domingo, outubro 23, 2011

Semanada

Cavaco Silva pauta a sua presidência por discursos monótonos, bitaites no Facebook e os famosos a avisos e esta semana ficará para a história do seu mandato por mais um aviso, sendo certo e sabido que daqui a uns tempos ele voltará para dizer “eu bem avisei”. Pouco crente na receita do Gaspar com sotaque a Augusto Pinochet , Cavaco está como muitos economistas de que o orçamento terá maus resultados não só no plano social como no económico e, pelo sim, pelo não fez o seu aviso.

Quem é um político muito pouco avisado é o Miguel Macedo, um ministro que mais do que da Administração Interna parece estar a assumir o papel de ministro da repressão, levando à letra as ameaças de Passos Coelho a eventuais tumultos. Miguel Macedo é um espertalhão à antiga portuguesa, tendo casa em Lisboa e no Porto recorreu ao esquema da residência para efeitos legais e sacou mais uns trocos aos contribuintes portugueses. O homem ainda não percebeu que num tempo em que se cortas subsídios de férias usar esse argumento é gozar com a inteligência alheia.

O governo deixou de ter esperança e de falar em economia, o Álvaro há muito que não aparece com aquela cara de cabra espantada e até a ministra da Agricultura deixou de apelar aos portugueses para semearem couves-galegas no quintal para aumentar a produção agrícola. Agora a moda é aparecer o ministro Lambreta a apelar à caridade nacional. O impulso do apelo à caridade é tão grande que até o Marco António que devia ter sido ministro e por caridade ficou-se em secretário de Estado apareceu a apelar ao voluntariado social, teve tanto sentido de humor que teve a ideia de promover o voluntariado na Função Pública. Excelente ideia, se este governo chegar ao fim da legislatura é muito provável que os funcionários públicos tenham de pagar se quiserem trabalhar.

Quem não parece ter opinião sobre nada neste país a não ser, eventualmente, sobre o seu penteado, é António José Seguro, bem que pode haver um tsunami que a probabilidade de tomar posição deverá ser de 0, 0001%. Começa a ser evidente que a probabilidade de António José Seguro vir a ser primeiro-ministro deste pobre país deverá ser mais ou menos de 0,0001%. Digamos que não tarda muito para que Seguro tenha a alcunha do Senhor 0,0001%.

Mira Amaral, o tal senhor que andou a namorar Sócrates durante anos e que só o passou a criticar quando o ex-primeiro-ministro não lhe deu dinheiro para um projecto megalómano de energia das ondas, descobriu agora que já não há vagas de dinheiro alheio em que surfar e avisa os funcionários públicos de que o Estado está falido. Pois, mas para ele exigir mais uns milhões para nos fazer o especial favor de levar o BPN à borla já não está falido.

Convencido de que a sua opinião é muito bem considerada pelos portugueses, o governador não veio a público defender os excessos de austeridade do Gaspar como ainda defendeu que os cortes dos subsídios deveriam ser para ficar. Se este senhor tivesse vergonha na cara ficava calado e em vez de usar a independência do BdP para enriquecer os seus funcionários e governadores dava o exemplo e aplicava a austeridade no banco. Mas não, o senhor é mais um Alberto Jardim e trata o banco como se fosse a Ilha da Madeira, ali não há austeridade, o país pode passar fome mas os seus funcionários vivem no nível de vida da França. E ainda tem descaramento para aparecer em públicos!