segunda-feira, abril 04, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




FOTO JUMENTO


  
Formiga (3 mm), Parque Florestal de Monsanto, Lisboa
   
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO


Condomínio fechado [A. Cabral]
  
JUMENTO DO DIA


Cavaco Silva

Depois de ter deixado a crise política conduzir o país para eleições antecipadas e para um beco sem saída Cavaco decidiu agora ir um pouco mais longe e abusar das suas competências ao estabelecer limites aos partidos durante a campanha eleitoral, defendendo que a campanha deve ser de verdade e rigor e que não se deve prometer o impossível.
 
Agora ficamos à espera que Cavaco Silva decrete a sua concepção de verdade e rigor bem como os limites para as promessas. Parece que Cavaco começa a fazer campanha muito antes da campanha eleitoral, o que percebe, ele é o principal candidato nestas eleições.
 
Da última vez que Belém nos deu um exemplo do que por ali se entende por verdade, inventaram falsas escutas do governo a Belém. E quanto a verdade e rigor Cavaco deu-nos bons exemplos quando explicou os seus negócios de acções e imobiliários.
  
«O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, alertou hoje para a necessidade de uma campanha eleitoral "de verdade e de rigor", na mais recente mensagem colocada na sua página pessoal da rede social Facebook.

  
"Na campanha eleitoral que se irá iniciar em breve todos os partidos deverão ter bem presente a situação em que nos encontramos. A campanha eleitoral deve ser uma campanha de verdade e de rigor. Ninguém deve prometer aquilo que não poderá ser cumprido. Prometer o impossível - ou esconder o inadiável - seria tentar enganar os portugueses e explorar o seu descontentamento", refere o chefe de Estado.
  
Na sua breve mensagem, Cavaco Silva começa por considerar que o próximo governo "tem pela frente uma crise económica e financeira sem precedentes", e sublinha que as dificuldades do país são tão profundas que ninguém pode ter a ilusão que elas irão desaparecer de um dia para o outro".» [DN]

 A "VAQUINHA" DE DIOGO LEITE CAMPOS
  

Como é possível que um partido que quer ser governo tenha um vice-presidente que fale em vaquinhas para apoiar "famílias viáveis". Muito mal deve estar a universidade portuguesa com doutores destes:
 
«Não. Tem de se fazer uma vaquinha entre três entidades: as famílias, o Estado e os bancos. A situação de cada família tem de ser analisada, se for caso disso - se se provar que a família é viável, trabalha, está decidida, tem empenho - tem de ser apoiada. A dívida dessa família ao banco tem de ser reestruturada, tem de ser prolongada e o Estado tem de suportar uma parte dos custos. O Estado tem de assumir a sua responsabilidade pelo facto de ter colocado um certo número de famílias na insolvência pelo corte de ordenados e pelo aumento dos impostos.» [i]
  
 OS PORTUGUESES NÃO SÃO BURROS

Derrubar, ajudar ao derrube ou viabilizar o derrube de um governo com o chumbo de medidas com que se concorda para depois se tentar empurrar um governo para um pedido de ajuda externa com a promessa de que se apoiarão agora aquelas medidas é mais do que oportunismo, é partir do princípio de que os portugueses são burros.
  
Basta fazer uma lista dos que defendem esta solução para se perceber quem concebeu a estratégia política do PSD e, portanto, quem neste momento é o seu verdadeiro líder ainda que na sombra. Quem defendeu esta solução e a discutiu no Conselho de Estado foi Cavaco e para além de Passos Coelho que mordeu o isco são personalidades do cavaquismo que têm vindo a defendê-la em público.

 

 RETRATO DE UM CHEFE

«O dr. Passos Coelho resolveu pôr na rua o governo de Sócrates. Não sem provocação. Mas toda a gente esperava que ele tivesse alguma coisa dentro da cabeça e a comunicasse ao país. Não comunicou nada. O que ele fez foi começar uma sucessão de gafes que revelam uma inquietante tendência para aumentar em quantidade e qualidade. Começou por ir a Bruxelas declarar que, em caso de aperto, não hesitaria em subir o IVA. Esta inesperada franqueza provocou, como é óbvio, um grande embaraço ao PSD e o habitual chorrilho de trapalhadas (apoios, desmentidos, desculpas) que inevitavelmente deixaram o país mais perplexo do que estava. Aliviando a sua pessoa de meia dúzia de asneiras sobre o IVA e o IRS (de resto, desnecessárias), Passos Coelho não pareceu perturbado e passou a tarefas de outra natureza.

A primeira consistiu em entregar à FENPROF a avaliação dos professores que tinha levado uma eternidade a negociar e acabara numa meia derrota. Não sei quantos votos o PSD ganhou com esta espécie de exercício eleitoral, mas ganhasse os que ganhasse, a operação foi sórdida. Veio a seguir a sugestão para privatizar a CGD e a confissão (que ninguém lhe pedira) de que estava disposto a governar com o FMI. No meio disto, prometia também um programa para Abril, fabricado (ou dirigido) pelo dr. Catroga. E, para ir abrindo o apetite à populaça, aprovou por unanimidade no PSD um documento em que definia "pilares" ("pilares"?) num calão indigno do 12.º ano, que não houve português que percebesse ou levasse a sério. (...)» [Público via CC]

Autor:

Vasco Pulido Valente.


 ATÉ TU MANUELA

«A ex-presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, disse hoje em Torres Vedras que concorda que o PSD apoie a decisão do Governo num pedido de ajuda externa, caso o país precise.

  
"Concordo que todos devem unir-se para fazer aquilo que no momento for necessário e importante para que o país consiga ultrapassar este momento", afirmou Manuela Ferreira Leite, ao ser questionada pelos jornalistas sobre se concorda com a decisão do PSD de apoiar o Governo num eventual pedido de ajuda externa.» [Expresso]

Parecer:

Manuela Ferreira Leite liderou o PSD na oposição ao PEC e agora defende o recurso à ajuda externa?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira a MFL que consulte um neurologista.»



 ZIPP EARZ