quarta-feira, novembro 23, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Azulejos da sede da 'Viúva Lamego'
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Pedra Bolideira, Aldeia de Monsanto [A. Cabral]
   
Jumento do dia


Vítor Gaspar

Já toda a gente percebeu que Vítor Gaspar é um aldrabão e que as previsões para 2012 foram ajeitadas para fazer as receitas fiscais atingirem os montantes pretendidos. Esta é uma prática de todos os ministros das Finanças que, em regra, são tão aldrabões como o actual.

O grande problema é que só o Vítor Gaspar é que acredita que a recessão em 2012 se ficará pelos 3% quando em 2011 e sem a sua pinochetada orçamental os valores foram próximos daqueles. A dúvida em relação a 2012 já não está na recessão, está em saber se nesse ano o ministro vai fugira para Bruxelas de avião, de carro ou a nado. Aliás, ele já o percebeu e ainda o OE não está definitivamente aprovado na especialidade e já aumentou as condições de segurança no edifício do seu ministério.
 
Como ensina o povo e até na Universidade Católica já se aprendem estas coisas, quem tem cu tem medo!

«A economia vai resvalar mais do que o previsto em 2012 e a recessão irá agravar-se para 3%, acima dos 2,8% inicialmente estimados pelo Governo. Este novo cenário foi ontem reconhecido pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, no Parlamento, durante o debate na especialidade do Orçamento do Estado.» [CM]
    
 

 Então agora já não gostam da 'troika'?

«É complexo analisar, estudar e concluir sobre correctas políticas de estabilização monetária. Em contrapartida não é preciso perceber de finanças para entender que, independentemente do valor momentâneo do dinheiro, alto ou baixo, nenhuma sociedade é saudável se a repartição da massa monetária que houver disponível for injusta.

Só um grande especialista é capaz de projectar, com um nível razoável de segurança, o comportamento dos diferentes sectores da actividade económica. Qualquer analfabeto, no entanto, é capaz de perceber que se um Governo anuncia políticas que projectam recessão económica isso significa, é inevitável, que muitas empresas entrem na falência e que muitas pessoas, vidas concretas e reais, passarão pela experiência inaceitável da miséria.

A redacção de um Orçamento do Estado, mesmo sem estar sujeito a constrangimentos de maior, é trabalho para iniciados, para técnicos que compreendem os mecanismos das dotações, das receitas, das provisões, das despesas, dos normativos aplicáveis, dos impostos, das retenções, eu sei lá que mais. Mas até um ignorante percebe claramente que o princípio básico da sua construção é saber decidir, com bom senso, face ao bolo previsível de dinheiro que irá entrar, qual a melhor maneira de o aplicar.

A semana passada fiquei envergonhado com o orgulho com que os nossos governantes e muitos comentadores políticos anunciaram a, cito, "passagem de Portugal no exame da troika". 

Os amanuenses da macroeconomia estavam satisfeitos com a aplicação correcta de medidas financeiras de emergência. Qualquer contestação a estas recomendações foi classificada - como é recorrente - pelos alunos subservientes destes doutores que nada sabem sobre a vida, na categoria dos protestos "populistas" e "demagógicos" de quem não percebe nada de economia. Isto apesar do brutal custo social que está subjacente ao programa em curso.

Até que a troika alvitrou a hipótese de reduzir salários no sector privado. Aí, foi um instante, muitos dos aplaudidores, os ditos especialistas em verdades económicas supostamente incontestáveis, assustaram-se e, pela primeira vez, quando finalmente perceberam que a guilhotina financeira também é com eles e vai-lhes ao bolso, esboçaram o primeiro protesto contra os contabilistas europeus, glosando o "populismo" e a "demagogia" que antes criticavam.

Só espero que, rapidamente, Portugal volte a ser governado por gente sábia, sim, mas em política, não em somas e subtracções de contabilidade de mercearia.» [DN]

Autor:

Pedro Tadeu.
    
 Navegar à vista

«A expressão "navegação à vista" seria apropriada para descrever a presente história trágico-governativa se, nas sucessivas decisões e anúncios de decisões do Governo e nas previsões em que elas se fundam, se vislumbrasse a vaga ideia de um rumo.

Praticamente desde que tomou posse (para já não falar do que Passos Coelho prometeu em campanha eleitoral e do que fez depois), tornou-se rotina o Governo dizer e desdizer-se semana sim semana não. Isto quando não anuncia na mesma semana uma coisa e o seu contrário ou não aponta metas e previsões que corrige no dia seguinte.

A memória dos portugueses é curta mas talvez alguém ainda se lembre (que diabo, foi há menos de um mês!) do perplexo ministro Relvas admitir a hipótese de o Governo confiscar apenas um dos subsídios, o de férias ou o de Natal, em 2012 e do imediato desmentido de tal hipótese pelo seu colega das Finanças.

Vítor Gaspar é, aliás, o ministro dos desmentidos de serviço. Só ontem desmentiu não só a revisão salarial da função pública anunciada sexta-feira pelo secretário de Estado da Administração Pública e a redução de salários no sector privado anunciada pela "troika" como a sua própria previsão de uma recessão de 2,8% em 2012, anunciada em Outubro, que desmentia, por sua vez, a de 1,8% que anunciara em Agosto. A versão de Novembro é agora de 3%. Aguardemos pela de Dezembro. E ponhamos os coletes de salvação e preparemo-nos para o naufrágio.» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
  

 Seguro só é meio sacana

«O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, avisou esta terça-feira que eventuais conversações com a maioria só decorrerão no Parlamento, no dia em que apresentou 23 propostas para alterar o Orçamento do Estado. Uma delas é a manutenção de um subsídio (de Férias ou de Natal) para a Função Pública e reformados.» [CM]

Parecer:

Seguro sabe que os funcionários públicos já foram fortemente penalizados com um corte do vencimento declarado inconstitucional e só um cretino admite o corte de um subsídio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Risque-se o PS das opções eleitorais enquanto Seguro for o seu líder.»
  
 Não há Aldeia Nova? Então dê-me um pastel de bacalhau

«Frederico Costa é o novo presidente do Instituto de Turismo de Portugal e terá na administração Maria de Lurdes Vale, ex-jornalista do Diário de Notícias que passou pela embaixada portuguesa em Madrid e é, actualmente adjunto de Álvaro Santos Pereira na Economia, e Luís Matoso, licenciado em Direito e ex-administrador do Euro2004.» [DE]

Parecer:

A nomeação da Milu para o ITP lembra o velho anúncio da Aldeia Velha, a rapariga foi um desastre ao lado do Batanete da Horta Seca e ainda ontem a comunicação social dava conta da intenção de correrem com ela. Não demorou nada, fez-se o saneamento do ITP e arranja-se um lugar para a Milu de uma hora para outra.
 
Acontece que esta brilhante menina, que fez de soviete do Passos Coelho no DN quando era oposição dizia coisas bonitas, como recorda o Câmara Corporativa:

«Terá de haver uma mudança de vida profunda, e já ninguém terá paciência para ser cúmplice de um regime que premeia os amigos e os conhecidos em detrimento dos que tiveram de fazer o caminho à sua própria custa. Ao contrário do que muitos pensam, esta revolta dos jovens de hoje talvez seja a primeira depois do 25 de Abril que tem pés e cabeça.»
 
às vezes este país parece mesmo uma ETAR, tanta é a merda que anda por aí a boiar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Cuspa-se no escarrador.»
  
 Ferreira Leite dá explicação ao Gaspar

«No seu discurso, a ex-ministra das Finanças citou o economista norte-americano Arthur Laffer, que "retomou o tema de que os impostos muito elevados destroem a base em que assentam".

Ferreira Leite mencionou a chamada "curva de Laffer", muito popular entre os economistas mais à direita nos Estados Unidos, afirmando que "a redução das taxas dos impostos pode conduzir a um aumento das receitas fiscais".» [DN]
Parecer:

Mas o Gaspar parece carecer mais de uma lição de história, ainda não percebeu que não está nem no Cilhe de Pinochet nem no Estado Novo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esqueçam o homem, é uma besta quadrada
  
 As ratazanas são as primeiras a abandonar o navio

«O debate de ontem sobre o futuro do serviço público, organizado pelo DN na sequência do relatório da Comissão de Estudo conhecido a semana passada, ficou marcado pela constante "picardia" entre José Manuel Fernandes e o ex-presidente da ERC, Azeredo Lopes.

No final, o jornalista acabou por se demarcar das recentes, e polémicas, declarações de João Duque, coordenador do grupo de reflexão sobre o serviço público da comunicação social do Estado. "O que ele disse não está no relatório. Foram declarações que considero desastradas e inadequadas.» [DN]

Parecer:

Uma semana depois aparecem as divergências que nunca tinham havido?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao JMF se acha mesmo que somos todos parvos.»
  
 O Cratino está de volta

«"Temos um problema. É que não estamos a conseguir educar os nossos jovens como gostaríamos. No que se refere à Matemática e à Física temos muitos jovens que gostariam de ser engenheiros, cientistas, gestores ou economistas e não conseguem, porque não têm sucesso. É importante despertar os jovens para a cultura científica", afirmou Nuno Crato.» [DN]

Parecer:

O ministro Cratino só se esqueceu de explicar que o modelo de capitalismo de miséria promovido pelo seu colega das Finanças dispensa grandes estudo, bastam escravos pouco qualificados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a este Cratino para que serve a matemática no Portugal do seu governo.»
  
 Até tu João Duque

«O economista e presidente do ISEG, João Duque, admitiu hoje que os objectivos do Governo para 2012 poderão não ser alcançados, porque o efeito recessivo do Orçamento poderá revelar-se superior ao estimado.

“Olhando para as previsões, em especial para a rubrica do consumo privado, creio que não será tão optimista”, disse João Duque, na 7ª Conferência anual da Ordem dos Economistas. “Temo que o impacto seja muito maior”.

João Duque justifica o seu receio pelo facto de os portugueses poderem reagir de forma mais acentuada, à semelhança das reacções abruptas que se verificam no mercado de capitais, o que conduzirá a uma redução mais violenta do consumo das famílias.

“Se acontecer o mesmo que acontece no mercado de capitais, os efeitos serão mais fortes do que aqueles que se têm sentido. As pessoas estão colectivamente mais assustadas e mais informadas, e isso é claro no mercado de capitais, o que leva a reacções mais acentuadas”, explicou o economista, acrescentando que “os portugueses também estão a reagir de forma diferente e mais homogénea”.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

É evidente que o Gasparoika está a mentir nas previsões e até alguém que não é um especialista de política económica como o João Duque o consegue ver.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao Gasparoika que assuma a mentira e ao Passos Coelho que arranje um alto cargo ao João Duque, antes que o homem comece a falar demais.»
  

 Nearing the End of the Iraq War [The Atlantic]










 Deadly New Clashes in Egypt's Tahrir Square [The Atlantic]