quarta-feira, janeiro 23, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura .


 
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Tavira
   
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Tinalha [A. Cabral]

Jumento do dia
   
Vítor Gaspar
 
Longe vão os tempos em que Gaspar era o extremista que adoptava doses brutais de austeridade, opunha-se a qualquer intervenção do BCE e era contra mais tempo ou mais dinheiro, de tudo isto restou apenas o prazer que parece sentir ao destruir a vida de muitos portugueses e ao destruir a classe média num sinal de ruralismo que deve vir da avó de Manteigas.

Já pediu mais tempo para cumprir as metas do défice e agora pede mais tempo para pagar à troika, isto é, na luta desesperada contra um segundo resgate e tentando regressar aos mercados graças à janela aberta pelo BCE o ministro das Finanças pretende ganhar as próximas legislativas exibindo o regresso aos mercados, tesos, com uma dívida brutal, sem emprego mas com acesso aos mercados.
 
«O ministro das finanças pediu ontem ao Eurogrupo um "alargamento dos prazos dos empréstimos" de modo a facilitar o regresso aos mercados. Bruxelas e os parceiros europeus admitem "estudar" esta possibilidade.
  
Vítor Gaspar diz-se confiante e com uma "expectativa fundada" no aval dos parceiros europeus, em relação ao pedido de Portugal. Como argumentos, o ministros das Finanças destacou que o governo "cumpriu e cumpre os compromissos", salientando a "boa execução do programa de ajustamento" constatada em "seis avaliações" da "troika".» [DN]
   
 Os novos ideólogos do regime
 
António Costa, director de DE, o tal jornal que pertence ao rapaz da Loja Mozart que tudo leva a querer está interessado em ficar com parte da RTP, tem sido ao longo desta legislatura um ideólogo voluntário e oficioso da direita governamental. Tem sido um incentivador e se o governo diz mata o senhor direcctor sugere sempre esfola.
  
Agora o senhor foi longe demais na imbecilidade e até escreve a Passos Coelho para ajudar Seguro:
  
«Pedro Passos Coelho tem, por isso, uma nova responsabilidade, que só ele pode garantir: tem de ajudar António José Seguro a ser um líder da Oposição responsável. E, verdade seja dita, Seguro tem razão. Passos tem feito tudo o que não deve para afastar o PS do consenso político - e João Proença, já agora, também.
  
Se o primeiro-ministro não mudar de atitude, se não ajudar Seguro a dominar o partido, a impor-se no PS, se o forçar a uma oposição radical, não poderá depois queixar-se. Será, também, co-responsável pela crise política que se adivinha e que Francisco Assis, na edição de ontem, vaticinava ser inevitável. Não é, não tem de ser.»
  
Não se conhece a resposta de Seguro mas este violino só merece uma "Ó Costa, vais mas é à bardamerkel!". Mete nojo quando um director de um jornal se arma em ideólogo e usa o jornal para tentar assassinar um líder político do maior partido da oposição, precisamente quando este fala em eleições.
  
São fretes destes que justificam as expectativas de grupos como a Ongoing do agente secreto e do Costa de virem a ficar com o património da RTP a preço de saldo, senão mesmo ao preço da uva mijona.
  
Enfim, há muitas formas de corrupção.
 
 Ironia do destino

Aqueles que tudo fizeram e se opuseram a qualquer medida de austeridade para a economia portuguesa soçobrar perante os mercados e forçar um pedido de ajuda ao FMI são os mesmos que agora sacrificam o povo e o país a medidas brutais para voltarem ao mercado a qualquer custo, ainda que essa ida ao mercado pouco mais seja do que simbólica pois é amparada pelo FMI apoiada nas medidas do BCE, precisamente as mesmas medidas a que durante tanto tempo se opuseram, da mesma forma que se opuseram a que fosse pedido mais tempo ou mais dinheiro.
  
Alguém viu por aí o Seguro a dizer o óbvio? Não, deve estar metido no meio do seu laboratório de ideias para ver se arranja maneira de os seus Belezas deixarem de dizer idiotices.

 Coincidências
 
O Seguro fala em eleições e o Gaspar dispara toda a artilharia para regressar aos mercados nem que seja uma mera encenação em que os grandes ganhadores é o sindicato de bancos que suporta a operação. Nada mau para o Passos que se estava lixando para eleições.


  
 É mesmo um regresso aos mercados?
   
«Com o airbag do BCE, um swap de dívida e um prolongar dos prazos de maturidade, Portugal está em condições de seguir a Irlanda no regresso aos mercados. Com tanta protecção e alterações de regras, este será mesmo um regresso aos mercados? Muitos dirão que não, sobretudo com argumentos que dão jeito a análises políticas: o BCE impede que as coisas corram mal, os bancos portugueses estão alinhados para comprar o que houver, muita dívida estará pré-colocada, o swap já foi uma espécie de renegociação e os novos prazos são mesmo uma renegociação.

Certo? Nem por isso. Eu, que escrevi várias vezes que seria quase impossível que Portugal regressasse aos mercados em 2013, reconheço sem qualquer problema que com estas regras Portugal está em condições de o fazer. Mais relevante, a estratégia negocial de Vítor Gaspar foi a correcta, sobretudo nos prazos em que jogou as suas cartas. Sempre sem forçar e sempre a aproveitar a terra firme que outros, sobretudo a Irlanda, iam pisando.

Assim, Portugal vai mesmo regressar aos mercados. Como escreve hoje o Henrique Monteiro, Portugal regressa aos mercados mas os portugueses não. É verdade que não vamos sentir alterações com esse regresso. Mas há uma verdade ainda mais óbvia: sem regressarmos aos mercados, não recuperamos nenhuma autonomia política nem orçamental. Não sei o que se passará depois do regresso, mas sei que sem esse regresso não se passará nada.» [Expresso]
   
Autor:
 
Ricardo Costa.   

 Se os portugueses tivessem um governo próprio
   
«Ora, se um povo desconfia da boa-fé do seu governo e se sente atraiçoado por ele, corre-se o maior dos riscos, que é o de uma irreversível e completa ruptura entre eleitos e eleitores.
Se tivéssemos um governo próprio, eis o que ele poderia dizer à troika na próxima vez que ela nos visitasse:

"Meus senhores, escutámos nos últimos tempos declarações altamente relevantes de, por um lado, Christine Lagarde (Directora-geral do FMI) e Olivier Blanchard (economista principal do FMI), por outro, Durão Barroso (Presidente da Comissão Europeia), Claude Juncker (Presidente do Ecofin) e Martin Schulz (Presidente do Parlamento Europeu).

"Ora vejamos. Christine Lagarde sustentou já em Outubro do ano passado que os países europeus em dificuldades deveriam ter mais tempo para reduzir os seus défices: "Foi isso que advoguei para Portugal, foi isso que advoguei para a Espanha, e é isso que estamos a advogar para a Grécia". Mais recentemente voltou a insistir na ideia, desta vez apoiada no estudo assinado por Olivier Blanchard "Growth Forecast Errors and Fiscal Multipliers", onde se admite que "os multiplicadores fiscais se revelaram substancialmente maiores" do que os anteriormente estimados. Assim, reconhece agora o FMI que a subestimação do impacto da austeridade infligiu consideráveis danos às economias grega, portuguesa, italiana, espanhola e irlandesa, e que teve como resultado perverso o aumento dos rácios da dívida em relação ao produto de todos esses países.

"Além disso, o próprio Durão Barroso, que ainda em Outubro do ano passado advogara mais cortes orçamentais nos países do Sul em resposta às reticências manifestadas pelo FMI, sentiu-se agora na necessidade de negar publicamente que a União Europeia esteja por detrás das medidas de austeridade genericamente aplicadas no continente.

"As declarações mais contundentes vieram, porém, de Claude Juncker, Presidente cessante do Conselho dos Ministros das Finanças. Começou ele por contestar a legitimidade democrática de instituições como o BCE e o FMI para imporem medidas punitivas a certos países ao mesmo tempo que outros beneficiavam das fugas de capitais da Grécia para o exterior, concluindo que os ajustamentos "recaíram apenas sobre os mais fracos".

"Acrescentou que "o drama do desemprego tem sido subestimado" pela União Europeia e aconselhou ao seu sucessor que "escute todos os Estados-membros por igual", caso contrário terá muito de que se arrepender dentro de seis meses. Lamentou os resultados decepcionantes do último Conselho Europeu, que persiste em tomar decisões insuficientes e tardias.

"Concluiu, surpreendentemente, que "todos os países membros devem fixar um salário mínimo social" e acordar "numa base de direitos sociais mínimos para os trabalhadores", caso contrário a Europa perderá o apoio das classes trabalhadoras. Por último, pediu "um acordo sobre os elementos essenciais da solidariedade" ao nível europeu.

"Estamos plenamente conscientes de que o Parlamento Europeu não tem de momento grande peso na definição das políticas europeias. Ainda assim, é impossível ignorarmos o que o seu Presidente Martin Schulz disse na sua recente visita a Lisboa: "Austeridade pode ser exercício de autodestruição sem medidas pró-crescimento."

"Todas estas individualidades - de quem decerto já terão ouvido falar - convergem de modo inequívoco na conclusão de que as políticas de austeridade que têm vindo a ser aplicadas na Europa em geral e em Portugal em particular são erradas, destrutivas e contrárias aos propósitos declarados de controlar os défices públicos, conter o crescimento das dívidas soberanas, promover o crescimento e gerar emprego.

"Como compreendem, a opinião pública portuguesa fica confusa ao escutar estas afirmações dos dirigentes da União Europeia e do FMI, tão evidentemente opostas àquelas que até há pouco lhe eram apresentadas como indiscutíveis artigos de fé - e que nós próprios, aliás, aceitámos assumir perante os nossos concidadãos como inevitáveis e sem alternativa. Assim sendo, não poderemos estranhar que os portugueses comecem a perguntar-se se o governo que elegeram não terá andado a enganá-los no último ano e meio.

"Ora, se um povo desconfia da boa-fé do seu governo e se sente atraiçoado por ele, corre-se o maior dos riscos, que é o de uma irreversível e completa ruptura entre eleitos e eleitores, desembocando na perda de legitimidade e no caos político.

"Dito isto, somos forçados a perguntar-vos: quem representam os senhores nesta reunião? A União Europeia e o FMI ou apenas e só as vossas peculiaríssimas opiniões pessoais? Como é possível que representem essas instituições, se é público e notório que as únicas pessoas inequivocamente autorizadas para falarem em nome delas contrariam em público de forma clara e taxativa o que os senhores aqui procuram impor-nos?

"Têm os senhores a certeza de estarem mandatados para fazerem o que fazem e dizerem o que dizem? Estão seguros de que a vossa actuação é apoiada pelas organizações a que pertencem? Não vos incomoda pessoal, profissional e institucionalmente a ambiguidade desta situação?

"Não nos levem a mal. Porém, nestas circunstâncias, somos forçados a suspender todos os contactos convosco até que Christine Lagarde, Durão Barroso e o novo Presidente do Ecofin clarifiquem de uma vez por todas, de preferência por escrito, qual é de facto a orientação das instituições a que presidem. Até lá despedimo-nos de vós com amizade, esperando que tenham tido uma estada agradável no nosso bonito país."» [Jornal de Negócios]
   
Autor:
 
João Pinto e Castro.
   
  
     
 Somos medalha de prata na destruição de emprego
   
«Portugal foi o segundo país da OCDE, depois da Grécia, onde a taxa de emprego mais caiu no 3.º trimestre de 2012, face ao mesmo período de 2011, recuando 2,5 pontos percentuais para os 61,9%.

De acordo com os dados hoje divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), na Grécia a taxa de emprego caiu 4,6 pontos percentuais (p.p.), para os 50,4%.

Já Espanha foi o 3.º país da OCDE com um maior recuo da taxa de emprego de julho a setembro de 2012: menos 2,4 p.p., para 55%.» [i]
   
Parecer:
 
Mas havemos de regressar aos mercados amparados pelas garantias do BCE.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabésn ao Gaspar.»
      
 Brevemente o lixo vai ao mercado
   
«A Standard & Poor’s (S&P) manteve o ‘rating’ de Portugal em BB, segunda nota já considerada como ‘lixo’ (‘junk’), citando riscos da decisão do Tribunal Constitucional para o défice público e as baixas perspetivas de crescimento da economia.

Numa nota publicada na tarde de segunda-feira, a agência de notação financeira diz que esta avaliação “reflete os riscos orçamentais de curto prazos relacionados com a decisão do Tribunal Constitucional sobre várias medidas do orçamento de 2013 e os riscos associados às fracas perspetivas de crescimento económico de Portugal”.» [i]
   
Parecer:
 
A culpa das fracas perspectivas de crescimento é de um ministro das Finanças que sempre recusou qualquer abordagem do problema, da mesma forma que o risco de inconstitucionalidade resulta de quererem governar à margem da Constituição.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Gaspar.»
   
 Afinal havia outro....
   
«O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, acertou em Dezembro passado com o seu homólogo irlandês aguardarem pelo "momento oportuno" para reivindicar a extensão do prazo para pagar os empréstimos, revelou hoje em Bruxelas o ministro irlandês, Michael Noonan.

O titular da pasta das Finanças da Irlanda, país que assume actualmente a presidência rotativa da União Europeia -- presidindo por isso ao Conselho Ecofin de hoje -, argumentou, tal como Vítor Gaspar fizera na véspera, que a extensão das maturidades dos empréstimos se justifica devido ao facto de, no início dos empréstimos, as mesmas serem muito curtas, e recordou que foi o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que abriu a porta para essa possibilidade, em Dezembro passado.

"Depois de alguma discussão com o ministro das Finanças português, Vitor Gaspar, decidimos esperar por um momento mais oportuno, e essa oportunidade surgiu ontem (segunda-feira). Ele tomou a iniciativa e foi apoiado pela Irlanda", revelou.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Parece que o Gaspar andou à boleia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Outras vez para a rua
   
«O movimento "Que se lixe a troika", que convocou a manifestação de 15 de Setembro, vai realizar a 02 de Março um protesto em várias cidades do país e no estrangeiro para contestar as medidas de austeridade do Governo.
  
Num comunicado hoje divulgado, os promotores do protesto anunciam a manifestação para 02 de Março com o lema "Que se lixa a troika. O povo é quem mais ordena!".» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Vamos todos mandar o Gaspar para o mercado!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Apoie-se a iniciativa.»
   
 Espanha não precisou do Gaspar para ir ao mercado
   
«Tesouro espanhol realizou uma emissão sindicada em que procurava angariar cerca de quatro mil milhões de euros, mas Madrid pode ter conseguido cerca de sete mil milhões de euros. A procura ascendeu aos 24 mil milhões de euros, um valor recorde.
  
Espanha realizou esta terça-feira uma emissão sindicada de dívida a 10 anos, para a qual atraiu uma procura de 24 mil milhões de euros, sendo que 60% da procura é proveniente de investidores estrangeiros. “Nunca, na história do Tesouro espanhol, houve um leilão que tenha tido” uma procura tão elevada, afirmou Luís de Guindos, ministro da Economia de Espanha.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Nem do Gaspar nem dos seus excessos extremistas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
   
 Coisas do Gaspar japonês
   
«O ministro das Finanças do novo Governo japonês afirmou que os idosos doentes devem "morrer rapidamente" para aliviar o Estado do pagamento de cuidados médicos.

"Deus queira que (os idosos) não sejam forçados a viver até quando quiserem morrer" disse Taro Aso durante uma reunião, em Tóquio, sobre as reformas da segurança social.» [JN]
   
Parecer:
 
Há por aí muita gente que pensa assim mas não fala.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
   
 Outro Pedro que gosta de gozar com os portugueses
   
«O valor do subsídio, que começa hoje a ser pago por transferência bancária e quarta-feira através de carta e cheque, é reduzido este ano em 6%, por via de uma "contribuição extraordinária" imposta pelo Orçamento do Estado de 2013.

Para o ministro, Pedro Mota Soares, trata-se de "uma contribuição em matéria de subsídios de desemprego para a Segurança Social", que terá a duração do Orçamento do Estado.

"É uma medida que está no Orçamento do Estado e tem a duração do Orçamento do Estado. Quando um português se encontrava em situação de doença ou de desemprego a sua pensão continuava a ser formada. Essa pensão é contributiva, mas não existia nenhum desconto por parte dos portugueses [desempregados] para a sua pensão futura", disse.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Não seria melhor o Lambretas pedir autorização ao Gaspar para dizer coisas destas? Até agora nada do que o Gaspar decidiu a título temporário durou apenas um ano.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Tenha-se dó do imbecil.»
   

   
   
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