sábado, março 24, 2007

50 Anos de União Europeia


Quando Portugal entrou para a CEE conhecia os tratados, sabia quais eram os estados-membros, respeitava o presidente da Comissão e acompanhava o processo de transição. Hoje só a muito custo consigo enumerar todos os estados-membros, não sei bem quais são os tratados que vigoram, o presidente da Comissão não me inspira respeito e estou mais preocupado com os jogos da Divisão de Honra do que os conselhos europeus.

Algo está errado, ou sou eu como cidadão que deixei de me sentir envolvido na chamada “construção europeia” ou há menos Europa do que a que já houve noutros tempos. Ou, talvez, devido às sucessivas más governações somos cada vez mais Portugal e menos Europa.

A verdade é que quando se comemoram os 50 anos da União Europeia sinto-me afastado dessa mesma Europa, a geração que me seguiu vive o mesmo drama que a minha viveu quando entrou na vida activa, dantes era o défice da balança comercial e as exigências do FMI, agora é o défice das contas públicas e o Pacto de Estabilidade vigiado pelo Ecofin, ambas tiveram azar, entraram na história de avesso.

Pouco tenho a comemorar nestes 50 anos de União Europeia a não ser que seja cretino ao ponto de elogiar as auto-estradas. Naquilo que é essencial nada ou muito pouco mudou, as causas do nosso subdesenvolvimento são as mesmas, os nossos políticos são tão oportunistas e pacóvios como eram, os partidos e os sindicatos ainda vivem noutros tempos e a nossa postura enquanto cidadãos é quase a mesma.

Somos tão portugueses como éramos e muito menos europeus do que já fomos.