segunda-feira, outubro 17, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Peniche
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
  
Marça dos Indignados, Lisboa [P. Santos]

  






Marcha dos Indignados, Lisboa [R. Silva]
  
  

Taberna "Remédio Santo", Peniche [A. Cabral]
  
Jumento do dia

 
Nuno Magalhães, CDS

Incapaz de justificar a sua política com argumentos económicos, de explicar o que anda a fazer o Batanete da Rua da Horta Seca, o que pensa a Cristas da Agricultura ou quanto é que o Portas já vendeu com tanto passeio, a direita multiplica-se em manobras de diversão. Primeiro foi o pirralho da JSD que disse ir-se queixar ao procurador, o tal de quem o Passos Coelho dizia dever ser demitido, mas parece que não estamos perante uma brincadeira de creche, o crescidinho Nuno Magalhães também alinha na caça às bruxas e vai querer saber serviço a serviço quem faz má gestão.
 
Esperemos que o deputado Magalhães comece pela defesa, talvez nos explique quanto custaram as 60.000 fotocópias de Paulo Portas, ou consiga demonstrar-nos que os submarinos CDS foram um excelente negócio.

«O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, defendeu hoje um "levantamento ministério a ministério" dos casos de "má  gestão" do "dinheiro público", para que não se repita a situação económico-financeira  que o país atravessa.» [SIC

 Email de um empresário agrícola a um grande semanário
 
«Exmo. Senhor,
  
Li com atenção a sua notícia na ultima edição do expresso, contudo não poderei deixar de lhe dar conhecimento de qual o aumento real que as eléctricas me estão a propor para 2012.
 
Como sabe o ano 2011 caracterizou-se por ser o primeiro no qual as empresas foram obrigadas a optar pelo regime livre, podendo neste caso estabelecer contrato de fornecimento de energia com qualquer operador do mercado.

Todas as renovações de contratos foram desde já denunciadas pelas eléctricas (EDP, Fenosa, Endesa, Iberdrola, Galp power, etc.), estando-se neste momento a receber propostas para os fornecimentos em 2012.
 
A melhor proposta que tenho em cima da mesa resulta em aumentos da seguinte ordem:
  • Potência contratada – aumento de 300%
  • Potência Horas de Ponta – aumento de 60%
  • Consumo de electricidade – aumento de 14 Globalmente no caso da minha empresa resulta num aumento em 2012 de 20%.
A minha empresa é uma empresa agro-pecuária com 700ha na zona de Montemor-o-Novo, onde a principal actividade é o regadio (100% efectuado com consumo de electricidade).

Como sabe numa boa gestão do consumo joga-se com as horas de vazio e super vazio, por serem mais baratas, pois nessas horas mais baratas onde tento sempre que possível concentrar os grandes consumos, chego a ter propostas de aumentos de 60%.

Talvez seja bom desmascarar o que as eléctricas andam a fazer para aumentar os seus lucros, os prémios aos gestores, e os dividendos aos accionistas.

O dinheiro vai sempre aterrar nos mesmos, e o sufoco para particulares e PME´s é cada vez maior.»

O Jumento está autorizado a dar o contacto do empresário a algum jornalista ou mesmo à ministra da Agricultura, que não se cansa de apelar ao aumento da produção nacional, caso pretendam conhecer estas situações.
  
  D. Januário Torgal Ferreira, ministro das Forças Armadas


"A Igreja não pode aceitar qualquer forma de terrorismo!"
  
Testemunhos para memória futura

Vale a pena ler a intervenção de Miguel Macedo durante o debate parlamentar do PEC IV. Miguel Macedo é ministro da Administração Pública do governo de Passos Coelho e era então líder parlamentar do PSD:

«Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, Portugal está precisado de um governo sério e de um primeiro-ministro que tenha respeito pelas pessoas, pelas instituições e pelos órgãos de soberania!

Finalmente, o chumbo do PEC é uma exigência de futuro. Portugal vive um momento difícil, mas tem solução. Os portugueses sentem enormes dificuldades, mas têm de voltar a ter esperança. O País atravessa tempos difíceis, mas há-de voltar a vencer. Mas, para que Portugal tenha solução e os portugueses voltem a ter esperança, é preciso outra política.

É preciso cortar, mas também é preciso criar e construir: criar riqueza e construir crescimento económico!

Há anos que este Governo desistiu de criar riqueza e de construir crescimento económico. Ora, esta tem de ser a grande prioridade de futuro.

É preciso cortar, mas cortar de forma estrutural, e não conjuntural. Cortar nos salários e nas pensões ajuda a reduzir o défice, mas é uma ajuda conjuntural, porque estruturalmente nada muda — nem o tamanho, nem a dimensão, nem a estrutura gigantesca do Estado. Ora, do que precisamos é de mudar estruturalmente a face do Estado, tornando-o mais pequeno, menos gastador e menos consumidor de impostos. Esta tem de ser uma grande prioridade para o futuro.

Nada disto é novidade para a bancada do PS, eu sei!… Novidade seria que os senhores fizessem aquilo que deveriam fazer.

É preciso cortar, mas cortar com sensibilidade social. Um Governo que corta e congela pensões de reforma em vez de cortar a sério nos subsídios do Estado para empresas públicas, nas mordomais do Estado e dos seus gestores, nas «gorduras» do Estado e das suas estruturas, é um Governo sem sensibilidade e sem consciência social!

Sr. Presidente e Srs. Deputados, o futuro não se constrói sobre os vícios do presente e do passado. As soluções tradicionais falharam, os esquemas rotineiros e habituais estão esgotados. Há que mudar — mudar de rumo, mudar de política e também mudar de Governo! Mudar radicalmente e com convicção, mudar construindo uma nova esperança reformista!!

E não adianta o Governo fazer-se de vítima. O Governo é apenas vítima de si próprio, da sua arrogância e irresponsabilidade. Vítimas a sério são os portugueses, que empobreceram e viram o seu nível de vida degradar-se por culpa exclusiva do Governo.

Compreende-se, por isso, o desespero do Governo: está a lutar pela sua sobrevivência política. Nós, PSD, em coerência com o que sempre temos dito e feito, estamos aqui a lutar, como sempre, pelo interesse nacional!

Aplausos do PSD, de pé.» [Diário da Assembleia da República]
     
 

 O PEC final

«1. Um dos mais ouvidos comentários na fatídica noite de quinta-feira foi o de apelidar de corajosas as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro. Presumo que as pessoas que o fizeram também chamariam a um indivíduo que se atirasse para um precipício de corajoso.

Também ouvi várias pessoas a afirmar que, sim senhor, as medidas são duríssimas. Irão conduzir a mais recessão, provocarão falências em catadupa, farão que o desemprego suba para números impensáveis, resumindo: destruirão a já muito débil economia portuguesa. Porém, segundo estes, não havia alternativa. Não deixa de ser um raciocínio interessante. É assim como dizer a alguém: "Olha, não tens outra hipótese que não seja dares um tiro na cabeça."

Outra teoria sofisticada e profundíssima é a de termos de implementar o novo pacote de austeridade, o tal que vai destruir o tecido produtivo nacional e atirar uma fatia considerável da população para a pobreza, para quando tivermos já atingido a mais completa indigência termos moral para pedir um outro pacote de ajuda. Pois claro, deixamos arder por completo a floresta e depois chamamos os bombeiros.

2. Não deixa de ser um exercício curioso olhar para a declaração de voto do PSD ao tempo da rejeição do PEC IV e depois comparar com todas as medidas que foram implementadas desde que tomou conta do Governo.

Eu fui um dos que concordaram inteiramente com o derrube do anterior Governo e subscreveria uma por uma as razões aduzidas pelos ex-sociais-democratas para o derrube de Sócrates. Foi por essa razão e pelo plano apresentado que votei convictamente no PSD. Fui enganado, não há outra maneira de o dizer. Tirando uma reafirmada vontade de fazer reformas estruturais, que no caso de ainda ninguém ter pensado nisso levam tempo e não são realizáveis sequer numa legislatura, não sobrou rigorosamente nenhuma das propostas apresentadas.

Numa altura em que tanto se fala de responsabilidade dos políticos, gostaria de saber em que medidas estão a pensar para penalizar os governantes que fazem exactamente o oposto do que diziam ir fazer.

3. A justificação para este pacote para além da troika são os desvios orçamentais e os buracos entretanto descobertos. Para obrigar os portugueses a tão suicidas esforços convinha explicar de que é que se está a falar. É que o primeiro-ministro já deu tantas versões sobre os desvios, já deu tantos números diferentes que ninguém sabe a quantas andamos. 

Estranhamente ou talvez não, poucas horas depois de Passos Coelho vociferar contra o anterior Governo e gestores públicos, o porta-voz da Comissão Europeia veio dizer que os tais desvios se devem à situação da Madeira, à redução da receita provocada pela já existente austeridade e pelo contexto internacional. Em que ficamos?

Mas, seja como for, vamos aceitar mais uma vez a palavra de Passos Coelho e dar como certos os desvios, sejam eles quais forem. 

A questão mantém-se: pelo facto de eles existirem, isso é razão para dar cabo de uma vez por todas da economia, do país? Será que alguém acredita que desequilíbrios de décadas, que desmandos financeiros de muitos e muitos anos, que um despesismo descontrolado sem idade, que prestações sociais que claramente não podíamos pagar, que a gestão criminosamente ruinosa de empresas públicas durante tanto tempo e da responsabilidade de todos, repito, de todos os governos, de um endividamento insano, se corrigem em dois ou três anos? 

Será que a vontade de atear um fogo que vai assar gerações inteiras de portugueses é tanta que não permite sequer ouvir vozes como a de Manuela Ferreira Leite, insuspeita da falta de vontade de implementar mais austeridade, quando ela grita aos quatro ventos que é preciso mais tempo e que devíamos estar concentrados em negociar com os nossos credores um muito maior alargamento de prazos?

Será que a obsessão em ser diferente da Grécia é tão grande que não permite ver que impor a receita grega tem uma gigantesca probabilidade de nos atirar para o mesmo buraco?

Que parte do discurso de Cavaco Silva, negligentemente tardio, não foi entendido quando o Presidente salienta a impossibilidade de sairmos da crise sem a intervenção das instituições europeias e que as suas causas estão muito para lá dos erros em Portugal cometidos?

Quem crê que sem uma atitude forte e consciente da Europa este ou qualquer outro pacote será espúrio e que outros pacotes ainda mais gravosos se seguirão?

O Governo enveredou pelo caminho da destruição criativa. Só que quando se fala da vida das pessoas os deslumbramentos ideológicos são criminosos.

O problema é que as pessoas vão fazer sacrifícios enormes e no fim vão ficar pior do que já estavam.» [DN]

Autor:

Pedro Marques Lopes.
     

 Sarkozy esqueceu-se de pagar a conta

«O presidente francês, Nicolas Sarkozy, querendo agir perante as câmaras de televisão como um vulgar homem do povo, ofereceu uma rodada de cafés à comitiva durante uma visita e Villetelle.

Só que, depois de fazer conversa com o dono do café para elogiar a beleza da aldeia e defender algumas das medidas do seu governo para apoio ao pequeno comércio, Sarkozy deixou o local... sem pagar a conta.» [CM]
     
 Cavaco é o mais partidário de todos os presidentes
  
«Numa entrevista no programa "Portugal 2011", na Sic-Notícias, ao jornalista António José Teixeira, o dirigente do PS considerou ainda que Cavaco "não é um adepto fervoroso e apaixonado das autonomias regionais" e acusou-o de ter utilizado o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, e a declaração ao país sobre o seu veto, no verão de 2008, para um "braço de ferro" com o então Governo de José Sócrates. O chefe do Governo Regional açoriano admite ter sido "contribuinte" no conflito que envolveu o Estatuto, na medida em que lidera o partido maioritário que aprovou a sua revisão, mas imputou "toda a dimensão desajustada e desproporcional que lhe foi introduzida e até toda a desconfiança que foi lançada sobre a honorabilidade e o patriotismo dos açorianos" ao atual chefe de Estado.

Carlos César afirmou ter uma apreciação crítica do mandato de Cavaco Silva, apesar de lhe reconhecer algumas "virtualidades": "Independentemente dessas virtualidades, não há duvida que o senhor professor Cavaco Silva é, entre todos os Presidentes da República eleitos desde o 25 de abril, o Presidente mais partidário de sempre". "Todos os outros Presidentes distinguiram-se claramente da sua origem partidária, fizeram até muitas vezes questão de o evidenciar, o senhor Presidente da República atual, nos momentos chave da política nacional, tem tido uma atuação claramente associada ao PSD, que tem beneficiado objetivamente o PSD", afirmou, acrescentando que Cavaco Silva foi "um promotor da ascensão do PSD à área governativa".» [DN]

Parecer:

Carlos César está enganado, Cavaco é o único presidente partidário.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ignore-se o montanheiro..»
  

 Worst Flooding in Decades Swamps Thailand [The ATlantic]






  

  

 

   







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