domingo, abril 08, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




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Monsaraz
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Nascido no jardim de Belém [J. Ferreira]
    
Jumento do dia


Passos Coelho

Pobre Passos Coelho, em Portugal mentia e estava firme e histo dizendo que Portugal ia aos mercados em 2013, até agendou a efeméride para o dia 23 de Setembro de 2013. Mas mentir aos alemães é mais complicado e lá esclareceu que afinal o seu governo falho e poderá não ir aos mercados.

«O primeiro-ministro admitiu numa entrevista ao jornal alemão ‘Die Welt’ que Portugal pode não regressar aos mercados em 2013 e lembrou que se for necessário está garantida a ajuda financeira do FMI e da UE.

"Eu não sei se Portugal regressará aos mercados em Setembro de 2013 ou mais tarde. Naturalmente que eu quero isso mas, se por qualquer razão que não tenha a ver com a aplicação do programa, isso não funcionar, então o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) manterão a ajuda a Portugal. Já deram garantias disso", disse Pedro Passos Coelho.» [CM]

Encerramento do Mentirómetro

O Mentirómetro deixou de fazer sentido, contar as mentiras de um mentiroso compulsivo é uma rotina cansativa agravada pela má qualidade das mentiras, o nível intelectual de Passos Coelho é tão limitado que até as mentiras ficam sem graça, são pouco criativas e originais.
 
 

Gaspar, o 'gato engasgado'

«A história política portuguesa já tinha um "gato constipado". Esta semana pode juntar-lhe um "gato engasgado". O cognome dado em 2003 por Eduardo Prado Coelho ao então PGR, Souto Moura, que gastou as suas sete vidas no processo Casa Pia, foi na passada quarta-feira claramente ultrapassado. Honório Novo, deputado do PCP, começou por ver no ministro das Finanças uma projeção do seu "gato Gaspar". Um dia depois, com uma bola de pelo que o primeiro-ministro lhe criou, Vítor Gaspar engasgou-se a sério na Assembleia com a polémica da data da retoma dos subsídios de férias e de Natal e viu-se obrigado a admitir o seu maior "gato" governativo. Mas deixemo-nos de semântica: este "gato", sinónimo de lapso, engano, erro, ou o que Gaspar lhe quiser chamar, não é mais do que a assunção da dura realidade: não há dinheiro. Ponto. E isso é que devia ser explicado "vagarosamente'" na expressão do próprio ministro, aos portugueses. Não vale a pena continuar a dar datas novas a cada miado ou avançar explicações entabuladas com olhinhos de Gato das Botas. É preciso cumprir pelo menos uma das promessas eleitorais: falar verdade. E a verdade é que Portugal está a viver uma situação terrível da qual não se sabe nem quando nem como sairá. A almofada orçamental de mais de 600 milhões está reduzida a apenas 18 milhões; a colocação de dívida desta semana correu bem, mas teve uma grande ajuda da banca portuguesa, seguramente com custos; a receita dos impostos não para de diminuir. Não há dinheiro para pagar reformas antecipadas, por isso é que elas foram proibidas, e não há dinheiro para retomar os subsídios em 2014, porque isso custaria quase todo o encaixe da venda da EDP. Veremos, aliás, se, mesmo com umas legislativas para ganhar, o Governo poderá seguir a tática planeada de reduzir a "estalidos de Carnaval" a "bomba atómica" e conseguirá repor parte (20% a 50%) destes subsídios em 2015. Ou se será ainda necessário mais um imposto extraordinário para os privados, para o qual já existe o argumento de tornar a austeridade mais equitativa. Assuma-se tudo isto sem tabus e ainda mais: que vai ter de ser desenvolvido um novo modelo social ajustado à atual realidade, como Mario Draghi, o presidente do BCE, acaba de pedir, e substituir de vez o que foi criado para acudir a outro tipo de problemas, os que nasceram da II Guerra Mundial. A verdade deve ser dita, sem rodeios, nem a reboque de uma qualquer "lebre", como o desconhecido Peter Weiss, um número 2 de qualquer coisa da Comissão Europeia, do qual nem fotos existem. Basta de ronronar.


Seguro, as garras de líder


Mantendo a linguagem felina, pode dizer-se que António José Seguro, quase nove meses após ser eleito líder do PS, mostrou finalmente as garras. Não na resposta a Marcelo, que esse foi um erro tático que o professor agradece e da qual tirará partido, político e de audiências, amanhã à noite na TVI: Seguro deveria ter ignorado - e não indignar-se e fazer de megafone - o comentador com ambições presidenciais, que conseguiu exatamente o que queria, pô-lo a arranhar António Costa para que este se assanhe e dispute a liderança socialista em vez de lhe causar engulhos, pela Esquerda, na corrida a Belém: Mas, sim, no xadrez socialista, em que está a moldar e a mudar o partido à sua liderança: aí, Seguro encostou Costa à parede fazendo que o presidente da Câmara de Lisboa tenha de decidir rapidamente que caminho quer seguir, ao mesmo tempo que pôs ordem na matilha da bancada parlamentar, como se viu na votação ordeira do Orçamento Retificativo. Não sendo um "animal feroz", fez o movimento perfeito no telhado de zinco quente em que os socialistas o colocaram.


Louçã, o traiçoeiro da oposição


Ainda em terminologia "gatífora", é justo dizer-se que Francisco Louçã tem sido o único líder da oposição verdadeiramente traiçoeiro para o atual Governo. O responsável do Bloco de Esquerda criou os maiores e reais engulhos parlamentares desta legislatura: primeiro, há umas semanas, quando trouxe para a ordem do dia a questão do duplo pagamento das portagens da Ponte 25 de Abril à Lusoponte, e, esta quinta-feira, com a notícia em primeira mão sobre o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa. Sejamos objetivos: repito, não há dinheiro, e quem centrar o diálogo na questão dos cortes e do fim de alguns direitos adquiridos vai acabar sempre por perder o debate. Trazer casos concretos e embaraçosos, que exponham erros, benesses, ou aquilo que o Governo (ainda) não quer que se saiba, é o método mais eficaz. Louçã, um dos grandes derrotados das últimas eleições por só saber fazer política sem assumir compromissos (governar não é para o Bloco!), percebeu-o: recolocou-se num partido que parecia já não o querer e relocou o partido que o País parecia já não suportar.» [DN]

Autor:

Filomena Martins.
  
O FMI está "triste"

«O FMI está "triste". "Ficámos profundamente tristes", afirmou o porta-voz da instituição a propósito do suicídio, diante do Parlamento grego, de um reformado que viu a sua pensão, para a qual descontou toda a vida, ser "aniquilada" (as palavras são suas numa nota que deixou) pelo "governo de ocupação" grego de que faz parte o FMI e que, como em Portugal, a troco de empréstimos para salvar a banca responsável pela crise exigiu - e o governo grego, como o português, obedeceu - medidas de austeridade sobre os mais pobres, que semearam o desemprego, a miséria e a desgraça no país.


No mesmo dia, o mesmo FMI pediu ao Governo, ao patronato e à UGT (e os pedidos do FMI são ordens no protectorado em que Portugal, tal como a Grécia, se tornou) "mais flexibilidade salarial", o que, em "economês", significa ainda maiores cortes nos salários. Isto enquanto foi avisando que é "bem possível" que a receita da "troika" (austeridade, austeridade, austeridade) possa levar o país a "uma recessão mais profunda do que a prevista", e logo dando a solução: mais austeridade ainda. A contar com isso, acena no mesmo comunicado com a aprovação de uma nova tranche de empréstimo, no valor de 5170 milhões de euros.


E, quando algum reformado ou algum desempregado português fizer o que fez o reformado grego para não ter que, como ele, "procurar que comer no lixo", o FMI ficará "triste". Porque, para o FMI, é melhor a morte lenta.» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
   

Vendeu um rim para ter um i-Pad e um i-Phone

«Wang, de 17 anos, recebeu 3500 dólares (cerca de 2700 euros) por um rim. O jovem chinês queria comprar um i-phone e um i-pad. Agora corre risco de vida e cinco pessoas foram detidas.


Wang vive numa das províncias mais pobres da China: Anhui. É habitual as pessoas procuram uma vida melhor noutros locais, mas o adolescente chinês escolheu vender um rim para concretizar o sonho de ter um i-phone e um i-pad. Quando a mãe o questionou como tinha arranjado o dinheiro, Wang admitiu o que tinha feito.» [DN]
   
Beleza tenta branquear Passos Coelho

«O economista Miguel Beleza considerou hoje que, mesmo que Portugal cumpra todas as obrigações, há fatores externos que poderão travar o regresso aos mercados em 2013, por isso critica as recentes declarações do Governo que fixam uma data precisa.» [DN]

Parecer:

O maior obstáculo ao acesso aos mercados é a recessão profunda e essa foi em grande parte provocada pelo excesso de troikismo do ignorante Passos Coelho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Beleza se está esquecido dos excessos de Passos Coelho.»
  
Relvas anedótico

«Miguel Relvas veio dar uma explicações, em nome do Governo, à entrevista dada pelo primeiro-ministro a um jornal alemão, na qual Passos Coelho admite que Portugal pode não regressar aos mercados em 2013.


"Não há nada de novo, Portugal está e vai cumprir o programa estabelecido e, em circunstâncias normais, a 23 de setembro de 2013 Portugal voltará ao mercado", afirmou o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, numa declaração aos jornalistas na presidência do conselho de ministros


"Eu não sei se Portugal regressará aos mercados em setembro de 2013 ou mais tarde. Naturalmente que eu quero isso mas, se por qualquer razão que não tenha a ver com a aplicação do programa, isso não funcionar, então o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) manterão a ajuda a Portugal. Já deram garantias disso", disse Pedro Passos Coelho na entrevista.» [Expresso]

Parecer:

O Relvas agora é o tradutor oficial de Passos Coelho e conclui que um não dito em alemão significa sim em português.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se uma gargalhada merecida por este pobre Relvas.»
  
Crise chega aos fiadores

«Há cada vez mais fiadores a recorrerem ao Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco (Associação para a Defesa do Consumidor) porque se responsabilizaram por créditos de familiares ou amigos que deixaram de os pagar. Ou seja, às vítimas do desemprego, da deterioração das condições laborais, de divórcios, de doenças ou da morte de um elemento do agregado familiar – principais causas que levam as famílias portuguesas a entrar em situação de incumprimento – junta-se agora um novo grupo de pessoas atingidas indirectamente pela crise.


O i falou com Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS), que informou que, do total de pedidos de ajuda durante os primeiros três meses de 2012, mais de 10% dizem respeito a pessoas que entraram em situação de sobreendividamento por terem sido fiadoras de créditos cujos primeiros titulares deixaram de os pagar. “Temos vindo a verificar um aumento do número de pedidos de auxílio por parte dos fiadores e avalistas, que se viram confrontados com a impossibilidade de cumprirem as suas novas obrigações, algo que nos anos anteriores não acontecia. Muitas destas pessoas são pais de filhos desempregados que ficaram responsáveis por pagar os seus créditos à habitação e ao automóvel.”» [i]