de Rui Moreira "intoleráveis, impróprias de um presidente da Câmara de uma cidade que consideramos amiga". Caballero exigiu ainda, citado pelo jornal galego La Voz de Galicia, que Rui Moreira pedisse desculpas.» [DN]
   
Parecer:

Este Rui Moreira era um grande defensor da iniciativa privada, não era?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»