sexta-feira, novembro 11, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Pelourinho da Praça do Município, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento




Fonte romana da Aldeia de Arcos, Montalegre [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Pedro Passos Coelho

Para além de ser cada vez mais evidente que Passos Coelho ganhou as eleições mas não está à altura do cargo e que quem manda no governo é um Vítor Gaspar que cada vez mais imita os tiques do Salazar, começa a ser altura de questionar a lucidez intelectual de Passos Coelho. Com a sua política de Estado Novo vai conduzir o país ao colapso económico.

«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quinta-feira que o objectivo do Governo é caminhar para uma “redução em 43% da despesa pública” até ao final da Legislatura, ou seja, 2014. O governante classificou a redução “sem precedentes” no primeiro dia de debate sobre o Orçamento de Estado para 2012.» [CM]
    
 

 O único maluco do país conformado

«Uma coisa que me irrita nos pobres - coisa antiga, já Maria Antonieta tinha dado por ela (não é bem verdade, mas não estou aqui para discutir a lenda) - é a falta de imaginação deles: se não têm pão, por que não comem brioches? Outra coisa, nos pobres: a imprevidência. Andam ó-tio-ó-tio por o Metro fechar mais cedo, mas lembrarem-se de trazer o automóvel para a Baixa, está quieto! Depois do trabalho os pobres podiam ir comer umas gambas ao Pinóquio, ouvir fado para Alfama e quando lhes desse na gana metiam-se no carro sem dependerem dos transportes públicos. Mas não, preferem protestar contra as medidas de austeridade do Governo. E por falar neste, ele também embarca no pessimismo geral: vai para seis meses que tomaram posse e não há um ministro que anuncie a mudança da frota automóvel. Com exemplos destes, todos se encolhem, até Joe Berardo, que não há meio de exigir: "Se querem a minha colecção, passem-me um cheque em branco." Ao que, numa bravata linda, um verdadeiro secretário de Estado da Cultura aparecia na televisão: "Toma!" e estendia o cheque. Era um Portugal assim que eu queria, afoito. Se é para a desgraça, vamos de cabeça. Mas na "manif" marcada para um dia destes, nenhum sindicato avança com o aumento de 10%. Nem a Guarda exige um aeroporto internacional e Mortágua uma Faculdade de Medicina. Tudo nas encolhas! Magnificamente maluco só mesmo Jardim, que dá férias à ilha porque toma posse.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
  
 Ensaio sobre a cegueira

«Na Madeira, o Carnaval é sempre que um homem quiser. E o homem, Jardim, quer que seja todos os dias. Assim, os cerca de 30 mil funcionários públicos madeirenses (mais de 10% da população total!) tiveram ontem direito a três horas de tolerância de ponto para assistir "pessoalmente ou através dos meios de comunicação social" à tomada de posse do querido líder.

O piedoso acto realizou-se às 17 horas na Assembleia Regional, mas a dispensa de serviço foi dada a partir das 14, imagina-se que para os funcionários entrarem em estágio de preparação para muitas e emocionantes horas de discursos e elogios mútuos.

Três é exactamente o número de horas de trabalho a mais que os "cubanos" do cont'nente terão que agora prestar gratuitamente todas as semanas em nome crise financeira do país, incluindo a grossa parte dela por que é responsável o Carnaval orçamental madeirense, onde abunda, não o em trabalho gratuito, mas a ociosidade remunerada: ainda há pouco tempo, em Agosto, Jardim tinha dado (isto é, demos todos nós) mais uma tolerância de ponto, com direito a "ponte", para os funcionários verem o Rali Vinho Madeira...

A "troika" descobriu na Grécia uma ilha turística onde há 700 falsos cegos que o Governo subsidiava anualmente com 6,4 milhões de euros. Em Portugal descobrirá um continente com 10 milhões de cegos que subsidiam anualmente, com muitos mais milhões de euros, o Governo turístico de uma ilha.» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
  

 Até os bispos já falam em jogos sombrios do capital

«Os bispos portugueses temem que “sombrios jogos de capital” coloquem em causa a democracia, em Portugal e na Europa. Na mensagem final da 178.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que teve lugar em Fátima, os prelados lembram a importância da solidariedade nos tempos actuais, que consideram de elevada perigosidade.» [CM]

Parecer:

Isto vai Gaspar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Condado americano declara falência

«Em reunião realizada ontem à noite, a Comissão do Condado de Jefferson, o maior do Alabama, decidiu por quatro votos a favor e um contra apresentar a declaração de falência, deixando assim de pagar os três mil milhões de euros que tem em dívida.» [DE]

Parecer:

Por cá a Madeira dá folga para a tomada de posse do Alberto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o Alberto para Jefferson.»
  
 Passos Coelho está muito preocupado com os polícias

«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje que existe uma verba de cerca de 7 milhões de euros para corrigir as "situações mais gritantes" das "injustiças" criadas pelo "incumprimento" do estatuto remuneratório das forças de segurança.

"Não poderemos deixar de corrigir as situações mais gritantemente injustas e, nessa medida, como o senhor ministro da Administração Interna explicará com mais detalhe, englobamos uma verba de cerca de sete milhões de euros para que nas forças de segurança as situações mais gritantes possam ser corrigidas", disse Passos Coelho.» [i]

Parecer:

São um elemento central na sua política, indispensáveis para a versão democrática do Estado Novo que Gaspar defende.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 O que se passa com o grupo de trabalho do serviço público de televisão

«Dos 10 elementos que compõem o grupo de trabalho criado pelo ministro Miguel Relvas para estudar o conceito de serviço público de comunicação social – cujos resultados iriam ser conhecidos esta sexta-feira –, três saltaram fora da equipa nos últimos 10 dias. E todos eles por razões diferentes. Miguel Relvas não comenta esta hecatombe no grupo de trabalho.

O primeiro foi João Amaral, director-geral do grupo editorial Leya, que alegou razões “pessoais”, numa carta entregue ao presidente deste grupo, João Duque, na reunião de 26 de Outubro, dois dias depois da administração da RTP ter revelado publicamente o plano de sustentabilidade da estação pública, que prevê a venda de um dos canais, a RTP1. O i tentou entrar em contacto com João Amaral, mas tal não foi possível até ao fecho da edição.

Seguiu-se Francisco Sarsfield Cabral, ex-director de Informação da Renascença, a 30 de Outubro. Ao i, Sarsfield Cabral explicou que o motivo desta demissão prende-se com “a falta de sentido que foi apresentar o plano de reestruturação da RTP quando ainda o grupo de trabalho não tinha terminado as suas propostas”. “Como já estava definido o conceito de serviço público e eu já tinha entregue o meu contributo, achei que já não havia nada a fazer ali”, explicou, acrescentando não estar “zangado com ninguém, percebo que, dadas as circunstâncias, o governo queira vender um dos canais, mas sou contra essa privatização”.» [i]

Parecer:

Não deve ser fácil estudar um assunto sabendo-se de antemão que as conclusões já foram redigidas pelo Relvas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Governo cede nos subsídios

«As autarquias vão manter a autonomia para contratar novos trabalhadores. A proposta do Governo que proibia as novas contratações de funcionários, vai ser eliminada do Orçamento do Estado para 2012 (OE2012).» [DN]

Parecer:

Com o dinheiro dos subsídios Passos já pode atender as suas clientelas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se já sabe quantos funcionários da administração central vão ser despedidos para que os seus amigos autarcas continuem a esbanjar dinheiro.»
 

 Recycling Around the World [The Atlantic]