quarta-feira, outubro 04, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   
Pedro Duarte, candidato a talvez candidato a líder do PSD

Onde estava Pedro Duarte quando Passos Coelho impôs a sua agenda ideológica ao país e tentou reformatar o seu modelo social, empobrecendo a classe média? Onde estava Pedro Duarte quando todo o PSD criticou as reversões?

Os bons valores de Pedro Duarte que fala agora nos bons princípios do PSD fizeram muita falta durante a governação de Passos Coelho, mas só agora é que se lembra desses valores? É evidente que o que move Pedro Duarte não é a defesa desses valores, mas si a o seu aproveitamento oportunista para os transformar na bandeira de um partido que fez o que fez.

Esta estratégia manhosa das boas almas do PSD não é nova, na última vez que estiveram na oposição falaram muito de refundação e até criaram um grupo presidido por Balsemão para reformular o programa do partido. Mal chegaram ao poder foi o que se viu, já ninguém se lembra do que encomendaram a Pinto Balsemão.

«Pedro Duarte, ex-presidente da JSD, crítico de Pedro Passos Coelho e um dos nomes que têm sido apontados como eventual candidato à liderança social-democrata, defende que o partido deve concentrar-se nas políticas antes de debater os rostos. Propõe, para isso, a organização de um congresso programático antes da realização de diretas para a escolha do próximo presidente do PSD.

Num de três artigos assinados esta terça-feira no jornal “Público” por figuras de relevo do PSD (os outros dois são Paulo Rangel e José Pacheco Pereira) sobre os desafios do partido, Pedro Duarte diz temer, depois do “desastroso resultado autárquico”, que o PSD “entre numa disputa, infantilizada e impercetível aos olhos dos portugueses, em torno de rostos e personagens. Impulsos primários dividirão o partido entre os ‘nossos’ e os ‘deles’ numa corrida desenfreada para alcançar não se sabe bem o quê. Perceberemos pouco as diferenças políticas em causa, mas reluzirão os ‘perfis’ e os chavões.”

Em alternativa a este “erro colossal”, Pedro Duarte defende que “o problema do PSD não reside nos seus quadros (apesar de desprezados nos tempos recentes). O embaraço está na sua obsoleta organização, no seu estilo de liderança e, principalmente, na ausência de um programa político decente e inspirador. O estorvo está no dogmatismo financista e neoliberal, ultrapassado pela realidade, mas obsessivamente imposto.”» [Expresso]

 A palmada

O autarca da CDU de Almada tem tão mau perder que chega ao disparate de dizer que está muito preocupado com o futuro do concelho proque considera que a sua sucessora não está à altura do desafio. É a primeira vez que um perdedor se manifesta desta forma.

 O drama do PSD

O drama do PSD está no fato de Assunção cristas ser melhor dos nomes de que se diz poderem ser os sucessores de Passos Coelho,. A não ser Pedro Duarte as alternativas são bem mais fracas do que a líder do CDS e todos eles homens pouco corajosos quando comparados com a coragem da líder do CDS quando se candidatou à liderança do seu partido ou quando se apresentou como candidata a Lisboa.

Compare-se, por exemplo, a coragem e frontalidade de Assunção Cristas com um Rui Rio que anda há mais de três anos  sugerir que é candidato e a recuar sucessivamente, chegando mesmo ao cinismo de manifestações de apoio a Passos Coelho.

Assunção Cristas é mais inteligente do que Rio, tem um discurso mais interessante, é mais frobtal, é mais corajosa e representa alguma mudança na direita do que um Rui Rio que parece um híbrido do cavaquismo com o liberalismo. O problema de Rui Rio não vai ser enfrentar António Costa, mas sim sobreviver a um confronto com a líder do CDS, que tem um capital político que a cobardia política do ex-autarca do Porto o impede de ter.

 As estrelas do PSD não se quiseram candidatar

Sampaio teve o mesmo problema, ainda que na ocasião o termo usado fosse o de generais. Mas sem generais Sampaio deu a cara à luta e candidatou-se ele próprio a Lisboa, Passo fez o contrário, sem generais candidatou um sargento para não ter de correr riscos. teve azar e incompetência na escolha.

 O quarto a dar à sola

O primeiro a dar à sola, a tempo de tratar de um bom tacho, foi Vítor Gaspar., O segundo foi Miguel relvas que se despediu sugerindo que Passos era uma criação sua. Sem ninguém dar por ele Paulo portas deu à sola e até se esqueceu do programa da TVI, onde o estúdio até já estava pronto para inaugurar com pompa e circunstância. Foi a vez de Passos perceber que estava só e o melhor a fazer era dar também à sola.

      
 Uma geringonça à direita
   
«Tanto do lado da liderança de Assunção Cristas como da oposição interna, os centristas já pensam na afirmação do partido no centro-direita, depois de um histórico resultado em Lisboa à frente do PSD e de um desfecho autárquico global melhor do que em 2013.

Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente e candidato à Câmara da Covilhã, onde fez crescer significativamente o resultado do partido, considera que ficou “desmistificado” o voto útil. "A nova geração de políticos do CDS tem procurado desmistificar o voto útil e as novas formas de fazer política", afirma ao PÚBLICO. “Só anima o CDS a continuar a sua estratégia, porque permite ao CDS crescer para lá das suas fronteiras naturais”, sublinha Adolfo Mesquita Nunes, elogiando a forma diferente como Assunção Cristas fez campanha em Lisboa. “Lembro-me de dizer no congresso [de 2016] que o CDS tem de ser a primeira e a natural escolha do centro-direita”, afirma o dirigente. Quanto ao PSD, a cautela domina as declarações públicas no momento em que os sociais-democratas se preparam para uma disputa interna: “Ainda é cedo para falar.”» [Público]
   
Parecer:

Até aqui as alianças entre o PSD e o CDS eram naturais, com o partido de Cristas a ser subalternizado e a entrar para os governos mais a troco de pastas do que de projetos. Com esta afirmação do CDS um próximo governo de coligação na direita será uma geringonça de direita.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Passos põe-se ao fresco
   
«Pedro Passos Coelho não se vai recandidatar à liderança do partido, anunciou na Comissão Permanente de manhã e à tarde na Comissão Política Nacional, segundo apurou o Observador junto de várias fontes presentes nestes órgãos nacionais. O líder do PSD tinha dito que não se ia “pôr ao fresco” se houvesse uma leitura nacional das eleições autárquicas, mas acabou por ceder. A derrota foi muito mais pesada do que inicialmente o líder do PSD esperava — em Lisboa e no Porto. Mas ainda havia quem na sede fizesse contas de modo a interpretar os dados de forma menos catastrófica e quem falasse para o país todo a sentir o pulso aos dirigentes locais e distritais. O líder do partido passou 48 horas em “reflexão aprofundada” e concluiu que não devia recandidatar-se.» [Observador]
   
Parecer:

Veremos quem é o senhor que se segue.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»

 Quem quer casar com a carochinha? 
   
«O ex-ministro de Durão Barroso Nuno Morais Sarmento defende que no PSD há três figuras incontornáveis quando se pensa em eleições internas: Luís Marques Mendes, Pedro Santana Lopes e Rui Rio. “É necessário conhecer a vontade destes três nomes que serão, à partida, os primeiros candidatos [às directas] caso se confirme que Passos Coelho não se recandidata”, afirmou Morais Sarmento, esta terça-feira, no programa Falar Claro da Rádio Renascença.

O comentador exclui-se a si próprio como candidato nesta fase – “para o próximo congresso do PSD Nuno Morais Sarmento não será um dos candidatos – e considera que os dois ex-líderes do PSD – Marques Mendes e Santana – bem como o ex-autarca do Porto são “três putativos candidatos” à liderança do PSD.

Questionado sobre a possibilidade de Luís Montenegro avançar, Morais Sarmento disse não excluir essa possibilidade e usou uma expressão em inglês “first things first” (em português, as coisas mais importantes primeiro) para distinguir o ex-líder parlamentar das três outras figuras do PSD. Sobre Rui Rio, Morais Sarmento assumiu a “coincidência de posições” com o ex-autarca do Porto e lembrou que participou em algumas das suas reflexões, nomeadamente no livro De corpo inteiro para o qual escreveu o prefácio em 2014. » [Público]
   
Parecer:

Quem está disposto a largar os tachos e tachinhos para levar o PSD às costas até à próxima derrota.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»