domingo, fevereiro 06, 2011

Semanada

Esta foi uma má semana na perspectiva da educação dos portugueses, não me estou a referir a mais um movimento dos professores que desta vez dizem estarem preocupados com a defesa da escola pública, refiro-me a pequenos factos como a transmissão do último jogo do Sporting frente ao Naval e às declarações de Pedro Passos Coelho. As Liga deveria começar a equacionar a possibilidade de alguns jogos a horas mais tardias e com recurso à bolinha vermelha dado que a linguagem das claques não são muito próprias para transmissões feitas antes da hora do Vitinho ir para a cama. Neste tempo em que as elites educadas do futebol disputam a linguagem aos gangs não me admira que Pedro Passos Coelho comece a utilizar expressões como “andar com o governo ao colo”, um dia destes ainda o vou ouvir dizer que “a brincar, a brincar o macaquinho abusou da mãe”.

Curiosamente nas Antas, durante o jogo em que o Porto recebeu o Benfica, para além dos mimos com que os Super Dragões costumam brindar o SLB foram poucos os contributos para o novo dicionário do Português, estranhamente nem sequer choveram bolas de golfe apesar da irritação da derrota. Parece que os marqueses de Alvalade se mudaram para as Antas e trocaram com o pessoal da noite do Porto.

Mas as cenas pornográficas não se fica pelos campos da bola, desde que Passos Coelho lidera o PSD as jornadas parlamentares instituíram a semana da linguagem desbragada. Desta vez o convidado de serviço foi um ex- director de jornal que foi lá propor o despedimento de funcionários públicos. Perante a proposta o líder do PSD disse nim deixando os portugueses com a sensação de que o actual líder do PSD é um iceberg, só conhecemos 10% das suas intenções.

Quando já se sabia que Cavaco Silva é um arguto investidor no mercado das acções não cotadas, os portugueses descobriram que fizeram bem em apostar num Presidente da República que tem vastos conhecimentos em economia. Esta semana foram surpreendidos com a sua argúcia para o negócio imobiliário e, o que dá sempre jeito, para minimizar a carga fiscal aplicada a este tipo de negócios. Não só conseguiu trocar a sua velha vivenda por uma bem mais cara como na hora de pagar a SISA beneficiou de uma artimanha que levou a que o imposto incidisse sobre uma ficção e não sobre a nova vivenda. Como os portugueses costumam gostar de quem engana o fisco se as eleições se realizassem hoje Cavaco Silva teria passado a fasquia dos 60%.

À medida que os portugueses têm vindo a saber pormenores da marmelada em que se transformou o financiamento público de colégios privados, com algumas madrasas a serem financiadas com o dinheiro dos contribuintes, o pessoal do SOS tem indo a esmorecer. É uma pena que não exista o conceito de abuso político de menores pois foi isso o que alguns papás, padres e empresários andaram a fazer durante estes dias, usaram as crianças numa tentativa política de forçar o governos a continuar a alimentar os seus interesses com o dinheiro dos outros.