quarta-feira, março 14, 2007

Bigadinho António Costa!


Anda aqui uma alma penada a dar de comer ao burro há mais de três anos tentando afirmar que há mais web para além do Abrupto e dos blogues intermitentes de Marcelo Rebelo de Sousa, a derrubar directores-gerais (e os ministros que se cuidem não vá o burro lembrar-se de começar a coicear mais alto, até anda com vontade de fazer uma partidinha gostosa a Sócrates…), a embirrar com políticos corruptos e incompetentes, sujeitando-se a ouvir o Procurador-Geral dizer na AR que o que se passa nos blogues é uma vergonha e que até pede à assessora de imprensa para não lhe dar conhecimento do que por lá se diz, vem o ministro António Costa com o seu blogue de Estado e estraga tudo. O bordel dá lugar a sala de dança para o baile das debutantes.

O Procurador-Geral vai passar a ler blogues, o Abrupto vai aumentar as visitas com polémicas com o blogue do António Costa, alguns professores de ciência política com blogues sem contador à vista (para que ninguém se aperceba de que quase não são visitados) ganham um protagonismo repentino, isto é, a blogosfera passou a ser coisa fina. Vai suceder com a blogosfera o mesmo que sucedeu com a praia do Porto Côvo, depois de Rui Veloso lhe ter dedicado uma canção passámos a tomar banho no meio do xixi do pobre-riquismo naional.

Ou estou muito enganado ou o jet set da blogosfera vai engrossar com as Lili Caneças da política portuguesa a criarem os seus próprios blogues, daqui para a frente a político bem sucedido que se preze não basta ter um BMW ou um Audi de topo de gama como símbolo de sucesso, político que não tenha um blogue citado pelo Pacheco Pereira, o pai adoptivo da blogosfera (um verdadeiro sargento prisioneiro da adopção forçada dessa paternidade), não poderá ambicionar mais do que a candidatura a uma junta de freguesia situada em plena reserva ecológica e impedida de promover a construção civil.

Fico dividido entre procurar melhores ambientes ou insistir em transformar O Jumento num fardo de palha atravessado na garganta de uma elite política que toda junta vale menos que um pacote de Farinha 33.