terça-feira, abril 03, 2012

O mercado do Roque Santeiro


A economia portuguesa está transformada num verdadeiro mercado do Roque Santeiro, um mercado onde se compra e tudo se vende, desde a alma de um país `rede e produção eléctrica. O país poderá assistir à maior transformação acelerada do tecido económico ocorrida desde os anos 70.

As pequenas e médias empresas que durante anos foram a grande bandeira ideológica do PS foram abandonadas pelo poder, as mariquices económicas dos Portas, as idiotices do Álvaro e as lições da avó Prazeres do Gaspar só dizem respeito às grandes empresas, só os vemos namorar grandes banqueiros e empresários. O ajustamento forçado pela via da balança comercial está a conduzir à destruição de uma boa parte das PME dependentes do consumo interno, ao mesmo tempo milhares de micro-empresas vão caindo com a mudança forçada dos hábitos dos consumidores, restaurantes e mercearias correm o risco de se extinguirem.

A direita anti-comunista delicia-se agora a vender a preço de saldo os recursos energéticos nacionais, produção e transporte, a empresas geridas pelo Partido Comunista da China. Afinal de contas, quando entra no bolso dos amigos o dinheiro dos chineses é igual ao dos alemães ou dos americanos. Desde que os amigos sejam premiados com falsos lugares de administradores tudo se pode vender sem olhar a quem, ainda se enganam e vendem o Banco de Portugal ao primeiro Bokassa que se oferecer para o comprar.

O mesmos que venderam a alma ao diabo e para calarem os disparates da Merkel acabaram com o feriado do 1.º de Dezembro estão dispostos a promover a venda do que resta da independência do país a retalho e a bom preço. O ilustre Borges, a grande vedeta nacional que se exibia como vice da Goldman Sachs, junta agora as gorjetas do merceeiro holandês com uns trocos governamentais a troco dos quais vai sabendo das opas que se vão lançando sem que isso possa ser questionado. Os mesmos que trocaram feriados religiosos por feriados nacionais também trocam qualquer exigência de honestidade por uma boa informação privilegiada, não admira que a CGD tenha cedido na venda da CIMPOR uns minutos antes do encerramento da bolsa, mesmo a tempo de alguém fazer compras volumosas a preço anterior à OPA.

O que é feito do debate sobre os centros de decisão nacionais que até levava banqueiros a São Bento? O que é feito dos bons princípios tantas vezes bem invocados em relação aos negócios do Vara? O que é feito da importância das PME e micro empresas para o crescimento económico?

Neste país tudo está à venda, por tuta e meia compram-se os serviços de um ex líder do PSD, os pareceres de um grande banqueiro internacional, acções da CIMPOR a bomk preço, enquanto o povo sofre com as medidas de austeridade para alemão ver a classe política no poder arruína o país enchendo os bolsos com negócios fáceis.