sexta-feira, julho 29, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




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Ponte Vasco da Gama [A. Cabral]
  
Jumento do dia


Jorge Silva Carvalho, assalariado da Ongoing

Este senhor tem um fino sentido de humor, o problema dele é que nem tem graça nem os portugueses são parvos.
 
Sabe-se que houve uma fuga, quem a promoveu, quem dela beneficiou, a matéria a que respeitava essa fuga aparece num sms que serviu para tramar alguém e no fim disto a estratégia do ex-agente secreto é confundir o caso com as escutas no Reino Unido e ainda justifica a passagem da informação a empresas como é normal.
 
O ex-agente tem razão mas confunde as situações, a colaboração entre as secretas e as empresas é dentro dos limites do interesse nacional e não para que essas empresas usem a informação para ganharem vantagem em relação a outras empresas nacionais. E no Reino Unido foram privados e jornalistas a violar a lei e não o chefe do MI5 a mandar emails para amigos que, coincidência das coincidências, vão ser os seus patrões.
 
É curioso que o agente secreto diga emn seu favor que enviou a informação a partir do computador de casa e que o fz com autorização superior. Se é normal enviar informação para empresas e estava autorizado a fazê-lo porque não o fez a partir do computador do serviço? Bem, ou o senhor acha que o seu endereço Gmail ou Netcabo é mais seguro ou então teremos de concluir que a sua casa era o SIS2. É evidente que o que o senhor pretende é insinuar que a comunicação feita a partir do computador pssoal deve ser tratada como uma comunicação privada e que a sua divulgação constituirá uma violação de um direito individualmente constitucionalmente garantido. Argumento ridículo demais para ser invocado por um agente secreto.
 
A sugestão de que foi superiormente autorizado é um truque manhoso em que pretende confundir a sua actuação com o famoso caso do negócio da TVI, quando se sabe que o que está em causa são negócios privados de um administrador da Media Capital. Mas o homem acha que Sócrates tem as costas largas e estando "à rasca" socorre-se desta manobra de diversão. É evidente que o homem estava auorizado a exercer as suas atribuições, o problema é que se excedeu e agora não sabe como se explicar.
   
 «Jorge Silva Carvalho, ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), foi acusado publicamente de ter passado informações, quando dirigia as "secretas", à Ongoing, em cujos quadros entrou pouco mais de um mês após ter saído oficialmente do SIED.



Numa entrevista exclusiva, assume que enviou e-mails de sua casa, sobre matéria revelada pelo Expresso, sem confirmar se o destino foi a Ongoing, mas garante que não violou nem o dever de sigilo nem segredos de Estado. Revela que, sempre que o interesse nacional se impõe, as "secretas" podem passar informações a empresas privadas. "Posso garantir que tudo foi feito dentro da lei, registado, documentado, com autorização superior."» [DN]
 
«O ex-director do Serviço de Informações Estratégias de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, vai apresentar até amanhã uma queixa-crime no DIAP contra terceiros. Em causa, está a alegada violação de correspondência e privacidade, além da utilização abusiva da informação obtida.
 
"A queixa-crime nada tem a ver com eventuais tensões accionistas entre empresas [Impresa e Ongoing] nem com a parte funcional do SIED", segundo disse ontem ao CM o advogado do ‘superespião’, Nuno Morais Sarmento.
 
Segundo explicou ao CM, "foi tornado público o conteúdo de um e-mail pessoal (correio electrónico) sem conhecimento e autorização do próprio, configurando uma violação de privacidade e correspondência, e posterior utilização abusiva".» [CM]

 O vírus do BPN anda por aí...

Num país a sério todos os que tive impediram responsabilidades de algum tipo no caso BPN deveriam estar impedidos de gerir ou participar num órgão social de um banco público. Não estão apenas em causa os que podem ser acusados criminalmente, estão também aqueles que emprestaram o seu nome para que os responsáveis do BPN ludibriassem os clientes.
 
Rui Machete não terá tido responsabilidades criminais no caso BPN, mas ver o seu nome como presidente da assembleia geral da CGD, precisamente o mesmo cargo que exerceu no BPN é uma triste coincidência.
  
 

 Pelo direito de se mentir um bocadinho

«Uma empresa de cosméticos fez um anúncio com Julia Roberts, de 44 anos, sem uma ruga. As autoridades britânicas proibiram a campanha da L'Oréal porque as fotos foram retocadas. Eu também me senti ofendido com a foto. Prefiro a Julia Roberts, aquela de Pretty Woman, olhos expressivos e boca viva, à foto de um tampo liso de fórmica. Mas, na verdade, aquele anúncio não falava para mim, vale de pouco a minha opinião. Aquele anúncio dirigia-se a mulheres que gostariam de ter a pele de uma lisura imaculada. Como todas as empresas que recorrem à publicidade, a L'Oréal, nas suas fábricas, faz produtos; nos seus anúncios, vende uma esperança. Disseram as autoridades britânicas: justamente, com as fotos retocadas estão a vender esperanças falsas. Respondo: vender esperanças falsas seria pôr nos anúncios a Julia Roberts de Um Sonho de Mulher. Essa só Deus pode prometer e cumprir. Já anunciar simples cara sem rugas é uma esperança mínima que não se pode negar a uma cliente. A publicidade, que é a arte honesta de esconder toda a mentira de uma meia verdade, tem todo o direito de acalentar pequenas esperanças ao género humano. A tal autoridade, a Advertising Standards Authority (ASA), pode vir a chamuscar-se se os políticos ingleses perceberem o precedente perigoso (revolucionário, até) que é banir um anúncio por causa de uns retoques. Se entrar em vigor a política de verdade pura e dura, o mundo moderno desmorona. » [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
     
 Dores de parto
  
«Meia dúzia de semanas de Governo não chegam para perceber grande coisa sobre o que nos espera. Já dá, no entanto, para vislumbrar uma atitude, uma postura, que até parece que vai correr bem mas que, inevitavelmente, vai dar asneira. Indo por partes.

Acho muito bem que os membros do Governo viajem de avião em classe económica. É a opção racional e não conheço ninguém que ache normal pagar o triplo para viajar em executiva de Lisboa para o Porto, ou Madrid, ou Bruxelas; além disso, fica bem na fotografia. E mal também estaria eu, que aboli a gravata diária há uns anos (por razões certamente menos ecológicas), se não achasse bem - e bastante óbvia até - a medida tomada pela ministra Assunção Cristas. E acho também lindamente que todos chamemos Álvaro ao novo ministro da Economia - eu fá-lo-ei se um dia tiver o gosto de o conhecer e, naturalmente, acho muito vem que o Álvaro me chame Jorge, que é precisamente aquilo que - pelo menos à minha frente - todos me chamam. E também acho bem que o ministro das Finanças chegue a horas às conferências de imprensa e não as prolongue mais do que é necessário. Tudo isto está muito bem.

Claro que, pelo meio, vão algumas coisas que não me parecem tão bem, tendo no entanto de reconhecer que a vida é assim. Já não acho tão bem, por exemplo, que o Governo entenda poupar no número de ministros - provavelmente a mais deslocada fonte de poupança a que poderíamos recorrer neste momento; ou que, quando o mercado paga mais juros pela dívida da República que pela do Sporting, o primeiro-ministro fique perplexo com o ‘downgrade' da Moodys e dê um soco no seu próprio estômago com a candura de quem pensava que, afinal, aquilo de que os mercados não gostavam era da personagem do anterior primeiro-ministro e não da real situação da economia portuguesa que, ao que sei, não melhorou nas últimas semanas.

Mas depois há, no verso de muitas destas posturas, o que vai dar asneira - e fascina-me que alguém ache normal. Por exemplo, que a primeira medida anunciada - que deu direito a entrevistas e tudo - pela ministra Assunção Cristas, de quem tanto dependemos para o sucesso deste Governo, seja a abolição das gravatas, como se não concordasse que se trata de uma banalidade e que, como banalidade que é, será o que simbolicamente ficará registado. E que a primeira coisa que o Álvaro tem a dizer - e esperamos ouvir tanto do Álvaro - seja sobre a forma de tratamento da sua pessoa; outra banalidade. E que, antes de viajar em económica, o Governo anuncie que vai passar a viajar em económica e abra um debate público sobre o tema; outra banalidade. E que faça gala dos ministros independentes, numa crítica velada aos quadros emergentes dos partidos. E mais, e mais.

E se não acho estas coisas não é certamente por birra. É que para jogar o jogo do populismo tem que se ser bom na coisa - é um jogo que não se joga com candura. Não dá mesmo para ser moralista com as nomeações dos outros para, a seguir, transformar administrações de empresas públicas em retalhados quintais.

Há um registo em que o Governo terá de acertar e, de facto, pouco mais de um mês depois de ter tomado posse, não sei se há alguma coisa que me perturbe mais que a aparente candura e inocência que tem pautado o seu comportamento.» [DE]

Autor:

Jorge Brito Pereira.
     
 Exactamente 10 807

«Assustam-me pessoas obsessiva-compulsivamente minuciosas, gente que, quando se lhe pergunta as horas, responde: "São 16 horas e 1 minuto" (e só não diz os segundos por minúcia, pois, quando acabasse de dizê-los, já teriam mudado) em vez de tão só responder: "São 4 horas", e que, quando, em início informal de conversa entre amigos, alguém lhe diz "Então?" precisa de mais esclarecimentos: "Então o quê? Que queres exactamente saber?".

Num dos quartéis por onde andei havia um coronel que, ao fim da tarde, arrumava minuciosamente os lápis e esferográficas por tamanhos na gaveta da secretária; só que, apesar do cuidado com que fechava a gaveta, temia que, ao fechá-la, algum lápis ou esferográfica tivesse saído do sítio e, por isso, voltava a abri-la, verificava se tudo permanecia alinhado e fechava-a mais uma vez; ocorria-lhe então que, desta segunda vez, sim, alguma coisa podia ter ficado desalinhado, abria a gaveta e recomeçava. Acabou na "Casa Amarela" de Barcelos.

Breivik, o monstro de Oslo, dir-se-ia também um atormentado da ordem só que em versão brutalmente "gore": cristãos para um lado, muçulmanos para outro. No seu "Manifesto", o número de "traidores" a assassinar em Portugal é, exactamente, de 10 807 (provavelmente alinhados por tamanhos). E a sua minúcia é tal que, ao enumerar os partidos portugueses pró-multiculturalistas, consegue mesmo distinguir o PCP do Partido Ecologista "Os Verdes".» [JN]

Autor:

Manuel António Pina.
  

 Só dois segundos?

 
«Crystal Harris revelou que o ex-noivo não a excitava, que nunca tirava a roupa e que teve uma única relação com ele que durou dois segundos. O dono da 'Playboy' garante que ela está a mentir.

Crystal Harris, de 25 anos, cancelou o casamento com o magnata de 85 anos poucos dias antes da cerimónia prevista para Junho e esta semana falou sobre o sucessido ao provocador Howard Stern.

Na conversa garantiu que Hefner não a excitava, que nunca o viu nu, pois ele "não tira a roupa" para ter relações, que teve uma única relação com ele e que terá durado dois segundos. » [DN]
    
 quem não foi para a cama com o Khan que levante o braço

«Dominique Strauss-Kahn teve um caso secreto, de nove meses, com uma advogada de 23 anos. O ex-director do FMI deixou-a, o que a levou a tentar matar-se.
 
Marie-Victorine M, agora com 38 anos, conta como o político gostava de "fazer amor à força" durante os seus encontros secretos em Paris. Segundo Marie, o romance aconteceu em 1997, já Strauss-Kahn era casado com Anne Sinclair. O caso foi contado pela própria à revista suíça 'L'Illustre'

Com ascendência espanhola e angolana, a advogada é mais um caso na lista de pelo menos seis mulheres que confessaram terem mantido relações sexuais com o ex-director do FMI, que em Maio foi acusado de tentativa de violação de uma camareira de um hotel nova-iorquino.» [DN]

Parecer:

Parece que é moda dizer que se foi para a cama com Strauss Khan.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se uma associação das amantes de Strauss Khan.»
  
 Sem cuecas não há casório

«Um padre brasileiro recusou-se a celebrar um casamento porque a noiva não estava a usar roupa interior. A união foi cancelada perante 230 convidados que, estupefactos, ouviram o sermão do pároco sobre "o respeito pelo altar sagrado".

O episódio ocorreu em Maceió, Alagoas, Brasil e foi desencadeado pelo enorme decote nas costas do vestido que a noiva envergava. Esse facto desagradou de imediato o padre Jonas Mourinho, de 68 anos, que chamou a noiva à atenção quando esta chegou ao altar.

Desconfiado, o padre encaminhou a nubente, de 25 anos, para a uma sala da sacristia, onde solicitou a uma 'ministra' daquele espaço para confirmar se a jovem tinha roupa interior vestida.

"Depilação púbica incentiva pedofilia"

As suspeitas do padre confirmaram-se, sendo que a jovem não usava nem sutiã... nem cuecas. E a revelação na 'ministra' foi ainda mais longe, ao acrescentar no seu relato que a noiva tinha os pelos púbicos totalmente depilados.

Aqui, o padre alegou ser este um incentivo à pedofilia: "Os pelos púbicos marcam a transição entre a infância e a vida adulta, portanto, retirá-los seria incentivar os pedófilos à prática sexual".» [Expresso]

Parecer:

O que impressiona mais neste caso foi a atenção do padre aos "pormenores" e considerar que a depilação incentiva a pedofilia. Este sim, esteve a discutir pentelhos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Quem levar gravata tem um processo disciplinar

«A sugestão de Assunção Cristas foi vertida em despacho, publicado hoje no Diário da República. A partir de amanhã e até 30 de Setembro, os funcionários do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território ficam dispensados de usar gravata. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

É muito mau quando uma doutorada em direito desconhece as regras da Função pública e transformar o populismo em decreto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 China tem responsabilidades na fome na Somália

«O delegado do governo alemão para os assuntos africanos, Gunter Nooke, acusou a China de co-responsabilidade na fome no Corno de África, "porque muitos investidores chineses compram terras e retiram aos pequenos agricultores a base de existência".» [JN]

Parecer:

Um problema que o mundo está a ignorar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adoptem-se medidas no plano internacional.»