terça-feira, setembro 15, 2020

AS PRESIDENCIAIS DO POPULISMO

As próximas eleições presidências serão as mais pobres e desinteressantes da história da democracia portuguesa e pela forma pouco digna como o líder do PS anunciou que ele tinha decidido que o PS não teria candidato, é a primeira vez que umas eleições se decidem entre propostas populistas. A única candidatura com um programa assente em pensamento político consistente e não errático é a do PCP.

Marcelo não pensa, diz o que quer que os outros esperam que ele diga. É um pensamento ao sabor das águas da conveniência eleitoral e como todos os populistas diz o que acha que os seus eleitores gostam que ele diga.

Depois temos o Chega da direita e o Chega da esquerda. Um quer capaz os pedófilos quando a notícia é sobre pedófilos, quer dar poderes à polícia quando há conflitos com ciganos ou quer correr com africanos quando se fala de racismo, defende o que a sua clientela imbecil acha que deve ser defendido.

O Chega da esquerda é mais elegante mas não deixa de abraçar causas em função da gestão da imagem e a pensar mais em likes do que no país. Agora até defende que se possa invadir tudo através da eletrónicas desde que seja por uma causa boa, entendendo-se que é uma boa causa todas as que a Ana Gomes defende a pensar na sua boa imagem junto dos eleitores. Dantes a PIDE invadia tudo o que bem entendesse, agora a deputada defende o mesmo.

DO lado do BE temos do mesmo, basta ler os cartazes com que encheram o país defendendo que empresas que têm lucros não podem despedir, uma frase bonita que sabe bem no ouvido, mas que em matéria de populismo oportunista está ao nível de outros.

É uma pena que os líderes do PS e do PSD tenham optado por deixar o palco ao populismo, deixando que as presidências venham a ser decididas sem discutir o país com um mínimo de seriedade. Enfim, um dia destes peço a nacionalidade espanhola por opção, direito por ser filho de espanhola e neto de uma mulher que foi refugiada e indocumentada no meio das serras algarvias desde 1938 a 1976 e em vez de defender os ideias da república espanhola que me pariram ainda dou comigo em filipista.

Quando discutirem o peso dos extremos não se esqueçam dos irresponsáveis que foram.