No início do próximo mês o ministério das Finanças vai entrar em obras, a publicação das novas leis orgânicas vão levar à extinção e reorganização de serviços, alguns directores-gerais e subdirectores-gerais vão ceder o lugar a outros. Vamos assistir a um processo honesto e conduzido tendo como preocupação a defesa dos interesses do Estado e das instituições ou as reestruturações não vão passar de uma manjar de boys e amigos dos directores-gerais e governantes?
Para já os sinais não são nada bons, serviços que sobrevivem ou desaparecem mais em função dos dirigentes do que da sua importância, técnicos qualificados que são despromovidos depois de anos de dedicação sem que os directores-gerais tenham a coragem e dignidade de os olhar nos olhos, dirigentes que preservaram lugares vagos para os amigos que perdem o actual numa lógica de que “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é estúpido ou não tem arte”.
Gostaria de acreditar que as reestruturações em curso foram concebidas sem pensar nos nomes e que aqueles que inevitavelmente serão vítimas desse processo serão tratados com um mínimo de dignidade. Infelizmente começo a recear que isso não venha a suceder, que pessoas sem escrúpulos aproveitem esta oportunidade para segurar os seus amigos e para fazerem as suas pequenas vinganças.Gostaria de acreditar mas depois do pouco que já vi e de muitos anos de Função Pública chego à conclusão que a pocilga é a mesma, os residentes é que mudam.
Talvez seja tempo de criar um observatório independente onde algumas nomeações sejam denunciadas, divulgando os nomes e os laços de compadrio que as sustentam, talvez seja tempo de dar um passo no combate à corrupção de valores que corrói e destrói a Administração Pública.