sexta-feira, outubro 31, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Kevin Kolczynski / Reuters]

«Reconciliados. Barack Obama, candidato demócrata a las presidenciales estadounidenses, junto al expresidente Bill Clinton en un mitin en Kissimmee, Florida. Es la primera vez que aparecen juntos tras los duros ataques de Clinton a Obama durante la precampaña.» [20 Minutos]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

O ministro das Finanças ordenou que fosse calculado quanto é que o Estado gastou com a mega operação de devassa da vida privada dos funcionários do fisco, para que o dr. Macedo, o tal das missas, se pudesse vingar dos que contrariava a ideia unânime de que era um gestor brilhante. Deverão ser considerados todos os custos, desde instalações, informáticos e em pessoal, incluindo os dispendidos pela PJ (onde se incluem os custos do pedido à Interpol para identificar o ou os autores deste humilde palheiro), do Ministério Público e do Tribunal de Instrução Criminal.

A intenção do ministro não é saber quanto é que o disparate custou aos contribuintes, pelas respostas que deu aos jornalistas Teixeira dos Santos ficou agradado, não se apanharam os perigosos funcionários que pensam demais, mas sempre se lhes meteu medo.

A ideia é instituir um prémio a atribuir ao responsável da Administração Pública que mais se distingui na violação dos direitos dos cidadãos portugueses que trabalham no Estado. EM homenagem a um antigo modelo da boa Administração Pública o prémio terá o nome de 'Silva Pais', consistindo num prémio em dinheiro equivalente ao gasto na perseguição aos "jumentos" do fisco. Já quem faça apostas nos corredores do ministério para acertar no primeiro contemplado, tudo leva a crer que o primeiro a ser distinguido com o distinto galardão 'Silva Pais' será o inspector-geral de Finanças. Alípio Ribeiro, ex-director nacional da PJ também é apontado para receber uma menção honrosa.

JUMENTO DO DIA

Loureiro dos Santos, general reformado

Um general a promover um levantamento de rancho?

A GARANTIA BANCÁRIA

Se bem ouvi o presidente do BCP este banco vai recorrer à garantia do Estado em duas situações possíveis, se houver dificuldades no acesso ao crédito e se tal garantia lhe proporcionar juros mais baixos. Quanto à primeira situação não há dúvidas sobre a transparência do processo, o mesmo não se pode dizer da segunda.

Se recorrer à garantia do Estado para obter condições mais vantajosas o BCP está a usar a garantia dada pelos portugueses para alcançar maiores lucros, já que esses juros são mais baixos porque o risco de crédito é nulo. Como é lógico o BCP alcança um ganho de competitividade que não só lhe permitirá obter vantagens em relação a outros bancos, como consegue lucros à custa dos portugueses.

Será isto legítimo?

LAPSOS E TRAPALHADAS

«O dr. Santana Lopes está de parabéns: em quatro meses de Governo, conseguiu assegurar o exclusivo de todas as "trapalhadas". É verdade que se esforçou. O "menino guerreiro", enquanto foi primeiro-ministro, superou as expectativas mais elevadas: engasgou-se a ler o discurso de posse, fez um comunicado sobre uma sesta (que parece que não tinha feito), caiu em desgraça com o dr. Rui Gomes da Silva e o seu famoso "contraditório" e terminou, em beleza, com a saída intempestiva de um dos seus ministros mais próximos. Pelo meio, ainda teve tempo para elaborar umas teses sobre "facadas nas costas", traições avulsas e "bebés" que na "incubadora" eram maltratados pela família chegada. Foi o suficiente para lhe garantir o monopólio das gaffes, das "peripécias" e, claro está, das "trapalhadas" que levaram à sua queda. Depois dele, tudo isto acabou. Com o eng. Sócrates, eleito por maioria absoluta, o Governo ganhou ares de Estado e as "trapalhadas" do passado desapareceram de cena e fugiram para parte incerta, deixando o país entregue à "coragem" e à "determinação" do novo primeiro-ministro.

A partir daí, esta imagem sobrepôs-se sempre às contingências da realidade. Nem agora quando o Governo, fazendo o seu melhor, entregou na Assembleia da República uma pen vazia que devia conter o Orçamento do Estado houve motivo para grandes indignações. Uma hora depois, o ministro das Finanças dissertava, em directo, para as televisões sobre um Orçamento que não tinha apresentado, explicando com naturalidade, que não podia responder aos jornalistas, porque não se lembrava de alguns números fundamentais que constavam do documento. Um imbróglio inadmissível que põe em causa a dignidade dos deputados e o papel das instituições? Nem tanto! Pelo que se percebeu, houve "uns problemas técnicos" que, embora tenham transformado a entrega do Orçamento do Estado na Assembleia da República numa verdadeira fantochada, foram rapidamente digeridos, sem sobressaltos de maior. Para todos os efeitos, o que é que interessa uma pen vazia, quando o país está a braços com uma crise internacional? No dia seguinte, num gesto de grande altruísmo, o ministro dos Assuntos Parlamentares pediu desculpa ao Parlamento. Os deputados aceitaram, comovidos, as explicações do Governo e os jornais exultaram com a "humildade" do dr. Santos Silva e puseram-no imediatamente "a subir" nas colunas que registam os altos e baixos das personalidades do mundo. E assim se enterrou uma mais do que previsível "trapalhada" do passado para se começar a falar das grandes medidas tomadas pelo eng. Sócrates e das permanentes contradições em que se enterra a dra. Ferreira Leite.

Uma semana depois, surgiu o "lapso" orçamental sobre o financiamento dos partidos. O "lapso", detectado pelo Diário Económico, altera, por via do Orçamento, a Lei do Financiamento dos Partidos, permitindo o financiamento por particulares em dinheiro que a lei tinha, entretanto, proibido. Num primeiro momento, o Governo negou peremptoriamente esta versão dos factos; num segundo, recuou; e, num terceiro, criou a doutrina do "lapso", atribuindo a uma misteriosa mão invisível as alterações introduzidas no Orçamento. Confrontado com a matéria, o primeiro-ministro mostrou-se "surpreendido" e "surpreendido" ficou sem que ninguém se incomodasse com o facto. O ministro das Finanças, por sua vez, recusou-se a explicar o caso, recusando-se simultaneamente a responder sobre qualquer apuramento de responsabilidades. Uma "trapalhada"? Depende! Se o "lapso" era uma forma de confrontar a Assembleia da República com um facto consumado, a um ano das eleições, pode-se ir mais longe e descortinar uma tentativa enviesada de alterar as regras do jogo através de um expediente inaceitável. Se, pelo contrário, o Governo tem razão e o "lapso" se deve à livre iniciativa de alguém indeterminado, capaz de introduzir à socapa umas linhas no Orçamento do Estado, tem que se reconhecer que nem mesmo o dr. Santana Lopes, nos seus melhores tempos, conseguiu criar uma "trapalhada" desta envergadura. Como é que se consegue explicar que o Orçamento do Estado, elaborado pelo Governo e entregue na Assembleia da República, esteja sujeito às intervenções criativas de um ser desconhecido, capaz de surpreender o primeiro-ministro com o alcance das suas medidas? E diz o ministro das Finanças que não tem nada a dizer sobre qualquer apuramento de responsabilidades. Há limites - mesmo para a impunidade de que goza o Governo do eng. Sócrates.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Constança Cunha e Sá.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A ANEDOTA DO DIA

«A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirma que aceitará governar com maioria relativa e que considerará como uma derrota qualquer resultado nas legislativas de 2009 que não seja a vitória dos sociais-democratas. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Par o futuro fica a definição de derrota, esperemos que não se esqueça.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se o humor de Manuela Ferreira Leite.»

SÁ FERNANDES E LOUÇÃ ZANGADOS

«O líder do Bloco de Esquerda não gostou de ver o vereador José Sá Fernandes, da CML, solidarizando-se com a vereadora do PS Ana Sara Brito, envolvida no 'Lisboagate'. "Acho lamentável", afirmou. Para 2009, os bloquistas recusam alianças com o PS. Em Lisboa e no País» [Diário de Notícias]

Parecer:

O Zé saiu melhor do que a encomenda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aposte-se que o Zé vai ser candidato independente na lista do António Costa.»

FOI HÁ UM ANO O ATROPELAMENTO NO TERREIRO DO PAÇO

«Na altura, vozes houve que atribuíram a causa do sinistro ao estado do asfalto à saída dos barcos provenientes da Margem Sul, outras que acusaram a Câmara Municipal de Lisboa (CML) de não "tomar medidas de protecção para os peões", mas, um ano depois, o vereador do trânsito da CML afirmou ao DN: "São importantes todas as medidas que possam proteger os peões, mas quando os acidentes ocorrem pelo comportamento incorrecto do condutor não há nada a fazer. Foi o que aconteceu neste caso. Ao que sabemos, segundo os dados recolhidos pelas seguradoras que participaram na investigação, a condutora circulava a cerca de 140 km/h." » [Diário de Notícias]

Parecer:

Desde então não houve a mais pequena melhoria naquele cruzamento e durante vários dias um dos sinais vermelhos esteve derrubado. Compreende-se a actuação da CML, se tivesse implementado alguma melhoria do local estaria a admitir que poderia ter sido feito mais para evitar acidentes como o que ocorreu.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se a negligência da CML.»

SÓCRATES FEZ PROPAGANDA DO MAGALHÃES

«Mais tarde, o presidente da Bolívia, Evo Morales (que passou grande parte da sessão a navegar na Internet usando um Magalhães) não resistiu a fazer uma referência às palavras de Sócrates: "Se o Magalhães é ibero-americano então que seja distribuído nas escolas da América Latina, nas comunidades indígenas".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

E obteve-se resultados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ouça-se o comentário de Pacheco Pereira.»

UMA BOA INICIATIVA

«Uma padaria de Vila Verde está a oferecer um pão aos clientes que prescindirem da saca plástica, por entender que aquele material, não sendo biodegradável é prejudicial para o ambiente, disse hoje à Lusa o seu proprietário.

Manuel Arantes adiantou que a ideia é poupar o ambiente ao desgaste provocado pelo plástico deitado fora e abandonado a céu aberto: "a quem levar 13 pães, por um euro, eu ofereço um, se não quiser o saquinho de plástico", revelou.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Uma iniciativa de fazer inveja aos responsáveis pelo marketing das grandes superfícies.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

PRÉMIO "IDEIAS SIMPLEX"

«Chama-se Prémio "Ideia.Simplex", aceita candidaturas até 30 de Novembro e tem por objectivo valorizar as melhores ideias de simplificação legislativa ou administrativa. A criação deste prémio foi esta quarta-feira anunciada pela secretária de Estado da Modernização Administrativa, e podem concorrer os funcionários públicos.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

O Jumento vai apresentar uma ideia muito simples, designar dirigentes competentes e com formação democrática.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se.»

PSD PORTO APOIA AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO

«Em clara divergência com Manuela Ferreira Leite, o líder do PSD-Porto, Marco António Costa, veio aplaudir a intenção do Governo de aumentar para 450 euros mensais o salário mínimo nacional em 2009, declarando mesmo aquele valor "sabe a pouco". "É verdade que a líder do PSD disse que o aumento do salário mínimo é uma medida não sustentável. Mas o líder da distrital do PSD-Porto também tem vontade própria e pensamento próprio." "Na minha região, é muito importante que o salário mínimo aumente", defendeu Marco António Costa em entrevista ao Rádio Clube Português (RCP). » [Público assinantes]

Parecer:

Mais uma facada em Manuela Ferreira Leite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se uma caixa de pensos rápidos à líder do PSD.»

JORNAL DE NEGÓCIOS DÁ VOZ AO JUMENTO

«Blogue investigado por Finanças e Judiciária responde na Internet "Se o objectivo foi ver os meus emails só fico ofendido porque um qualquer (…) responsável pela IGF chegou a pensar que eu era burro ao ponto de confiar nestas novas "pides" administrativas. Ainda por cima nesse tempo a rede informática do fisco era lixo electrónico. Mais valia ter pegado no dinheiro dos contribuintes e ter ido almoçar com a ex-administradora da Gebalis." Foi deste modo que o autor anónimo do blogue O Jumento reagiu segunda-feira às notícias que diziam ter sido um dos alvos das investigações do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e da Inspecção-geral das Finanças (IGF). O processo divulgado pelo diário "Público" iniciou-se em Outubro de 2005 com uma queixa à Polícia Judiciária do anterior director-geral dos Impostos, Paulo Macedo. Para além de milhares de mensagens de email de centenas de funcionários dos impostos, numa auditoria da IGF apoiada pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, o DIAP pretendia desvendar a identidade do autor ou autores d’ O Jumento, blogue que costuma divulgar situações ocorridas na Direcção-geral dos Impostos (DGCI). Pergunta O Jumento: "que fugas de informação preocupariam o dr. Macedo? A famosa missa de acção de graças não deve ter sido pois foi pública. A notícia de que havia funcionários do fisco a ganhar muito dinheiro com a banca? Também não deve ser, seria muito fácil ao dr. Macedo saber qual o banco que estava em causa. A sua situação fiscal? Talvez seja, mas essa foi publicada no ‘Diário de Notícias’. Um famoso despacho que dispensava a banca, incluindo o seu BCP, de pagar alguns milhões em impostos sobre o património? Também não, a informação estava disponível na net." Mais: "O certo é que ninguém foi incriminado e, graças a Deus, o dr. Macedo e os seus métodos já não estão no fisco. Fica para a história a concordância do ministro das Finanças com esta atitude do dr. Macedo." Conclusão do autor do blogue: "Não deixa de ser curioso que quando foi questionado sobre as conclusões de uma auditoria ao duplo emprego de alguns funcionários, o Ministério tenha dito que estava em causa o sigilo fiscal desses funcionários. Pelos vistos neste país o sigilo fiscal é mais protegido do que a intimidade dos funcionários." » [Jornal de Negócios]

Parecer:

É perigoso tentar calar um blogue.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se cópia ao ministro das Finanças.»

UM VÍDEO DEDICADO AO INSPECTOR-GERAL DE FINANÇAS

Não resisti à tentação de dedicar um vídeo ao Inspector-Geral de Finanças, o critérioi de escolha foi um único, o mais simples de perceber, até tem legendas para acompanhar:

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. No "Pátio das Conversas" escreve-se sobre o salário mínimo.
  2. O "Aberratio Ictus" diz que enquanto aos jumentos mandam a Interpol aos golfinhos mandam a NSA.
  3. O "Wilson Blog" pergunta o mesmo que o Macedo perguntou durante nos, quem é o Jumento?
  4. O "Xadrezismo" fez uma excelente recolha dos artigos relativos à devassa promovida pelo dr. Macedo e faz uma pergunta muito interessante a que darei resposta brevemente:

    «É igualmente curioso que os Partidos do Governo que nomeou o Dr. Macedo (PSD e CDS), nada digam sobre o caso: MFL, ainda percebo, pois a estratégia do silêncio é boa não só quando não se sabe o que dizer, mas também quando um assunto nos é incómodo. Já Paulo Portas, normalmente tão lesto em debitar “sound bytes” sempre que vislumbra um microfone ou o gravador de um jornalista... perder uma oportunidade destas para se atirar ao Ministro ou exigir que o PM se pronuncie... o que será que os faz estar calados sobre este assunto?»

NO HUNGER


Depois do sucesso alcançado por Al Gore com o seu documentário dedicado ao ambiente a organização não governamental Acción contra el Hambre pretende que o mediático ex vice-presidente de Clintom realize um documentário sobre a desnutrição aguda, que provoca a morte de cinco milhões de crianças todos os anos.

Para isso até já deu o nome ao filme e produziu um cartaz, tendo ainda lançado a página "No Hunger" para apelar a Al Gore.

ÁRVORE NUM JARDIM JAPONÊS [Flickr]

O ÚLTIMO VÍDEO PUBLICITÁRIO DE OBAMA

PÔR-DO-SOL SOBRE SINGAPURA [Photo.net]

PATRICK SMITH

zzz

PRIMEIRA TENTATIVA

MITSUBISHI STRAKAR L200