sábado, outubro 14, 2017

Umas no cravo e outra na ferradura



 Jumento do Dia

   
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente com um ano de avanço

Quando li que Marcelo estava preocupado com o OE eleitoralista de 2019 voltei a ler para ter a certeza de que a minha cabeça não tinha batido na parede, mas não, o Presidente está mesmo preocupado com 2019.

Mas é um bom sinal, em 2016 falava-se no diabo, muitos esperavam que a geringonça ficasse desconjuntada em 017, poucos esperavam um acordo orçamental para 2018, mas Marcelo assume o seu estatuto de adiantado mental, como não tem nada a dizer de 2018 já está preocupado com 2019.

Mas depois de quatro anos de caminho para equilíbrio orçamental sem perseguições a pensionistas e funcionários públicos e sem depenar os pobres Marcelo terá mesmo de se preocupar com 2019 ou mesmo com 2020, ano das próximas presidenciais, já que aos poucos o país regressa à normalidade. Digamos que o Presidente tem tão pouco para fazer que já trabalha para 2019. Veremos se a sua mensagem de Natal vai ser feita a pensar no Natal deste ano ou se Marcelo vaio já falar do Natal de 2019.

Enfim, força Santana, fica atento às dicas do Marcelo.

«O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu nesta sexta-feira, ao Governo e aos partidos que o apoiam, "bom senso e realismo" na gestão orçamental, deixando desde já alertas contra um eventual "Orçamento eleitoralista" para 2019.

"É preciso olhar para o ano que vem e, sobretudo, quando se conceber o orçamento para 2019, resistir à tentação de ele ser um orçamento eleitoralista", declarou o chefe de Estado, no encerramento do 7.º Congresso Nacional dos Economistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Numa intervenção de cerca de cinco minutos, o Presidente começou por se referir ao Orçamento do Estado para 2018, considerando que terá de se conseguir "um equilíbrio complexo" entre incentivos ao investimento, protecção social e controlo do défice.» [Público]

 Uma cantina escolar no Japão


Imaginem só se alguém sugerisse isto parra Portugal, a indignação dos país, as entrevistas dos diretores escolares, a revolta dos professores, a indignação dos autarcas, o programa Prós e Contras, o discurso do Santana Lopes, a gritaria esganiçada do Rangel, o pedido de esclarecimentos do Marcelo, as dezenas de artigos de opinião.

Não propomos a solução, sugerimos apenas o que por cá se diria. Até esqueciam os incêndios, os assaltos, as acusações e as candidaturas.

 A enterevista a Relvas na SIC Notícias

Esperava mais de Relvas, tinha esperança de que tivesse melhorado, que tivesse um discurso com qualidade. Afinal, não melhorou nada com os negócios e o enriqueciemnto, continua banal, sem ideias, sem análises com qualidade, uma des

 Ainda que mal pergunte

Foi notícia que o MP estava a investigar bloggers, isto é, pessoas, que dizem o que pensam exercendo o seu direito á liberdade de expressão em blogues. Seria interessante se o MP esclarecesse publicamente que bloggers investigou e com que meios (escutas, vigilâncias, consulta de dados bancários ou rastreio de informações fiscais) usou na investigação desses cidadãos deste país.

 O Processo Marquês

Até agora tudo aquilo que fui obrigado a conhecer foram coisas de que não queria saber, não tenho o direito de saber o que quer que seja sobre qualquer pessoa, seja o primeiro-ministro ou a vizinha. As escutas e os poderes de investigar não servem para difamar os cidadãos e quase tudo aquilo que chegou aos jornais durante mais de três anos não passou de coscuvilhice.

Durante mais de três anos os portugueses pagaram de forma principesca a procuradores para que os jornais oficiosos da justiça publicassem milhares de páginas sobre matéria da via privada de cidadãos que estão no pleno uso dos seus direitos. A senhora Procuradora-Geral deveria ser chamada ao parlamento para explicar porque motivo o país foi forçado a saber tantos dados sobre a vida privada de um cidadão.

Há quem diga que é uma vergonha para o país que um ex-primeiro-ministro seja acusado, isso é verdade, ainda que seja o julgamento a dizer qual é o responsável por essa vergonha, se o primeiro-ministro que cometeu os crimes ou a Procuradora-Geral que promoveu acusações que depois não conseguiu provar em tribunal.

Todos os portugueses sabiam que ia haver uma acusação, quem prendeu um ex-primeiro-ministro e depois da forma como Sócrates reagiu só podia fazer uma coisa, fugir em frente e acusar. Agora sim que chegou a hora da justiça, agora os juízes não são super juízes justiceiros e a defesa tem os mesmo direitos e está no tribunal em igualdade com a defesa.

Acabou o tempo da difamação, começou o tempo da justiça. Faça-se justiça.

      
 A Quadratura de Sócrates
   
«A novidade da Quadratura do Círculo de hoje, foi a forma sibilina como se pretendeu – para já muito ao de leve -, colar António Costa e membros do actual Governo, e até o PCP, ao caso Marquês: não há como não soubessem o que Sócrates andava a fazer, havia tantos indícios anteriores do “mau carácter” de Sócrates – diz o Pacheco -, que a presunção de inocência não deve impedir que se discuta o caso, como se tudo de que é acusado fosse verdade e não tenha que ser provado. A falta de lisura de Pacheco é gravíssima em alguém que se quer fazer passar por impoluto justiceiro e paladino da ética e da justiça.

Ele que tanto privou com Oliveira e Costa, Cavaco, Duarte Lima, com Miguel Macedo, com o irrevogável Portas, o homem dos submarinos que nunca foi devidamente investigado pela Justiça,  nunca deu por nada que indiciasse o “mau carácter” destes personagens? Só com Sócrates é que ele conseguiu antever indícios de mau comportamento moral e cívico? Onde andavas Pacheco, quando a escritura da Casa da coelha de Cavaco desapareceu? Não achaste estranho? Onde andavas Pacheco quando o caso dos submarinos foi arquivado tendo sido provada a existência de corruptores na Alemanha e de corrompidos em Portugal? Onde andavas Pacheco quando o Oliveira e Costa, do alto do BPN, distribuía milhões pelos amigos do PSD e pela máfia laranja que o cercava?

E depois vem o Xavier falar dos milhões que circularam entre um determinado grupo dos arguidos acusados. Ó Xavier serias capaz de explicar todos os milhões que durante uma década circularam pelas tuas contas, e da tua família, se fossem passadas a pente fino? Garantes que tudo é limpo, legal e transparente? E as contas do teu patrono e amigo Belmiro de Azevedo? É um empresário “impoluto”, nunca pagou comissões a ninguém, nunca ganhou nenhum negócio “por baixo da mesa”? Talvez os herdeiros do banqueiro Pinto de Magalhães, que se viram espoliados de grande parte da sua fortuna, tenham alguma coisa a dizer sobre os métodos e o carácter desse tão aclamado empresário nortenho.

Como se só o Dr. Ricardo Salgado e Sócrates, a ser verdade aquilo de que os acusam, fossem a demonstração exemplar e única das más práticas do capitalismo, Ó Xavier, ó cínico e vendido comentador: em capitalismo, é raro haver grandes negócios que não sejam atribuídos e adjudicados sem que se mande um obséquio qualquer a  quem politicamente os decide e adjudica. As multinacionais e os seus gestores de topo, quando aterram num determinado país, têm já o perfil completo de quem vai decidir nas suas áreas de negócio, e até de quanto isso lhes vai custar. As escolas de gestão de topo discutem isto, ainda que de uma forma informal, e escrevem sebentas onde eufemisticamente falam em “práticas de estratégia negocial”.

Jorge Coelho, o mais equilibrado dos três, e que, honra lhe seja feita, assumiu ser amigo de Sócrates há mais de 35 anos, tentou colocar o problema da acusação a Sócrates na esfera do politicamente correcto: “à justiça o que é da justiça”, e “deixemos a justiça funcionar”, ainda que tenha avançado que as acusações em apreço “não se enquadram bem com o Sócrates que ele conheceu”. Contudo, Coelho, alinhou com os restantes tentando passar a ideia de que, a serem verdade os factos da acusação, eles são uma excepção, um caso isolado do capitalismo português. Ó amigo Coelhones, também tu és um sonso. Tu que foste director-geral da Mota-Engil, juras mesmo que nunca pagaste “luvas” e comissões a ninguém para ganhares um negócio? Juras que a Mota-Engil nunca foi beneficiada num concurso por um “amigo conveniente” bem colocado no processo decisório? Pois olha, não acredito, porque se tal fosse verdade, a Mota-Engil já tinha falido e, pelo contrário, está mais próspera que nunca. Até contratou o Portas, para fazer aquilo de que é acusado Sócrates nas suas relações com o Grupo Lena.

Em suma, para estes três, o capitalismo funciona conduzido por virgens puras e púdicas, sendo a meretriz o camarada Sócrates e o proxeneta o Dr. Salgado. Pois muito bem. Se algum dia o Dr. Salgado abrir a boca – por necessidade de se defender -, garanto-vos que nesse dia não restará nada mais que areia suja a embrulhar a honorabilidade de muitos daqueles que hoje mais atiram pedras aos arguidos. Empresários, juízes, jornalistas, comentadores e deputados, todos sem excepção.

Como diz o texto bíblico: somos todos feitos do mesmo barro, e devia haver decoro – que não há -, em atirar a primeira pedra. É que, por vezes, a pedra faz ricochete. Aguardemos, pois, os próximos capítulos desta ópera bufa em que se transformou o país.» [Estátua de Sal]
   
Autor:

Estátua de Sal.

      
 Uma grande conquista
   
«A Assembleia da República aprovou nesta sexta-feira projectos do PAN, do BE e do PEV que possibilitam a permissão de animais de companhia em estabelecimentos fechados de restauração, para além dos cães de assistência já autorizados por lei.

Os projectos, apesar de todos aprovados, mereceram votações distintas e tiveram, em várias bancadas, votos de deputados desalinhados da posição oficial do seu partido.

O projeto do PAN nasceu de uma petição remetida ao Parlamento pelo deputado único André Silva e visa alterar legislação de 2015, que não permite a entrada de animais em espaços fechados de restauração e bebidas, mesmo que o proprietário do estabelecimento o autorize.» [Público]
   
Parecer:

Se estiver num restaurante e sentir o cãozinho do cliente da mesa ao lado a mijar na sua perna fça um sorriso, trata-se de uma grande conquista democrática do PAN.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê.-se a merecida gargalhada.»