Aves de Lisboa: Petinha-dos-prados [Anthus pratensis]
[Alexander Kadobnov/AFP]
«Red Square, Spasskaya tower of the Kremlin and St.Basil Cathedral are blanketed during the first heavy snow fall on November 22, 2008 in Moscow, Russia. » [Tiscali]
Parece que está a tornar-se moda do PCP querer governar sem ter a maioria parlamentar, Mário Nogueira vai apresentar a sua propostas de "faz de conta que se avaliam os professores". Preocupado com a falta de cobertura constitucional desta prática governativa, Jerónimo de Sousa já está a preparar uma constituição que contemple a maioria nas ruas. Segundo o projecto sempre que uma proposta do PCP não vingue no parlamente e ocorrer uma manifestação conta a maioria da Avenida da Liberdade.
Jerónimo de Sousa tenciona mesmo agendar a aprovação para a próxima manifestação, não esperando a votação dos dois terços no parlamento nem a promulgação de Cavaco Silva, o projecto segue directamente da avenida para as rotativas do Diário da República.
Mário Nogueira, professor
Mário Nogueira anda tão animado com as manifestações que já se esqueceu de que Portugal tem um governo legítimo que não pode nem deve ser substituído por um sindicalista escolhido pelo CC do PCP, só isso explica que julgue que é ele a decidir quem vai ser avaliado, para que vai ser avaliado e o modelo de avaliação a aplicar.
A lógica de Mário Nogueira é simples, a maioria que conta é a da rua e não a do parlamento, e ele é o representante dessa maioria, logo, em tudo o que respeita à vida profissional dos manifestantes é ele que decide, se assim não for impõe a desorganização das escolas, mesmo que isso implique fazer tábua rasa de todas as leis da República.
Talvez esteja na hora de dizer aos Mários Nogueiras que quem manda em Portugal são todos os portugueses, são esses que pagam os impostos e votam nas eleições, talvez esteja na hora de dizer aos professores que a democracia não está refém das suas horas vagas, progressões automáticas nas carreiras e outras mordomias oferecidas pela "escola pública" à custa da qualidade do ensino e do país.
Parece que os jornalistas andaram a fazer perguntas à Presidência da República sobre eventuais relações de Cavaco Silva com aquele branco, levando o Presidente da República a emitir um comunicado onde garante que nada tem que ver com aquele banco, chega mesmo a assegurar que "não devem um único euro a qualquer banco, nacional ou estrangeiro, nem a qualquer outra entidade" como se isso fosse desonroso.
Emitir um comunicado só por causa das perguntas de jornalistas é um excesso, bastaria informar os jornalistas e o assunto ficaria encerrado. Só que mais do que qualquer ligação financeira ao banco existe uma associação política de Cavaco Silva a muitos dos seus responsáveis, pelo menos três ministros e um secretário de Estado dos seus tempo de governo estão associados a este banco. Não há comunicado que iluda isso, até porque um dos seus ex-administradores é membro do Conselho de Estado por indicação do Presidente da República.
«"Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia": eis a frase que antecedeu e contextualizou o verdadeiro detonador da escandaleira. E este foi: "Até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia." Manuela Ferreira Leite falou estes dez segundos e, durante três dias, a balbúrdia das indignações chutou para canto os remansos da razão. Indignaram-se à esquerda com o apelo à suspensão da democracia. Aproveitou o CDS para também se indignar um bocadinho. Indignaram-se o secretário-geral e o líder parlamentar do PSD com a indignação de todos os indignados. Sempre achei que a indignação é um pedregulho atravessado no caminho da inteligência. Mas o facto é que ela foi arvorada em direito e eu sou pró: se a criação de um direito não vier prejudicar outros mais importantes, sou sempre a favor. Mas uma coisa é tê-lo e outra usá-lo. O direito à indignação deve ser usado com grande e sábia parcimónia, senão só atrapalha quem o exerce. Eu gostaria até de reservá-lo para os seis meses sem democracia.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Nuno Brederode Santos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
MÁRIO NOGUEIRA JULGA-SE MINISTRO DA EDUCAÇÃO OU PRIMEIRO-MINISTRO«Na sexta feira, para o encontro com a ministra da Educação, a Plataforma Sindical levará já uma proposta de avaliação para "salvar o ano lectivo". Será uma solução simples, sem questões burocráticas, transitória, focada na vertente científico-pedagógica e para aplicar aos professores em vias de progredir na carreira. Proposta que não acolherá nenhuma das medidas de simplificação apresentadas pela ministra esta semana, garante ao DN Mário Nogueira. Até porque, sublinha o porta-voz sindical, o modelo do qual o Governo não desiste continua a ser para "rasgar".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Este senhor começa a pensar que o país está em auto-gestão e que a sede do governo está na rua Soeiro Pereira Gomes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Mário Nogueira se foi Carvalho da Silva ou Jerónimo de Sousa que lhe deu posse do cargo de ministro da Educação.»
«O ex-candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho admitiu ontem ao DN que o caso BPN é, neste momento, um "incómodo" para o Presidente da República. Isto depois de o seu conselheiro de Estado Manuel Dias Loureiro ter sido desmentido publicamente por António Marta, ex-vice-governador do Banco de Portugal (BdP). "Há um conjunto de polémicas que apontam para que alguém não está a falar verdade e isso é, de facto, um incómodo para a Presidência."» [Diário de Notícias]
Parecer:
Anda muita gente a fazer de conta que não vê isso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se a coragem política de Passos Coelho.»
«Domingo é, supostamente, o dia de descanso nas sociedades predominantemente cristãs. Porém, a actividade do "mundo moderno" cada vez menos se padece com este tipo de liturgias e nem a legislação laboral, que tende a preservar este dia como o de descanso semanal, consegue travar o fenómeno: há cada vez mais gente a trabalhar ao domingo.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Um dia destes nem se pode ir à missa...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «E durante a semana?»
«Cavaco Silva mandou publicar, este domingo, no site da Presidência da República uma nota oficial demarcando-se de qualquer ligação ou envolvimento em negócios, prestação de serviço ou mesmo empréstimos relacionados com o Banco Português de Negócios, envolvido em alegados escândalos financeiros que levaram já à detenção do seu antigo responsável, Oliveira e Costa.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Estranha-se a necessidade de o afirmar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte a Cavaco Silva o que incomoda.»
«Razões de segurança estiveram na base da decisão judicial de enviar Oliveira e Costa para a cadeia da Zona Prisional junto da Polícia Judiciária, um estabelecimento prisional considerado uma verdadeira área VIP no sistema prisional.
Normalmente, os presos preventivos da Comarca de Lisboa vão para o Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), mas não foi o caso do antigo administrador do BPN, a quem o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), determinou o envio para a cadeia junto da Judiciária.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Quais razões de segurança?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao juiz que decidiu se estava com receio que Oliveira e Costa roubasse as poupanças aos outros presos do EPL.»
«A direcção da concelhia do BE de Lisboa tem já pronto um documento sobre a avaliação do mandato de Sá Fernandes, advogado independente eleito nas listas do Bloco, e que será analisada numa reunião do plenário de militantes, terça-feira à noite, em Lisboa. Apesar de não ter sido divulgado, fonte bloquista disse que o balanço feito pela direcção de Lisboa do trabalho de Sá Fernandes "é negativo".» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Ao que parece o BE queria manter o acordo com o PS na CML mas, ao mesmo tempo, o Zé deveria fazer de opositor.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao BE se o Zé teve direito a ser ouvido.»
- Mais um "Prémio Dardos"; desta vez de "A Outra Varinha Mágica".
- O "Câmara de Comuns" pescou os artigos de Henrique Monteiro e de Miguel Sousa Tavares, publicados no Expresso. O "Um dia perfeito para os peixes banana" pescou apenas o artigo de Miguel Sousa Tavares.
PS: Com o "Google Blog Search" deixar de listar as últimas referências a'O Jumento resta-me recorrer ao Technorati. Só que, ao que parece, há muitos blogues que ainda não se inscreveram.
