Parece que a Universidade Independente, cuja existência eu desconhecia até há alguns dias atrás, se tornou o centro dos problemas nacionais, ao mesmo tempo que muitos dos seus dirigentes passam pelo crivo do Ministério Público, os jornalistas investigam até ao mais pequeno pormenor a licenciatura alcançada por Sócrates naquela universidade.
Pela forma como as questões estão a ser colocadas até parece que a escolha do primeiro-ministro foi feita por avaliação curricular, podendo estar em causa a legitimidade da sua escolha. É evidente que nem a legitimidade, nem a competência política poderão se questionadas pelo facto do “canudo” de Sócrates ter sido emitido num sábado ou num domingo, ou por Luís Arouca se lembrar ou não de o ter visto nas aulas de Inglês Técnico.
Mais cadeira, menos cadeira, engenheiro ou licenciado em engenharia, pouco importa, com um diploma emitido em dia útil ou num feriado, tudo isso pouco importa, Sócrates tem um canudo e que se saiba não concorreu ao cargo para tratar dos problemas ambientais dos jardins do Palácio de Belém. Afinal, temos um primeiro-ministro que escolheu o caminho fácil para ser “doutor”, o que não é novidade nenhuma pois conseguiu chegar a primeiro-ministro com a mesma facilidade com que conseguiu o canudo.
O curioso desta história está no facto de a “licenciatura política” do primeiro-ministro ter sido conseguida com a mesma facilidade com que alcançou o canudo em engenharia. Tirou uma cadeira aqui, outra ali, mal o vimos nas aulas, não o vimos nos exames e no exame final pouco mais teve que fazer do que assinar o cabeçalho. Foi mais fácil a Sócrates ser primeiro-ministro do que ter uma licenciatura de credibilidade muito duvidosa.