sábado, setembro 30, 2006

Finalmente a Fama


António Preto terá tido hoje o momento alto da sua carreira política, conseguiu ser capa do SOL, se o que pretendia quando se meteu na política era estatuto social terá atingido o seu objectivo, só a imagem de alguém muito importante é que seria usada nesta fase de lançamento do novo semanário. Enfim, como dizia a Gina Lolobrigida não importa que falem mal da gente, o importante é que falem..

Terá sido apenas meia vitória de António Preto já que sendo ele homem de direita, vê o seu nome e imagem usados para captar leitores à esquerda, depois de ter piscado o olho a Marques Mendes ao atacar Isaltino no primeiro número, o SOL explorou o Processo Casa Pia no segundo número, tendo reservado a edição desta semana para um exercício de pluralismo. A estratégia do director do SOL foi inteligente.

Mas o SOL ficou encoberto neste artigo, ficamos por perceber como um modesto candidato a presidente da Distrital de Lisboa de Lisboa tem poder suficiente para convencer empresários matreiros a apoiá-lo, nessa época o António Preto era apenas um “descconhecido” presidente de uma secção de Benfica, mais conhecida pelos disparates do Eduíno Vilar (o velho dirigente do PCP(ML), o único partido que a China de MÃO reconhecia em Portugal), do que pelo seu protagonismo.

O SOL isola o fenómeno, dá-nos apenas uma pequena aberta, não nos diz que Vasco Valdez, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, é um homem da mesma secção de Benfica, ou que quando Ferreira Leite era ministra o António Preto entrava mais vezes no seu gabinete do que a secretária pessoal. António Preto era um homem poderoso nas Finanças, onde nomeou muita gente para lugares de chefia, o apoio dele era garantia de uma nomeação, e graças ao Preto instituições como a Alfândega foram invadidas por gente incompetente. O poder de António Preto tinha um nome: Manuela Ferreira Leite.


Aliás, não deixa de ser curioso que Ferreira Leite nem cortou relações com Preto ou Vasco Valdez quando estes apoiaram a designação de Santana Lopes para presidente do PSD e, consequentemente, primeiro-ministro, um dia antes de a então ministra ter designado a manobra como um golpe de estado dentro do PSD. Terá a austera madrinha lido o SOL deste sábado?
E que dirá Marques Mendes depois de ter ficado a saber (enfim, acredita que quiser que só o soube agora) que o homem que manda os sms ao pessoal a anunciar a hora das suas entrevistas na RTP1, ganhou a distrital de Lisboa com as quotas dos militantes em falta com dinheiro de gente estranha ao partido? O PSD está tão podre que já nem nas nomeações dos seus dirigentes se pode confiar.
Por fim aqui ficam os parabéns para o amigo do PS, o homem que o tempo de Guterres era vogal do IGAPH e que nomeou Preto para chefe de divisão.