Entre praias, incêndios, falsos suicidas,  assaltos mal esclarecidos e, mais recentemente, atentados terroristas, pouco se  tem falado do país e quando se fala a seriedade não é muita, como aconteceu com  a resposta do líder parlamentar do PSD a propósito da proposta de António Costa  em relação às infraestruturas.
É evidente que a direita não quer  falar de economia, Passos e Cristas são agora devotos do diabo e já não  analisam a realidade pelas páginas de economia, preferindo os obituários. O  jornal preferido da direita já não é o Expresso, o tipo de notícias que mais  excitam Passos e Cristas é mais o tipo de jornal que mostra mortos e feridos,  assaltos e escândalos na primeira página. Até o Observador já parece outro,  depois de meses a dedicar a home page a notícias sobre subidas de juros ou  entrevistas com analista de empresas de rating, dedica-se agora a incêndios, um  dia destes ainda vamos pensar que o José Manuel   Fernandes é porta-voz da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Compreende-se que a direita fuja  do tema economia como o diabo da cruz, as boas notícias para o país não são a  praia de Passos e Cristas. Mas a verdade é que quando os incêndios estiverem  apagados o país será confrontado com a realidade e mesmo que as boas notícias  desagradem à direita teremos de falar de economia. Há todo um presente e um  futuro para discutir, ainda há gente a sofrer com a austeridade, há muitos  portugueses que ainda têm de suportar a sobretaxa, há impostos a mais, há  problemas para resolver.
Oxalá os problemas económicos  pudessem ser apagados como se apagam os incêndios, mas isso não sucede. Quando  algumas populações mais atingidas pelos incêndios já estiver esquecida do verão  de 2017, ainda subsistirão muitos problemas na economia portuguesa. É por isso  que é urgente voltar a falar de economia, debater as propostas do governo e  exigir a Passos e a Cristas que diga o que querem.
