quarta-feira, julho 11, 2018

MEXER NA CACA


A justiça portuguesa depois de esgotado o filão dos políticos e perante o desastre que foi o arrastão no gabinete do ministro das Finanças foi em busca de grandiosas primeiras páginas no meio do futebol. Compreende-se, estando a justiça em ambiente de campanha eleitoral com a escolha do futuro Procurador-Geral é natural que estejamos a assistir a muitos “comícios” da justiça, tudo servindo para deter e prender a torto e a direito.

O problema é que mexer no mundo do futebol é como mexer na caca, correndo um sério risco de entrar num domínio onde a isenção pode faltar. Todos sabemos que anda por aí muita gente que prefere trair o conjugue a trair o clube de futebol. É fácil escolher um magistrado para investigar um político, basta fazer a escolha por sorteio, mas escolher um investigador para um caso de futebol não deve ser fácil.

Há uns tempos o Bruno de Carvalho apelava à militância dos sportinguistas e certamente não estava pedindo para orem ver os jogos já que o estádio enchia. O que ele pedia era que cada sportinguista fosse militante do seu clube no seu dia a dia e da mesma forma que proibia o vermelho em Alcochete parecia querer desencadear uma guerra santa, numa ocasião em que a comunicação social era abalada quase diariamente com novos processos judiciais.

A confusão instala-se e não faltam sugestões em relação a quem terá conseguido os famosos e-mails. Daqui a um regabofe judicial foi um passo, cada carta anónima deu lugar a mais uma grandiosa investigação e agora a justiça está enterrada em processos para todos os gostos. Alguém queria lenha e arrisca-se a sair queimado, o pior que se podia fazer era dar nas vistas mexendo em caca.